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Apostila Disfagia

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- Fonoaudióloga Isabela Vono - 
 
 
AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM IDOSOS 
 
 
Fonoaudióloga Isabela Vono 
 Belo Horizonte - MG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gerontologia: 
Estudo científico (INTER/TRANSdisciplinar) do processo de envelhecimento de todas 
os seres vivos, abrangendo aspectos biológicos e biopsicossociais. 
 
Senescência: alterações funcionais e anatômicas que ocorrem naturalmente no 
organismo com o decorrer do tempo. 
 Senilidade: alterações produzidas pelas várias doenças que podem acometer o 
idoso. 
 
 
GIGANTES DA GERIATRIA 
Is Incontinência vesical; 
Iatrogenia. 
 Incapacidade Cognitiva 
•Delirium 
•Depressão 
•Demência; 
Imobilidade; 
 Instabilidade postural; 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONOAUDIOLOGIA 
MOTRICIDADE ORAL 
LINGUAGEM 
VOZ AUDIÇÃO 
Insuficiência familiar Institucionalização 
 Isolamento social Indiferença.
SAÚDE 
PÚBLICA 
- Fonoaudióloga Isabela Vono - 
 
 FONOAUDIOLOGIA EM GERONTOLOGIA: 
 
OBJETIVOS: 
• Prevenir; 
• Manter atividades físicas, cognitivas; 
• Adequar e propiciar melhor qualidade de vida. 
 
MOTRICIDADE ORAL 
 
 
•MASTIGAÇÃO 
•DEGLUTIÇÃO 
 
Fisiologia normal da deglutição: 
 
Fase Oral (controle voluntário): lábios. Bochechas, língua, assoalho da boca, 
palato e dentes participam ativamente das fases preparatórias da deglutição, 
incluindo a manutenção dos alimentos na cavidade bucal, sua lateralização para 
mastigação e a formação do bolo. Quando a língua, que contém o alimento na sua 
depressão central, vai de encontro ao palato, o bolo é impulsionado para orofaringe; 
Fase faríngea (controle involuntário): 
 … Elevação da faringe pela ação do músculo estilofaríngeo e contração do 
músculo constrictor superior, aproximando sua parede posterior ao palato mole, 
dificultando, assim, o refluxo dos alimentos para a cavidade nasal; o movimento 
vigoroso da língua em sentido posterior determina, em toda a faringe, um importante 
aumento da pressão interna do órgão; 
… Anteriorização e elevação da laringe, contra a base da língua ocluindo a 
entrada das vias aéreas, que são ainda protegidas pela epiglote, pregas 
ariepiglóticas e pelas pregas vocais; esta movimentação aumenta o diâmetro da 
hipofaringe, o esôfago se alonga, havendo discreta queda da pressão interna do 
órgão; 
… Segue-se contração circular rápida e forte da parte alta da faringe contra o 
palato, desencadeando onda contrátil propulsiva no sentido crânio caudal, 
progredindo para a hipofaringe e esôfago; 
 Fase esofágica: passagem do bolo pelo esfíncter faringoesofágico, 
progredindo da parte superior do órgão para a inferior pela ação de contrações 
esofágicas coordenadas e peristálticas. Com a chegada do alimento, há a 
deflagração da sua atividade contrátil, relaxamento pressórico do esfíncter inferior do 
esôfago para facilitar a passagem do alimento para o estômago. Após transição 
esôfago-gástrica, o esfíncter inferior recupera seu tônus pressórico para dificultar a 
ocorrência de refluxo gastroesofágico. 
 
 
 
 
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DISFAGIA: Dificuldade de deglutição que interfere no transporte do bolo da boca ao 
estômago, decorrente de um processo agudo ou progressivo. Não é uma patologia, 
mas sim um sinal ou sintoma de alguma etiologia 
•orofaríngea 
•esofágica. 
 
 
ASPIRAÇÃO: Entrada freqüente de saliva ou de partículas de alimento nas vias 
aéreas (dieta/RGE). Pode desencadear complicações respiratórias, pneumonia, 
asfixia, desnutrição e desidratação. 
 
Etiologias da disfagia: 
�neurogênica 
� mecânica (iatrogênica) 
� induzida por drogas (iatrogênica) 
� psicogênica 
� presbifagia 
 
Disfagia Neurogênica:Causada por doenças neurológicas ou trauma. 
•doenças do SNC: AVE, poliomielite, ELA, Parkinson, PC, tumor cerebral, TCE, 
demências 
•doenças musculares: distrofia muscular óculo-faríngea, distrofia miotônica e 
miastenia gravis 
 
Disfagia Mecânica: Controle neurológico central e os nervos periféricos estão 
intactos, porém não há integridade nas estruturas anatômicas responsáveis pela 
deglutição (OFAs). 
’inflamações agudas dos tecidos da orofaringe;traumas (perfuro cortante, intubação 
endotraqueal); queimaduras inalatórias (substância cáusticas); divertículo de 
Zencker;CA cabeça e pescoço; cirúrgicas cabeça/pescoço, cardíacas, torácicas; 
radioterapia; osteófito cervical; acalasia; estenose esofágica. 
 
Disfagia Iatrogênica: termo utilizado para o distúrbio da deglutição causado por 
utilização de medicamentos ( + / - ) ou por atos cirúrgicos ou terapêuticos 
inadequados. 
Efeitos que podem alterar o processo da deglutição: diminuição do estado de alerta; 
redução da função faríngea por miopatia medicamentosa; diminuição na 
transmissão neuromuscular; desordens de movimento; aumento ou diminuição da 
saliva 
 
. nível de consciência: benzodiozepínicos (sedativos, hipnóticos, 
anticonvulsinantes), zolpiden, hidrato de cloral, hidroxine, antihistamínicos, 
neurolépticos, barbitúricos, fenitoína, carbamazepina, valproato 
. sialorréia: anticolinesterásticos (hetanecol), anticolinérgicos (prostigmina), 
clonazepan e clozapina; 
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. xerostomia: anticolinérgicos, antipsicóticos, captopril, clonidina, diuréticos, 
antidepressivos tricíclicos. 
. movimentos involuntários (discinesias, distonias, parkisonismos): neurolépticos 
. dismotilidade esofágica: anticoligérgicos, antipsicóticos, bloqueadores de 
canais de cálcio, relaxantes musculares, hipnóticos, teofilina, antidepressivos 
tricíclicos 
. motilidade faríngea: antibióticos aminoglicosídeos, toxina botulínica (espasmos 
cervicais), corticosteróides 
. lesão esofágica: ácido ascórbico, aspirina, doxiliclina, eritrominina, 
antiinflamatórios não-esteróides, cloreto de potássio, prednisona, tetaciclina 
 
Disfagia Psicogênica: Por ansiedade, depressão e conversivos.: 
�Fase oral aumentada 
�Fase faríngea normal; 
�Fisiologia normal de todas as estruturas 
 
Disfagia/Envelhecimento: 
No idoso há uma deterioração do sistema sensitivo e da função motora, 
decorrente do processo natural de envelhecimento 
 
 
 
 
 
 
SINAIS E SINTOMAS 
"engasgos, tosses e pigarros constantes sem estar se alimentando� voz 
molhada� tempo de refeição prolongado 
" aumento da freqüência de refeições� evitar algum tipo de alimento/consistência� 
isolamento durante a refeição 
" emagrecimento significativo 
" desidratação 
"regurgitação nasal 
"sensação de estase� dificuldade na mastigação 
" ingerir líquidos para auxiliar a deglutição� realizar múltiplas deglutições para o 
bolo alimentar pequeno� engasgos, tosse e pigarro freqüentes antes, durante e/ou 
após a refeição� apresentar incontinência salivar e alimentar,� dor torácica 
" febre 
 
 
 
 
 
O processo de envelhecimento não causa disfagia, entretanto deixa o 
mecanismo mais propenso à fragilização. 
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DISFAGIA: Características Fase Preparatória 
• incontinência labial; 
• incoordenação dos movimentos da língua; 
• amassamento do alimento com a língua contra o palato; 
• não tritura o alimento; 
• incapaz de lateralizar o bolo; 
• não forma bolo alimentar; 
• perda prematura do bolo alimentar para faringe ; 
 
DISFAGIA: Características Fase Oral 
• não centraliza o bolo alimentar; 
• não propulsiona o bolo alimentar; 
• redução do movimento ântero-posterior da língua; 
• contato língua-palato incompleto� tempo de trânsito oral aumentado; 
• perda prematura do bolo alimentar para faringe; 
• aspiração antes da deglutição; 
• Não desencadeia ato deglutição; 
• estase na cavidade oral. 
 
DISFAGIA: CaracterísticasFase Faríngea 
• não ocorre o fechamento velofaríngeo; 
• regurgitação nasal; 
• não ocorre elevação e/ou fechamento laríngeo; 
• tempo de trânsito faríngeo aumentado; 
• penetração e/ou aspiração durante a deglutição� disfunção do EES; 
• estase na região da faringe ou da laringe. 
 
DISFAGIA: Características Fase Esofágica 
• aspiração após a deglutição; 
• tempo de trânsito esofágico aumentado; 
• movimentos peristálticos reduzidos; 
• refluxo gastroesofágico 
 
 
DEGLUTIÇÃO/ENVELHECIMENTO 
Língua hipertrófica (crescimento de tecido conectivo e depósito de gordura); 
Diminuição da mobilidade de língua; 
Alteração da força de movimentação; 
Alteração de paladar (perda papilas gustativas); 
Perdas dentárias ou próteses mau adaptadas; 
Diminuição da força mastigatória; 
Fadiga alimentar. 
 
 
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Achados Videofluoroscópicos: tempo prolongado da fase preparatória; alteração na 
excursão do osso hióide; diminuição da elevação laríngea e proteção da V.A.; 
alteração na motilidade do EES; redução na amplitude da contração peristáltica do 
esôfago; atraso no esvaziamento esofágico; diminuição de pressão de repouso do 
EES; RGE. 
 
FISIOLÓGICO PATOLÓGICO 
Diminuição salivar Boca muito seca 
Lentificação da mastigação e deglutição Presença de bába 
Escolha de alimentos mais moles Grande dificuldade de mastigação 
Evitar várias refeições Movimentos repetitivos e incoordenados 
de língua e mandíbula durante 
mastigação 
Pouca tosse Deglutição múltipla do mesmo alimento 
Alterações do sabor Tosses e engasgos frequentes 
 Refluxo nasaL 
 Restos de alimentos em cavidade oral 
pós alimentação 
 Pigarro e halitose 
 Febres constantes 
 Voz rouca após as refeições 
 
 
 
TRATAMENTO FONOTERAPÊUTICO NO IDOSO 
 
¼Anamnese/rapport; 
¼ História clínica (HPP/HMA) e levantamento de dados; 
¼Avaliação clínica: cognição, aspectos anatomorfológicos e anatomofuncionais de 
OFAS, sensibilidade, sistema estomatognático, estado dentário e/ou uso de 
próteses; qualidade vocal, avaliação funcional da deglutição ( direta e indireta / 
ausculta cervical, oximetria de pulso, monitoramento vocal, aspectos gerais), 
avaliação da linguagem (testes,conversa espontânea),AVDs, AVDIs 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA DEGLUTIÇAO: 
••CCllíínniiccaa ((FFoonnooaauuddiioollooggiiaa));; 
 •• VViiddeeoofflluuoorroossccóóppiiccaa;; 
 •• NNaassooffiibbrroollaarriinnggoossccóóppiiccaa;; 
 
 
 
 
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AAvvaalliiaaççããoo CCllíínniiccaa:: EEXXAAMMEE 
 
Sistema Estomatognático:Aspecto; Postura; Tônus; Mobilidade; sensibilidade; 
Dentição; Salivação; Ato motor da deglutição; RReefflleexxooss ppaattoollóóggiiccooss;; MMaassttiiggaaççããoo;; 
DDeegglluuttiiççããoo 
¾¾ MMaassttiiggaaççããoo:: mmooddoo;; tteemmppoo;; pprrooffiicciiêênncciiaa;; aajjuuddaa ccoomm llííqquuiiddoo;; ccoonnttiinnêênncciiaa 
aalliimmeennttaarr;; ssiinnaall ddee ppeenneettrraaççããoo//aassppiirraaççããoo aanntteess ddaa ddeegglluuttiiççããoo 
 
 
¾¾ Deglutição:tempo; ajuda com líquidos; elevação laríngea; n° 
deglutições/bolo; qualidade vocal; sinal de penetração/aspiração durante ou 
após a deglutição; aalltteerraaççããoo rreessppiirraattóórriiaa;; rreegguurrggiittaaççããoo nnaassaall;; ssaaííddaa ddee 
aalliimmeennttoo ppeelloo ttrraaqquueeoossttoommaa;; pprreesseennççaa ddee ttoossssee;; sseennssaaççããoo ddee eessttaassee;; 
mmaannoobbrraass ffaacciilliittaaddoorraass.. 
 
 
oo DDeeffiinniiççããoo ddaass ccoonnddiiççõõeess ppaarraa VVOO ((ccuurrttoo ee lloonnggoo pprraazzoo));; 
oo CCooggnniiççããoo ee eessttaaddoo ddee aalleerrttaa;; 
oo TTeemmppoo ddee ddeemmoorraa nnaa iinnggeessttããoo ddaa ddiieettaa;; 
oo EEppiissóóddiiooss ddee ppeenneettrraaççããoo ee aassppiirraaççããoo (( ddeeffeessaa ddee VVAAss));; 
 
 
¼Diagnóstico; 
¼Planejamento terapêutico 
Estimulações orofaciais extra e intra orais; estimulações sensoriais 
(órgãos dos sentidos: olfativas, gustativas, visuais, auditivas, táteis); 
estimulações direta e indireta da deglutição; estimulações lingüísticas, 
estimulações cognitivas; 
¼Exames complementares (nível cognitivo); 
¼Discussão do caso. 
 
PROCEDIMENTOS FONOTERAPÊUTICOS: 
 
#Otimização do Nível Cognitivo; 
# “Higiene Oral”; 
 #Estimulação Sensório-motora oral; 
#Postura; 
#Mobilidade do Sistema Estomatognático; 
#Deglutição; 
#Cuidados com traqueostomia; 
 #Orientações 
 
 
 
# OTIMIZAÇÃO DO NÍVEL COGNITIVO: 
- Estimulação sensorial global (órgãos dos sentidos); 
-Orientações quanto a participação do acompanhante; 
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#HIGIENE ORAL 
- Retirada de restos alimentares e outros resíduos, como secreções, fluídos ou 
excesso de saliva instalados na cavidade bucal; 
- Objetivo: propriocepção oral, melhorar a aferência oral (gosto, 
temperatura,tato); 
- Diminuir risco de proliferação de bactérias; 
- Modificação ao longo do tempo da configuração do tecido que recobre a 
língua (cobertura esbranquiçada formada por resíduo alimentar, de difícil 
retirada); 
- Procedimento ensinado ao cuidador e auxiliar de enfermagem ou realizado 
pelo próprio idoso se o mesmo apresentar condições para efetuação de tal 
procedimento; 
Fatores: frequência de alimentação via oral, presença ou ausência de estase salivar 
em cavidade bucal, hiposalivação, produção abundante de secreção, dificuldade 
para cuspir. 
 
#ESTIMULAÇÃO SENSORIO-MOTORA ORAL: 
•Massagem digital extra e intra oral;•Variedade de odores, sabores, texturas e 
temperaturas;•Adequar padrões musculares inadequados. 
 
#POSTURA: 
Com o envelhecimento ocorre uma diminuição de estatura, devido ao achatamento 
das vértebras, cifose dorsal e presença de osteófitos; que muitas vezes agravam a 
deglutição. Faz-se necessário o uso de manobras posturais com o objetivo de 
adequar o padrão de deglutição. 
 O posicionamento do paciente durante alimentação é um dos principais 
cuidados tomados, a fim de evitar a ocorrência da aspiração pulmonar. 
 
( Cuidados especiais para idosos acamados: contraturas musculares, úlceras 
de pressão) 
 
#MOBILIDADE DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO: 
 
* TÉCNICAS INDIRETAS: exercícios de mobilidade do SSMO, estimulação do ato da 
deglutição, exercícios de proteção de VAs) 
 
# CONTROLE MOTOR ORAL DO BOLO 
� elevar/abaixar a ponta de língua, 
� elevar/abaixar o dorso de língua, 
� protruir e retrair a língua, 
� lateralizar a língua, 
� varredura de palato, 
� manipulação intra-oral de garrote, 
� gaze embebida 
 
 
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# ESTIMULAÇÃO DA DEGLUTIÇÃO 
� espelho laríngeo 00 ou 0 gelado 
� água congelada numa seringa de 5ml ou menor 
� água congelada na luva ou dedeira 
� gelo picado/ água gelada 
(utilizar técnica dos 4 dedos para verificar elevação e anteriorização laríngea) 
 
#PPRROOTTEEÇÇÃÃOO DDAA VVIIAA AAÉÉRREEAA 
� empuxo, 
� ataque vocal brusco, 
� tosse + som vocálico, 
� deglutição incompleta sonorizada, 
� pressão sobre a cartilagem tireóide, 
� mudança de postura de cabeça, 
� variação tonal 
� protrusão e retração da língua 
 
Terapia indireta: 
� Exercícios de motricidade oral 
� Trabalhar a sensibilidade extra e intra oral (Materiais diferentes, 
temperatura) 
� Inibição dos reflexos patológicos 
 
Reflexo de procura: tocar os pontos cardiais, um de cada vez, ao mesmo 
tempo que se impede a movimentação de cabeça em direção à fonte; 
 Reflexo de sucção: o estímulo é dado tocando-se os lábios que devem ser 
mantidos relaxados ou um pouco retraídos, impedindo a sua protrusão; 
 RReefflleexxoo ddee mmoorrddiiddaa:: ssããoo ddaaddooss ttooqquueess nnaass ggeennggiivvaass,, llaatteerraallmmeennttee,, aaoo 
mmeessmmoo tteemmppoo eemm qquuee aa mmaannddííbbuullaa éémmaannttiiddaa ffiirrmmeemmeennttee oocclluuííddaa,, iimmppeeddiinnddoo--
ssee mmoovviimmeennttooss vviiggoorroossooss ddee aabbeerrttuurraa ee ffeecchhaammeennttoo;; 
 RReefflleexxoo ddee vvôômmiittoo:: éé ttooccaaddaa aa rreeggiiããoo ddaa llíínngguuaa eemm qquuee oo rreefflleexxoo eesstteejjaa 
 pprreesseennttee ee sseegguurraa--ssee,, ffiirrmmeemmeennttee ssuuaa ppoonnttaa ccoonnttrraa oo aassssooaallhhoo ddaa bbooccaa,, 
aaoo mmeessmmoo tteemmppoo qquuee éé ffoorrççaaddaa eemm ddiirreeççããoo ppoosstteerriioorr,, iimmppeeddiinnddoo ddeessttaa mmaanneeiirraa 
ssuuaa pprroottrruussããoo.. 
 
•TÉCNICAS DIRETAS (modificações nas características da dieta: 
consistência, textura e volume; posicionamento da dieta na cavidade oral; controle 
do bolo alimentar; manobras posturais de cabeça; deglutição supraglótica; 
deglutição super-supraglótica; manobra de Mendelsohn) e/ou indiretas 
 
 
Terapia direta: introdução da dieta por via oral, utilizando manobras 
terapêuticas quando necessárias 
 
�� CCOONNSSIISSTTÊÊNNCCIIAA -- Começar com o que for mais fácil para o paciente e ir 
aumentando a dificuldade a medida em que a terapia evolu;. 
�� VVOOLLUUMMEE -- Deve ser de acordo com as possibilidades do paciente 
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 Os volumes muito pequenos são utilizados mais para a estimulação 
gustativa; 
 Em pacientes com hipo sensibilidade intra-oral para quantidades pequenas 
podem provocar micro-aspirações; 
 Volumes maiores como de 3 a 5 ml fornecem mais pistas para o paciente 
sendo mais funcional. 
�� TTEEMMPPEERRAATTUURRAA -- ROSENBEK et al. relata que os alimentos frio tem um tempo 
diminuído no transito oral, com melhora no disparo do reflexo da deglutição. 
 Os alimentos frios dão mais pistas ao paciente porque diferem da 
temperatura da cavidade oral. 
 Os alimentos com temperatura mais morna podem relaxar as estruturas da 
 cavidade oral dando ao paciente maior tempo de preparo do bolo. 
��PPOOSSTTUURRAA CCOORRPPOORRAALL – Sempre que possível 90° 
 
 
 Mudança de Postura de Cabeça (indicadas conforme 
particularidades/necessidades do paciente) 
 
 1CABEÇA PARA BAIXO (fases: preparatória, oral e faríngea) 
Objetivos: Fechamento laríngeo (Proteção V.A) e Manutenção do alimento em 
cavidade oral 
Indicações: Paralisia laríngea; Aspiração antes e/ou durante a deglutição; Falta de 
controle oral e mobilidade de língua; Sensibilidade oral e/ou faríngea alterada 
 
 1CABEÇA PARA TRÁS (fase oral) 
Objetivos: Facilitar a ejeção e Diminuir o tempo de trânsito oral 
Indicação: Mobilidade de língua comprometida 
Contra-indicado: Risco de aspiração antes e/ou durante a deglutição 
 
 1CABEÇA INCLINADA (fases: preparatória, oral e faríngea) 
Objetivos: Manutenção do alimento em cavidade oral; Ejeção da boca até o esôfago 
pelo lado inclinado; 
�Indicações: Falta de controle oral (mobilidade de língua); Sensibilidade oral e/ou 
faríngea alterada; Paralisia de constritores faríngeos unilateral; Paralisia laríngea 
unilateral;Ressecções de hemilaringe 
 
 1CABEÇA VIRADA (fase faríngea) 
Objetivos: Proteção de V.A.; Facilitar a passagem da faringe para esofâgo 
�Indicações: Paralisia de constritores faríngeos unilateral; Paralisia laríngea 
unilateral; Ressecções de hemilaringe; 
 1COMBINADAS (fases: preparatória, oral e faríngea) 
Objetivos: variados 
�Indicações: diversas 
 
 1MANOBRA SUPRAGLÓTICA (fase faríngea) 
Objetivos: Manter fechamento glótico prolongado; Aumentar o tempo de apnéia da 
deglutição 
- Fonoaudióloga Isabela Vono - 
 
Indicações: Aspiração/penetração durante a deglutição; Sensibilidade laríngea 
prejudicada; Cognitivo preservado 
 
Procedimento: 
•Antes de deglutir, prender a respiração (apnéia) 
•Deglutir 
•Pigarrear 
•Deglutir 
•Volta a respirar 
 
 1 MANOBRA SUPER SUPRAGLÓTICA (fase faríngea) 
Objetivos: Manter fechamento glótico prolongado; Promover fechamento supraglótico 
- base de língua 
§Indicações: Aspiração/penetração durante a deglutição; Sensibilidade laríngea 
prejudicada; Cognitivo preservado 
 
Procedimento: 
•Antes de deglutir, prender a respiração (apnéia) 
•Deglutir com muita força cervical 
•Pigarrear 
•Deglutir com esforço 
•Volta a respirar 
 
 1MANOBRA MENDELSOHN (fase faríngea) 
Objetivos: Promover elevação laríngea; Auxiliar na abertura do EES; 
Indicações: Elevação laríngea prejudicada; Cognitivo alterado 
 
Procedimento: 
•Passivo: terapeuta eleva laringe e a mantém 
•Ativo: Pc inicia a deglutição, mantem a laringe elevada até o término 
 
Terapia direta: 
 
 1MANOBRA MASAKO (fase faríngea) 
Objetivos: Melhorar a passagem do bolo da boca para o esôfago; Minimizar estase 
em recessos faríngeos; 
§Indicações: Paresia, fraqueza ou hipotonia de constritores da faringe; Cognitivo 
preservado 
 
Procedimento: •Deglutir com a língua entre os dentes 
 
 1MANOBRA de LIMPEZA DOS RECESSOS FARÍNGEOS (fase faríngea) 
• Múltiplas deglutições (deglutições secas) 
• Deglutição dura (com esforço) 
• Emissão de fonemas guturais (“ri ri ri”) 
• Estalos de lábios protraídos 
- Fonoaudióloga Isabela Vono - 
 
• Valsava (deglutição com esforço inclusive abdominal) 
• Valsava modificada (cabeça para trás, inflar bochechas e soprar com esforço 
e deglutir) 
• Intercalar deglutições com sólidos e líquidos 
 
A terapia fonoadiológica é individualizada, personalizada para cada paciente 
conforme suas necessidades, nível de cognição/compreensão, capacidades 
musculares e funcionais sempre respeitando capacidades, limites físicos e contexto. 
 
#PRODUÇÃO DE SALIVA 
Quanto à produção de saliva, ocorre uma diminuição com o avanço da idade que 
poderá influenciar o desempenho da fase de preparo e ejeção do bolo, levando o 
idoso a consumir maiores quantidades de líquidos durante as refeições. 
 
#DEGLUTIÇÃO 
•Monitoramento verbal; 
•Intermediação com colher vazia; 
• Inspeção oral; 
 
# TRAQUEOSTOMIA: 
o Altera coordenação deglutição/respiração; 
o Limita a elevação laríngea; 
o Diminui a sensibilidade laríngea por desvio do fluxo aéreo e com a presença 
do balonete; 
o Disfunção nas pregas vocais 
o Compressão esofágica com o balonete; 
o Pressão subglótica: probabilidade de aspiração. 
 
#ORIENTAÇÕES: 
o Estar acordado, alerta e bem disposto enquanto come; 
o Alimentar-se sentado (se não for possível, elevar cabeceira da cama); 
o Quem oferece o alimento deve se posicionar na mesma altura do paciente 
o Usar ordem verbal (“engula”, “coma devagar”, “mastigue bem”); 
o Utilize colher pequena e coma pequenas quantidades de comida para evitar 
engasgos; 
o Alimentar-se em lugar tranqüilo e iluminado; 
o Retirar fatores distrativos (TV, rádio); 
o Adequar utensílios (T.O.)(talheres, pratos); 
o Comer uma colherada de cada vez; 
o Mastigar bem e devagar; 
o Sentir bem o gosto dos alimentos 
o Garantir engoliu tudo antes da próxima colherada; 
o Variar sabor e temperatura; 
o Realizar higienização oral pós-refeição; 
o Não se deitar logo após refeição para garantir o esvaziamento completo do 
conteúdo alimentar do esôfago; 
- Fonoaudióloga Isabela Vono - 
 
 
O FATO DE DEGLUTIR SALIVA OU ACEITAR PEQUENA QUANTIDADE DE 
ALIMENTAÇAO NÃO É 
SUFICIENTE PARA ELEGER ALIMENTAÇÃO EXCLUSIVA POR VIA ORAL. 
 
O estabelecimento da via alimentar deve ser um procedimento cuidadoso, realizado 
com base no padrão de deglutição do paciente e em seu estado geral de saúde. 
Requer um amplo conhecimento do caso, assim como das síndromes geriátricas que 
acometem vários sistemas, gerando, além de problemas orgânicos, alterações de 
ordem motora e geral, prejudicando atividades como alimentação. 
 
Vias de Alimentação: 
o Sonda nasoenteral; üGastrostomia; 
o Oral; 
o Mista: Transição da alimentação / Manutenção do prazer alimentar; 
 
 
Escolhada via de alimentação 
Discussão com a equipe; 
Co-morbidades; 
Desempenho da dinâmica de deglutição; 
Aceitação de volume; 
Nível cognitivo; 
Nutrição; 
Hidratação. 
Medicação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
Indicação: avaliação clínica prévia; pacientes com desordem da deglutição com risco 
de broncoaspiração; obter excelência no diagnóstico da alteração da deglutição e 
sua etiologia; definição conduta; 
Contra-indicações : Segurança na deglutição / julgamento clínico; Sinais clínicos de 
aspiração; Comprometimento respiratório grave; Rebaixamento cognitivo; 
Instabilidade clínica importante 
 
 
 
 
A deglutição permanece segura nos idosos sadios. O fato de lentificar a deglutição pode 
permitir um tempo para adquirir geração de pressão adequada, o que significa que os 
idosos podem e devem se esforçar para produzir pressões de deglutição adequadas, por 
meio de exercícios fonoaudiológicos. As doenças relacionadas com a idade expõe os 
pacientes a um maior risco de disfagia comprometendo consequentemente seu estado 
- Fonoaudióloga Isabela Vono - 
 
Metodologia da videofluoroscopia da deglutição orofaríngea 
•Testar diferentes consistências e quantidades de alimento no plano lateral e ântero-
posterior; 
•Deglutição de bário: 4 consistências 
 Volume testado: 5, 10, 20 ml, 200ml 
•Visão Ântero-posterior - Escolpar pulmão e deglutição de bário puro 
•Visão Lateral 
•Sólido com bário 
• Pastoso grosso 
•200 ml bário puro 
•líquido ( água + bário ) 
••Visão oblíqua: Estudo do esôfago; Radiologista (Fase esofágica) 
 
•Avaliação funcional da deglutição; 
•Detectar a disfagia, a sua etiologia e a penetração e/ou aspiração; 
•Permitir a visualização de todas as fases da deglutição; 
•Testar a efetividade das manobras terapêuticas e técnicas posturais;•Evoluir o 
estado nutricional do paciente; 
•Definir a melhor consistência e volume de alimento via oral; 
Vantagens: 
 * Detecção de alterações funcionais 
 * Definição de posturas compensatórias e manobras 
• Qualquer faixa etária 
DESVANTAGENS: 
 * Uso do contraste 
 * Não avalia anormalidades estruturais 
 * Método caro e pouco disponível 
 
Fibronasolaringoscopia da deglutição 
 
•Avaliação estrutural 
•Não é possível quantificar penetração ou aspiração 
•Black out deglutição 
•Testar a efetividade das manobras e das posturas 
• Definição de condutas 
 
•Avaliação estrutural 
 (cavidade nasal, E.V.F., faringe, laringe) 
•Avaliação funcional : Fibroscópio na nasofaringe 
 Voz : Emissão de vogal sustentada 
(Coaptação glótica, movimento mucoondulatório) 
 
 Deglutição: Testar 3 consistências + corante (Perda prematura do 
bolo, aspiração ou penetração, estase em recessos faríngeos e sensibilidade 
laríngea) 
 
 
- Fonoaudióloga Isabela Vono - 
 
VANTAGENS 
•Detecção de alterações estruturais; 
•Avaliação da sensibilidade laríngea; 
•Avaliação no leito; 
•Ausência da radiação e de contraste; 
•Menor custo. 
 
DESVANTAGENS 
 
•Avaliação parcial da deglutição; 
•Cooperação do paciente. 
 
 
AUDIÇÃO/EQUILÍBRIO 
 
 
 
Condutiva: bloqueio na transmissão das ondas sonoras através do ouvido externo e 
médio (rolha de cerúmen, otite média, calcificação entre os ossículos). Tendência a 
falar baixo; percepção melhor da própria voz. Importância da inspeção otoscópica. 
 
Neurossensorial: alteração do ouvido interno, nervo auditivo ou vias auditivas 
corticais. Os níveis auditivos para as diferentes freqüências são desiguais. Os 
pacientes apresentam melhor audição para sons de baixa freqüência (sons graves). 
Sentem-se incomodados com a fala alta e apresentam dificuldade de ouvir a fala 
quando o ruído de fundo é alto. (Presbiacusia, Ototoxicidade, D. Meniere, Ï ruídos). 
 
• A fala é alta, bilateral, usualmente simétrica, com tendência a não 
discriminar e entender o que é dito. Os sons altos são entendidos com 
precariedade. É lentamente progressiva e ocorre uma diminuição da 
sensibilidade para sons de alta freqüência. 
 
•Presbiacusia: 
–Decréscimo fisiológico da audição; 
–Cuidados: exposição a ruidos intensos, uso indiscriminado de medicamentos, 
histórico (atividade profissional, hábitos de vida, doenças) 
– Problemas de alerta e defesa; 
–Dificuldades de comunicação 
–Isolamento social; 
–Diminuição da compreensão da fala; 
–Dificuldade maior em ouvir em ambientes ruidosos; 
–Maior queixa de que escutam, mas não entendem o que está sendo dito; 
–Dificuldade maior para sons agudos;–Irritação, raiva, constrangimento, tristeza 
 
 AASI (Aparelho de Amplificação Sonora Individual) 
 
- Fonoaudióloga Isabela Vono - 
 
VOZ 
 
Presbifonia: processo de deterioração vocal inerente a idade decorrente da perda 
natural da eficiência biomecânica do organismo, que é variável para cada indivíduo 
conforme sua saúde, treino de voz e história de vida. Deve ser compreendida como 
parte do processo de envelhecimento normal e não como uma desordem vocal. 
–Alteração da qualidade vocal; 
– Ïnasalidade e Ð intensidade; 
– Ðtempo máximo de fonação; 
– Ï pausas articulatórias; 
– Ðvelocidade de fala; 
 
Orientações: 
•Hidratação constante; 
•Dieta equilibrada e diversificada; 
•Exercícios respiratórios; 
•Alongamento e atividades físicas; 
•Não cometer abusos vocais. 
Deve-se pesquisar pelo motivo da alteraçao vocal (tumores, doenças musculares 
e/ou degenerativas progressivas...). 
 
LINGUAGEM 
 
Afasia: termo que designa o distúrbio que afeta todos os aspectos da 
linguagem (compreensão e expressão), em decorrência de uma lesão 
cerebral. A afasia em si não é uma doença, mas um sintoma complexo 
relacionado a uma desordem neurofisiológica que envolve os 
mecanismos cerebrais. O distúrbio de linguagem pode vir acompanhado 
de modificações no comportamento, nas esferas intelectuais e 
emocionais, nas atitudes e na personalidade.Os distúrbios afásico não 
são relativos somente à localização, extensão e severidade da lesão, 
mas aos hábito, experiências, educação e inteligência do indivíduo. 
 
Causas mais frequentes do desenvolvimento da afasia: 
o Distúrbios vasculares (AVEs); 
o Infecções; 
o Tumores; 
o Traumas cranianos; 
o Doenças desmielizantes; 
o Distúrbios tóxicos; 
o Idiopáticas; 
o DOENÇAS DEGENERATIVAS (perda de neurônios e 
consequente atrofia cerebral) 
- Fonoaudióloga Isabela Vono - 
 
 
 
O Hemisfério Esquerdo é considerado o hemisfério “especializado na 
fala e linguagem”. A área de BROCA, no lobo frontal (região anterior), é 
a área nobre do processamento motor da fala (expressão); a área de 
WERNICKE, no lobo temporal (região posterior), é a área nobre do 
processamento sensorial da fala (compreensão). 
Alguns distúrbios da comunicação humana, como as afasias, originam-
se de lesões focais do HE; outros como decorrentes das doenças 
degenerativas, têm sua origem em lesões difusas nos dois hemisférios. 
 
Distúrbios específicos de linguagem relacionados mais freqüentemente 
aos quadros de lesões no HE: perda total da linguagem; neologismo; 
disprosódia; manutenção da fala automática com redução da fala 
intencional; ecolalia, anomia; dificuldade de acessar o léxico ou 
recuperar informações a ele referentes; agramatismo; parafasia; 
linguagem perseverativa; distúrbios pragmáticos e discursivos. 
 
Distúrbios específicos de linguagem relacionados mais freqüentemente 
aos quadros de lesões no HD: dificuldade em adequar a linguagem e o 
discurso ao contexto de produção; usar linguagem contextualizada 
quando houver necessidade de negociação de sentido (entre os 
interlocutores) para o desenvolvimento natural do diálogo; processar 
lingüisticamente os vários aspectos semânticos do léxico; processa 
habilidade de nível textual; processar prosódia; percebere organizar as 
informações que envolvam aspectos emocionais da comunicação; 
processar informações referenciais e inferenciais; lidar lingüisticamente 
com ambigüidade. 
 (Mac Kay et al ,2003) 
 
 
 
Avaliação (doenças neurogênicas): 
 Uso de testes e de protocolos tais como: Afasia de Schuell, teste 
de Boston para afasia, teste de afasia Rio de Janeiro, protocolo de 
avaliação motora oral, protocolo de comunicação funcional de M.T. que 
normalmente abragem aspectos de repetição, nomeação, leitura, relato 
de estória ou texto descritivo de figura e análise de conversa 
espontânea. 
 
- Fonoaudióloga Isabela Vono - 
 
Avaliação de linguagem em pacientes com DEMÊNCIA 
 
Linguagem nas demências 
 
Comprometimentos mais comuns: 
•Dificuldade em definir, nomear objetos ou itens de uma categoria; 
•Dificuldade de associar palavras; 
•Dificuldade em processar significado; 
•Decrescente sensibilidade ao contexto comunicativo; 
•Dificuldade na tradução de idéias em símbolos linguísticos; 
•Problemas com pensamentos abstratos, raciocínio e compreensão 
de relações lógicas; 
•Déficits no raciocínio verbal; 
•Dificuldades com ambiguidades; 
•Dificuldades com reprodução de histórias; 
•Discurso com tendência repetitiva; 
•Problemas de interação; 
•Decréscimo gradual do vocabulário, 
....dentre outros. 
 
Avaliação: Parâmetros das avaliações das doenças neurogênicas + 
avaliação do estado mental (atenção, orientação, linguagem, fala, 
habilidades visuo-espaciais, memória, habilidades de abstração e 
funções executivas). Deve-se analisar também: memória verbal e não 
verbal, construção visuo espacial, orientação espaco-temporal, raciocínio 
linguístico, repetição, leitura/escrita, nomeação, compreensão auditiva, 
fluência e qualidade de conversa espontânea. 
 
(MINI-MENTAL •TESTE DE LISTA DE PALAVRAS DO CERAD 
(MORRIS et al, 1989; BERTOLUCCI et al, 1998); •FLUÊNCIA VERBAL 
(1 minuto), TESTE DO RELÓGIO; Teste de Boston (teste de descrição 
da Figura da cena do roubo do biscoito). 
 
Cuidados e relações do dia-a-dia 
•Ouvir com atenção; 
•Falar de frente ao ouvinte; 
•Falar uma pessoa de cada vez; 
•Manter contato visual; 
•Vocabulário simples; 
•Utilizar linguagem gestual como apoio; 
- Fonoaudióloga Isabela Vono - 
 
•Conversar em locais tranquilos e iluminados 
•Ser direto; 
•Evitar questões abertas (ex: . Onde vamos? ☺ Vamos ao 
supermercado?); 
 
 
DEMENCIA AFASIA 
Início gradual do problema (geralmente) Início rápido do problema 
Lesão cerebral bilateral Lesão no hemisfério esquerdo 
Pode apresentar variações de humor, 
retraimento, agitação 
Apresenta humor apropriado, embora ocorram 
fases de depressão e demonstração de 
frustração 
Cognição moderada ou severamente 
comprometida, mas as habilidades de 
linguagem mantém-se até estágios mais 
tardios 
Habilidades de linguagem comprometidas, 
mas a cognição preservada 
Problemas de memória em graus 
variados 
Memória preservada 
Comportamento desorganizado e 
socialmente inapropriado 
Comportamento organizado e socialmente 
apropriado 
Confusão mental e desorientação de 
tempo e espaço 
Aspectos mentais e orientação espaço-
temporal preservados 
Desorientação do “eu” nos estágios mais 
tardios 
Não há desorientação do “eu” 
Deterioração progressiva da performance 
semântica para a sintática e fonológica 
Performances sintático-semântica e fonológica 
comprometidas ao mesmo tempo. 
Fluência até o início do estágio severo Fluência e não- fluência 
Respostas pouco corretas para tarefas 
de reconhecimento espacial e verbal 
Respostas relativamente corretas para tarefas 
de reconhecimento espacial verbal 
Problemas nas habilidades de reconto de 
estórias 
Melhor habilidade de reconto de estória 
Problemas na descrição de objetos 
comuns 
Melhor habilidade na descrição de objetos 
comuns 
Compreensão do texto em situação 
deleitura silêncios prejudicada 
Melhor compreensão do texto em situação de 
leitura silenciosa 
Pior habilidade nas tarefas de desenho Melhor habilidade nas tarefas de desenho 
 
 
 
 
 
 
Os objetivos terapêuticos apóiam-se na manutenção da qualidade da 
comunicação do paciente ou, em casos mais avançados, do mínimo 
necessário para uma comunicação rotineira. 
Afasia e demência podem ocorrer juntas: um paciente afásico pode desenvolver uma doença 
neurológica que resulte em demência; um paciente com demência pode sofrer um AVE que 
resulte em uma afasia e, ainda há casos em que pacientes com afasia podem ser 
confundidos com pacientes com demência e há pacientes com demência que apresentam 
sintomas afásicos (Mac Kay et al, 2003) 
- Fonoaudióloga Isabela Vono - 
 
Referências Bibliográficas: 
 
CHAIMOVICZ, Flavio – A saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século XXI: 
problemas, projeções e alternativas. Rev. Saúde Publica, 31 (2): 184-200, 1997 
COSTA, M.; CASTRO, L.P. – Tópicos em Deglutição e Disfagia – Editora Medsi, 
RJ, 2003. 
FREITAS, E.V et al – Tratado de Geriatria e Gerontologia – Editora Guanabara 
Koogan: RJ, 2002; 
FURKIM, AM; SANTINI, CS – Disfagias Orofaríngeas - Pró-fono – SP, 2001; 
JACOBI, Juliana. Disfagia: Avaliação e tratamento. Revinter, 2003 
MACEDO FILHO, E.D. e col. - Disfagia: Abordagem multiprofissional. São Paulo. 
Frôntis Editora, 1999 
MACEDO FILHO, E.D. e col. - Manual de cuidados do paciente com disfagia. São 
Paulo, Lovise, 2000 
MAK KAY, APMG; ASSENCIO-FERREIRA,VJ; FERRI-FERREIA, TMS Afasias e 
demências: Avaliação e tratamento fonoaudiológico. Santos Editora: SP, 2003 
VIDIGAL, MLN; RODRIGUES< KL; NASRI,F – Efeitos do envelhecimento sadio na 
deglutição In HERNANDEZ, A.M.; MARCHESAN, I. – Atuação Fonoaudiológica no 
Ambiente Hospitalar - Editora Revinter, RJ, 2001; 
OLIVEIRA, S.T. (org.) – Fonoaudiologia Hospitalar - Editora Lovise. SP, 2003. 
RIOS, I.J.A. – Fonoaudiologia Hospitalar – Coleção CEFAC – Pulso Editorial – SP, 
2003; 
RUSSO, I – Intervenção Fonoaudiológica na Terceira Idade – Editora Revinter, 
RJ, 1999. 
SUSUKI, H.S – Idoso. Coleção CEFAC – Pulso Editorial – SP, 2003; 
 
Anotações Aulas Pós-graduação em Reabilitação do Idoso – CIAPE/FELUMA (Profs. 
Drs. Ana Cristina Faria, Maria de Mello, Edgar Nunes entre outros)/2005 
Anotações Aulas/ Grupos de Estudos – Fga. Laelia C. Vicente/2005 
 
www.abraz.com.br 
www.ciape.org. 
www.sbgg.org.br 
www.who.org,br 
www.gerontologia.com.br 
www.parkinson.org.br 
http://www.psiqweb.med.br/geriat/alzh.html 
 
Sugestão para leitura complemetar: 
 
Disphagic patients with tracheotomies: a multidisciplinary approach to treatment and 
decannulation management. DISPHAGIA: 22: 20- 29 (2007). Ulrike Frank, MSc; 
Mark Mader PHd and Heike Sticher 
 
Short-Term Effects of Endotracheal Intubation on Voice. Journal of Voice, Vol. 21, 
No. 6, 2007. 
Fonoaudióloga Isabela Vono - isavono@yahoo.com.br

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