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Intoxicação exógena por agrotóxicos no Brasil:

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Universidade Federal do Tocantins - Campus de Palmas
Curso de Medicina
Disciplina: Saúde do Trabalhador 
 Intoxicação exógena por agrotóxicos 
Docente: Frederico Leão
 Acadêmicos:
Aline Aguiar de Araujo
Amanda Teixeira de Melo
João Pedro Costa Duarte
Nadine Nair de Pina Tavares
Raíssa Nunes Bezerra de Sá
 
 
 
 
Introdução
 	Atualmente a agricultura é uma das profissões que tem apresentado mais riscos ocupacionais. Dentre os riscos, destacam-se os agrotóxicos, causa de vários danos ambientais como a degradação de recursos naturais não renováveis, desequilíbrio e destruição da fauna e flora, a poluição e, sobretudo, causa de intoxicações agudas e doenças crônicas, especialmente entre os trabalhadores rurais. A Organização Internacional do Trabalho estima que, 500 milhões de indivíduos no mundo inteiro se expõem a estas substâncias por meio do trabalho agrícola. Entre os trabalhadores dos países em desenvolvimento, os agrotóxicos causam 3 milhões de intoxicações agudas e doenças crônicas por ano, sendo que 220 mil evoluem para óbito e pelo menos 7 mil doenças não-fatais devido aos pesticidas. 
 	Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer, noticiado em 08/04/2015) o consumo de agrotóxicos no Brasil aumentou de 2 bilhões de dólares para mais de 7 bilhões de dólares em 2001 e 2008, atingindo valores recordes de 8,5 bilhões em 2011. No ano de 2009, o Brasil tornou-se o maior consumidor mundial de agrotóxico. 
 	A intoxicação crônica caracteriza-se pelo surgimento tardio, após meses ou anos, por exposição pequena ou moderada a produtos tóxicos ou a múltiplos produtos, acarretando danos muitas vezes irreversíveis nos indivíduos expostos. Segundo o Protocolo de Atenção à Saúde dos Trabalhadores Expostos a Agrotóxicos, elaborado pelo Ministério da Saúde em 2006, as patologias relacionados à intoxicação crônica por agrotóxicos podem ser desde dermatites a neoplasias, como mieloma múltiplo e leucemia; anemia aplásica; transtornos mentais, como alterações cognitivas e episódios depressivos; doenças do sistema nervoso como distúrbios do movimento, polineuropatias e encefalopatia tóxica; oculares, como neurite óptica e distúrbios da visão; alterações auditivas, circulatórias, respiratórias e digestivas.
 	Devido à expansão da população, um dos grandes desafios para a humanidade é a produção de alimentos e áreas agricultáveis estão em constante disputa com as áreas de urbanização e industrialização, o que fortalece a ideia de que o uso de agrotóxicos é indispensável à maior produtividade agrícola. Apesar das diversas publicações quanto aos riscos do uso de agrotóxicos na saúde humana, a sua utilização indiscriminada, o consequente desrespeito às normas básicas de segurança, a livre comercialização e a subnotificação dos casos contribuem para o agravamento dos quadros de contaminação humana e ambiental observados no Brasil. 
 	O estado do Tocantins possui uma posição geográfica estratégica que, aliada à abundância de recursos naturais, o torna um espaço ideal para a expansão da agricultura. Com a expansão agrícola, aumentou-se o consumo de agrotóxicos, os quais constituem insumos de fundamental importância no manejo de pragas, ervas daninhas e agentes causadores de doenças.Todavia, o seu uso inadequado pode provocar efeitos indesejáveis tanto ao meio ambiente quanto à saúde pública. Deste modo, a legislação de agrotóxicos estabelece competências aos setores da agricultura, saúde e meio ambiente com o objetivo de reduzir os problemas decorrentes de sua má utilização (ADAPEC, 2008). 
Metodologia
 	A metodologia deste trabalho consistiu em buscas sistemáticas em bases de dados bibliográficas nacional e do Estado do Tocantins. Para isso, foram utilizados portais de periódicos online e banco de dados das bibliotecas virtuais de Universidades. Os portais pesquisados foram: Scielo, Google Acadêmico, SINITOX, SINAN, site da Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins(adapec), Portal Eco Debate, Banco de Teses CAPES, site do Ministério da Saúde na área de intoxicação por agrotóxicos. Foram utilizados todos os registros de artigos publicados entre 2011 e 2016. A busca bibliográfica excluiu os artigos que não apresentavam texto completo, bem como os artigos que não se encaixavam no perfil específico da pesquisa. 
Referencial teórico
Há diferenças entre os sistemas de produção em países em desenvolvimento e países desenvolvidos: Nos primeiros, a prática agrícola, consiste, sobretudo na cultura familiar, com objetivo de subsistência. Nos últimos, o processo é voltado ao sistema agroindústria. O Brasil, como economia emergente, engloba características de ambos os sistemas (BARROSO et al, 2014).
Dessa forma, para melhoria da produção, no que concerne ao controle de pragas e fitopatologias, é empregado o uso de agrotóxico no processo de agricultura. Essas substâncias podem ser sintéticas ou naturais e podem, se manuseados de maneira inadequada e imprudente, provocar doenças ocupacionais, em especial a intoxicação exógena (MELO et al, 2016).
Os indivíduos que empregam o uso de agrotóxicos, em grande parte, desconhecem a maneira adequada de os empregar e as consequências que esses provocam. A ampla utilização dessas substâncias e suas consequências à saúde humana, são temas de vários estudos devido aos graves danos que provocam e ao trabalhadores agrícolas e ao meio ambiente (BARROSO, 2012).
Ainda não há um sistema de informação específico para a saúde do trabalhador. Entretanto, algumas informações acerca de agravos ocupacionais podem ser obtidas pelos sistemas de Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT) e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Esses instrumentos passaram a notificar compulsoriamente os casos de agravos ocupacionais, pela portaria 777/2004, de modo a serem tomadas medidas e ações de vigilância específicas (TAVARES, 2016).
Em especial nos casos de intoxicação por agrotóxicos, um instrumento que pode ser utilizado é o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), uma base de dados alimentada por 32 Centros de Controle de Intoxicações no Brasil. A força desses sistema diminui pois não se trata de dados compulsórios e universalizados, pois a prioridade é de casos agudos e atendidos e nem sempre notificados pelo SUS (BARROSO, 2012).
 A Política Nacional de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde (MS) tem por objetivo principal a redução de doenças e acidentes relacionados ao trabalho, por meio da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST), composta pelos Centros Estaduais e Regionais de Referência em Saúde do Trabalhador (CERESTs) os quais realizam ações de vigilância e prevenção de agravos ocupacionais. Além disso, essa Rede é capaz de diagnosticar e registrar no SINAN os dados relacionados a doenças e acidentes em ambiente laboral(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012).
Acredita-se que nos países em desenvolvimento ocorram 70 mil casos por ano de intoxicações podem evoluir para óbito, alem de aproximadamente 7 milhões de doenças agudas que podem cronificar, embora não sejam fatais. É grande o número de estudos nacionais e internacionais que demonstram os problemas de saúde pública, ambiental e econômicos relacionados ao uso de agrotóxicos (FARIA et al, 2007).
Embora exista certo empenho em encarar a intoxicação por agrotóxicos como um problema de saúde pública, ainda há subnotificação dos casos relacionados ao ambiente ocupacional. No estudo de Barroso e colaboradores (2014), há alta taxa de dados sem preenchimento na variável ocupacional Comunicação de Acidentes do Trabalho (CAT) e, mesmo com essas lacunas, o banco de dados do SINAN (2013), descreve-se o perfil da população intoxicada no Brasil. Segundo esses autores, entre 2007 e 2012, as notificações foram nas regiões Sul(31,03%), Sudeste (30,96%) e Nordeste (22,05%); com predomínio de intoxicações por agrotóxicos em homens adultos, com destaque aos casos de origem ocupacional.Os dados servem como subsídio para elaboração de políticas públicas visando a redução desses casos (BARROSO et al, 2014). Ainda sobre a vigilância de intoxicações exógenas, segundo Jesus e colaboradores (2012), os recursos humanos são escassos, embora os recursos materiais fossem considerados suficientes. Esse estudo avaliou a eficácia das notificações de agravos relacionados à intoxicação exógena (JESUS et al, 2012).
Em 2012, o Ministério da Saúde, cria a Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos – VSPEA, como componente da Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Contaminantes Químicos (VIGIPEQ). Define da seguinte forma seus objetivos:
“Dentre os grupos que apresentam considerável vulnerabilidade à exposição a agrotóxicos estão os trabalhadores rurais, de empresas do agronegócio, de fábricas formuladoras e desintetizadoras e de campanhas de saúde pública. Outros grupos de risco incluem as populações adjacentes a áreas de risco de formulação e uso de agrotóxicos, sendo os grupos mais suscetíveis a esses efeitos crianças, gestantes, lactentes, idosos e pessoas com a saúde debilitada.” Nesse sentido, o setor saúde vem buscando definir e implementar estratégias e ações articuladas voltadas para a promoção, prevenção e vigilância à saúde de populações expostas ou potencialmente expostas a agrotóxicos.” (Brasil, 2016).
O Brasil apresenta baixas taxas de mortalidade por intoxicação exógena a agrotóxicos. Entretanto, conforme descrito acima, é de conhecimento os casos de subnotificações e de informações insuficientes, em especial relacionadas ao trabalhadores agrícolas em ambiente rural, quando comparados a indivíduos de áreas urbanas. Além disso, as causas de óbito por intoxicação exógena são de natureza violenta, e pode ocorrer um impasse ao se a declaração de óbito, uma vez que podem ocorrer implicações legais, como culpabilização do empregador (SANTANA, 2013).
Bochner (2015) realizou um estudo de caso em que estabeleceu uma relação causal entre “a exposição a agrotóxicos e a intoxicação hepática crônica”, culminando com óbito do individuo. A partir deste caso, foi possível compreender novas formas de prevenção e vigilância frente ao agravo em questão, uma vez que óbitos consequentes a intoxicações ocupacionais por agrotóxicos são considerados como “evento sentinela”. Esse evento sentinela ofereceu subsídios para promoção de ações de busca ativa de casos de intoxicações crônicas e acompanhamento dos trabalhadores expostos ao preparo e aplicação de agrotóxicos (BOCHNER, 2015).
Rebelo e colaboradores (2011) demonstraram que dentre os casos de intoxicação por agrotóxico notificados no Distrito Federal, entre 2004 e 2007, a via de exposição ao agente tóxico está relacionada à fatores como: gravidade da intoxicação, dose do agrotóxico, toxicidade do agente e tempo de exposição. Nesse estudo, 84% das intoxicações ocorreu pela via oral podendo estar associadas ao contato dérmico e/ou via respiratória (REBELO, 2011).
Duas ações primordiais devem ser realizadas direcionadas aos indivíduos expostos à intoxicação exógena por agrotóxicos: o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) e o monitoramento dos níveis de colinesterase. O uso de EPI tem como objetivo minimizar riscos e conseqüências, entretanto não hál legislações fortes o suficientes que estimulem a proteção e prevenção de agravos relacionados (VIEIRA, 2007). Com relação ao monitoramento dos níveis séricos de colinesterase, esse exame laboratorial se apresenta como grande suporte no na prevenção das intoxicações crônicas, sobretudo relacionada ao usos de organofosforados (BIAZON; BACCON, 2014).
Resultados e Discussão
 	Segundo dados obtidos pelo SINAN, no período de 2007 a 2010, foram registrados 2.777 casos de intoxicações exógenas, ocorridos no Estado do Tocantins. Foi possível verificar que, no decorrer dos anos o aumento destas ocorrências manteve-se leve e contínuo. Pesquisas realizadas por Rebelo et al. (2011) demonstraram um número elevado de subnotificação deste agravo em nível nacional e acredita-se que situação semelhante ocorre também no Tocantins, apesar do aumento registrado em todos os anos estudados.
 	Constatou-se ainda que, dos 139 municípios que compõem o estado, somente 114 notificaram intoxicações exógenas no período de 2007 a 2010. Destes, 10 municípios notificaram 2.570 casos, sendo eles: Araguaína, Miracema do Tocantins, Palmas, Augustinópolis, Porto Nacional, Paraíso do Tocantins, Gurupi, Dianópolis, Colinas do Tocantins e Ananás; representando 92,5 %, do total da amostra, os outros 7,5 % foram notificadas pelos 104 municípios restantes. 
 	Do total de casos notificados 51,4% foram do gênero feminino e 48,6 % masculino, resultado semelhante ao que foi encontrado por Gandolfi e Andrade (2006), em estudo sobre eventos toxicológicos, realizado no estado de São Paulo. No gênero feminino, a principal circunstância da exposição foi tentativa de suicídio enquanto no gênero masculino esta ordem se inverte, onde a principal circunstância foi acidental, e em seguida a tentativa de suicídio. Estes resultados são semelhantes aos encontrados por Katz e Veras (2011), no Centro de Assistência Toxicológica de um hospital de Recife - PE.
 	Dentre os principais agentes tóxicos presentes nas intoxicações exógenas, os agrotóxicos (uso agrícola, doméstico, saúde pública, raticida e uso veterinário), estiveram presentes em 23,1% dos casos; em seguida aparecem os medicamentos com 22% e os alimentos e bebidas representando 21,8%; cabendo aos demais agentes tóxicos 33,1% do total de casos. Na análise dos agentes tóxicos encontrou-se a presença dos agrotóxicos em 642 casos. Destes, 258 (40,1%), das intoxicações se deu por raticidas, principalmente, pelo praguicida Aldicarb, conhecido como “Chumbinho”. 
 	As faixas etárias mais acometidas foram as de 20 a 34 anos, com 29,6 % dos casos, e de 1 a 4 anos com 21,7 %, representando 51,3 % do total dos casos notificados. Esta maior ocorrência na faixa etária de 20 a 34 anos, é confirmada por outros trabalhos, em que pessoas nas faixas etárias produtivas estão mais expostas aos agentes tóxicos, com maior risco de adoecimento (LONDRES, 2011). O número elevado de intoxicações exógenas na faixa etária de 1 a 4 anos é esperado, tendo em vista ser nesta idade, que a maioria das crianças começam a andar, demonstram muita curiosidade e tudo que encontram por onde circulam é levado à boca. Contribuem também, segundo Souza et al. (2000), algumas situações de negligência por parte dos adultos, quando deixam os mais diversos agentes tóxicos como, medicamentos, produtos químicos, de higiene pessoal, cosméticos, plantas tóxicas e outros, ao alcance de crianças nesta faixa etária. 
 	Foram detectadas inconsistências nos dados registrados no SINAN em Tocantins, tais como, número expressivo de campos da ficha de notificação/investigação em que os dados aparecem como ignorados, brancos ou incorretos, sugerindo a necessidade de qualificação dos profissionais que analisam os dados e daqueles que os inserem no Sistema, tendo em vista, a importância deles como indicadores do perfil morbimortalidade da população e como norteadores das políticas públicas de saúde.
Conclusão
A necessidade de aumento da produção de insumos agrícolas no Brasil levou a larga utilização de utilização dos agrotóxicos na lavoura, visto que que controlam inúmeras doenças e pragas e levam a um aumento da produtividade.
Porém, desde que os agrotóxicos passaram a ser utilizados em grande escala, observou-se também que os efeitos tóxicos não se limitavam apenas aos alvos a que se destinavam, mas apresentavam risco à saúde humana e animal, e ao meio ambiente.
Entre os que mais sofrem com o uso exagerado dos agrotóxicos estão os trabalhadores rurais, foco do estudo. Estes preparam as caldas, fazem a aplicação, preparam e limpam as máquinas de pulverização,fazem a colheita de culturas tratadas com pesticidas. No caso, são as pessoas que entram em contato mais próximo e mais prolongado com esses químicos.
 Aliado ao risco intrínseco dos agrotóxicos existe a falta de informação por parte dos trabalhadores rurais quanto ao risco a que estão expostos quando os manipulam contribui muito para o aparecimento de agravos à saúde desses trabalhadores, seja por intoxicação ou devido a uma exposição continuada que é capaz de gerar crônicos. A maior parte desses trabalhadores não recebeu a instrução necessária para a manipulação correta desses materiais, nem o conhecimento da necessidade de utilização de materiais de proteção individual.
O Estado do Tocantins, por sua vez, possui grande parte de sua atividade econômica voltada para a agricultura e por conta disso apresenta uma quantidade considerável de notificações de casos de acidentes e notificações com os agrotóxicos, associados ao fato conhecido de subnotificação que encontramos não só no Estado, mas em todo o país.
Levando em consideração esse contexto, é crescente a preocupação com os impactos causados por esses produtos na saúde do trabalhador rural. O monitoramento constante desse impacto, assim como possíveis soluções para tal é um objetivo a ser alcançado.
Referências Bibliográficas
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