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NOÇÕES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA NOÇÕES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DE PEIXES Aulas 4 e 5 NOÇÕES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DE PEIXES 1 - INTRODUÇÃO A)Características gerais � Vertebrados aquáticos (>número de espécies conhecidas) � Pecilotérmicos � Trocas gasosas por meio de brânquias � Ampla distribuição geográfica � Movimentam-se por nadadeiras 2 – Formas, partes, revestimento externo 2.1 - Forma � Simetria bilateral � Variável em função do ambiente - forma mais freqüente fusiforme- forma mais freqüente fusiforme - outras: serpentiforme, lateralmente comprimido, dorsoventralmente comprimido, forma de enguia, etc.. � Tamanho: alguns centímetros até 20 m fusiforme – forma de fuso, hidrodinâmico, nadador rápido (carpa, dourado, curimbatá) deprimida – bagres FORMATO ANATÔMICO deprimida – bagres truncada - corpo é achatado lateralmente, mas a altura do corpo é grande (pacu) afilada - mussum ou enguia VARIEDADES DE FORMAS, CORES E TAMANHOS DOS PEIXES 2.2 – PARTES (morfologia externa) a) Regiões do corpo • A1. CABEÇA - do focinho até o final do opérculo • A2. TRONCO - do final do opérculo até o orifício anal • A3. CAUDA - do orifício anal até o fim Morfologia externa 2.2.1 Cabeça � Boca: em geral, terminal com dentes � Maxilas e mandíbulas bem desenvolvidas � Olhos: sem pálpebras, cobertos por epiderme transparenteepiderme transparente � Narinas: orifícios de cada lado da cabeça (órgão olfativos que detectam substancias solúveis, e comunicam-se com o cérebro através dos nervos olfatórios) � Opérculo: placa em forma de meia lua (“tampa” da cavidade branquial) 2.2.2 Tronco � Comprimento padrão: do focinho até o ponto de inserção da nadadeira caudal � Comprimento total: do focinho até o final da nadadeira caudalaté o final da nadadeira caudal �Linha lateral sentido de tato, distancia, recepção de sons � Nadadeiras Pares ou ímpares (7 ou 8) Linha Lateral •Localizada longitudinalmente ao longo do flanco do animal, é composta •Localizada longitudinalmente ao longo do flanco do animal, é composta por uma fileira de pequenos poros, em comunicação com um canal abaixo das escamas, onde se encontram receptores denominados “neuromastes”. • A eficácia deste sistema para detectar movimentos e vibrações por ele causadas na água, permite a formação de cardumes, fundamental como estratégia de defesa destes animais. Regiões anatômicas e parâmetros morfométricos do corpo de um peixe 2.2.3. Revestimento externo (tegumento) � Funções: a) Proteção: barreira contra microorganismos, lesões mecânicas b) Controle osmótico: previne a perda de água nos peixes marinhos e entrada nos peixes de água doce c) Excreção d) Órgão sensorial d) Órgão sensorial e) Respiratória: depende da fase do desenvolvimento � Camadas da pele a) epiderme b) derme c) hipoderme Epiderme: camada superficial e fina (muco e glândulas de veneno) - Glândulas ou células mucosas - Proteção, lubrificação, comportamental -Glândulas de veneno - adaptações defensivas, secretam toxinas e geralmente ligam-se as espinhas das nadadeiras (servem de inoculadores) Derme: - superficial- textura frouxa, rico em vasos sanguíneos e Camadas da pele inervação - profunda- denso e rico de fibras colágenas Obs.: Formação escamas, presença de cromatóforos cromatóforos: pigmentos que proporcionam a cor da pele melanóforos: negros eritróforos: vermelhos iridócitos: azuis, prateados, dourados xantóforos: amarelos HIPODERME - tecido conjuntivo frouxo, podendo entremear-se com quantidades variáveis de tecido adiposo. Pele Perimísio ESCAMAS �Escalimetria: estudo das escamas � importante para determinar idade, crescimento, estado nutricional, reprodução �auxilia a sistemática: tipo, forma, arranjo � parte anterior da escama: imbricada na pele (só 1/3 fica exposta) � crescem durante toda a vida do animal� crescem durante toda a vida do animal � Tipos mais comuns � Ciclóides carpa, dourado, piracanjuba �Ctenóides truta, perca, linguado �Ganóides esturjão � placóides tubarão � Placas ósseas cascudo Escama ctenóide Escama ciclóide Escama placóide Partes de uma escama ciclóide 3. Morfologia interna e Fisiologia 3.1. Sistema esquelético � Constituição: notocorda, tecido conjuntivo, cartilaginoso e ósseo �Funções: sustentação dos músculos e demais partes do corpo determina a forma, juntamente com a musculatura proteção dos órgãos Divisão Exoesqueleto ou esqueleto dérmico Endoesqueleto Membranoso Escamas Axial Apendicular Visceral � Esqueleto membranoso: envoltório de tecido conjuntivo que une a pele e seus anexos à camada externa da musculatura e ao endoesqueleto �Esqueleto axial: �Crânio (ossos achatados solidamente unidos à coluna vertebral) � Coluna vertebral (vértebras Pré-caudais Caudais � Costelas � Ossos intermusculares � Suportes das nadadeiras Caudais Nadadeiras pares � ventrais ou pélvicas (isquiopterígie) Esqueleto apendicular - Esqueleto Locomotor: nadadeiras - Funções: propulsora ímpares estabilizadora pares direcionamento caudal � ventrais ou pélvicas (isquiopterígie) � peitorais ou toráxicas (amopterígie) Nadadeiras ímpares � dorsal (nopterígie) � anal (proctopterígie) � adiposa � caudal (uropterígie) Tipos de nadadeiras caudal 3.2 Sistema muscular � Sistema axial: eixo longitudinal do corpo (cabeça e tronco) Miômeros (músculos segmentares, separados por tecido conjuntivo) �Sistema muscular apendicular: une os ossos da s nadadeiras ao esqueleto 3.3 Sistema Respiratório BRÂNQUIAS : �órgãos respiratórios dos peixes (trocas gasosas entre o sangue e a água) � 4 estruturas lisas, lamelares e pares, localizadas dentro da cavidade branquial, ao lado da faringe � extensa rede capilar sanguínea � cada brânquia é constituída de duplas fileiras de filamentos brânquiais vascularizados apoiados em arcos cartilaginosos (arcos branquiais) � rastros branquiais: apoiados nos arcos branquiais e tem função de retenção e seleção de alimentos MECANISMO RESPIRATÓRIO DE PEIXES TELEÓSTEOS Bexiga natatória (vesícula gasosa) �Apêndice hidrostático (ajuda a manter a posição na coluna d´água alterando sua densidade corporal) �Órgão auxiliar da respiração (ex: pirarucu) � Função acústica Adaptações de peixes às baixas concentrações de oxigênio • Adaptações morfológicas e/ou fisiológicas • Resposta Fisiológica – aumento da ventilação branquial a 30% de saturação de O2; • Adaptações Morfológicas: extensão dermal reversível• Adaptações Morfológicas: extensão dermal reversível do lábio inferior, • Ex: Tambaqui (Colossoma macropoma) e Pacu (Piaractus mesopotamicus). 2-3 h extensão dermal do maxilar inferior, regressão é um processo mais lento. • 1. Respiração bucal ou em cavidades associadas: ex: Poraquê (peixe elétrico) (Eletrophorus sp). • Peixes de respiração aérea obrigatória (morrem em1 h). Freqüentam superfície 1 a 2 min para respirar • Cavidade bucal ricamente vascularizada e coberta de papilas – brânquias reduzidas. • 2.Respiração por câmara branquial: ex: Mussum• 2.Respiração por câmara branquial: ex: Mussum (Synbranchus marmoratus) – Respiração aérea facultativa (respiram tanto na água como no ar). – Brânquias respiração aquática ou aérea. – Câmara branquial fortemente vascularizada, funciona como órgão auxiliar à respiração aérea. • 3. Respiração por pulmões: Pirambóia (Lepdosirenparadoxa) • extremamente tolerante a ambientes com baixos teores de oxigênio. Única espécie de peixe pulmonado da América do Sul • 4. Respiração pela bexiga natatória: Pirarucu (Arapaima gigas) • Bexiga natatória modificada (“pulmão”). 3.4 SISTEMA CIRCULATÓRIO � Simples, fluxo contínuo e único � Coração: seio venoso, átrio, ventrículo e cone arterial CIRCULAÇÃO Sangue venoso coração átrio ventrículo cone arterial artéria aorta ventral Artérias aferentes branquiais Brânquias sangue arterial Disposição esquemática dos órgãos internos de um peixes teleósteo 3.5 APARELHO REPRODUTOR Peixes apresentam aparelho reprodutor simples �Gônadas Fêmeas: ovários Machos: testículos 1 – OVÁRIOS � Estruturas pares, com formas e dimensões diversas � Longitudinalmente no corpo (sob a bexiga natatória, paralelamente aos rins) � Tamanho e peso:� Tamanho e peso: - variáveis com o estágio de maturação sexual e idade - em fêmeas maduras o peso dos ovários pode alcançar até 70% do peso do corpo Óvulos: variam com a espécie • Número de 2.000 a 2.000.000 por fêmea •Tamanho: de 0,8 a 21 mm • Forma: esféricos, elípticos, fusiformes, etc. 2. TESTÍCULOS � Estruturas pares, compactas e regulares Óvulos: cor variável (com a espécie e com o grau de maturação) Ex: acinzentados curimbatá amarelo-ouro bagres esverdeados dourado alaranjado pacu � Estruturas pares, compactas e regulares � Longitudinalmente no corpo, abaixo da bexiga natatória � Mudanças sazonais de peso e volume � Comprimento e cor variam com maturidade sexual �Espermatozóides: Tamanho de 2 a 130µ Sobrevivência no meio externo 23 segundos a 5 minutos Dimorfismo sexual � Transitório (nos machos) Tucunaré (Astronotus ocelaris): protuberância escura (“cupim” ou “giba”) entre a cabeça e a nadadeira dorsal Pirarucu (Arapaima gigas): borda das escamas avermelhada Curimbatá (Prochilodus scrofa): emite sons (ronco), durante a piracema � Permanente � Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus): � porte ♂ >♀ � orifícios e papilas genitais � Trutas e salmões : ♂ desenvolvem prognatismo na maturidade sexual TUCUNARÉ PIRARUCU Índice Gônado-Somático (IGS) � Utilizado para determinar curvas de maturação � IGS (%) = (peso das gônadas/peso dos peixes) x100 Fecundidade absolutaFecundidade absoluta � Número total de óvulos no ovário calculado por estimativa Fecundidade Relativa � Número de sobrevivência na fase larval � Ex: Curimbatá no rio 100.000 óvulos sobrevivem 1.000 alevinos (1%) Tipos de desova � Espécies com desova parcelada (lênticas) Ex: tilápia ( 3 a 4 vezes, nos 6 meses mais quentes do ano) carpa (3 vezes, na primavera) � Espécies com desova total:� Espécies com desova total: a) Natural: tucunaré b) Artificial Induzida (hormônios): pacu Forçada : trutas 3.6 SISTEMA DIGESTÓRIO Componentes: 1. Tubo digestivo 2. Glândulas anexas 1. Tubo digestivo: inicia-se na boca e termina no orifício anal 1.1 Constituição: Boca � órgão preensor e seletor de alimentos � corresponde à abertura anterior da cavidade oro-branquial � formato, posição e tamanho associados aos hábitos alimentares � Pode apresentar dentes e/ou papilas gustativas, inclusive nos lábios Posição da boca: -terminal - tilápia, carpa, piracanjuba --inferior – cascudo -superior –aruanã Tipos de boca Boca: cascudo Boca: tambacu Boca: carpa cabeça grande Cavidade oro-branquial � típica dos peixes : função de retenção e manipulação dos alimentos � apresenta terminações nervosas da gustação e glândulas secretoras de muco � diversos tipos de dentes (nas maxilas, na língua, na faringe e até nos lábios) • Língua• Língua • - simples espessamento do assoalho Bucal; • às vezes com dentes • extremidade posterior da língua e da abóboda bucofaringea - rica em botões gustativos • Função - auxiliar na deglutição e percepção de sabor dos alimentos. Esôfago � normalmente é curto, com grande capacidade de distensão �sem glândulas Estômago � digestão ácida � formas e tamanhos dependem do hábito alimentar � ausente em algumas espécies (algumas carpas) - ingerem alimentos com muitas substâncias alcalinas. Intestino � órgão tubular onde ocorre a digestão alcalina e absorção dos nutrientes � forma e comprimento variáveis em função da espécie - curto nos carnívoros - enovelado nos herbívoros - intermediário nos onívoros a) Truta arco íris (carnívora); b)Catfish (onívoro com ênfase em alimentos de origem animal; c) Carpa comum (onívoro com ênfase em alimentos de origem vegetal; d) Milkfish (planctófago) Reto: � porção final do intestino (região delgada e esbranquiçada) � termina no ânus ou cloaca (onde desembocam as aberturas dos sistemas digestivo, reprodutor e urinário) Cecos pilóricos (ou intestinais) � formações tubulares de fungo cego (evaginações da parede intestinal) � peixes sem estômago, também não tem cecos � provável função: aumentar a digestibilidade no intestino 2. Glândulas anexas 2.1 Fígado - possui formas diversas, coloração escura e com vesícula biliar - algumas espécies estocam grandes quantidades de gordurade gordura 2.2 Pâncreas - órgão difuso - produção de amilase, lipase e tripsina Bexiga natatória coraçãobrânquias intestino natatória estômago testículos fígado Órgãos internos de um peixe VARIAÇÕES DO TUBO DIGESTIVO EM FUNÇÃO DO HÁBITO ALIMENTAR 1. PLANCTÓFAGOS � Boca pequena � Dentes ausentes ou muito pequenos � Rastros branquiais numerosos e desenvolvidos para filtrar e concentrar o plâncton � Alguns não apresentam estômago e cecos pilóricos � Intestino curto � Ex: carpa cabeça grande, carpa prateada, tilápias 2. PREDADORES (carnívoros, ictiófagos ou piscívoros) � Boca geralmente terminal e ampla � Dentes fortes e ponteagudos (caninos e incisivos) � Estômago pronunciado, forte, elástico e retilíneo �Intestino curto e presença de cecos pilóricos � Rastros brânquiais espessos � Ex: tucunaré, traíra, dourado 3. HERBÍVOROS � Boca ampla, pequeno No de dentes incisivos, e faríngeos bem desenvolv. � Tubo digestivo simples e longo (sem estrutura gástrica) � Rastros branquiais curtos �Ex: carpa capim, piapara, Tilápia rendalli 4. ONÍVOROS � Ingerem todo tipo de material orgânico disponível na água � Boca terminal de tamanho mediano � Dentes molariformes fortes e incisivos pouco desenvolvidos � Estômago sifonóide (forma de saco) � Ex: pacu, tambaqui, carpa 5. ILIÓFAGOS � Ingerem lodo, algas, etc.. � Boca geralmente protáctil e rica em botões gustativos � Lábios grossos com dentes diminutos � Dentes faríngeos pequenos ou ausentes � Presença de moela (estômago), sem glândulas, destinado à trituraçãotrituração � Intestino medianamente longo � Cecos pilóricos podem existir � Rastros branquiais - para impedir entrada de partículas minerais � Ex: curimbatá, cascudo 3.7 SISTEMA URINÁRIO Funções: � regular conteúdo de água no corpo � manter equilíbrio salino adequado � eliminar resíduos nitrogenados Constituição • Rins: 2 massas sanguíneas paralelas e dispostas • Rins: 2 massas sanguíneas paralelas e dispostas longitudinalmente junto à coluna vertebral • Ureteres: ductos excretores • Bexiga urinária: - localizada atrás dos rins, - relativamente contrátil - formato irregular e ligada ao exterior pela uretra cloaca ou orifício urogenital
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