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CCJ0019-WL-B-AMMA-14-Direitos Sociais-02

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AULA + 14 – DIREITO CONSTITUCIONAL I 
 
TEMA: DA DEFESA DO ESTADO, DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS: 
ESTADO DE DEFESA, ESTADO DE SÍTIO. 
 
OBJETIVO: 
 Compreender as medidas extremas do Estado de Direito para o 
reestabelecimento da ordem constitucional fraturada. 
 
1) Sistema Constitucional das Crises 
Em determinados momentos da realidade social poderá ocorrer o rompimento 
da normalidade constitucional o qual, se não for devidamente administrado, 
poderá gerar um grave risco às instituições democráticas. 
Conforme ensina o Professor José Afonso da Silva, lembrando Aricê Moacyr 
Amaral Santos, 
“Quando uma situação dessas se instaura é que se manifesta a função do 
chamado sistema constitucional das crises, considerado por Aricê Moacyr 
Amaral Santos “como o conjunto ordenado de normas constitucionais, que, 
informadas pelos princípios da necessidade e da temporariedade, tem por 
objeto as situações de crises e por finalidade a mantença ou restabelecimento 
da normalidade constitucional”.(1) 
Nestas situações teremos a passagem do estado de legalidade ordinária para o 
estado de legalidade extraordinária onde haverá a incidência dos estados de 
exceção os quais só terão validade se informados pelos princípios 
informadores da necessidade e da temporariedade. 
Na esteia do pensamento do citado autor, os estados de exceção sem que se 
fundamentem na necessidade são na verdade um golpe de estado, e, sem o 
requisito da temporariedade, não passam de um regime ditatorial. 
Portanto, podemos afirmar que os estados de exceção tem como finalidade a 
defesa da própria Constituição e das instituições democráticas. 
2) Tipos de medidas de exceção 
2.1 – Estado de Defesa 
Segundo dispõe o art. 136 da Constituição Federal, 
O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o 
Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou 
prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública 
ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou 
atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. 
2.1.1 – Limites formais e matérias para instauração: 
Os limites para a instauração do estado de defesa estão previstos no art. 136 
da Constituição Federal. 
2.1.1.1 – Limites Materiais: 
(a) existência de grave e iminente instabilidade institucional que ameace a 
ordem pública ou a paz social; 
(b) manifestação de calamidade de grandes proporções na natureza que atinja 
a mesma ordem pública ou a paz social. 
2.1.1.2 – Limites Formais: 
(a) Prévia manifestação dos Conselhos da República e Conselho de Defesa 
Nacional (a manifestação não vincula o ato Presidencial, pois os Conselhos 
são meros órgãos consultivos) 
(b) Decretação do ato pelo Presidente da República 
(c) Determinação, no decreto, do prazo de duração da medida, que não poderá 
ser superior a 30 dias, podendo ser prorrogado apenas uma vez, haja vista que 
um de seus pressupostos é a temporariedade da medida. 
(d) Especificação das áreas abrangidas 
(e) Indicação das medidas coercitivas, dentre as previstas no art. 136, § 1º da 
Constituição Federal. 
2. 1. 1.3 – Efeitos da Decretação do Estado de Defesa: 
O decreto que instituir o estado de defesa determinará as medidas coercitivas a 
vigorarem, dentre as seguintes: 
I - restrições aos direitos de: 
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; 
b) sigilo de correspondência; 
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; 
d) ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de 
calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. 
II – Prisão (não se admite a incomunicabilidade do preso): 
a) Por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, 
comunicada imediatamente ao juiz competente, acompanhada de declaração, 
pela autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua 
autuação; 
b) Por outros motivos que não o crime contra o Estado não podendo ser 
superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário; 
2.3 - Controles: 
2.3.1 – Político: O controle político, que é realizado pelo Congresso Nacional, 
ocorre em dois momentos: 
1) o primeiro consiste na apreciação do decreto de instauração e de 
prorrogação do estado de defesa, pois o Presidente da República, dentro de 
vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao 
Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta; 
2) o segundo, é sucessivo, atuará após o seu término e a cessação de seus 
efeitos, conforme consta no art.141, parágrafo único da Constituição Federal, o 
qual determina que logo que cesse o estado de defesa , as medidas aplicadas 
em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem 
ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das providências 
adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições 
aplicadas o jurisdicional consta, por exemplo, do art. 136, § 3º. 
2.3.2 – Jurisdicional: Como exemplos podemos citar: 
a) No art. 136, § 3º, se estabelece que a prisão por crime contra o Estado 
deverá ser imediatamente comunicada ao juiz competente, 
b) a prisão por outros motivos que não o crime contra o Estado tem o prazo 
máximo de 10 dias, salvo autorização judicial. 
c) Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus 
efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus 
executores ou agentes, ou seja, poderá o Poder Judiciário verificar eventuais 
abusos e aplicar as sanções previstas. 
2.2 – Estado de Sítio 
Segundo dispõe o art. 137 da Constituição Federal, 
O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o 
Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização 
para decretar o estado de sítio nos casos de: 
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que 
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa; 
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada 
estrangeira. 
2.2.1 – Limites formais e matérias para instauração: 
Os limites para a instauração do estado de defesa estão previstos no art. 136 
da Constituição Federal. 
2.2.1.1 – Limites Materiais: 
(a) comoção grave de repercussão nacional; 
(b) ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante 
o estado de defesa; 
(c) declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada 
estrangeira. 
2.2.1.2 – Limites Formais: 
(f) Prévia manifestação dos Conselhos da República e Conselho de Defesa 
Nacional (a manifestação não vincula o ato Presidencial, pois os Conselhos 
são meros órgãos consultivos); 
(g) Autorização do Congresso Nacional por maioria absoluta de seus membros; 
(h) Decretação do ato pelo Presidente da República 
(i) Determinação, no decreto, do prazo de duração da medida, que não poderá 
ser superior a 30 dias, podendo ser prorrogado por mais trinta dias, de cada 
vez, ou seja, pode ser prorrogado mais de uma vez, nas hipóteses do art. 137, I 
e, no caso de guerra (CF, art. 137, II) a duração será por todo o tempo que 
perdurar a guerra ou a comoção externa. 
(j) Especificação das áreas abrangidas 
(k) Indicação das medidas coercitivas, dentre as previstas no art. 139 da 
Constituição Federal. 
2.2 – Efeitos da Decretação do Estado de Sítio: 
O decreto que instituir o estado de Sítio determinará as medidas coercitivas a 
vigorarem, dentre as previstas no art. 139. Cumpre ressaltar, por oportuno, que 
estas medidas que podem ser adotadas na vigência do Estado de Sítio se 
referem apenas à hipótese de decretação com fundamento no art. 137,I, ou 
seja, em relação à decretação em caso de guerra não há limites constitucionais 
das medidas a serem tomadas, podendo o Presidente da República, desde que 
autorizado pelo Congresso Nacional tomar quaisquer medidas necessárias 
para a repressão da agressão estrangeira. 
Assim, o decreto de Estado de Sitio com fundamento em grave comoção 
nacional ou em razão da ineficácia das medidas adotadas no Estado de Defesa 
poderá determinar a tomada das seguintes medidas coercitivas contra as 
pessoas: 
I - obrigação de permanência em localidade determinada; 
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes 
comuns; 
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das 
comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, 
radiodifusão e televisão, na forma da lei; (Não se inclui nas restrições do inciso 
III a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas 
Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa). 
IV - suspensão da liberdade de reunião; 
V - busca e apreensão em domicílio; 
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; 
VII - requisição de bens. 
2.3 - Controles: 
2.3.1 – Político: O controle político, que é realizado pelo Congresso Nacional, 
ocorre em dois, momentos: 
1) o primeiro é um controle prévio e consiste na apreciação do decreto de 
instauração e de prorrogação do estado de defesa, pois o Presidente da 
República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva 
justificação ao Congresso Nacional, que para aprová-lo deverá decidir por 
maioria absoluta; 
2) o segundo, é sucessivo, atuará após o seu término e a cessação de seus 
efeitos, conforme consta no art.141, parágrafo único da Constituição Federal, o 
qual determina que logo que cesse o estado de defesa , as medidas aplicadas 
em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem 
ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das providências 
adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições 
aplicadas o jurisdicional consta, por exemplo, do art. 136, § 3º. 
2.3.2 – Jurisdicional: 
Durante a execução do Estado de Sítio o Controle Jurisdicional se manifesta na 
coibição de atos cometidos com abuso ou excesso de Poder, os quais poderão 
ser reprimidos através do Mandado de Segurança ou de Habeas Corpus, pois 
existem limites constitucionais expressos. 
Cessado o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da 
responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes, ou 
seja, poderá o Poder Judiciário verificar eventuais abusos e aplicar as sanções 
previstas. 
Conforme ensina o Professor José Afonso da Silva, 
“Mais uma vez se vê que o estado de sítio, como o estado de defesa, está 
subordinado a normas legais. Ele gera uma legalidade extraordinária, mas não 
pode ser arbitrariedade. Por isso, qualquer pessoa prejudicada por medidas ou 
providências do Presidente da República ou de seus delegados, executores ou 
agentes, com inobservância das prescrições constitucionais não 
excepcionadas e das constantes do art. 139, tem o direito de recorrer ao Poder 
Judiciário para a responsabilizá-los e pedir a reparação do dano que lhe tenha 
sido causado.” (2) 
Controles do estado de sítio: o político realiza-se pelo CN em 3 momentos: um 
controle prévio, um concomitante e um sucessivo; o jurisdicional é amplo em 
relação aos limites de aplicação das restrições autorizadas. 
(1)SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 23 ed. Sao 
Paulo. Malheiros editores. P. 741 
(2) SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 23 ed. Sao 
Paulo. Malheiros editores. P. 750 
 
http://www.vemconcursos.com/opiniao/index.phtml?page_id=1897 
Antônio Henrique Lindemberg Baltazar 
 
Caso concreto 1: 
Durante o estado de sítio, o Presidente da República indicou um executor das 
medidas excepcionais. Este por sua vez exorbitou em seu poder, poderá o 
mesmo responder criminalmente? A União poderá ser condenada a pagar 
indenização por danos materiais e morais? 
 
Caso concreto 2: 
Poderá num momento de estado de defesa o Estado obrigar um particular de 
forma graciosa fazer atendimento hospitalar? 
Sugestão de gabarito do caso concreto 1: 
 Ainda que o estado de sítio represente uma situação de extraordinária 
excepcionalidade, que justifica, inclusive, a suspensão de algumas garantias 
constitucionais, tal como se extrai do disposto no art. 139 da CRFB/88, é de se 
ver que em nenhum momento ficou autorizada a prática de tortura, que é 
vedada, sem exceções, pelo art. 5.º, III, da CRFB/88 e capitulada como crime 
pelo art. 1.º da Lei n.º 9.455/97, sendo insusceptível de graça, anistia ou indulto 
(CRFB/88, art. 5.º, XLIII). 
 Dessa forma e com amparo específico no caput do art. 141 da 
CRFB/88, a resposta deve ser no sentido de que o executor das medidas 
deveria responder pelos crimes praticados, bem como a União, que era 
representada pelo referido agente, deveria arcar com a indenização pelos 
danos materiais e morais causados, o que também encontra amparo específico 
nos arts. 5.º, X e 37, § 6.º, ambos da CRFB/88. 
 
Sugestão de gabarito do caso concreto 2: 
 A medida liminar requerida haveria de ser indeferida, visto que o art. 136, § 
1.º, II, da CRFB/88 autoriza a requisição de serviços para fazer frente às 
necessidades julgadas urgentes pelo executor do estado de defesa. Tal norma 
constitucional está inspirada pela compreensão de que o direito de propriedade 
e o princípio da livre iniciativa não são absolutos, admitindo restrições em nome 
do interesse público. A única pretensão passível de acolhimento, in casu, seria 
de ulterior indenização em razão dos danos causados, cabendo, inclusive, o 
pagamento de lucros cessantes.

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