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Diabetes Mellitus: Causas, Sintomas e Diagnóstico

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Diabetes
Diabetes Mellitus ou Sacarino: doença crônico-degenerativa incurável, porém controlável, caracterizada por um distúrbio endócrino-metabólico relacionado ao metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas, manifestando-se através da hiperglicemia. 
Formas de Ocorrência:
Primária ou Idiopática: de origem desconhecida.
Secundária ou por Causas Identificáveis: causada por pancreotomia(retirada do pâncreas que é o formador da insulina), pancreatite crônica(relacionada com o alcoolismo), lipodistrofia ( alteração da destribuição de gordura) e medicamentos diabetogênicos (principalmente glicocorticoides). 
Queda na Ação da Insulina: acontece ou pela falta de produção ou por falta de receptores
Falta de Produção: pode ser relativa, se a produção for insuficiente, ou absoluta, se a produção for inexistente. 
	
Falta de Resposta dos Tecidos: em função da ausência ou defeitos nos receptores. 
Taxa Glicêmica: 
Hipoglicemia: < 60mg/dL.
Carboidratos= a 
glicosúria
, poliúria, desidratação, xerostomia e 
polidipsiaJejum de 12h: 60 a 99mg/dL.
Hiperglicemia: > 99mg/dL. 
Ação: 
Lipídeos= lipólise, emagrecimento, ácidos 
graxos , corpos 
cetonicos
, cetoacidose, vomito, 
halito
 
cetonico
 taquicardia, 
taquidispineia
 
obitoMetabolismo dos Carboidratos: - insulina + glicose no sangue = + glicose nos rins + glicose na urina( glicosúria ou melitúria) = + eliminação de água (poliúria) = desidratação do paciente, causando xerostomia e aumentando a ingestão de água, (polidipsia).
 
Metabolismo de Lipídeos: - insulina = + lipólise = emagrecimento e a liberação de ácidos graxos que vão ser metabolizados no fígado, + corpos cetônicos, = cetoacidose (hálito cetônico e pela taquipneia). A cetoacidose pode se agravar, causando náusea, vômitos, letargia, confusão, taquicardia, desidratação, coma e óbito. Portanto, o paciente que apresenta hálito cetônico é um paciente descompensado, por isso o atendimento deve ser interrompido. 
Proteína: 
proteinólise
, - imunoglobulinas= 
imunodepressão+infecção-cicatrização+icroangeíte
Metabolismo de Proteínas: - insulina + proteinólise= - produção de imunoglobulinas, = imunodepressão e à infecções dificuldade de cicatrização em função da deficiência energética, microangeíte(inflamação dos capilares) e imaturidade de fibroblastos, o que aumenta a propensão do paciente às infecções. 
Classificação OMS: 1979
Tipo I: acomete jovens, iniciando frequentemente ao 12 ou 13 anos. É decorrente de patologias autoimunes. Os pacientes geralmente são magros e os quadro clínico é mais expressivo. A cetoacidose é mais frequente, e o prognóstico é pior. O controle da doença se dá através de exercícios, dieta e insulina. Todos os pacientes são insulinodependentes. 
Tipo II: manifesta-se frequentemente em pacientes acima dos 30 anos, com histórico familiar, geralmente obesos. O quadro clínico é menos expressivo, a cetoacidose é menos frequente e ocorre geralmente em função de stress, má alimentação e infecção, devido à maior liberação de cortisol nestas condições. O prognóstico é melhor. O controle da doença se dá por meio de exercícios, dieta, hipoglicemiante oral e eventualmente insulina. 
Classificação da American Association:
Tipo I: caracterizada por pacientes insulinodependentes que tiveram suas células beta das ilhotas de Langerhans destruídas;
Tipo II: caracterizada por pacientes com resistência e relativa deficiência de insulina, sendo tratado com hipoglicemiantes;
Tipo III: diabetes por causa não identificável;
Tipo IV: diabetes gestacional. 
Outros Sinais e Sintomas: sonolência, dores generalizadas, cansaço físico e mental, turvação da visão pelo acúmulo de sorbitol no cristalino, desânimo, nervosismo, cãibras, cansaço, formigamento e dormências nos membros inferiores. 
Critérios para Diagnóstico:
TTGO: teste de tolerância à glicose oral. Administra-se glicose oral após jejum de 12horas, 1,75g/kg quando o paciente tiver até 43kg. Até 75g de glicose pode ser administrada em pacientes acima de 43kg. A primeira coleta de sangue é realizada no momento zero. Duas horas depois, realiza-se uma nova coleta. Se neste momento houver até 140mg/dL, o paciente está normal. Se houver mais de 140 e até 200mg/dL, o paciente é considerado intolerante à glicose oral e pré-diabético. Valores acima de 200mg/dL classifica o paciente diabético.
 
TG: a taxa glicêmica após as refeições costuma ser menor que 140mg/dL. Se a taxa glicêmica averiguada a qualquer hora do dia aponta valores acima de 200mg/dL o paciente é diabético. Normalmente de 60 a 99mg/dl de 100 a 125 recomenda-se fazer o teste de ttgo acima de 126 duas vezes em dias diferentes diabético.
Fatores que Contribuem para o Aparecimento de Diabetes: obesidade (sedentarismo), infecções frequentes, traumas emocionais pela liberação da adrenalina que é antagonista da insulina, gravidez, cirurgias (ex: pancreotomia), stress, má-alimentação rica em carboidratos (açúcar), medicamentos e menopausa. 
Diabetes tipo IV (Melitus Gestacional (DMG)): o aparecimento de diabetes gestacional está relacionado à secreção de lactogênio placentário humano, hormônio que inibe a captação periférica de glicose, + lipólise - glicogênio hepático, promovendo um excesso de glicose no sangue e elevando a taxa glicêmica, fazendo com que esta glicose seja direcionada para o feto. 
Má alimentação+falta de exercícioPossíveis Intercorrências Durante o Atendimento: 
Choque Hiperglicêmico: é menos frequente, pois trata-se de uma complicação gradual decorrente da má-alimentação do paciente em conjunto com pouco exercício físico. Os sinais e sintomas são polidipsia, poliúria, perda de peso, cansaço, pele ressecada, náusea e vômitos, taquipneia e hálito cetônico. 
Choque Hipoglicêmico: é mais frequente, pois trata-se de uma complicação súbita decorrente de pouca alimentação juntamente com exercício e insulina em excesso. Os sinais e sintomas são tremores, suores, fome, fraqueza, pele úmida, confusão mental e palpitações. 
Cetoacidose: perda de água e íons pela urina, choque hipovolêmico, acidose tecidual e coma diabético. Raro no consultório. Relacionado à hiperglicemia.
Abordagem do Paciente com Choque Hiperglicêmico: 
Paciente Consciente: interromper o atendimento, administrar insulina e encaminhar para avaliação médica. 
Paciente Inconsciente: interromper atendimento, administrar insulina, providencial socorro imediato, iniciar manobras de suporte básico à vida. 
Abordagem do Paciente com Choque Hipoglicêmico: 
Hipoglicemia: leve quando o paciente apresentar menos que 60 até 50 mg/dL. É moderada quando o paciente apresentar menos que 50 até 30 mg/dL. Neste caso já se encontra semiconsciente. A hipoglicemia é severa quando o paciente apresentar menos que 30mg/dL de glicose, estando inconsciente. 
Paciente Consciente: interromper atendimento, administrar carboidratos, observá-lo.
Semiconsciente: interrompe o tratamento, açúcar no assoalho da boca e observa por 30 min.
Paciente Inconsciente: administrar dextrose 25-50% IV, ou 1mg de glucagon IM, ou 0,5mL de adrenalina 1:1000 IM. Administrar carboidratos via oral e manter o paciente em observação. 
Tipos de Insulina:
Ultrarrápida: sua ação inicia dentro de 10 a 20min, tendo pico máximo na 1-3 hora e durante de 3-5 horas.
Rápida: inicia dentro de 30min até 1 hora, sua ação máxima ocorre na 2-4 hora e sua duração é de 5 a 7h. 
Intermediária: inicia de 1 a 3h, sua ação máxima é de 6 a 12h e sua duração é de 24h a 28h. 
Prolongada: inicia de 4-6 horas, sua ação máxima ocorre entre 14-24h e sua duração é de 36h. 
Aplicação: perpendicular à pele. 90°, deve entrar toda, subcutânea anterior da cocha, abdome, braço.
Métodos para triagem: 
Pesquisa de glicose no sangue (semiquantitativo, glicofita) punciona e coloca sangue na glicofita e dependendo da cor há uma quantidade de glicose no sangue. (Colorímetro vem na embalagem)
Pesquisa da glicose e cetona na urina: colhe-se a urina,coloca a glicofita na urina. Seca com gaze e 30 seg. depois faz a leitura de glicose e 15 seg de cetona.
Glicosímetro: método quantitativo é um aparelho eletrônico que por meio da glicofita relata a quantidade de glicose no sangue naquele momento, porém não pode ser usado como método diagnóstico. Apenas o TTGO pode.
Manifestações Orais: 
Doença Periodontal: é um fator de risco para diabetes. Consiste em alteração da resposta inflamatória, alterações vasculares e defeitos no metabolismo do colágeno e formação de glicosilados. Implica uma cicatrização deficiente e alterações na microflora. Quando mais elevada for a taxa glicêmica do paciente, maior o número de dentes perdidos por doença periodontal. 
Candidíase: decorre do nível de glicose alterado na saliva, da xerostomia e da atrofia de mucosas. 
Xerostomia: relaciona-se com a desidratação consequente da poliúria, medicamentos e alterações histológicas das glândulas salivares. 
Líquen Plano: consequência da deficiência na resposta imunológica e atrofia do epitélio. 
Estomatite por Dentadura: decorrente de alterações do pH e fluxo da saliva. 
Queilite Angular: decorrente de alterações do pH e fluxo da saliva. 
Atrofia das Papilas: decorrente de alterações do pH e fluxo da saliva. 
Glossodinia: decorrente de alterações do pH e fluxo da saliva. 
Cárie: decorrente do menor fluxo de saliva, menor capacidade tampão, menor processo de remineralização e maiores níveis de glicose na saliva. No entanto, o CPOD em diabéticos é menor em função do baixo consumo de carboidratos. 
Cáries Cervicais: decorre do acúmulo de glicose no fluido crevicular gengival. 
Crianças: a diabetes em crianças causa hipoplasias e hipocalcificações. Se manifestada antes dos 10 anos, resulta na erupção precoce. Se manifestada após os 10 anos, resulta na erupção retardada. 
Hemoglobina Glicosilada: a hemoglobina em pacientes diabéticos tem a capacidade de absorver concentrações de glicose. Isto aponta como o paciente vem controlando sua condição nos últimos meses. Se houver até 7%, o paciente vem realizando um bom controle metabólico. Se é maior que 7% e menor que 9%, o controle pode ser considerado regular. Se maior que 9%, o paciente vem controlando mal sua condição. Em pacientes não diagnosticados, a presença de 6,5% de hemoglobinas glicosiladas é indicativo de diabetes. De 5,7% a 6,4% o paciente apresenta alto risco para diabetes. 
Complicações:
Metabólicas: aumento da incidência de vasculopatias, como doenças coronárias, doença vascular periférica, retinopatia e nefropatia. 
Neurológicas: neuropatia periférica, perdas sensoriais, neuropatia autônoma, hipotensão postural, impotência sexual, alterações da mobilidade gastrointestinal. 
Aumento do Risco de Infecções: na cavidade oral, pele, e trato urinário. 
Orientações Gerais para o Tratamento Odontológico:
Pacinte Diagnosticado: solicitar prontuário e orientar cuidados e procedimentos e o momento de execução. 
Não Diagnosticado: o cirurgião dentista deve estar atento aos sinais e sintomas típicos, e quando identificados, encaminhar o paciente para unidade médica. 
Categorias de Risco para o Tratamento Odontológico:
Pequeno: quadro clínico assintomático, bom controle metabólico, sem complicações, glicosúria de 0 a 1, cetonúria ausente, glicemia menor que 200mg/dL e hemoglobina glicada até 7%. 
Moderado: quadro clínico com sintomas ocasionais, controle metabólico razoável e poucos complicações, glicosúria de 0 a 3, cetonúria ausente, glicemia menor que 250mg/dL e hemoglobina glicada maior que 7% e menor que 9%. 
Elevado: quadro clínico com sintomas frequentes, controle metabólico deficiente e várias complicações, glicosúria maior que 4, cetonúria ocasional, glicemia maior que 250mg/dL e hemoglobina glicada superior a 9%.

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