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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENGENHARIA CIVIL Prof. Sandro Kakuda Itajaí, 13 de março de 2017. AULA 2 SUMÁRIO - LEI DE HOOKE - Módulo de Elasticidade; - Comportamento Elástico e Plástico dos Materiais; - ESFORÇO AXIAL - Princípio de Saint-Venant; - Concentrações de Tensões; - Deformação de Barras Sujeitas a Cargas Axiais; - Tensões Produzidas pela Variação de Temperatura; - Exercícios. LEI DE HOOKE Módulo de Elasticidade - As estruturas são projetadas de modo a sofrerem apenas pequenas deformações, que não ultrapassem os valores do diagrama tensão-deformação correspondentes ao trecho reto do diagrama. - Na parte inicial do diagrama, a tensão é diretamente proporcional à deformação específica e podemos escrever: - Essa relação é conhecida como Lei de Hooke, e se deve ao matemático inglês Robert Hooke (1635-1703). O coeficiente é chamado módulo de elasticidade do material, ou módulo de Young. - Como a deformação específica é uma grandeza adimensional, o módulo é expresso na mesma unidade de , pascal ou seus múltiplos no Sistema Internacional, e psi ou ksi no Sistema Inglês de unidades. LEI DE HOOKE Comportamento Elástico e Plástico dos Materiais - Um material tem comportamento elástico quando as deformações causadas por um certo carregamento desaparecem com a retirada do carregamento. Chama-se limite de elasticidade do material ao maior valor de tensão para qual o material ainda apresenta comportamento elástico. - Se o material tem o início de escoamento bem definido, então o limite de elasticidade e o limite de proporcionalidade coincidem com a tensão de escoamento. Assim, o material se comporta como elástico enquanto as tensões se mantêm abaixo do valor do escoamento. - Se o material atingir o escoamento e se deformar, e o fato de não voltar ao ponto zero, indica que o material sofreu uma deformação permanente ou plástica. Para a maior parte dos materiais, a deformação plástica atingida não depende apenas da máxima tensão a que o material fica sujeito, mas depende também do tempo decorrido até a retirada do carregamento. LEI DE HOOKE Comportamento Elástico e Plástico dos Materiais LEI DE HOOKE Comportamento Elástico e Plástico dos Materiais Fonte: https://youtu.be/wgoU-UJpj90 LEI DE HOOKE Comportamento Elástico e Plástico dos Materiais Fonte: https://youtu.be/4bokS5qZN1w ESFORÇO AXIAL Princípio de Saint-Venant - A resultante das forças internas para uma barra axialmente carregada é normal para uma seção de corte perpendicular ao eixo axial da barra. - - + + ESFORÇO AXIAL Princípio de Saint-Venant - A intensidade da força nessa seção é definida como a tensão normal. ∆→ ௗ A lei do Hooke pode ser aplicada se o material não ficar sujeito a tensões que excedam o limite de proporcionalidade. Podemos escrever ௬ ௬, donde se deduz que a tensão também é constante. Então, a distribuição de tensão é uniforme ao longo do modelo, e em qualquer ponto. ESFORÇO AXIAL Princípio de Saint-Venant - Grandes valores de tensões e deformações específicas são observados nas vizinhanças do ponto de aplicação das forças. ESFORÇO AXIAL Princípio de Saint-Venant - À medida que analisamos elementos mais e mais afastados das extremidades da barra, notamos uma progressiva equalização das deformações, conduzindo a uma distribuição mais uniforme de tensões e deformações específicas ao longo da seção transversal. - Em outras palavras, com exceção dos pontos na vizinhança do ponto de aplicação da força, a distribuição de tensão pode ser adotada independentemente do modo como se aplica o carregamento. - Este resultado, que não se aplica somente a carregamento axial, mas a qualquer tipo de carregamento, é conhecido como princípio de Saint-Venant (matemático e engenheiro francês, 1797-1886). ESFORÇO AXIAL Concentrações de Tensões - Como já foi visto, o valor das tensões nas extremidades dos pontos de aplicação de cargas concentradas é muito maior que a tensão média ao longo da peça. - Quando a peça estrutural contém descontinuidades, como furos ou variação brusca de seção, podem ocorrer altos valores de tensões nesses pontos de descontinuidade. ESFORÇO AXIAL Concentrações de Tensões - O engenheiro que tiver de projetar ou estudar peças desse tipo, dependerá unicamente das relações entre os parâmetros geométricos envolvidos, que dizer, da relação r/W no caso de furo circular e das relações r/h e W/h no caso de arredondamentos. - Além disso, interessa ao projetista o valor máximo da tensão em certa seção, pois o dimensionamento é conduzido buscando-se evitar que o valor máximo da tensão ultrapasse os valores admissíveis para o material. Por isso, se define a relação: á௫ ௗ - Essa relação é chamada coeficiente de concentração de tensões para a descontinuidade em estudo. Os coeficientes de concentração de tensões podem ser determinados uma única vez, e expressos em termos de relação entre os parâmetros geométricos envolvidos. ESFORÇO AXIAL Concentrações de Tensões - Coeficientes de concentração de tensões para barras chatas sob carga axial. A tensão média deve ser calculada para a menor seção: ௗ é a espessura da chapa. ESFORÇO AXIAL Exercício 1 As dimensões da barra de aço são mostradas na figura. Se a tensão admissível for ௗ , determine a maior força axial P que a barra pode suportar. A máxima força que a barra pode suportar é de 16,43 kN. ESFORÇO AXIAL Exercício 1 ESFORÇO AXIAL Exercício 2 Determine a tensão normal máxima desenvolvida na barra quando sujeita a uma carga A tensão máxima ocorre na seção do furo que é de 217,78 MPa ESFORÇO AXIAL Exercício 2 ESFORÇO AXIAL Exercício 2 ESFORÇO AXIAL Deformação de Barras Sujeitas a Cargas Axiais Tomemos uma barra homogênea BC de comprimento L e seção transversal uniforme de área A sujeita à força centrada P. Se a tensão atuante não exceder o limite de proporcionalidade do material, podemos aplicar a Lei de Hooke e escrever: Definindo deformação específica normal, temos: Se as forças forem aplicadas em outros pontos, ou se a barra consiste em várias partes com diferentes seções transversais ou compostas de diferentes materiais, devemos dividi-la em segmentos que, individualmente satisfaçam as condições de aplicação. ESFORÇO AXIAL Exercício 3 - Determine a deformação da barra de aço da figura sob ação das cargas indicadas A deformação total da barra é de 2,75 mm. ESFORÇO AXIAL Exercício 4 a) deslocamento de B; b) deslocamento de D; c) deslocamento de E; A barra rígida BDE é suspensa por duas hastes AB e CD. A haste AB é de alumínio com área da seção transversal de 500 mm²; a haste CD é de aço com área da seção transversal de 600 mm². Para a força de 30 kN determine: a) O deslocamento do ponto B é , de contração. b) O deslocamento do ponto D é , de dilatação. c) O deslocamento no ponto E é de 1,93 mm o sentido da força aplicada. ESFORÇO AXIAL Tensões Produzidas pela Variação de Temperatura - Nas estruturas estudadas até este ponto, consideramos que a temperatura permanecia constante durante o tempo de carregamento. Vamos agora considerar situações em que ocorrem variações de temperatura. - Tomemos primeiramente a barra AB, homogênea e de seção transversal uniforme, apoiada em uma superfície lisa horizontal. Se aumentarmos a temperatura da barra de um valor , notamos que ela se alonga de um valor ் que é proporcional tanto à variação da temperatura quanto ao comprimento da barra. Então temos: ் é constante característica do material, chamada de coeficiente de dilatação térmica. ESFORÇO AXIAL Tensões Produzidas pela Variação de Temperatura - À deformação total ் está relacionada uma deformação específica ் ் . Concluímos que: ் ் é chamadadeformação térmica específica, uma vez que é causada por variação de temperatura na barra. No caso que estamos considerando, não existe tensões relacionadas com a deformação ் pois as extremidades estão livres. ESFORÇO AXIAL Tensões Produzidas pela Variação de Temperatura - Vamos considerar agora que a barra AB de comprimento L foi colocada entre dois anteparos fixos, separados da distância L. - Se elevarmos a temperatura de , o alongamento da barra será nulo, pois os anteparos impedem qualquer deformação. - É necessário inicialmente calcular a intensidade da força P, levando em conta as condições de alongamento nulo da barra. ் ESFORÇO AXIAL Tensões Produzidas pela Variação de Temperatura - Como a deformação total deve ser nula, temos: ் a tensão atuante na barra devido à variação de temperatura é: ESFORÇO AXIAL Exercício 5 A barra AB é perfeitamente ajustada aos anteparos fixos quando a temperatura é de +25°C. Determinar as tensões atuantes nas partes AC e CB da barra para a temperatura de -50°C. Usar ି A tensão atuante na parte AC é de 240 MPa e na parte CB é de 120 MPa. ESFORÇO AXIAL Exercício 6 CONCRETO ARMADO: NBR 6118:2014 recomenda juntas de dilatação a cada 30m. ESFORÇO AXIAL Exercício 6 Determine a variação de comprimento de uma viga de concreto armado pela dilatação térmica e a tensão média, onde temos: ିହ C , e A variação de comprimento da viga de concreto armado pela dilatação térmica é de 9 mm e a tensão média de 85,5 kPa.
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