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Oseias

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O Livro de Oséias הושע 
I_ Introdução 
Filho de Beeri בארי, segundo tradição cristã, era da tribo de Issacar יששכר. Profeta em Israel e Judá, considerado o primeiro da ordem dos Profetas Menores. Seus escritos devem ser interpretados como realidade e nunca como simbolismo1. Casa-se e tem três filhos, tem sua vida marcada por traição de sua esposa, a vida ministerial passa-se pelos reinos de Uzias עוזיהו, Jotão יותם, Acaz אחז e Ezequias חזקיהו, reis de Judá יהודה e em tempo, de Manaém מנחם, rei de Israel2. 
Contemporâneo de Amós עמוס, em Israel de Isaías ישעיהו e Miquéias מיכה em Judá, vivendo em um período conturbado de muita ansiedade nacional. Possuía uma intima comunhão1 com Deus ה '. Em um cenário em que Israel através do reinado de Jeroboão II, gozava do melhor da terra em prosperidade2 e poder. Embora que o povo havia abandonado a adoração ao Senhor e caindo na idolatria. Missionário em sua própria terra, era muito contrito3 e apaixonado pela sua pátria. Sensível a ponto de se tornar conhecido como o profeta do amor no Antigo Testamento. A apostasia permeia o tema do livro, uma forma de Deus se mostrar misericordioso, mesmo que furioso, mas sempre demonstrando que estava disposto a perdoar. Era o único profeta do reino do Norte (Israel). Possui um estilo abrupto e breve, mesmo sendo solene, condenava o emprego da política como remédio para todos problemas espirituais. Escreve na terceira pessoa contando seu próprio casamento, e tem com essa mulher três filhos os quais põe os nomes que indicavam a destruição próxima do reino de Israel5 Os1.1-11. 
Dentre as profecias deste, nem todas foram proferidas no mesmo período da vida do profeta, já que a primeira parte se é dita antes da morte do rei Jeroboão II (753 a.C), em alusão ao capitulo 1 onde o significado simbólico de Jezreel como indicação do fim da dinastia de Jeú, já no capítulo 5 é dirigido ao rei Manaém (752-742 a.C), no capítulo 7 tem como data aproximada de uma ou dez décadas mais tarde com a denúncia ao governo e a sua politica de duplicidade. Por isso é justo considerar que o livro em seus sermões apregoados no período todo é de pelo menos vinte e cinco anos á trinta anos. 
 
 II_ Autoria do livro 
Oséias o profeta. Não4 se sabe muita coisa sobre o autor, em Os 1.1 aparece o nome do seu pai, mas o curioso é que não vem nenhuma genealogia, e nem tão pouco o lugar do seu nascimento, não há vestígios de sua chamada divina como profeta, as únicas coisas que o texto nos permite compreender é sobre o seu caráter. Este era um homem sensível, termo e misericordioso. Bem parecido com o profeta Jeremias. Sua mensagem era como a de um esposo à sua amada, pois sua mensagem necessitava ser entregue e sentida para ter eficácia. Foi preciso4 que o profeta passar pelo desconforto de uma traição. E mesmo depois de tudo o que passou manteve um amor profundo pela esposa. Isso nos arremete a lembrarmos do amor de Deus por Israel, mesmo com a traição, Ele não à deixou de ama-la, porque tal “traição” era a idolatria e a corrupção moral. 
Tem como tema um testemunho sério e contra todo o reino do Norte, devido a sua apostasia da aliança com Deus e uma grande corrupção com relação a assuntos morais, particulares e públicos. 
O livro foi escrito no distrito6 de Samaria, embora o profeta registra uma profecia contra a cidade, Os 13.16, mas não é retratado seu cumprimento. 
III_ História 
O livro nos fala a respeito do surgimento de dois reinos4 o do Norte e o do Sul, em primeiro a mensagem do livro é para Israel, que vem ser aplicável à Judá, por isso vem a ser feita uma introdução falando de dois reinos. Prosperidade material era evidenciada, a qual leva a nação de Israel a um declínio espiritual e moral. Havia uma prosperidade tão grande que toda a comparação com o início da monarquia não é mera coincidência, as suas fronteiras foram estendidas ao sul e a leste de Israel após a derrota da Síria. Isso quase dava para comparar em extensão com os dias de Davi e Salomão Am 6.4; 3.15 e 1 Rs 22.39.  
A forma de adoração dos caldeus, com sua idolatria espalhou-se por Israel e pela sua circunvizinhança, deixando seduzir-se, deixa se envolver com atividades de idolatrias, adoravam divindades pagãs e bezerros de ouro, este que havia sido levantado por Jeroboão I. Betel e Dã tornam-se centro idolatra em Israel, ali era o foco 1 Rs 12.28. E sem falar dos ritos de fertilidade, ocasionando4 excessos de viciados por sexo. Era desolador a bebida, a violência e as indulgências tomaram conta da situação. Prostituição e Homossexualismo descontrolado ao ponto de serem praticados até mesmo no interior dos templos 2 Rs 23.7. 
Em resumo com isso tudo a benção de Deus, a presença de Yahweh já não estava mais por sobre eles. A prosperidade material entra em declínio, confusões tornou ordem do dia, morre o filho de Jeroboão assassinado4 por Salum que logo foi morto por Manaém. 
Em quinze anos quatro reis foram mortos, Manaém tenta tomar o poder. Israel começa a se isolar das outras nações, começa disputas por fazer qualquer negócio com os vizinhos, menos arrepender-se de seus atos e voltarem a Deus Os 5.13;7.11;12.1. 
 IV_ Destinava 
Por volta de 748 a.C é nos dado o início deste livro Os 1.1, cronologicamente estamos no caminho certo. Vários contemporâneos4 são mencionados no texto. Tem como marco o surgimento do ministério de Oseias. A morte de Ezequias ocorre por volta de 690 a.C, nos fez entender que seu ministério cobriu um longo período; aproximadamente cinquenta e oito anos atingiu a época de Ezequias. Quando ele começa a escrever, pode ter escrito em duas partes (as parábolas dos caps. Os 1-3 e as profecias dos caps. Os 4-14). Dentro da cronologia que o escritor4 nos apresenta fica: 
Jeroboão II – reinou de 782 à 753 a.C; 
Uzias – reinou de 767 à 715 a.C; 
Jotão – reinou de 740 à 731 a.C 
Acaz – reinou de 732 à 715 a.C; 
Ezequias – reinou de 716 à 686 a.C. 
Em Os 1.4 dá a entender que que em uma data anterior a morte de Jeroboão II, é que marca o início do seu ministério. 
Têm o propósito em convencer o povo a necessidade de arrepender-se e assim retornar ao paciente amoroso Deus. 
Ameaça e promessa tem sua apresentação de acordo com o ponto de vista do amor de Deus por Israel, como seus filhos amados, como sua esposa pela aliança. 
V_ Mensagem 
Yahweh havia se sentido ofendido com a infidelidade4 da esposa, Israel surge como esposa adultera, agora repudiada, mas além purificada e restaurada. Oséias tem essa mensagem, que em suma poderia ser resumida em duas palavras: 
Lo-Ami – (não meu povo) rejeição temporária Rm 11.1-24. 
Ami – (Meu povo) mostra a restauração final Rm 11.25-26; Os 1.2-2.23. 
Israel não era só pecaminosa e apostata, mas o pecado da nação à tornava de caráter gravíssimo pela exaltada relação em que fora colocada por Yahweh. Mas apesar das contaminações, com o paganismo cananeu e com os cultos4 de fertilidade, Deus com seu amor imutável, faz com que o profeta se esforçar a advertir o povo ao arrependimento. 
Podemos dividir em um quadruplo o tema do profeta: 
A idolatria; 
A sua iniquidade; 
Seu critério; 
Sua restauração. 
A mensagem central de todo o livro está no amor de Deus por Israel. Que a convoca ao arrependimento. E quando a nação é retratada como a esposa adultera e em breve seria posta para fora, para assim depois seria purificada e restaurada. Profeticamente eventos dentro do mandamento divino como símbolo do que haveria de acontecer a nação, Deus ordena ao profeta que se case4 com uma meretriz e tivesse filhos e que desse a eles os nomes:  
Jezreel – O reinado de Jeú e toda sua dinastia haveria de ser dizimada; 
Lo-Ruama – De quem não se tem misericórdia, como um profeta sobre o cativeiro Assírio; 
Lo-Ami – Não meu povo, rejeitada temporariamente; 
Ami – Meu povo, restauração. 
 VI_ Pontos Doutrinários 
Os 11.1 a graça de Deus. É tomada a iniciativa para salvação da nação, já que o povo estava em uma depravação total, a cura só viria através da graça. Os 5.4 e 11.7 nos faz entender que o arrependimentoestá dentro da vontade humana. Ef 1.9-10 não apenas há povo mas há todo mundo, porque em sua vontade foi nos trazer á Ele. 
O pecado tem o poder de confundir, cegar, perverter e desviar, Os 4.11, torna nossa vida pecaminosa por isso o juízo deve ser imposto, e seu juízo seria o mesmo que não houvesse restauração. 
O arrependimento é o caminho mais difícil, Os 6.1-4, e que realmente seja cultivado e seja um sentimento do dia pra noite, e sim por obra do Espirito Santo que tem trabalhado para que nós sejamos limpos de toda a idolatria, imoralidade e corrupção, pois só assim haverá uma grande transformação em nossas vidas. 
VII_ Esboço 
A esposa prostituta4 repreendida e o treinamento do profeta – Os 1.1; 2.2-14; 3.5  
Casamento, a vida no lar simbolizando a nação: punição e restauração – Os 1.1; 2.1,23  
Rejeição com relação aos nomes dos filhos – Os 1.3-9  
Consolo em meio a desgraça e triunfo final – Os 1.10-11; 2.1 
Israel julgada – Os 2.1-13  
Israel restaurada – Os 2.14-23 
Outro casamento – Os 3.1-5 
Decreto – Os 3.1-3 
Significado – Os 3.4-5 
 
Um amor por4 Israel e o ensinamento do profeta – Os 4.1; 14.9 
Culpa, o pecado nacional e sua causa – Os 4.1-19; 6.3 
Ira de Deus, e a advertência aos sacerdotes, ao povo e ao rei: santuários pagãs são armadilhas – Os 5.1-15 
A exortação e o arrependimento – Os 6.1-3 
A reação de Deus e se declara contra Israel – Os 6.4; 7.16; 13.8 
Infidelidade, culpa de sangue e a colheita sanguinária – Os 6.4-11 
Rebeldia, adultério e as bebedices constantes não deixam margens à misericórdia divina – Os 7.1-16 
Juízo proferido – Os 8.1; 9.17 
Ceifa das tormentas: devorados pelo mundo que adoravam - Os 8.1-14 
Escravidão do exílio - Os 9.1-17  
Recapitulação e o chamado – Os 10.1-15 
O Amor – Os 11.1; 14.9 
Um amor inabalável de um Deus que trata Israel como um povo teimoso – Os 11.1-11 
A única alternativa, exilio, após tanta rebeldia – Os 11.12; 12.14 
A orientação e o resultado – Os 13.1-16 
Apelo final e arrependimento: restituição – Os 13.9; 14.1-9 
VIII_ Conclusão 
Quando Deus vê seu povo, tão amado se envolvendo com deuses e ritos pagãs, Ele se ira. Decreta que seja punido para que gere dentro de si o arrependimento, Os 2.2-7, assim como uma esposa infiel que possui desejos ilícitos e impuros, deixa seus desejos falarem mais alto, decide viver uma vida de luxurias e pecados, deixando pra traz a sua vida devotada ao seu esposo. Por um homem Jeroboão I entra a separação do esposo com a esposa, que contamina toda uma família. Mas por um homem vem o chamado ao arrependimento, mas bastaria arrepender-se, pois todo pecado gera morte (consequências), seria necessário que todo pecado fosse desfeito, se fazia a necessidade que a esposa padecesse para poder ser resgatada novamente pelo esposo, um paradoxo entre Deus-Igreja-Cristo, Os 13.15, nos arremete a entender o cumprimento da profecia de que o povo seria levado cativo a Assíria. 
Em seu proposito Deus de um modo evidente, quer ensinar-nos como é viver com uma esposa infiel, considerando que o Senhor tinha de lidar com uma nação infiel. Quando lemos Ex 32 e Nm 14 nos deparamos com tendências já lá atrás de um povo que se direcionava à infidelidade. Serve a nós como compreensão de como Deus se sentirá em relação a apostasia do povo, já que Ele sempre esteve próximo do povo e fazendo de tudo pelo povo Os 13.6.  
 O livro fala a respeito de um povo que possuía6 a necessidade de ouvir falar do amor de Deus por eles, e um Deus que queria lhes falar de maneira singular, já que o povo chegou a ponto de pensar que o amor de Deus poderia ser comprado ou barganhado (hj em dia vemos isso com os jejuns direcionados a troca de favores “eu faço o jejum e Deus me dá isso ou aquilo), Os 8.9. Deus desejava que Israel o conhecesse de forma literal Os 11.1. Assim era comparado seu relacionamento e de sua aliança com a nação a uma união conjugal profunda e intima. 
IX_ Palavras-Chaves 
Obediência – Os 1.2 
Quando o profeta em obediência a ordenança de Deus, casasse com uma meretriz. 
Reinado rejeitado – Os 1.4-5 
O reinado da dinastia de Jeú havia sido reprovado por Deus, pois suas alianças trouxeram afastamento do povo ao único e verdadeiro Senhor. 
Castigo (sem misericórdia) – Os 1.6-7 
Como um profeta em seu oficio, falando tudo que fora determinado sem olhar a quem se é dito, só cumprindo o que fora determinado pelo seu Senhor. 
Rejeição (não são meu povo mais) – Os 1.9-11 
O povo já não mais conhecia a Deus, pois foram levados a outros deuses e suas divindades. 
Restauração (meu povo) – Os 14.4 
Depois de tudo, Deus ainda ama a nação e faz gerar no povo um arrependimento que os faz desejar retornar ao seio de seu Senhor. 
Amor e Graça – Os 13.4-9 
Deus em seu amor fraternal e ágape, não aceita o pecado em meio ao seu povo, os corrige, deixa-os para que paguem pelos seus erros e com isso se gere arrependimento e só deste modo desejassem voltar ao esposo, mas Deus com seu amor os faz lembrar dos cuidados que Ele tinha com o povo, das provisões e das vitorias entre outras coisas. 
 X_ Bibliografia   
FIGUEIREDO, Joaquim dos Santos, Dicionário Bíblico Universal, p. 313-314, 7ª impressão, 1993 – Editora Vida. 
BOYER, O. S, Pequena Enciclopédia Bíblica, p. 460-461, 20ª impressão, 1993 – Editora Vida  
UNGER, Merrill Frederick, Manual Bíblico Unger, p. 311-313,314,315 e 316, 2ª edição, 2009 – Editora Vida Nova 
CHAPLIN, Ph.D., Antigo Testamento Versículo por Versículo, editora Candeia, p. 3439-3443, edição ano 2000 
HUF, Fernando Henrique, Dicionário de Estudos Bíblicos, editora rideel, p.199, edição 2011 
DA SILVA, Claudemir Pedroso, Estudos Bíblicos, editora Difusão Cultural do Livro, p. 213, edição 2012 
ALMEIDA, João Ferreira, Bíblia de Estudo Scorfield, Almeida Corrigida, Fiel (ACF), Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, p. 783-790, edição 2009

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