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2 
 
Material didático acessível com a 
utilização dos softwares 
 
Google Chrome 
 
NVDA 
 
 
VLIBRAS 
 
 
https://www.google.com.br/chrome/browser/desktop/
https://sourceforge.net/projects/nvda/?source=typ_redirect
https://chrome.google.com/webstore/detail/vlibras/pgmmmoocgnompmjoogpnkmdohpelkpne?hl=pt-BR
 
3 
 
Arnaldo Sá 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTO SAGRADO IV LIVROS 
PROFÉTICOS AT 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sobral 
2017 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Sumário 
 
Palavras do Professor autor 
Sobe o autor 
Ambientação à disciplina 
Trocando ideias com os autores 
 Problematizando 
 
PARTE I – OS PROFETAS MAIORES 
Isaías 
Jeremias 
Ezequiel 
Daniel 
PARTE II- OS PROFETAS MENORES: De Oseias a Miqueias 
Oseias 
Joel 
Amós 
Jonas 
Obadias 
PARTE III- OS PROFETAS MENORES: De Naum a Malaquias 
Naum 
Habacuque 
Sofonias 
Ageu 
Zacarias 
Malaquias 
 
Explicando melhor com a pesquisa 
 
6 
 
Leitura Obrigatória 
Pesquisando com a internet 
Saiba mais 
Vendo com olhos de ver 
Revisando 
Autoavaliação 
Bibliografia 
Bibliografia Web 
Vídeos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Palavra do professor autor 
Prezado Estudante, 
 
 Seja bem-vindo ao estudo dos livros proféticos no AT. Neste estudo o criador 
resolveu compartilhar com seus servos, os profetas, os acontecimentos relevantes 
que ainda estavam no porvir. Amós, um vaqueiro chamado por Deus para realizar um 
ministério profético, esclarece que “o SENHOR Deus não fará coisa alguma, sem 
primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas”. 
 
 Estes segredos revelados por Deus deviam ser anunciados. O profeta tinha 
uma dura missão. Ainda que a mensagem divina fosse impopular, o servo do Senhor 
deveria pregá-la e repeti-la mesmo pondo em risco sua própria vida, e não era raro 
isso acontecer. Alguns foram presos, outros martirizados, muitos perseguidos no 
cumprimento de sua tarefa. Jeremias foi jogado em um poço cheio de lama, e, 
segundo a tradição, Isaías foi serrado ao meio pelo cruel monarca do reino de Judá, 
que não suportava ouvir-lhe as admoestações divinas. 
 
 O Moderno Dicionário da Língua Portuguesa Michaelis define profeta como 
“aquele que, entre os hebreus, anunciava e interpretava a vontade e os propósitos 
divinos e, ocasionalmente, predizia o futuro”. 
 
 Interessante notar, nesta definição, o termo “ocasionalmente”, em relação às 
predições. Deixa transparecer que prever o futuro não era a única função do profeta. 
Ele exercia outros ofícios igualmente importantes: anunciar e interpretar a vontade e 
os propósitos de Deus. 
 
Em situações específicas, o profeta tinha a missão de conduzir pessoas ao 
arrependimento, levando-as a reconhecer seus erros. Foi o que aconteceu no caso 
de Davi, ao cometer um homicídio que, hoje, poderia dizer-se “triplamente qualificado”: 
 
8 
 
planejou o crime, ordenou sua execução por motivo banal e não deu nenhuma chance 
de defesa à vítima. Todos conhecem a história do rei que adulterou com a mulher de 
um soldado de seu exército e depois mandou matá-lo. Leia o relato completo em II 
Samuel 12:1-13. 
 
Na verdade, esse caso particular ilustra o objetivo geral do trabalho de um 
profeta: trazer de volta o povo que se afastara de Deus, indicando-lhe o caminho da 
obediência e prenunciando as consequências da rebeldia. 
 
 Os profetas, como porta-vozes de Deus, tinham a sagrada missão de conduzir 
o povo ao arrependimento, mostrando a ação divina sobre as nações desobedientes, 
incluindo Israel e Judá. Por isso eram considerados o cérebro e os olhos da 
comunidade civil e religiosa 
 
 Assim, estimado aluno, esperamos que essa luz que irradia do trono de Deus 
por meio de seus servos, os profetas, ilumine sua vida com a esperança de um futuro 
na companhia do Príncipe da Paz. 
 
 Bom estudo! 
 
 O autor 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Sobre o autor 
 
 
Arnaldo Vicente Ferreira Sá, graduação em Letras pela 
Universidade Estadual Vale do Acaraú (1985), graduação em 
Teologia pelo Instituto Superior de Teologia Aplicada (2010) e 
Especialização em Língua Portuguesa pelo Instituto Superior 
de Teologia Aplicada (2006). Atualmente é Professor 
Substituto da Universidade Estadual Vale do Acaraú e 
Professor Titular do Instituto Superior de Teologia Aplicada. 
Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Ensino 
Universitário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
Ambientação à disciplina 
 
Caros estudantes, 
 
 Abordaremos como a Bíblia é um livro extraordinário. Fruto da atuação do 
Espírito Santo sobre agentes humanos, temos hoje uma compilação de 66 escritos, 
considerando-se o cânon hebraico do Antigo Testamento composto de 37 livros 
autorizados. Desse conjunto, dezesseis são classificados, na Teologia Cristã, como 
livros proféticos. 
 
 Considerados “mensageiros do Altíssimo”, os profetas recebiam também os 
designativos de “homem de Deus” e “vidente”. Mas profetas e profetizas tinham uma 
missão bem mais abrangente do que apresentar o futuro. Eram conselheiros, 
defensores da justiça, porta-vozes das revelações divinas nos momentos cruciais da 
história de Israel. 
 
 A condição de profeta colocava-o em posições de liderança. Por isso, não raro 
se viam aqueles que ambicionavam o status desses homens de Deus, e 
apresentavam ao povo falsas mensagens, como se falassem em nome do Eterno. 
Haveria alguma forma de distinguir o falso do verdadeiro? 
 
 O capítulo 13 do livro de Deuteronômio inicia com uma advertência: “Quando 
profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio...” Na 
sequência, o povo é orientado a observar a mensagem do profeta: ainda que a 
profecia se cumpra, mas o suposto vidente prega adoração a falsos deuses, deve ser 
banido do meio da congregação. Essa ainda é a forma correta de testarmos, hoje, os 
que se proclamam mensageiros do Senhor. Se sua mensagem e conduta não 
estiverem de acordo com a verdade revelada de Deus, não lhes devemos dar nenhum 
crédito. 
 
11 
 
 Em todo o antigo testamento, temos a presença marcante de muitos homens e 
mulheres atuando como servos de Deus, chamados para a missão profética. 
Entretanto, nesse manual de estudos, vamos nos concentrar no exame sucinto da 
vida e obra daqueles que deixaram o relato escrito de suas profecias e mensagens 
recebidas do Deus Altíssimo. 
 
 A sequência destes escritos, nas traduções modernas da Bíblia, é a seguinte: 
 Profetas maiores: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel. 
 Profetas menores: Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, 
Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. 
 
 Convém lembrar que, segundo o cânon adotado nas Bíblias católicas, o livro 
de Baruque deve ser acrescentado à lista dos profetas menores. 
 
 A grande mensagem dos profetas focaliza-se na apresentação da resposta 
divina para o problema do pecado: a vinda do Messias, o filho de Deus, cuja missão 
seria resgatar o homem de seu estado decaído e restituir-lhe a imagem e semelhança 
do Criador. De forma magistral, Isaías resume essa maravilhosa boa nova: “Porque 
um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e 
o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe 
da Paz.” (Isaías 9:6). 
 
Nota: Salvo indicação contrária, os textos bíblicos citados neste compêndio são da 
tradução da Bíblia Almeida Revista e Atualizada publicada pela Sociedade Bíblica 
do Brasil. 
 
 
 
 
12 
 
Trocando ideias com os autores 
 
Sugerimos a leitura da obra Guia doleitor da Bíblia, neste livro é 
abordado um comentário abrangente, não somente dos profetas, 
mas de todos os livros da Bíblia Sagrada. Como o título da obra 
sugere, o autor repassa todos os capítulos da Bíblia, informando e 
orientando o leitor por meio de resumos, significado da mensagem 
do livro estudado, apresentando definições e explicações de termos 
bíblicos, com referências cruzadas de passagens da Bíblia. 
 
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. 
 
 Para ampliar seus conhecimentos Propomos também a você caro 
estudante a leitura da obra Manual Bíblico SBB, assim como o 
Guia do Leitor da Bíblia, ele também está na categoria de estudos 
gerais das Escrituras Sagradas. Provê informações sobre todos os 
livros bíblicos, e traz valiosas informações sobre os escritos 
proféticos. 
 
 
PAT & DAVID ALEXANDER (editores). Manual Bíblico SBB. Barueri, SP: Sociedade 
Bíblica do Brasil, 2008. 
 
Guia de estudo: Após a leitura dessas obras faça uma resenha apontando as 
principais características dos livros proféticos e suas contribuições para as pessoas 
nos dias de hoje, em seguida compartilhe no ambiente virtual. 
 
Problematizando 
 
13 
 
 
Qual a melhor forma de contextualizar a obra de cada profeta? 
 A melhor resposta a essa pergunta é tentar localizar 
no tempo e no espaço os acontecimentos 
registrados em cada livro. A partir desse ponto, 
podemos traçar uma linha do tempo com 
personagens e principais fatos relacionados à vida 
do profeta, reconstruindo, assim, o ambiente 
contextual da profecia. Isso nos ajuda a 
compreender melhor a mensagem de Deus para a 
época em que foi escrita. 
 Analise cuidadosamente o gráfico e o mapa desta 
página e sempre recorra a ele no estudo deste 
resumo. Será de grande ajuda para entender o 
contexto histórico dos profetas bíblicos. 
 
 
Guia de estudo: Faça uma pesquisa sobre o contexto histórico dos profetas e se 
esse contexto influenciou em seus ministérios, em seguida compartilhe suas 
descobertas postando no ambiente virtual. 
 
 
 
 
Os profetas maiores 
 
14 
 
1 
 
 
Conhecimento 
Conhecer os quatro profetas maiores do Antigo Testamento e apreender a 
mensagem de cada livro. 
 
 
 
Habilidade 
Ser capaz de identificar o estilo e características próprias dos profetas maiores. 
 
 
 
Atitude 
Demonstrar segurança na interpretação hermenêutica dos autores bíblicos 
estudados, reconhecendo a essência de sua mensagem, bem como a 
contextualização de sua obra. 
 
 
 
Profeta Isaías 
 
15 
 
Significado do Nome: Como a maior parte dos nomes bíblicos do Antigo 
Testamento, Isaías é uma palavra hebraica. Significa “Salvação de Jeová”. 
 
Quem era: 
Qualquer biografia que se possa delinear dos profetas bíblicos será sempre 
curta, pois não era do interesse do autor expor sua vida pessoal. O foco da mensagem 
eram as instruções de Deus a seu povo. Às vezes, uma ou duas linhas de 
apresentação, e logo em seguida o escritor já partia para a proclamação da 
mensagem divina. No caso de Isaías, suas primeiras palavras mencionam apenas a 
temática geral (uma visão recebida de Deus), o nome de seu pai (Amoz, que não 
devemos confundir com o profeta Amós), e o período de seu ministério (durante os 
reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá). 
 
Sabe-se que era casado com uma mulher que ele apenas identifica com o 
epíteto de “profetisa” (Is. 8:3), de quem teve filhos, dos quais dois são nomeados 
simbolicamente: Um-Resto-Volverá e Rápido-Despojo-Presa-Segura (Is. 7:1, 8:3). 
Pertencia à família da nobreza israelita. Isso justifica seu livre trânsito na corte de 
Jerusalém. 
 
Epíteto: significa acrescido, posto ao lado. É um termo de origem grega. Epíteto é 
uma expressão que, associado ao substantivo, o qualifica como uma alcunha, um 
apelido ornamentando o nome e o distinguindo. 
 
 
 
 
 
O chamado: 
 
16 
 
 Seu chamado é descrito no capítulo seis de seu livro. Aqui, o profeta relata 
uma visão do trono de Deus, cercado por serafins de seis asas, que proclamavam 
continuamente: “Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está 
cheia da sua glória”. 
 
 Diante do esplendor e santidade do Altíssimo, Isaías (Cap. 6), em desespero, 
exclama: “Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no 
meio de um povo de impuros lábios.” (v. 5). No entanto, um anjo retira uma brasa viva 
do altar, e com ela toca os lábios do profeta, declarando: “a tua iniquidade foi tirada, e 
perdoada, o teu pecado”. (v.7) A partir desse momento, o profeta é investido de 
autoridade para anunciar os juízos divinos. Quando o SENHOR o interpela: “A quem 
enviarei, e quem há de ir por nós?” Isaías, pode, então, responder: “Eis-me aqui, envia 
a mim.” (v. 8). 
 
Autoria: 
 Isaías é contestado, por algumas correntes teológicas modernas, como único 
autor de todos os 66 capítulos do livro. Tais teólogos alegam, entre outras coisas, 
diferenças no contexto histórico profético após o capítulo 39, por isso argumentam 
que os capítulos 40 a 66 são adições de outros escritores. Embora possamos dividir 
o livro em três partes temáticas (ver tópico A Mensagem), a maioria dos estudiosos 
concorda com a unidade geral do livro de Isaías e aceita a integralidade de seu 
conteúdo dentro de um plano profético mais amplo. 
 
Integralidade: É um conjunto de tudo aquilo utilizado para formar ou completar um 
todo. 
 
 
 
O contexto: Época e lugar 
 
17 
 
 
 Isaías mesmo indica claramente o período histórico de seu ministério e também 
delimita o contexto geográfico social em que atua como mensageiro de Deus: “Visão 
de Isaias. Filho de Amoz, que ele teve a respeito de Judá e Jerusalém, nos dias de 
Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá.” (Isaias 1:1). 
 
O profeta ministrava na região de Judá, especificamente na cidade de 
Jerusalém, apesar de suas predições ultrapassarem as fronteiras deste reino, todas 
as outras nações mencionadas: Assíria, Egito, Babilônia, Tiro, entre tantas estão 
direta ou indiretamente relacionadas ao esquema profético universal, pois afinal, o 
Deus Eterno é o Senhor de todas elas. Além disso, essas nações mantinham, em 
diferentes graus, relações com o reino de Judá. 
 
 Isaías começa sua missão na Judeia, por volta do ano (740 a. C), no ano da 
morte do rei Uzias. Seu ministério estende-se por 53 anos, prolongando-se, portanto, 
até o ano (687 a. C), durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias. 
 
A mensagem: Profecias, Advertências e Promessas. 
 A história do Reino de Judá pode ser firmemente demarcada por três períodos 
distintos: 
1) A fase Pré-exílico; 
2) O tempo do exílio na Babilônia; 
3) O período pós-exílio, quando as famílias expatriadas retornaram para 
Jerusalém. 
 
O livro do profeta Isaías segue muito de perto esse esquema. Os 39 primeiros 
capítulos enfocam a primeira fase, o período histórico antes do exílio, em que Isaías 
viveu e cumpriu seu ministério. Estes capítulos apresentam uma série de profecias 
que apontam para a punição da casa rebelde de Judá: “Ai desta nação pecaminosa, 
 
18 
 
povo carregado de iniquidade, raça de malignos, filhos corruptores; abandonaram o 
Senhor, blasfemaram do Santo de Israel, voltaram para trás.” (Isaías 1:4). 
 
O Senhor conhece bem o deplorável estado de seu povo. O profeta descreve 
em palavras vivas a triste condição nacional: “Desde a planta do pé até à cabeça não 
há nele coisa sã, senão feridas, contusões e chagas inflamadas, umas e outras não 
espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo.” (Isaías 1:6). E apresenta o 
castigo merecido: “A vossa terra está assolada, as vossas cidades, consumidas pelo 
fogo; a vossa lavoura os estranhos devoram em vossa presença; e a terra se acha 
devastada como numa subversão de estranhos.” (v: 7). 
 
Diante da iminente destruição, Deus, em sua inefável misericórdia,faz um 
convite e oferece esperança: 
Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos 
pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a 
neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como 
a lã. Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra. 
(ISAÍAS 1: 18- 19). 
 
 O versículo seguinte traz a terrível advertência: “Mas, se recusardes e fordes 
rebeldes, sereis devorados à espada.” Infelizmente, essa foi à escolha de Judá. Como 
consequência, a espada do juízo se concretizou no cerco de Jerusalém pelas tropas 
de Nabucodonosor, que levou em cativeiro as mais nobres famílias hebreias para 
servi-lo na corte babilônica. A terra ficou desolada, com uma população reduzida e 
destituída de lideranças. “A tua prata se tornou em escórias, o teu licor se misturou 
com água.” (Is.v. 22). 
 
 A segunda parte do livro (capítulos 40 a 55) reflete esse período em que o povo 
estava humilhado e em terra estranha. Mas o Senhor promete libertação! E na figura 
do rei Ciro, surge o libertador do jugo da Babilônia. Os remanescentes finalmente 
poderiam voltar à terra prometida. Mas, muito superior a esse general persa, viria o 
 
19 
 
tempo do Salvador Magno, não só da nação, mas de todo o mundo: Aquele conhecido 
como o “Servo sofredor” e descrito nos capítulos de Isaías (Is. 52; 53). 
 
 A terceira parte (capítulos 56 a 66) contém profecias de cura e restauração. 
Aqui se misturam cenas proféticas do período pós-exílio com promessas que nos 
remetem à renovação final de todas as coisas: a criação de um novo céu e uma nova 
terra: “Porque, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante 
de mim, diz o SENHOR, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome.” 
(Isaías 66:22). 
 
Destaques messiânicos: 
 Dentre os pontos de maior relevância no livro de Isaías, destaca-se o seu 
messianismo. De todos os profetas, é o que apresenta maior número de profecias 
referentes à obra, ao ministério e caráter de Nosso Senhor Jesus Cristo, por isso é 
conhecido como o “profeta evangelista”. São antológicas as previsões messiânicas 
contidas nos (capítulos 7, 9, 11, 35, 52) e, em especial, no (capítulo 53). 
 
 O próprio Senhor Jesus, ao fazer a leitura de Isaías (61:1-2), na sinagoga, 
aplicou a si mesmo as palavras do profeta: 
 
Então, lhe deram o livro do profeta Isaías, e, abrindo o livro, achou o 
lugar onde estava escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo 
que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar 
libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em 
liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor. Tendo 
fechado o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e todos na 
sinagoga tinham os olhos fitos nele. “Então, passou Jesus a dizer-lhes: 
Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir.” (LUCAS 4:17-21). 
 
 
 Isaías já anuncia o Messias vindouro diante da corte do rei Acaz. O profeta 
tranquiliza o ansioso rei, ameaçado pelos exércitos da Síria e Israel, que, após a 
 
20 
 
divisão do reino, ficou com as dez tribos do Norte. Isaías então oferece um sinal do 
Senhor dos Exércitos como prova de sua proteção. Acaz recusa, alegando não 
pretender tentar ao Senhor. Então o homem de Deus levanta a voz e exclama: “Ouvi, 
agora, ó casa de Davi... o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem 
conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel.” (Is. 7:13-14). Conforme o 
evangelista Mateus (Mt.1:23), essa profecia se cumpre na pessoa de nosso Senhor 
Jesus. 
 
 No capítulo 9, Isaías nos transporta para as praias do lago de Genesaré, na 
“Galileia dos gentios”, e fala mais um pouco desse menino que nasceria da virgem: 
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus 
ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, 
Príncipe da Paz” (Is. 9:6). 
 
 No (capítulo 11), o Senhor Jesus é apresentado como o rebento de Jessé, 
sobre o qual repousaria “o Espírito do Senhor”, Espírito de sabedoria, de 
entendimento, de conselho e de fortaleza. A raiz de Jessé traria justiça e equidade 
para os pobres e humildes, e seria duro com os perversos. “A justiça será o cinto dos 
seus lombos, e a fidelidade o cinto dos seus rins.” (11:5). 
 
 O ministério de Nosso Senhor é sucintamente descrito nos (versos 5 e 6 do 
capítulo 35): “Então, se abrirão os olhos dos cegos, e se desimpedirão os ouvidos dos 
surdos; os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará; pois águas 
arrebentarão no deserto, e ribeiros, no ermo.” 
 
 Mas de todos os pronunciamentos proféticos de Isaías, o que mais impressiona 
pela riqueza de detalhes é a profecia do “Servo sofredor”, que se inicia no (verso 13 
do capítulo 52) e estende-se por todo o (capítulo 53). Aqui o profeta prenuncia a 
missão, o sofrimento, a morte e a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Tudo 
 
21 
 
predito 700 anos antes dos fatos acontecerem. Convém abrir sua Bíblia e ler toda a 
passagem. Eis um resumo: 
 
 Missão: Salvar o pecador. Deu sua alma como oferta pelo pecado (Is.53:10). 
Caiu sobre Ele a iniquidade de todos nós (v. 6). Tomou sobre Ele nossas dores e 
enfermidades (v. 4) 
 
 Sofrimento: Foi traspassado e moído (v. 5). Homem de dores (v. 3). Aflito, ferido 
e oprimido (v. 4). “Como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda 
perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.” (v. 7). 
 
Morte: Cortado da terra dos viventes (v. 8). Esteve, em seu sacrifício, com os 
perversos (os ladrões com Ele crucificados) e com o rico (José de Arimateia) (v. 9). 
Derramou a sua alma na morte (v. 12). 
 
Ressurreição: “Verá a sua posteridade e prolongará os seus dias” (v. 10). Verá 
o resultado de sua missão e ficará satisfeito (v. 11). “Será exaltado e elevado e será 
mui sublime” (Is.52:13). 
Súmula do livro 
1. Profecias, advertências e julgamento sobre Judá. (Is. 1 – 13) 
2. Emanuel – Deus Conosco – é anunciado. (Is.7 – 9:7) 
3. Juízo sobre Samaria. (Is.9:8 – 10:4) 
4. Reino do Messias versus reinos dos homens. (Is.10:5 – 12) 
5. Profecias e juízos sobre povos diversos, indivíduos e Israel. (Is.13 – 35) 
6. Ezequias, os assírios e a libertação do Senhor. (Is.36 – 39) 
7. Palavras de conforto aos que estão no exílio. (Is.40 – 49) 
8. Esperança e salvação no Messias. (Is.50 – 57) 
9. Palavras de restauração e vitória. (Is.58 – 66) 
Profeta Jeremias 
 
22 
 
 Significado do Nome: Do hebraico Yirmyah, que significa “Jeová é 
elevado”. 
 
Quem era: 
 Jeremias pertencia a uma família da classe sacerdotal. Seu pai, Hilquias, 
morava em uma pequena cidade da tribo de Benjamim, Anatote, que ficava cerca de 
cinco quilômetros de Jerusalém. Acompanhava a família nas peregrinações ao templo 
construído por Salomão, nas principais festas religiosas, em muitas das quais seu pai 
participava como sacerdote oficiante. Preparando-se, com certeza, para, quando 
chegasse o tempo oportuno, realizar os sacrifícios expiatórios dos rituais judaicos. 
 
 Sabemos que o profeta não teve filhos, pois Deus mesmo ordenou que ele não 
casasse: “Não tomarás mulher, não terás filhos nem filhas neste lugar.” (Jeremias 
16:2). Levado à força por um grupo de Judeus rebeldes ao Egito, aí faleceu já bem 
idoso. 
 
 Era homem de muita sensibilidade espiritual e sofria com a rebeldia do povo e 
os desmandos de seus dirigentes que rejeitavam as advertências de Deus. 
 
O chamado: 
 Logo no primeiro capítulo de seu livro, Jeremias deixa transparecer que ainda 
era muito jovem ao ser chamado por Deus, provavelmente estava no início da 
adolescência. Assim ele declara: 
 
 
 
A mim me veio, pois, a palavra do SENHOR, dizendo: Antes que eu te 
formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, 
te consagrei, e te constituí profeta às nações. Então, lhe disse eu: ah! 
 
23 
 
SENHOR Deus!Eis que não sei falar, porque não passo de uma criança. 
(Jeremias 1:4-6) 
 
 No entanto, quando Deus tem um propósito a ser realizado por um agente 
humano, Ele o capacita e faz seu instrumento escolhido superar qualquer obstáculo. 
O SENHOR, então, responde a Jeremias: “Não digas: Não passo de uma criança; 
porque a todos a quem eu te enviar irás; e tudo quanto eu te mandar falarás. Não 
temas diante deles, porque eu sou contigo para te livrar.” (Jr.1: 7 - 8) 
 
 E, semelhante ao que aconteceu a Isaías, o Eterno ungiu seu servo com um 
toque transformador, revestindo-o do poder do Alto para cumprir os desígnios divinos. 
A mão do Criador moveu-se e colocou na boca do profeta as próprias palavras de 
Jeová. “Eis que ponho na tua boca as minhas palavras.” (v. 9) e Deus conclui sua 
unção sobre Jeremias, prometendo-lhe proteção sobre o profeta e sua mensagem: 
“Eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la... Pelejarão contra ti, mas não 
prevalecerão; porque eu sou contigo para te livrar.” (Jr.1: 12 - 19). 
 
Autoria: 
 Existem amplas evidências internas de que o livro foi escrito pelo próprio 
Jeremias, auxiliado pelo escriba Baruque, que lhe servia de secretário. Nesta função, 
Baruque anotou discursos do profeta, em momentos diversos, principalmente quando 
este se encontrava em situação de liberdade restrita: “Então, Jeremias chamou a 
Baruque, filho de Nerias; escreveu Baruque no rolo, segundo o que ditou Jeremias, 
todas as palavras que a este o SENHOR havia revelado.” (Jeremias 36:4). Nessa 
ocasião o profeta estava preso. No versículo seguinte, ele declara: “Estou 
encarcerado; não posso entrar na Casa do SENHOR.”. 
 
 
O contexto: Época e Lugar 
 
24 
 
 Jeremias acompanhou a ruína final do Reino de Judá. Suas primeiras 
mensagens são da época do piedoso rei Josias, que governou o Reino do Sul de (640 
a 609 a. C). Profetizou ainda durante o governo dos últimos monarcas que se 
sentaram no trono de Davi: Jeoaquim, Joaquim e Zedequias, que reinou até (586 a. 
C), quando finalmente as tropas de Nabucodonosor destroem Jerusalém e os levam 
cativo para Babilônia. 
 
 Ao todo, podemos dizer que o ministério profético de Jeremias durou 40 anos, 
(de 627 a 587 a. C). 
 
A mensagem: Profecias, Advertências e Promessas. 
 A mensagem básica das profecias de Jeremias está condensada nas palavras 
de Deus ao profeta, no (capítulo 1, verso 10): “Olha que hoje te constituo sobre as 
nações e sobre os reinos, para arrancares e derribares, para destruíres e arruinares 
e também para edificares e para plantares.” 
 
 É uma mensagem de juízo, punição e esperança, dirigida principalmente ao 
povo judeu, mas com ramificações às diversas nacionalidades que compunham o 
cenário político-social da época. 
 
 As dez tribos do Norte, praticantes de idolatria e outras mazelas espirituais, já 
haviam recebido a justa punição por seus atos de injustiça. Os Assírios sitiaram 
Samaria, a capital do Reino do Norte, em (721 a. C), destruindo a dinastia de reis 
perversos que governaram Israel após a morte de Salomão. 
 
Com a divisão do Reino, Judá e Benjamin permaneceram fiéis à casa de Davi 
e a história bíblica relata uma alternância de bons e maus governantes. Essa 
instabilidade dos líderes do Reino do Sul enfraqueceu moralmente a nação, e Judá, 
assim como as tribos irmãs do Norte, tornou-se tão ímpia quanto os povos vizinhos. 
 
25 
 
Então o Senhor pronuncia sua sentença contra os habitantes de Judá, pois 
“queimaram incenso a deuses estranhos, e adoraram as obras das suas próprias 
mãos.” (Jeremias 1:16). 
 
No sermão que o profeta faz diante do templo (capítulo 7), os pecados de Judá 
são apontados e nomeados: idolatria, corrupção, injustiça, desamor e hipocrisia, 
vejam a seguir: 
 
Furtais e matais, cometeis adultério e jurais falsamente, queimais 
incenso a Baal e andais após outros deuses que não conheceis, e 
depois vindes, e vos pondes diante de mim nesta casa que se chama 
pelo meu nome, e dizeis: Estamos salvos; sim, só para continuardes 
a praticar estas abominações! (GEREMIAS7: 9 - 10). 
 
 O porta-voz do Senhor dos Exércitos faz um apelo, mas não é ouvido: 
“Emendai os vossos caminhos e as vossas obras, e eu vos farei habitar neste lugar.” 
(V. 3). 
A rebeldia de Judá levaria irremediavelmente a uma drástica consequência. A 
nação, assim como o Reino do Norte (aqui identificado com a tribo de Efraim), deveria 
sofrer opressão e exílio: Veja o que diz a citação a seguir: 
 
Agora, pois, visto que fazeis todas estas obras, diz o SENHOR, e eu 
vos falei, começando de madrugada, e não me ouvistes, chamei-vos, 
e não me respondestes, farei também a esta casa que se chama pelo 
meu nome, na qual confiais, e a este lugar, que vos dei a vós outros e 
a vossos pais, como fiz a Siló. Lançar-vos-ei da minha presença, como 
arrojei a todos os vossos irmãos, a toda a posteridade de Efraim. 
(CAPÍTULO 7:13-15). 
 
A mensagem de Jeremias não era popular. Ele precisava alertar o povo da 
iminente destruição, e até mesmo induzi-los a entregar-se ao opressor, o império da 
Babilônia, para evitar o massacre, e por isso foi acusado de traição. E mesmo sofrendo 
perseguição, privação da liberdade, tortura e ameaça de morte, seguiu firme em seu 
propósito de anunciar os juízos divinos. Às vezes beirava ao desespero, mas não 
 
26 
 
desistiu da missão a ele confiada. Angustiado diante de tão grandes 
responsabilidades, chegou a clamar: 
 
Por que não me matou Deus no ventre materno? Por que minha mãe 
não foi minha sepultura? Ou não permaneceu grávida perpetuamente? 
Por que saí do ventre materno tão-somente para ver trabalho e tristeza 
e para que se consumam de vergonha os meus dias? (JEREMIAS 
20:17-18). 
 
 Mas o profeta revela também os desígnios de restauração e alegrias que 
brotavam do coração do Altíssimo: “Porque eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que 
mudarei a sorte do meu povo de Israel e de Judá, diz o SENHOR; fá-los-ei voltar para 
a terra que dei a seus pais, e a possuirão.” (Jeremias 30:3). No verso 17, Deus 
expressa seu desejo de renovar sua aliança com seu povo: “Porque te restaurarei a 
saúde e curarei as tuas chagas, diz o SENHOR.” Porque “Com amor eterno eu te 
amei; por isso, com benignidade te atraí.” (31:3). Assim o Senhor completaria sua obra 
de completa restauração: “Purificá-los-ei de toda a sua iniquidade com que pecaram 
contra mim; e perdoarei todas as suas iniquidades com que pecaram e transgrediram 
contra mim.” (33:8). 
 
Súmula do livro 
1. Jeremias é chamado e comissionado por Deus. (Jr. 1) 
2. Julgamento de Deus sobre Judá. (Jr. 2-6) 
1. Sermão no Templo de Jerusalém. (Jr. 7-10) 
2. Aliança quebrada e o castigo dos infiéis e corruptos. (Jr. 11-16) 
3. O coração “desesperadamente corrupto” dos homens. (Jr. 17) 
4. Parábola do oleiro. (Jr. 18) 
5. Profecia contra Jerusalém e aflição do profeta. (Jr.19-20) 
6. Embates com o rei Zedequias. (Jr. 21) 
7. A justiça verdadeira, o Messias e os falsos profetas. (Jr. 22-23) 
8. Visão dos cestos de figos bons e ruins. (Jr. 24) 
9. Anúncio do exílio em Babilônia. (Jr. 25) 
 
27 
 
10. Jeremias condenado à morte e sua libertação. (Jr. 26) 
11. Profecia do jugo babilônico. (Jr. 27) 
12. Ananias e os falsos profetas. (Jr. 28-29) 
13. Uma nova aliança. (Jr. 30-31) 
14. Jeremias compra um campo. (Jr. 32) 
15. O reino do Messias. (Jr. 33) 
16. Decadência e queda de Jerusalém. (Jr. 34-39) 
17. Acontecimentos na terra desolada. (Jr. 40-45) 
18. Juízo contra as nações. (Jr. 46-49) 
19. Juízo contra Babilônia. (Jr. 50-51) 
20. Retrospectiva final. (Jr. 52) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profeta Ezequiel 
 
28 
 
Significado do Nome: Do hebraico, Yehezqel, Deus fortalece, ou Deus é 
Fortaleza. 
 
Quem era: 
 Assim como Jeremias, Ezequiel pertencia a uma família sacerdotal. Buzi, seu 
pai, era sacerdote e o profeta Ezequiel também exercia esta função. Foi um dos 
exilados paraBabilônia durante as campanhas de Nabucodonosor contra Jerusalém. 
 
O chamado: 
 O chamado ao profeta Ezequiel ocorreu de maneira inusitada, quando uma 
impressionante visão da glória de Deus lhe foi revelada às margens de um pequeno 
braço do rio Eufrates. Assim narra o próprio Ezequiel: “Aconteceu no trigésimo ano, 
no quinto dia do quarto mês, que, estando eu no meio dos exilados, junto ao rio 
Quebar, se abriram os céus, e eu tive visões de Deus.” (Ezequiel 1:1). 
 
 É dito, em (Ez.1:3 ), que a Palavra do Senhor veio expressamente ao profeta 
e no mesmo versículo é mencionado o vocábulo “mão”, que também aparece no 
contexto dos chamados de Isaías e Jeremias: “e ali esteve sobre ele a mão do 
SENHOR.” (1:3). 
 
 Neste primeiro contato, Ezequiel fica deslumbrado como o Senhor se revela a 
ele. Vê, no meio de uma nuvem, algo parecido a metal brilhante, com seres viventes 
alados semelhantes a brasas vivas. “Assim eram os seus rostos. Suas asas se abriam 
em cima; cada ser tinha duas asas, unidas cada uma à do outro; outras duas cobriam 
o corpo deles.” Todo o conjunto segue o movimento de rodas impulsionadas por um 
só Espírito. 
“O aspecto dos seres viventes era como carvão em brasa, à semelhança de 
tochas; o fogo corria resplendente por entre os seres, e dele saíam relâmpagos, os 
seres viventes ziguezagueavam à semelhança de relâmpagos.” (Versos 13 e 14). Por 
 
29 
 
cima da cabeça desses seres, algo que “metia medo” ao profeta: um firmamento de 
cristal brilhante. Sobre este firmamento, uma semelhança de trono. Nas palavras de 
Ezequiel, “era a semelhança da Glória do SENHOR”. O profeta cai por terra quando, 
então, escuta uma voz: 
 
Filho do homem põe-te em pé, e falarei contigo. Então, entrou em mim 
o Espírito, quando falava comigo, e me pôs em pé, e ouvi o que me 
falava. Ele me disse: Filho do homem, eu te envio aos filhos de Israel, 
às nações rebeldes que se insurgiram contra mim; eles e seus pais 
prevaricaram contra mim, até precisamente ao dia de hoje. Os filhos 
são de duro semblante e obstinados de coração; eu te envio a eles, e 
lhes dirás: Assim diz o SENHOR Deus. (EZEQUIEL 2: 1-4). 
 
 Desde o primeiro contato de seu chamado, Ezequiel recebe sua missão e é 
designado pelo epíteto “Filho do homem”, que se repete cerca de 90 vezes no livro do 
profeta. Essa expressão foi aplicada, posteriormente, a Jesus, no Novo Testamento. 
 
Autoria: 
 Não existem grandes questionamentos quanto à autoria do livro de Ezequiel, e 
a maioria dos teólogos e estudiosos bíblicos concordam que foi escrito pelo profeta-
sacerdote homônimo, ou melhor, dizendo profeta-sacerdote perfeito. 
 
O contexto: Época e Lugar 
 O contexto e o espaço de atuação do profeta Ezequiel estão claramente 
definidos. “Estando eu no meio dos exilados, junto ao rio Quebar, se abriram os céus, 
e eu tive visões de Deus.” Ele é enviado a profetizar aos exilados em Babilônia. Deus, 
apesar da rebeldia de seu povo, não o abandona. Envia seus servos para orientá-los, 
adverti-los e consolá-los. Longe da amada terra prometida, desolados, oprimidos e 
separados de seus entes queridos, a única voz que podia uni-los em esperança era a 
voz do profeta do Senhor. Ele era a certeza de que Deus os acompanhava em seus 
sofrimentos. 
 
 
30 
 
A mensagem: Profecias, Advertências e Promessas. 
 A mensagem de Deus é explicada em Ezequiel, por um rolo de um livro. Em 
sua época, os livros eram escritos em longas tiras de pergaminho ou papiro, e em 
seguida, enrolados. O profeta vê “certa mão” com um rolo e recebe a ordem: “Come 
este rolo, vai e fala à casa de Israel”. E obedece de imediato: “Então, abri a boca, e 
ele me deu a comer o rolo”. 
 
 Toda a ação é um indicativo claro de que as palavras de Ezequiel provinham 
do próprio trono de Deus, portanto são dignas e verdadeiras. Suas mensagens podem 
ser resumidas em quatro grandes blocos, segundo Richards: 
 
1. Profecia contra Judá. (1-24) 
2. Profecia contra as nações estrangeiras. (25-32) 
3. Profecia sobre a restauração. (33-39) 
4. Profecia sobre a reconstrução do templo. (40-48) 
 
Deus deixa claro, ao profeta, sua grande responsabilidade em levar ao povo 
uma chance de arrependimento: 
 
Quando eu disser ao perverso: Certamente, morrerás, e tu não o 
avisares e nada disseres para o advertir do seu mau caminho, para 
lhe salvar a vida, esse perverso morrerá na sua iniquidade, mas o seu 
sangue da tua mão o requererei. (EZEQUIEL 3:18) 
 
 Para ilustrar a urgência e seriedade da punição sobre os pecadores 
impenitentes da casa de Judá, Deus convoca o profeta a dramatizar, com cenas fortes, 
seus vaticínios. Em uma ocasião, por exemplo, Ezequiel cozinha bolos de cevada 
sobre fezes e deles se alimenta diante do povo para mostrar que “Assim comerão os 
filhos de Israel o seu pão imundo, entre as nações para onde os lançarei.” (Ezequiel 
4:13). 
 
 
31 
 
 No (capítulo 8), Deus apresenta a Ezequiel as abominações que ainda 
continuavam a se fazer em Jerusalém, e no próprio Templo, por aqueles que ficaram 
em Canaã. Homens adorando ídolos de toda espécie, as mulheres oferecendo tributo 
a Tamuz, deus da fertilidade das nações pagãs, e, no átrio do templo, entre a porta 
principal e o altar, vinte e cinco homens, talvez sacerdotes, com os rostos virados para 
o oriente, adoravam o sol. O povo, mesmo debaixo dos juízos divinos, não se 
arrependia, ao contrário, afundava-se mais e mais na abominável prática da idolatria. 
 
 Outro tópico que podemos destacar encontra-se no (capítulo 18). Aqui o profeta 
apresenta o princípio da responsabilidade individual. Cada um é responsável por seus 
próprios atos, a justiça divina não penaliza os filhos pelos pecados dos pais, nem os 
pais podem ser julgados pelos erros dos filhos. 
 Veja a citação a seguir: 
Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Que tendes vós, vós que, 
acerca da terra de Israel, proferis este provérbio, dizendo: Os pais 
comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram? 
Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, jamais direis este 
provérbio em Israel. Eis que todas as almas são minhas; como a alma 
do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa 
morrerá.” (EZEQUIEL 18:1-4) 
 
Outra mensagem que impressiona pela força da narrativa e imagens inusitadas 
é a famosa visão do vale de ossos secos, apresentada no (capítulo 37). 
 
 O profeta é conduzido pelo Espírito do SENHOR a um vale de ossos 
“sequíssimos”, segundo seu próprio testemunho. Ouviu, então, a pergunta: “Filho do 
homem, acaso, poderão reviver estes ossos?” Em meio a esta cena de completa 
desolação, Deus estabelece um diálogo em torno do impossível para a compreensão 
humana. Como poderia o povo de Israel, morto em seus delitos e pecados, expatriado 
e humilhado, vivendo sob a opressão de uma nação inimiga e idólatra, desviado dos 
caminhos do Senhor Altíssimo... Como poderia esse povo ser restaurado e revivido? 
 
 
32 
 
 No entanto Ezequiel recebe a ordem: “Profetiza a estes ossos e dize-lhes: 
Ossos secos ouvi a palavra do SENHOR.” (Ez. 37:4). O profeta obedece, e diante de 
seus olhos vê acontecer o milagre: “Olhei, e eis que havia tendões sobre eles, e 
cresceram as carnes, e se estendeu a pele sobre eles; mas não havia neles o espírito.” 
(Ez. 37: 8). Novamente, o Senhor ordena “Profetiza...” E veio espírito de vida ao vale 
dos mortos, “e viveram e se puseram em pé, um exército sobremodo numeroso.” (Ez. 
37: 10). É assim que Deus atua sobre o seu povo. Para Ele nada é impossível. Veja 
o que diz o capítulo (37 de Ezequiel). 
 
Sabereis que eu sou o SENHOR, quando eu abrir a vossa sepultura e 
vos fizer sair dela, ó povo meu. Porei em vós o meu Espírito, e vivereis, 
e vos estabelecerei na vossa própria terra. “Então, sabereis que eu, o 
SENHOR, disse isto e o fiz, diz o SENHOR.” (EZEQUIEL 37:13-14) 
 
 A lição para nós é que, embora tudo pareça irremediavelmente perdido, nossoSenhor e Salvador pode transformar nosso fracasso em vitória. “Eu sou a ressurreição 
e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá.” (JOÃO 11:25). 
 
Súmula do livro: 
1. A visão gloriosa do Altíssimo Deus. (Jo. 1-3) 
2. Pecados e julgamento de Judá. (Jo. 4-24) 
3. Juízos sobre nações e povos. (Jo. 25-32) 
4. Promessas de renovação da aliança de Deus com seu povo. (Jo. 33-39) 
5. O templo restaurado e a glória de Deus. (Jo. 40-46) 
6. A terra renovada. (Jo. 47-48) 
 Profeta Daniel 
Significado do Nome: Provém de duas palavras hebraicas: Dan, que significa 
“juiz”, e El, palavra comumente usada em Canaã para designar “Deus”. Daniel, 
portanto, exprime o sentido de “Deus é Juiz”. 
 
Quem era: 
 
33 
 
 Daniel era apenas um adolescente durante o cerco de Jerusalém pelas tropas 
de Nabucodonosor. Após a conquista da cidade, é levado, juntamente com muitas 
famílias judaicas, para a cidade de Babilônia, onde vive até avançada velhice, sempre 
testemunhando positivamente do seu Poderoso Deus. Serve aos reis babilônicos e 
persas como sábio conselheiro e intérprete dos oráculos divinos. Juntamente com 
seus companheiros, Hananias, Misael e Azarias, sofre perseguição por causa de sua 
fidelidade ao Deus Eterno. 
 
 Homem de fé inabalável, sempre recorre à oração nos momentos difíceis: para 
decifrar sonhos, sob ameaça de morte, enfrentando leões famintos em uma cova 
escura. Continua sendo exemplo de fidelidade para todo jovem que quer servir 
piedosamente ao Senhor. 
 
O Chamado: 
 Diante da trágica situação em que se encontravam os cativos de Israel, após o 
assalto das tropas babilônicas a Jerusalém, Deus escolheu um jovem fiel aos 
princípios judaicos para representá-lo na corte dos conquistadores. Podemos prevê 
esse chamado em (Daniel 1:17): “Ora, a estes quatro jovens Deus deu o conhecimento 
e a inteligência em toda cultura e sabedoria; mas a Daniel deu inteligência de todas 
as visões e sonhos.” O Senhor sempre capacita alguém para servi-lo e ministrar sua 
palavra nas mais adversas circunstâncias. 
 
 
Autoria: 
 Existe uma ampla discussão acerca da autoria do livro de Daniel. Não 
exatamente quanto ao nome do autor, mas em relação à sua verdadeira identidade. 
 
 Os críticos mais persistentes resgatam antigos argumentos de Porfírio, filósofo 
neoplatônico do terceiro século da Era Cristã. Em sua obra de 15 volumes Adversus 
 
34 
 
christianus (Contra os cristãos), Porfírio afirma que o autor do livro de Daniel era um 
judeu que vivera no tempo de Antíoco Epifânio e suas profecias refletiam apenas um 
relato de fatos passados. 
 
Antíoco Epifânio: foi um rei da dinastia Selêucida que governou a Síria entre (175 
A.C. e 164 a.C). 
 
 
 Os modernos “Porfírios” (leia-se: teólogos liberais) acrescentam outros 
argumentos contra a autenticidade do livro de Daniel: põe em dúvida a existência de 
alguns personagens que aparecem no escrito profético; apontam a existência de 3 
vocábulos gregos (nomes de instrumentos musicais); a utilização da escrita aramaica 
em alguns trechos... Enfim, apresentam proposições irrelevantes que não têm força 
suficiente para neutralizar a legitimidade profética de Daniel. Eles teriam que anular a 
autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que reconheceu a obra do profeta, 
aplicando uma de suas profecias a um acontecimento futuro: “Quando, pois, virdes o 
abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê, 
entenda)...” (Mateus 24:15). 
 
 Feyerabend comenta: “Deus fechou a boca de leões famintos! E eles foram 
substituídos por incrédulos. Daniel escapou da cova dos leões e foi cair na cova dos 
críticos. E ele ainda figura no cardápio!” (Daniel verso por verso, p. 7). 
 
O contexto Época e Lugar: 
 Daniel foi protagonista da agonia de seu povo durante as primeiras investidas 
de Nabucodonosor contra Jerusalém. Em (605 a. C), foi levado ao cativeiro para a 
corte do rei conquistador, onde foi educado em toda a ciência dos caldeus, sem, no 
entanto, afastar-se de sua crença no Deus de seus pais. Nabucodonosor, Belsazar, 
Ciro, Dario são monarcas contemporâneos a Daniel. Também viveram em seu tempo 
os profetas Jeremias e Ezequiel. 
 
35 
 
 
A mensagem Profecias, Advertências e Promessas. 
 Fazendo uma breve excursão pelo livro de Daniel, podemos colher lições 
extraordinárias para nossa vida pessoal, além de apreciarmos o descortinar da história 
através de suas impressionantes profecias. 
 
 Logo no primeiro capítulo, podemos constatar a força de caráter de Daniel e 
seus companheiros. Mantinham um estilo de vida saudável, obedecendo às instruções 
divinas no tocante aos hábitos alimentares. Diante de uma dieta estranha e que se 
distanciava dos preceitos da Torá, “resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se 
com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia.” (Daniel 1:8). O resultado 
da obediência aos mandamentos de Deus veio logo em seguida: “No fim dos dez dias, 
a sua aparência era melhor; estavam eles mais robustos do que todos os jovens que 
comiam das finas iguarias do rei.” (1:15). 
 
Iguarias: Comida muito saborosa; refeição apetitosa, deliciosa. 
 
 
 O capítulo dois abre com um sonho e uma descabida exigência do rei 
Nabucodonosor. Ele esquecera o sonho e exigia que seus sábios lhe contassem o 
que havia sonhado e dissessem a interpretação. Humanamente impossível! Caso não 
conseguissem, o castigo seria a morte. Daniel e seus amigos hebreus estavam entre 
os sábios. O profeta pede um tempo ao rei, e entra em oração. O mistério lhe é 
revelado, e Daniel apresenta-se diante do monarca para decifrar o enigma: 
“Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O mistério que o rei exige, nem 
encantadores, nem magos nem astrólogos o podem revelar ao rei; mas há um Deus 
no céu, o qual revela os mistérios...” (Daniel 2:27-28). 
 
 
36 
 
 Em seguida revela a sucessão de grandes reinos que tomariam lugar no palco 
da história mundial, tudo predito muitos séculos antes de os fatos acontecerem. 
 
Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta, que era 
imensa e de extraordinário esplendor, estava em pé diante de ti; e a 
sua aparência era terrível. A cabeça era de fino ouro, o peito e os 
braços, de prata, o ventre e os quadris, de bronze; as pernas, de ferro, 
os pés, em parte, de ferro, em parte, de barro. Quando estavas 
olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua 
nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou. (DANIEL 2:31-34) 
 
 Nos versículos seguintes Daniel dá toda a interpretação. Cada parte da grande 
estátua representa um reino da história. A pedra “cortada sem auxílio de mãos” é o 
reino eterno e intransferível de Deus, que será, finalmente, estabelecido por ocasião 
da Segunda Vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. 
 
 Um ponto de destaque é a humildade de Daniel ao reconhecer que o mérito da 
revelação não é dele, mas sim de Deus: 
Seja bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque dele 
é a sabedoria e o poder; é ele quem muda o tempo e as estações, 
remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e 
entendimento aos inteligentes. Ele revela o profundo e o escondido; 
conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz. (DANIEL 2:20) 
 Uma profecia similar é apresentada no (capítulo 7), em que quatro grandes 
animais representam os reinos correspondentes aos quatro metais da estátua do 
(capítulo 2). 
 
 O emocionante episódio da cova dos leões está narrado no ( capítulo 6). Já por 
volta dos seus oitenta anos, Daniel se torna alvo da inveja de autoridades do reino 
babilônico, sob o comando de Dario. O governante, instigado por inimigos políticos de 
Daniel, proíbe adoração a qualquer divindade, pelo período de um mês, a não ser ao 
próprio monarca. Mas o profeta continua fiel ao Deus de Israel, prestando-lhe sua 
devoção diária. Denunciado por seus adversários, Danielé jogado em uma cova de 
leões famintos. Deixemos que o próprio mensageiro do Senhor conte o desfecho da 
história: 
 
37 
 
 
Pela a manhã ao romper do dia, levantou-se o rei e foi com pressa à 
cova dos leões. Chegando-se ele à cova, chamou por Daniel copela 
manhã voz triste; disse o rei a Daniel: Daniel, servo do Deus vivo! Dar-
se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha 
podido livrar-te dos leões? Então, Daniel falou ao rei: Ó rei, vive 
eternamente! O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca aos 
leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim 
inocência diante dele; também contra ti, ó rei, não cometi delito algum. 
Então, o rei se alegrou sobremaneira e mandou tirar a Daniel da cova; 
assim, foi tirado Daniel da cova, e nenhum dano se achou nele, porque 
crera no seu Deus. Ordenou o rei, e foram trazidos aqueles homens 
que tinham acusado a Daniel, e foram lançados na cova dos leões, 
eles, seus filhos e suas mulheres; e ainda não tinham chegado ao 
fundo da cova, e já os leões se apoderaram deles, e lhes 
esmigalharam todos os ossos. (DANIEL 6:19-24) 
 
 A explicação deste impressionante desfecho está no final do (verso 23): 
“porque crera no seu Deus.” Esta é a grande mensagem do livro de Daniel. A fé 
alimentada pela comunhão diária com o Criador e Mantenedor do universo é o 
segredo da vitória sobre a perseguição, a inveja, e os momentos mais difíceis da vida. 
 
 Convém ainda destacar a famosa profecia messiânica das setenta semanas. 
Trata-se de um período profético muito significativo, pois indica, com precisão, o 
tempo em que o Messias seria ungido e morto, completando um ciclo do grande plano 
de Deus para a redenção da humanidade. O texto base encontra-se em (Daniel 9), a 
partir do (versículo 24), quando o anjo Gabriel explica a visão dada no capítulo 
anterior: Veja na citação a seguir: 
 
Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua 
santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos 
pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para 
selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos. Sabe e 
entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar 
Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e 
duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em 
tempos angustiosos. Depois das sessenta e duas semanas, será 
morto o Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir 
destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao 
fim haverá guerra; desolações são determinadas. Ele fará firme 
aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará 
 
38 
 
cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das 
abominações virá o assolador, até que a destruição, que está 
determinada, se derrame sobre ele. (DANIEL 9:24-27) 
 
 Para a correta interpretação desse período de tempo, devemos aplicar o 
princípio bíblico dia/ano utilizado na cronologia profética. Veja Números (14:34) e 
Ezequiel (4:5-7). 
 
Súmula do livro 
1. Traslado para Babilônia e adaptação ao exílio. (Cap. 1) 
2. O sonho do rei. (Cap. 2) 
3. Os companheiros de Daniel na fornalha ardente. (Cap. 3) 
4. A loucura do rei. (Cap. 4) 
5. Festa e punição de Belsazar. (Cap. 5) 
6. Daniel lançado em uma cova de leões. (Cap. 6) 
7. Visão de quatro reinos. (Cap. 7) 
8. Visão do carneiro e do bode. O chifre pequeno. (Cap. 8) 
9. As setenta semanas. (Cap. 9) 
10. Oração e revelações. (Cap. 10) 
11. Visões de guerras, conflitos e juízos. (Cap. 11) 
12. Tribulação, julgamento e triunfo. (Cap. 12) 
 
Os profetas menores: 
De Oseias a Miqueias 
2 
 
39 
 
 
 
Conhecimento 
Conhecer os seis primeiros profetas menores do Antigo Testamento e apreender a 
mensagem de cada livro. 
 
 
Habilidade 
Ser capaz de identificar o estilo e características próprias de cada um dos profetas 
menores. 
 
 
Atitude 
Demonstrar segurança na interpretação hermenêutica dos autores bíblicos 
estudados, reconhecendo a essência de sua mensagem, bem como a 
contextualização de sua obra. 
 
 
 Profeta Oseias 
Significado do Nome: Do hebraico Howshea, que significa “Salvação” 
 
Quem era: 
 Há poucas informações pessoais sobre Oseias, em seu livro. Na abertura, 
declara ser filho de Beeri, e, como sua mensagem é direcionada a Israel (Reino do 
Norte), presume-se que vivia nessa região. Por sua amorável obediência a Deus e o 
 
40 
 
carinho com que tratava a esposa infiel, foi considerado “o mais gentil dos profetas do 
Antigo Testamento”. (Richards). 
 
 Com sua infiel Gômer, teve três filhos que receberam nomes relacionados à 
sua mensagem profética: Jezreel; Lo-Ruama, ou seja, Desfavorecida; e Lo-Ami, que 
significa “Não Meu Povo”. (1:4-9) 
 
O Contexto Época e Lugar 
 Em Oseias (1:1), somos informados de que o profeta recebeu mensagens de 
Deus “nos dias de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, 
filho de Joás, rei de Israel.” 
 
 Por volta do ano (930 a. C), logo após a morte do Rei Salomão, seu filho 
Roboão assume o trono de Davi, com sede em Jerusalém, na tribo de Judá. 
Entretanto, Jeroboão consegue convencer dez tribos a segui-lo, e constrói o Reino do 
Norte, com sede em Samaria, que continuou sendo chamado reino de Israel. 
 
 O Jeroboão citado no livro de Oseias não é o fundador do Reino do Norte, mas 
um dos seus descendentes. Trata-se de Jeroboão II, “décimo terceiro rei de Israel, 
que reinou 41 anos (783-743 a.C.)”. (Dicionário da Bíblia Almeida). Esse foi o contexto 
histórico do ministério de Oseias 
O Chamado: 
 Há um velho ditado que afirma o seguinte: “Deus escreve certo por linhas 
tortas.” Creio que esse dito popular se aplica com justeza à história de Oseias. Logo 
no primeiro contato que o Eterno estabeleceu com o profeta, deu-lhe uma ordem, no 
mínimo, estranha: “Vai, toma uma mulher de prostituições e terás filhos de 
prostituição.” (1:2) A seguir, explica o motivo dessa perturbadora instrução: “porque a 
terra se prostituiu, desviando-se do SENHOR.” 
 
 
41 
 
 A sequência do relato indica que o profeta obedeceu imediatamente, sem 
questionar: “Foi-se, pois, e tomou a Gômer, filha de Diblaim”... Essa é a grande 
característica da maioria dos profetas bíblicos: a submissão instantânea à vontade 
divina. Um caso que foge a essa regra é o profeta Jonas, está lembrado? Logo mais 
falaremos sobre ele. 
 
Autoria: 
 Escrito pelo profeta Oseias, consoante as evidências internas do próprio livro. 
 
A mensagem: Profecias, Advertências e Promessas. 
 A mensagem que perpassa o livro de Oseias é o tema do incomensurável e 
incompreensível amor de Deus. Nosso Pai celeste não desiste de nós, ainda que 
caiamos no mais profundo poço de traição e iniquidade. 
 
 A história da infiel esposa de Oseias é a história do povo de Deus, que buscou 
deuses estranhos, feitos pelas mãos de homens, ídolos que nada significam. Israel 
quebrou a aliança com o Senhor, que repetidamente lhe dava uma nova chance de 
arrependimento. Assim como Gômer, que voltou ao prostíbulo, mas foi perdoada pelo 
dedicado marido: Veja o que diz a citação a seguir: 
 
Disse-me o SENHOR: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu 
amigo e adúltero, como o SENHOR ama os filhos de Israel, embora 
eles olhem para outros deuses e amem bolos de passas. 
Comprei-a, pois, para mim por quinze peças de prata e um ômer e 
meio de cevada; e lhe disse: tu esperarás por mim muitos dias; não te 
prostituirás, nem serás de outro homem; assim também eu esperarei 
por ti. Porque os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem rei, sem 
príncipe, sem sacrifício, sem coluna, sem estola sacerdotal ou ídolos 
do lar. Depois, tornarão os filhos de Israel, e buscarão ao SENHOR, 
seu Deus, e a Davi, seu rei; e, nos últimos dias, tremendo, se 
aproximarão do SENHOR e da sua bondade. (OSEIAS 3:1-5) 
 
 
 
42 
 
 A ação divina deextrema misericórdia e compaixão infinita por seu povo, por 
toda a humanidade perdida, pode ser resumida nas palavras comunicadas pelo 
Espírito Santo ao profeta Oseias: “Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; 
fui para eles como quem alivia o jugo de sobre as suas queixadas e me inclinei para 
dar-lhes de comer.” (OSEIAS 11:4) 
 
Súmula do livro 
1. Oseias casa com uma mulher adúltera, símbolo do infiel povo de Deus. (1-3) 
2. A infidelidade de Israel. (4-7) 
3. A justiça de Deus. (8-10) 
4. A compassiva misericórdia de Deus. (11-12) 
5. Desvios de Israel. (13) 
6. Arrependimento e restauração. (14) 
 
 
 
 
 
 
 Profeta Joel 
Significado do nome: Joel significa literalmente “Jeová é Deus”. 
 
Quem era: 
 
43 
 
 A única informação direta que temos sobre o profeta é o nome de seu pai: 
Petuel. Infere-se, ainda, do contexto de seu livro que habitava no Reino do Sul (Judá), 
onde cumpriu seu ministério profético. 
 
O Chamado: 
 O chamado de Joel está condensado em poucas palavras, na abertura do livro: 
“Palavra do SENHOR que foi dirigida a Joel.” O ofício de todo o verdadeiro profeta 
fundamenta-se unicamente na “Palavra do SENHOR”. Esta curta expressão é a senha 
que sinaliza a atuação do porta-voz de Deus, que deve, não apenas proclamar, mas, 
sobretudo praticar, as mensagens proferidas pela boca do Altíssimo. 
 
Autoria: 
 Joel é o mensageiro e também o escritor da mensagem. Não há controvérsia 
teológica significativa sobre a autoria do livro. 
 
O contexto: Época e Lugar. 
 O cenário é, inequivocamente, o reino de Judá, ao sul de Israel. Quanto à 
data, existe muita especulação, variando entre o século nono ao sexto antes de Cristo. 
Richards sugere que a contundente mensagem de Joel foi direcionada aos habitantes 
de Judá algum tempo antes da invasão babilônica, provavelmente na época do rei 
Uzias. 
 
A mensagem: Profecias, Advertências e Promessas. 
 Joel apresenta aos seus ouvintes uma mensagem forte e repleta de urgência. 
Os temidos gafanhotos, que assolavam os campos e o produto da lavoura, são 
apresentados como agentes do juízo divino: o gafanhoto cortador, o migrador, o 
destruidor e o devorador. Representam povos que assolariam a terra de Judá. “Fez 
de minha vide uma assolação, destroçou a minha figueira, tirou-lhe a casca, que 
lançou por terra...” (Joel 1:7). 
 
44 
 
 
 Cinco vezes o profeta repete a expressão “o Dia do SENHOR”, o que faz sua 
mensagem extrapolar a barreira do tempo e chegar até o período da consumação dos 
séculos: “O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande 
e terrível Dia do SENHOR.” (Joel 2:31). 
 
 No mesmo contexto, proclama a profecia citada por Pedro, o Apóstolo, em seu 
famoso discurso no dia do Pentecostes: “E acontecerá, depois, que derramarei o meu 
Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos 
sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas 
derramarei o meu Espírito naqueles dias.” (Joel 2:28-29) 
 
 Mas o profeta conclui sua poderosa proclamação com uma palavra de 
esperança e graça. “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do SENHOR 
será salvo; porque, no monte Sião e em Jerusalém, estarão os que forem salvos, como 
o SENHOR prometeu...” (Joel 2:32). Destaca a restauração de Judá e Jerusalém, cuja 
sorte será mudada pelo Senhor dos Exércitos. Então, conclama a todos que façam 
sua escolha: “Multidões, multidões no vale da Decisão! Porque o Dia do SENHOR 
está perto, no vale da Decisão.” (Joel 3:14). 
 
 
 
Súmula do livro 
1. Os juízos divinos representados pela praga de gafanhotos. (Cap. 1) 
2. O grande e terrível Dia do Senhor e o derramamento de Seu Espírito. (Cap. 2) 
3. A batalha final: julgamento e recompensa. (Cap. 3) 
 
 
 
45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profeta Amós 
Significado do Nome: A raiz da palavra hebraica para Amós indica a ideia de 
“carga”, ou seja, um fardo que pesa sobre alguém. Amós seria, então, um “carregador 
de fardos”, codinome bem coerente com seu ofício braçal: agricultor e pastor de 
ovelhas. Isso nos leva a refletir sobre o Cordeiro mudo de (Isaías 53), que carregou 
sobre si nossas dores e enfermidades. 
 
46 
 
 
Quem era: 
 O Eterno Deus escolhe instrumentos humanos das mais variadas classes e 
profissões. Ele vê o interior e busca aqueles que possam servi-lo com humildade e 
retidão. Deus escolheu Amós “entre os pastores de Tecoa”. O próprio profeta declara: 
“Eu não sou profeta, nem discípulo de profeta, mas boieiro e colhedor de sicômoros.” 
(Amós 7:14). Homem conhecedor das durezas da vida tinha recursos conquistados 
com seu esforço pessoal (um rebanho). Por outro lado, se identificava com os mais 
necessitados, pois colhia, e certamente se alimentava de figos silvestres usados pelos 
pobres (sicômoros). Sua coragem e firmeza de caráter se revelam ao enfrentar o rei, 
a nobreza e a classe sacerdotal de Israel. 
 
Sicômoros: É uma espécie de figueira de raízes profundas e ramos fortes que 
produz figos de qualidade inferior, cultivada no Médio Oriente e em partes da África 
há milénios. 
 
 
O Chamado: 
 Imaginemos, por um momento, uma cena pastoril. Um homem maduro 
conduzindo seu rebanho pelas colinas de Tecoa, uma vila próxima a Belém. Um balido 
diferente chama sua atenção para um cordeirinho que ficara preso a galhos retorcidos. 
O bom pastor ouve suas ovelhas. Ele corre para socorrer o pequeno animal. Pega o 
bichinho no colo, e examina-o. De repente, ouve uma voz suave, mas firme, que o 
convoca para uma difícil missão... Bem, esse hipotético, mas o provável cenário 
poderia ser o pano de fundo do chamado de Amós. Declara o profeta: “O SENHOR 
me tirou de após o gado e o SENHOR me disse: Vai e profetiza ao meu povo de 
Israel.” (Amós 7:15). 
 
Autoria: 
 
47 
 
 O consenso geral, no meio teológico, é que a obra tenha sido escrita por Amós, 
um criador de ovelhas do reino de Judá. 
 
O contexto: Época e Lugar 
 Amós vivia em Tecoa, pequena vila a 16 quilômetros de Jerusalém, no reino de 
Judá. No entanto, seu ministério e principal foco de sua mensagem tinham como alvo 
o reino de Israel. Por volta de (750 a. C.), Deus o comissionou para advertir Jeroboão 
II da iminente queda das tribos do Norte, que estavam sob sua tutela. 
 
A mensagem: Profecias, Advertências e Promessa. 
 O ponto central da mensagem de Amós é a injustiça social. A prosperidade no 
reinado de Jeroboão II tinha um preço cruel: a opressão das classes menos 
favorecidas, que tinham de trabalhar mais e também pagar mais caro pelos produtos 
da terra. Falseavam-se os pesos e os comerciantes enriqueciam com balanças 
viciadas. A voz do profeta se levanta contra a corrupção da elite dominante: “Ouvi esta 
palavra, vacas de Basã, que estais no monte de Samaria, oprimem os pobres 
esmagais os necessitados e dizeis a vosso marido: Dá cá, e bebamos”. (Amos 4:1) 
 
Ouvi isto, vós que tendes gana contra o necessitado e destruís os 
miseráveis da terra, dizendo: Quando passará a Festa da Lua Nova, 
para vendermos os cereais? E o sábado, para abrirmos os celeiros de 
trigo, diminuindo o efa, e aumentando o siclo, e procedendo 
dolosamente com balanças enganadoras (AMÓS 8:4-5) 
 
 Deus promete castigar aquela sociedade egoísta, indiferente ao sofrimento do 
próximo e corrupta: “Converterei as vossas festas em luto e todos os vossos cânticos 
em lamentações; porei pano de saco sobre todos os lombos e calva sobre toda 
cabeça; e farei que isso seja como luto por filho único, luto cujo fim será como dia de 
amarguras.” (Am.8:10). E, mais que fome biológica, por causa do desprezo de Israel 
pelas mensagens divinas, viria uma fome pior, muito pior: Veja a citação a seguir: 
 
 
48 
 
Eis que vêm dias, diz o SENHOR Deus, em que enviarei fome sobre 
a terra, não de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras doSENHOR. “Andarão de mar a mar e do Norte até ao Oriente; correrão 
por toda parte, procurando a palavra do SENHOR, e não a acharão.” 
(AMÓS 8:11-12) 
 
 Mas o profeta repete o convite ao arrependimento, pois a vontade do Senhor 
é, sobretudo, resgatar o pecador: “Pois assim diz o SENHOR à casa de Israel: Buscai-
me e vivei... Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e, assim, o SENHOR, o Deus 
dos Exércitos, estará convosco, como dizeis.” (Am. 5:4 e 14). 
 
 E, apesar das danosas consequências da rebeldia do povo de Israel, a 
restauração sempre fez parte dos planos de Deus: “Naquele dia, levantarei o 
tabernáculo caído de Davi, repararei as suas brechas; e, levantando-o das suas 
ruínas, restaurá-lo-ei como fora nos dias da antiguidade... Mudarei a sorte do meu 
povo de Israel; reedificarão as cidades assoladas e nelas habitarão, plantarão vinhas 
e beberão o seu vinho, farão pomares e lhes comerão o fruto.” (Am. 9:11 e 14). 
 
 Na mensagem de Amós, podemos vislumbrar o plano de Deus para cada um 
de nós. Ele aponta nosso pecado, mostra suas terríveis consequências, se necessário 
nos aflige com a necessária punição. Mas seu convite para o arrependimento e 
conversão nos traz a promessa do completo perdão e restauração eterna. 
 
Súmula do livro 
1. Juízos contra nações vizinhas. (Cap. 1) 
2. Advertências, juízos e denúncias contra Israel. (2-6) 
3. Visões de julgamento e castigo. (7-8) 
4. Promessas de restauração: um futuro reino de justiça. (Cap. 9) 
 
 
 
49 
 
 Profeta Obadias 
Significado do Nome: Obadias significa, no original hebraico, “Servo de Jeová”. 
 
Quem era: 
 A única informação direta sobre o profeta é seu próprio nome, que já indica o 
essencial que realmente precisamos saber sobre alguém a serviço do Onipotente: era 
um servo de Deus! 
 
O Chamado: 
 O livro é curto e direto. Não entra em detalhes sobre o chamado de Obadias. 
Mas destaca logo no primeiro versículo que o profeta tinha uma mensagem especial 
de Deus para um povo descendente de Abraão, portanto parente próximo de Judá. A 
mensagem foi dada em forma de “visão”, e tinha autoridade divina: “Assim diz o 
SENHOR Deus a respeito de Edom.” 
 
Autoria: 
 O autor é o próprio Obadias, que escreveu esta profecia apresentada, nas 
Bíblias atuais, em um só capítulo dividido em 21 versículos. 
 
O contexto: Época e Lugar 
 O contexto não está bem definido, mas é possível inferir informações que 
podem nos conduzir à época referenciada na profecia. 
 
Edom, ao sudeste do Mar Morto, era um pequeno reino fundado por Esaú, 
irmão de Jacó, sendo ambos filhos de Isaque e, portanto, netos de Abraão. Apesar do 
parentesco, os Edomitas sempre foram hostis ao povo de Israel. E tudo indica que, 
durante o cerco babilônico a Jerusalém, em (586 a. C), o exército de Edom aproveitou-
 
50 
 
se da ocasião para saquear algumas cidades de Judá. No verso 11, o profeta afirma: 
“No dia em que, estando tu presente, estranhos lhe levaram os bens, e estrangeiros 
lhe entraram pelas portas e deitaram sortes sobre Jerusalém, tu mesmo eras um 
deles.” 
 
A mensagem: Profecias, Advertências e Promessas. 
 As cidades Edomitas, construídas em terreno rochoso e muito fortificadas, eram 
motivo de orgulho de seus habitantes. Obadias denuncia a arrogância de Edom: “A 
soberba do teu coração te enganou, ó tu que habitas nas fendas das rochas, na tua 
alta morada, e dizes no teu coração: Quem me deitará por terra?” (OBADIAS 1: 3). 
 
 Quem responde é o próprio Deus dos Exércitos: “Se te remontares como águia 
e puseres o teu ninho entre as estrelas, de lá te derribarei, diz o SENHOR.” (OBADIAS 
1: 4). 
 
 Todas as atitudes dos homens e das nações estão grafadas nos registros 
divinos. E o Senhor fará justiça a todos. O incidente focalizado no livro de Obadias 
extrapola as questões familiares dos descendentes de Abraão e aponta para o dia do 
ajuste final. Enquanto a punição sobrevém aos desobedientes, o reino eterno de Deus, 
aqui simbolizado pelo monte Sião, será estabelecido. Veja na citação a seguir: 
 
Porque o Dia do SENHOR está prestes a vir sobre todas as nações; 
como tu fizeste assim se fará contigo; o teu malfeito tornará sobre a 
tua cabeça. Porque, como bebestes no meu santo monte, assim 
beberão, de contínuo, todas as nações; beberão, sorverão e serão 
como se nunca tivessem sido. Mas, no monte Sião, haverá livramento; 
o monte será santo; e os da casa de Jacó possuirão as suas herdades. 
(OBADIAS 1:15-17). 
 
 Qual o destino dos Edomitas? O manual bíblico da sociedade bíblica do Brasil 
nos ajuda a responder, com essa valiosa informação: Veja na citação a seguir: 
 
 
51 
 
No século 5 a.C., os árabes tomaram Edom e, no século 3, a região 
foi conquistada pelos Nabateus (que construíram a cidade de Petra, 
na atual Jordânia). Alguns Edomitas se instalaram no sul de Judá. 
Herodes o Grande, rei dos judeus na época do nascimento de Jesus, 
era descendente deles. Após o ano 70 d.C., os Edomitas 
desapareceram completamente da história.” (MANUAL BÍBLICO SBB, 
PÁG. 495). 
 
 
Súmula do livro 
1. Juízo contra os Edomitas. (Ob. v. 1-9) 
2. Motivos do oráculo: as hostilidades contra Jacó. (Ob. v. 10-14) 
3. O Dia do Senhor. (Ob. v. 15-18) 
4. Restauração da casa de Jacó. (Ob. v. 19-21) 
 
 
 
 
 
 
Profeta Jonas 
Significado do Nome: Do hebraico, Yonah, que significa “pombo”. 
 
Quem era: 
 Jonas morava em Gate-Hefer, uma pequena cidade distante, 
aproximadamente, quatro quilômetros da vila de Nazaré. O nome de seu pai, Amitai, 
é mencionado tanto em seu próprio livro, quanto no relato dos reis de Israel, o que 
nos ajuda a identificar o período histórico do seu ministério. 
 
52 
 
 
 É um dos mais conhecidos profetas do Antigo Testamento, pois seu livro 
apresenta um gênero literário diferente do gênero profético. É, na verdade, a 
empolgante narrativa de um homem que foge de Deus, é engolido por um grande 
peixe em alto mar, cumpre a missão que lhe fora designada e aprende a grande lição 
do Evangelho: “Amai os vossos inimigos.” 
 
O Chamado: 
 Jonas certamente já ministrava como profeta no reinado de Jeroboão II, quando 
foi chamado para uma missão específica: alertar os ninivitas de uma iminente ação 
divina contra os abusos e pecados desse povo. 
 
Autoria: 
 A autoria do livro sempre foi largamente aceita pelos estudiosos da Bíblia como 
sendo obra do próprio Jonas, até o século XIX. A partir de então, alguns teólogos 
liberais afirmam que o livro é apenas uma parábola de fé, e que foi escrito em um 
período posterior ao exílio. No entanto, não existem provas documentais que apoiem 
a especulação destes teólogos que têm dificuldade de aceitar o elemento sobrenatural 
do relato de Jonas. 
 
O contexto: Época e Lugar 
 Em (II Reis 14:25), encontramos o profeta Jonas ministrando no reinado de 
Jeroboão II, rei de Israel. Esse texto nos remete à década de (780 a. C). Outro cenário 
do ministério do profeta é apresentado em seu livro, quando é comissionado por Deus 
a profetizar em Nínive, capital do império assírio. 
 
A mensagem: Profecias, Advertências e Promessas. 
 
53 
 
 Os teólogos, de modo geral, concordam que a mensagem central do livro de 
Jonas está focada na misericórdia divina. Tal misericórdia não se limita às fronteiras 
da nação israelita. O Senhor de Israel também se preocupa com a salvação de outros 
povos, ainda que sirvam a deuses estranhos. 
 
 A história do desobediente Jonas é bem conhecida. Primeiro Deus o envia para 
uma missão específica: “Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, 
porque a sua malícia subiu até a mim.” (Jonas 1:2). Ao ouvir que devia pregar na 
capital da Assíria, qual a imediata atitude do profeta? O relato continua dizendo: 
“Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do SENHOR, para Társis... Para longe 
da presença do SENHOR.” (Jonas 1:3). Társis, na Espanha, era realmente um lugar 
bem longe do cenáriode sua missão: cerca de 4.000 km de distância. 
 
 Um profeta, com certeza, sabe que não é possível esconder-se da presença de 
Deus. Então, quais as razões da atitude de Jonas? Podemos até pensar que foi o 
medo que o fez querer ir tão longe. Mas não. As razões estão ocultas nas entranhas 
do preconceito e do ódio. Os assírios eram inimigos históricos do povo de Israel, e 
Jonas queria mesmo é que eles fossem aniquilados. Isso está evidente no sentimento 
de frustração e declarações do profeta, quando percebeu que a população de Nínive 
se arrependeu e, por isso, não foi destruída por Deus. O profeta, então, confessa o 
verdadeiro motivo de sua tresloucada aventura ao fugir de um Deus que tudo vê e 
tudo sabe: 
Com isso, desgostou-se Jonas extremamente e ficou irado. E orou ao 
SENHOR e disse: Ah! SENHOR! Não foi isso o que eu disse, estando 
ainda na minha terra? Por isso, me adiantei, fugindo para Társis, pois 
sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-se, e 
grande em benignidade, e que te arrependes do mal. Peço-te, pois, ó 
SENHOR, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver. 
(JONAS 4:1-3) 
 
 Observe o absoluto grau de intolerância do profeta, ao ponto de desejar a 
própria morte. Na verdade, ele não queria, de forma alguma, que Deus fizesse 
qualquer coisa a favor de seus inimigos. Nesse ponto, Deus, vendo que seu servo 
 
54 
 
também precisava de salvação, criou uma parábola viva: o arbusto que cresceu rápido 
e deu boa sombra para aliviar o profeta do escaldante sol. Mas, logo em seguida, a 
planta morre. E mais uma vez, Jonas fica muito irritado. 
 
 É nesse contexto que nosso sábio Deus ensina, não somente a Jonas, mas a 
todos nós, a mais preciosa lição de amor e misericórdia: Veja a citação a seguir: 
 
Então, perguntou Deus a Jonas: É razoável essa tua ira por causa da 
planta? Ele respondeu: É razoável a minha ira até à morte. Tornou o 
SENHOR: Tens compaixão da planta que te não custou trabalho, a 
qual não fizeste crescer, que numa noite nasceu e numa noite 
pereceu; e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, 
em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir 
entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais? 
(JONAS 4:9-11). 
 
Súmula do livro 
1. Jonas rejeita a missão dada por Deus e foge. (Cap. 1) 
2. Jonas no ventre do grande peixe. (Cap. 2) 
3. Jonas prega em Nínive, e o rei e o povo se arrependem. (Cap. 3) 
4. Deus ensina a Jonas o que significa a verdadeira compaixão. (Cap. 4) 
 
 
 Profeta Miqueias 
Significado do Nome: Miykhah (hebraico) = “Quem é semelhante a Jeová?” 
. 
Quem era: 
 Miqueias era um campesino que vivia em Moresete-Gate, uma pequena aldeia 
do interior de Judá, a 35 quilômetros de Jerusalém. Muito provavelmente este 
povoado estava em terras dominadas pelos filisteus. 
 
55 
 
 
O Chamado: 
 Em Miqueias (1:1), o livro inicia afirmando: “Palavra do SENHOR que em visão 
veio a Miquéias...” Muitos dos escritos proféticos começam com declarações 
semelhantes. Ao receber a excelsa Palavra do Senhor, o servo de Deus sente-se na 
incumbência de levar adiante a mensagem. Assim ocorreu a Miqueias. 
 
Autoria: 
 A autoria do livro é atribuída a Miqueias, praticamente sem contestação no 
campo teológico. 
 
O contexto: Época e Lugar 
 Tendo exercido seu ministério entre (785 a 745), situa-se no mesmo período 
dos profetas Isaías e Amós. Sua mensagem é dirigida aos dois reinos: Israel (ao norte) 
e Judá (ao sul). A época é especificada já no primeiro versículo do livro, ao serem 
declinados os nomes dos reis: “Nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, 
sobre Samaria e Jerusalém”. 
 
 
 
A mensagem: Profecias, Advertências e Promessas. 
 Em sua visão, Miqueias contempla o Altíssimo saindo do seu trono para 
caminhar sobre as alturas da terra. Sob seus pés, as montanhas se derretem e os 
vales se fendem. O juízo sobre Judá (Reino do Sul) e Samaria (Reino do Norte) têm 
motivos específicos: idolatria e injustiça. Diz o profeta: 
 
Todas as suas imagens de escultura serão despedaçadas, e todos os 
salários de sua impureza serão queimados, e de todos os seus ídolos 
 
56 
 
eu farei uma ruína, porque do preço da prostituição os ajuntou, e a 
este preço volverão. (MIQUEIAS 1:7) 
 
 Além da prostituição cultual (adoração de ídolos), o profeta denuncia a 
opressão e a violência contra os mais fracos: 
 
Ai daqueles que, no seu leito, imaginam a iniquidade e maquinam o 
mal! À luz da alva, o praticam, porque o poder está em suas mãos. Se 
cobiçam campos, os arrebatam; se casas, as tomam; assim, fazem 
violência a um homem e à sua casa, a uma pessoa e à sua herança. 
(MIQUEIAS 2:1-2) 
 
Os líderes políticos e religiosos não são poupados. Na verdade, são 
responsáveis diretos pela decadência moral e espiritual que levarão a nação à ruína: 
 
Ouvi, agora, isto, vós, cabeças de Jacó, e vós, chefes da casa de 
Israel, que abominais o juízo, e perverteis tudo o que é direito, e 
edificais a Sião com sangue e a Jerusalém, com perversidade. 
Os seus cabeças dão as sentenças por suborno, os seus sacerdotes 
ensinam por interesse, e os seus profetas adivinham por dinheiro; e 
ainda se encostam ao SENHOR, dizendo: Não está o SENHOR no 
meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá. 
Portanto, por causa de vós, Sião será lavrado como um campo, e 
Jerusalém se tornará em montões de ruínas, e o monte do templo, 
numa colina coberta de mato.” (MIQUEIA 3:9-12). 
 
 
 
 Mas, em meio às trevas em que o povo e seus guias haviam mergulhado, 
Deus proclama Seu mais supremo ato de misericórdia. Enviaria Seu único filho para 
estabelecer na terra um reino de perdão e justiça. E até já havia escolhido a cidade 
onde nasceria, entre os homens, o Deus Forte, Príncipe da Paz e Pai da Eternidade: 
 
E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de 
milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas 
origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. 
(MIQUEIAS 5:2) 
 
 
57 
 
 A profecia cumpriu-se seiscentos anos depois, quando a pequena vila de Belém 
recebeu o Menino Jesus, nos braços de uma virgem, para salvar toda a humanidade! 
 
Súmula do livro 
1. Exortação a Israel e Judá. (1-2) 
2. Denúncia contra os líderes. (3) 
3. Salvação para os gentios. (4) 
4. O nascimento do Messias anunciado. (5) 
5. Contenda de Deus contra os transgressores. (6) 
6. Quem é semelhante ao Deus de misericórdia? (7) 
 
 
 
 
 
OS PROFETAS MENORES: 
DE NAUM A MALAQUIAS 
3 
 
Conhecimento 
 
58 
 
Conhecer os seis últimos profetas menores do Antigo Testamento e apreender a 
mensagem de cada livro. 
 
 
Habilidade 
Ser capaz de identificar o estilo e características próprias de cada um dos profetas 
menores. 
 
 
Atitude 
Demonstrar segurança na interpretação hermenêutica dos autores bíblicos 
estudados, reconhecendo a essência de sua mensagem, bem como a 
contextualização de sua obra. 
 
 
 
Profeta Naum 
Significado do Nome: significa “conforto” ou “consolo” 
 
Quem era: 
 O sétimo dos profetas menores foi o “consolador” do povo de Deus, 
principalmente o Reino do Norte, que foi destruído pelos Assírios em (722 a. C). 
Recebe o codinome de “o lcosita”, em referência à sua cidade natal Elcos, cuja 
localização ainda não está completamente definida. Alguns a relacionam com Elcesi, 
na Galileia, e lembram Cafarnaum, na mesma região, que significa “aldeia de Naum”. 
 
 
59 
 
O Chamado: 
 Deus designou o profeta para proclamar a “sentença contra Nínive”, capital da 
Assíria. 
Autoria: 
 O livro, que na Almeida Corrigida inicia com o título “Peso de Nínive”, é atribuído 
ao profeta Naum sem grandes polêmicas sobre a autoria. 
 
O contexto: Época e Lugar 
 Naum, contemporâneo do profeta Jeremias, fez suas previsões em Judá, por 
volta de (620 a. C). 
 
A mensagem: Profecias, Advertências e Promessas.

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