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2016.1 Gestão Ambiental

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Gestão Ambiental 
Cristiano Corrêa 
Curso Técnico em Segurança do Trabalho 
Educação a Distância 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXPEDIENTE 
 
 
Professor Autor 
Cristiano Corrêa 
 
Design Instrucional 
Deyvid Souza Nascimento 
Maria de Fátima Duarte Angeiras 
Renata Marques de Otero 
Terezinha Mônica Sinício Beltrão 
 
Revisão de Língua Portuguesa 
Eliane Azevêdo 
 
Diagramação 
Klébia Carvalho 
 
Coordenação 
Manoel Vanderley dos Santos Neto 
 
Coordenação Executiva 
George Bento Catunda 
 
Coordenação Geral 
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra 
 
 
Conteúdo produzido para os Cursos Técnicos da Secretaria Executiva de Educação 
Profissional de Pernambuco, em convênio com o Ministério da Educação 
(Rede e-Tec Brasil). 
 
Agosto, 2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 C824g 
 Corrêa, Cristiano. 
Gestão Ambiental: Curso Técnico em Segurança do 
Trabalho: Educação a distância / Cristiano Corrêa. – Recife: 
Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco, 
2016. 
36 p.: il. 
 
Inclui referências bibliográficas. 
 
1. Educação a distância. 2. Ecologia. 3. Meio ambiente. 4. 
Gestão ambiental. 5. Resíduos. 6. Desenvolvimento 
sustentável. I. Corrêa, Cristiano. II. Título. III. Secretaria 
Executiva de Educação Profissional de Pernambuco. IV. Rede 
e-Tec Brasil. 
 
 CDU – 504.06 
 
Catalogação na fonte 
Bibliotecário Hugo Carlos Cavalcanti, CRB4-2129 
 
 
 
 
Sumário 
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 4 
1. COMPETÊNCIA 01 | CONHECER ELEMENTOS SOBRE ASPECTOS NORMATIVOS AMBIENTAIS PARA 
AVALIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA) NAS ORGANIZAÇÕES5 
1.1 Sustentabilidade e Responsabilidade Socioambiental ............................................................................. 8 
1.2 Economia Verde e Economia Inclusiva .................................................................................................. 11 
1.3 Gestão Ambiental ................................................................................................................................. 20 
1.4 Sistema de Gestão Ambiental ............................................................................................................... 21 
2. COMPETÊNCIA 02 | QUALIFICAR SOBRE O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL E SEUS ASPECTOS 
HOLÍSTICOS PARA A ORGANIZAÇÃO .............................................................................................. 25 
2.1 Análise de Risco e Gestão Ambiental .................................................................................................... 25 
2.2 Implementando a ISO - 14001(SGA) ...................................................................................................... 29 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................ 32 
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 33 
MINICURRÍCULO DO PROFESSOR .................................................................................................. 37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
INTRODUÇÃO 
Caro Estudante, 
É com alegria que o recebemos para este componente curricular de Gestão Ambiental. Esperamos 
que, ao término, tenhamos construído conhecimentos preciosos para você, futuro Profissional de 
Segurança no Trabalho. 
Neste caderno, você terá acesso a conteúdos importantes, relacionados com os fundamentos 
conceituais do que vem a ser a Gestão Ambiental, por meio de uma linguagem simples e com 
exemplos que propõem ligações entre o cotidiano das empresas e dos profissionais de segurança no 
trabalho. 
Além disso, veremos também como uma empresa implementa e quais as regras fundamentais para 
que seja posto em prática o Sistema de Gestão Ambiental, através das normas internacionais em 
vigor, sobretudo a ISO-14001. 
Ao concluir a disciplina, observaremos que a Gestão Ambiental muito mais do que mais uma 
responsabilidade e atribuição, é um direito e um importante componente para o bem estar dos 
trabalhadores, da empresa e de toda a sociedade. 
Cultivemos bons estudos para, em breve, colhermos conhecimentos que nos farão profissionais mais 
preparados e capazes para o mercado e para a vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
1. COMPETÊNCIA 01 | CONHECER ELEMENTOS SOBRE ASPECTOS 
NORMATIVOS AMBIENTAIS PARA AVALIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE 
SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA) NAS ORGANIZAÇÕES 
Como já foi dito, este componente curricular vai tratar da Gestão Ambiental. Neste contexto, é 
importante fazer a seguinte pergunta: 
Por que o Técnico de Segurança no Trabalho deve estudar Gestão Ambiental? 
 
Tentando responder a essa pergunta, observe as seguintes visões empresariais de importantes 
instituições brasileiras ou em funcionamento no Brasil: 
PETROBRÁS 
“Crescimento integrado, rentabilidade e responsabilidade socioambiental são as palavras-chave de 
nossa estratégia corporativa. É a partir da atuação nesses três pilares que construímos a Missão e a 
Visão 2020, de forma transparente e com olhos atentos ao que acontece no Brasil e no mundo.” (grifo 
do autor). (Fonte: http://www.petrobras.com.br/pt/quem-somos/estrategia-corporativa/ Acesso em: 20mai16) 
BANCO ITAÚ 
“Para nós, sustentabilidade é gerar valor para nossos clientes e para a sociedade no dia a dia da nossa 
operação.” (Fonte: http://www.itau.com.br/sobre/quem-somos/ Acesso em: 21mai16) 
NESTLÉ 
"Uma empresa saudável como a Nestlé, imbuída da missão de levar Nutrição, Saúde e Bem-estar aos 
consumidores, somente pode concretizar totalmente seus objetivos se conseguir o desenvolvimento 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
sustentável do negócio aliado ao crescimento sustentável de cada comunidade onde está presente." 
(Ivan F. Zurita, presidente da Nestlé Brasil). (Fonte: http://www.nestle.com.br/mobile/Portal480/Sobre.aspx Acesso em 
22mai13) 
Mas, afinal, o que a visão da maior empresa do Brasil, um dos maiores bancos nacionais e a maior 
multinacional de produção de alimentos têm em comum? As suas propostas corporativas estão 
baseadas na promoção da “responsabilidade socioambiental” e no “desenvolvimento sustentável” 
ou “sustentabilidade”. 
Isso é o que tentaremos discutir em nosso caderno e, ao fim, você poderá responder à pergunta 
inicial. Sendo assim, para aprimorar os estudos, aproveite ainda as dicas semanais e o encontro 
presencial, pois eles serão ferramentas para essa construção. 
A seguir, vê-se uma ilustração que pode inspirar a corresponsabilidade necessária quando se fala de 
Gestão Ambiental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 01 - Sistema de Gestão Ambiental 
Fonte: www.naturezaecologica.com/a-gestao-ambiental-
comeca-em-casa 
Descrição: várias mãos de formatos, cores e características 
distintas segurando um Globo Terrestre. Ao fundo um painel 
azul com um degradê suave do tom mais escuro acima e mais 
claro na base, pequenas nuvens brancas ornamentam a parte 
inferior. 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
Partindo das reflexões propostas na introdução e tentando conhecer mais sobre Gestão Ambiental, 
é fundamental discutir alguns termos que foram citados como: responsabilidade socioambiental e 
desenvolvimento sustentável.É também importante compreender que a Gestão Ambiental é um compromisso individual e coletivo 
que reflete o exercício da cidadania plena e, em última análise, matéria presente na gestão 
empresarial. Assim, é uma importante ferramenta para os profissionais que pretendem ingressar 
nestas e em tantas outras empresas que admitem a sustentabilidade como parte fundamental de sua 
visão. 
Na maioria das grandes empresas, os departamentos de segurança do trabalho estão intimamente 
ligados aos de meio ambiente. Isso não é uma mera curiosidade. 
Por que? 
 
Quando em uma refinaria de petróleo vaza algum óleo combustível, tem-se um problema de 
segurança no trabalho ou um sinistro ambiental? Parece claro que os dois problemas, pois tanto 
teremos consequências negativas para os trabalhadores, comunidade do entorno, instalações da 
empresa e principalmente para o meio ambiente. 
Assim, se as prevenções e os atendimentos a acidentes forem pensados e prestados conjuntamente 
por profissionais de segurança do trabalho e gestão ambiental, ter-se-á uma maior probabilidade 
deste acidente sequer acontecer. Ou, em um caso fortuito, se houver atendimento com eficiência, 
existirão menos vítimas e menores prejuízos ambientais e econômicos, como está representado 
metaforicamente, a seguir, na ilustração. 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
 
 
 
 
Figura 02 - Pensando a 
Sustentabilidade 
Fonte: http://amaivos.uol.com. 
br/amaivos09/noticia/noticia.as
p?cod_noticia=11763&cod_cana
l=48 
Descrição: uma árvore na época 
do outono, sem folhas, onde os 
galhos e ramos entrelaçados 
parecem uma cabeça humana, 
tendo o tronco como pescoço, 
saindo da terra. Ela encontra-se 
sobre um aclive com a relva 
verde musgo, no horizonte um 
céu com tons de cinza e em na 
planície ao longe vegetação 
florestal. 
Mais adiante, trataremos dos conceitos de sustentabilidade e responsabilidade social, tão 
importantes para o conhecimento e implementação da Gestão Ambiental. 
1.1 Sustentabilidade e Responsabilidade Socioambiental 
Presente em quase todos os debates empresariais, a sustentabilidade ou desenvolvimento 
sustentável nasceu, como conceito, através de uma conferência das Organizações das Nações Unidas 
(ONU), no ano de 1972, em Estocolmo, onde pela primeira vez foi posto em discussão o modelo 
vigente de desenvolvimento das nações. Na conferência, analisou-se que os recursos naturais 
(árvores, minérios, água etc.) eram usados de forma indiscriminada, muitas vezes, levando à exaustão 
completa das reservas naturais e isso promovia o enriquecimento de poucos em detrimento da 
pobreza de muitos. Isso inspirou o conceito que você verá abaixo, a mais clássica definição de 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9 
desenvolvimento sustentável, feita pela presidente da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento (CMMAD) criada, no âmbito da ONU, para discutir o tema: 
 
 
 
Então, você pode afirmar que o desenvolvimento sustentável é aquele que alia o desenvolvimento 
econômico, a boa gestão dos recursos naturais somada a uma distribuição justa do fruto deste 
desenvolvimento. Esses aspectos dão origem ao tripé da sustentabilidade, composto pelos seguintes 
aspectos: Econômico, Social e Ambiental. 
 
 
 
Observe a imagem abaixo: 
 
 
 
 
 
Figura 03 - Triângulo da 
Sustentabilidade 
Fonte: http://www.ameninado 
de doverde.com.br/site/?p=2435 
 
 
 
“desenvolvimento que é capaz de garantir as necessidades do 
presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras 
atenderem também as suas” (CMMAD, 1991, p.8). 
 
 
 Para que você continue os estudos, assista o primeiro vídeo que 
preparamos para você, que trata da tríade ou base da 
sustentabilidade 
 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
Descrição: ramo com três folhas. 
Sobre elas estão os termos: 
Ambiental, acompanhado da 
ilustração de uma semente; 
Econômico, acompanhado da 
ilustração de uma indústria; e 
Social, acompanhado da 
ilustração de três pessoas sem 
rosto, sobre um fundo verde. 
Apesar do termo “sustentabilidade” surgir apenas na década de 1970, as ideias que lhe dão base são 
bem mais antigas. Como prova, vejamos um pequeno texto que representa um importante foco do 
pensamento do Mahatma Ghandi (Mahatma, do sânscrito, “a grande alma”) mais conhecido entre os 
indianos: 
 
 
 
Esse trecho expressa a filosofia de uma coletividade humana socialmente justa e uma clarividência 
na exaustão dos recursos planetários, tomados em assalto pelas “vontades” e não necessidades. 
Ainda no campo da “vontade de poucos” dilacerando o patrimônio natural de todos os filhos da terra, 
Rousseau, importante pensador francês do século XVII, em seu contrato social, exprime: 
 
 
 
 
 
 
“ A cada dia, a natureza produz o suficiente para suprir nossas carências. 
Se cada um tomasse a porção que lhe fosse necessária, não haveria 
pobreza, guerras, e no mundo todo ninguém mais morreria de inanição.” 
(Fonte: GHANDI. Disponível em: www.rh.com.br/Portal/frases.php. 
Acesso em 13abr16) 
 
 
“A vontade geral é sempre reta, porém o julgamento que a guia nem sempre é 
esclarecido. É preciso (...), protegê-la contra a sedução das vontades 
particulares, aproximar de seus olhos os lugares e os tempos, comparar o 
atrativo das vantagens presentes e sensíveis com os perigos dos males 
distantes e ocultos.” (ROUSSEAU, 2010, p.55) 
 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
As preocupações com a natureza equilibrada como base para a vida humana já eram expostas por 
Platão, na Grécia Antiga (século IV a.C.), ao chamar atenção para a preservação das florestas, para a 
prevenção da erosão do solo e como reguladora dos ciclos das águas (MAGALHÃES, 1998, p.2). 
Portanto, o conceito de sustentabilidade está intimamente ligado ao termo “responsabilidade 
socioambiental”, que exprime a preocupação das instituições não apenas com os ganhos econômicos, 
mas também com o meio ambiente e a sociedade na qual a empresa está inserida. 
 
 
 
Derivantes da responsabilidade socioambiental, temos vários temas dos quais destacamos: 
1.2 Economia Verde e Economia Inclusiva 
Com o novo paradigma de um desenvolvimento que atendesse não apenas os interesses imediatos e 
financeiros dos empreendedores, mas também as faces social e ambiental, surgiram alguns conceitos, 
entre eles Economia Verde e Economia Inclusiva. 
Mas, afinal, o que vem a ser Economia Verde e Economia Inclusiva? 
 
Economia Verde – Forma de produção que tenta ao máximo adotar boas práticas no sentido de usar 
os recursos naturais com a maior racionalidade possível, gastando estritamente o essencial e quando 
possível reaproveitando os subprodutos, a água e a energia. Observe a imagem a seguir e imagine se 
todo o resíduo fosse disposto de forma inadequada, ao invés de ser reaproveitado. 
 
 
 
 
Atualmente, muitos institutos se destinam à pesquisa e à implantação da 
responsabilidade socioambiental, entre eles o Instituto ETHOS o qual 
recomendamos a navegação (consulta) através do endereço: 
http://www3.ethos.org.br/ 
 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
 
 
 
 
 
 
Figura 04 - Aparas da Indústria Plástica 
Fonte: http://www.google.com.br/search?q=aprovei 
tamento+de+aparas+na+indplastico-plasticos-sao-fa 
bricados.html%3B400%3B267 
Descrição: pequenos pedaços de aparas plásticas, de 
várias cores, tamanhos e formatos, reunidas em um 
pequeno monte, para serem reunidos para serem 
reutilizados 
No momento em que uma indústria plástica aproveita as “aparas” das peçasproduzidas, ao invés de 
descartá-las como resíduo, e as processa para que retornem à condição de matérias-primas, ela tem 
um ganho econômico, pois irá comprar menos matéria-prima. Ao mesmo tempo, isso ocasionará um 
ganho ecológico já que menos recursos serão usados para a produção daquela matéria-prima 
substituída pelas aparas, como também menos resíduos serão gerados, que no caso do plástico pode 
necessitar de centenas de ano para decompor-se. Observe as imagens seguintes: 
 
 
 
 
Figuras 05 e 06 - Reaproveitamento de Aparas 
Fonte: http://www.google.com.br/search?q=aproveita 
mento+de+aparas+na+ind%.html%3B242%3B250 
Descrição: na figura 5 uma máquina de processamento de 
aparas, para reutilização, e na figura 6 uma ilustração de 
objetos plásticos encontrados em uma esteira de forma 
triste e debilitada, passando por um portal e saindo 
sorridentes e prontos para serem usados de novo. 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
Outro exemplo é o reaproveitamento da água da chuva através de sistema de calhas, reservatórios, 
filtros e bombas hidráulicas. 
A água reaproveitada pode ser usada em determinado processo de refrigeração de equipamentos e 
outros processos fabris, passando por tratamento e retornando para água das torneiras e após um 
novo tratamento chegando à descarga das privadas. Portanto, a água que foi captada 
“gratuitamente”, é utilizada e reutilizada na empresa, exigindo processos relativamente simples. 
Esse é um dos inúmeros exemplos de reaproveitamento da água e está esquematizado a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 07 - Captação e Reaproveitamento da Água 
Fonte: http://www.google.com.br/search?q=aproveitamento=pt.portogen 
te.com.br%252Ftexto.php%253Fcod%253D53945%3B400%3B316 
Descrição: na imagem, observa-se um prédio, com 05 pavimentos, e um 
corte longitudinal. No topo dele, aparecem uns pingos de água 
representando a chuva, à esquerda, e, à direita, um reservatório de água 
circular. Na base do prédio aparecem, no centro, uma cisterna redonda, à 
direita, e uma bomba de recalque, à esquerda. Todos esses equipamentos 
estão ligados por tubulação à cisterna que está no topo. De modo geral, a 
imagem apresenta uma sequência de 05 etapas: na primeira, a água pluvial 
é captada por pontos distribuídos pelo prédio, no topo. Na segunda etapa, 
a água é direcionada por tubulação para o sistema de filtragem. Após passar 
pelo filtro, a água é armazenada numa cisterna e, em seguida, por uma 
tubulação, a água é conduzida para o reservatório superior. Por último, o 
reservatório distribui a água para reuso. 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
Ainda no campo do bom aproveitamento dos recursos naturais, podemos citar outro exemplo: as 
telhas convencionais em um teto de um galpão podem ser substituídas por telhas transparentes e 
parte das paredes por vitrais e básculas. Isso proporciona uma economia no gasto com iluminação 
durante o dia e uma menor demanda por energia elétrica. 
A seguir, vê-se um mercado público e uma empresa na Dinamarca, que utiliza a transparência das 
cobertas e laterais para promover a iluminação natural, diminuindo substancialmente a iluminação 
artificial, que gera custo e consome energia. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 08 - Aproveitamentos da Iluminação Natural 
Fonte http://www.google.com.br/search?q=aprovei 
tamento+da+luz+do+sol+pelas+empresas&source= Fc 
ategory%252Fconstrucao-civil%252Fpage%252F2%25 
2F%3B500%3B334 
Descrição: abóboda, parte superior da cobertura 
abaulada, de um mercado público que utiliza uma 
grande quantidade de telhas transparentes, tem-se na 
parte superior das fachadas muitos vitrais 
transparentes. 
 
 
 
 
Para saber mais e ver exemplos, observe as imagens a seguir: 
 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15 
 
Figura 09 - Aproveitamentos da 
Iluminação Natural 
Fonte: http://ideiasgreen.com.br/2012/ 
01/empresa-dinamarquesa-tem-sala-de. 
html. 
Descrição: edificação com sete 
pavimentos, tendo uma câmara comum 
ao centro com uma escada disposta ao 
centro da edificação interligando todos os 
pavimentos, por pequenos passadiços, 
dando impressão de leveza e elegância. 
Esta câmara é cercada de paredes 
transparentes as quais trazem uma 
impressionante luminosidade ao interior 
do edifício. 
As energias eólica e solar, através de painéis fotovoltaicos e acumuladores, são opões que exigem um 
investimento um pouco maior para a racionalização da energia necessária para a empresa. Contudo, 
apesar do custo inicial, em longo prazo, torna-se rentável economicamente e pode gerar ganhos 
absurdos do ponto de vista socioambiental. 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 16 
 
 
 
 
Figura 10 - Energia Eólica. 
Fonte: http://www.google.com.br/search? 
q= energia+solar+energia+eólica 
Descrição: enorme região de aclive, sobre 
uma superfície arenosa com a base 
intercortada por vegetação arbustiva com 
várias torres metálicas e brancas de 
captação de energia eólica; 
 
 
 
 
 
 
Figura 11. - Energia Solar, respectivamente. 
Fonte: http://www.google.com.br/search? 
q= energia+solar+energia+eólica 
Descrição: vista superior da fachada do 
estádio conhecido por Arena de 
Pernambuco, com o gramado verde 
retangular ao centro, tendo arquibancadas 
em todos os lados, com três níveis cada 
lado. A cobertura é metálica interligada a 
estrutura externa, ambas repletas de placas 
fotovoltaicas que captam a energia 
luminosa e a armazenam em células 
acumuladoras. 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17 
 
Em vários estados brasileiros, temos uma considerável produção de cana de açúcar, para o fabrico de 
açúcar e álcool, em especial o etanol (combustível automotivo). Esta produção está relacionada com 
a moagem da cana que passa à condição de bagaço. Verdadeiras montanhas de bagaço são formadas 
a cada nova moagem. 
Anteriormente, esse resíduo representava um perigo em potencial para o ambiente onde era 
depositado e até mesmo para a segurança nas instalações do engenho ou destilaria, pois com a chuva 
o resíduo pode fermentar e provocar incêndios. 
 
 
 
 
Figura 12 - Montanhas de Bagaço de Cana 
Fonte: http://www.google.com.br/search?q= 
montanha+de+baga%C352Frevistapesquisa.f
apesp.br%252Fwp 
Descrição: enorme montanha de bagaço de 
cana, produzido após a moagem, com 
aspecto granular o bagaço está disposto em 
uma vasta área, ligada a uma esteira em 
forma de ponte metálica que conduz o 
resíduo após a moagem. O céu está coberto 
de nuvens brancas e a montanha de bagaço 
tem uma cor bege clara e uma figura humana 
se destaca, ao longe, em meio aos resíduos, 
trajando roupa azul e capacete vermelho. 
 
 
 
Para continuarmos discutindo sobre economia verde e economia 
inclusiva, assista ao próximo vídeo desta primeira semana de curso. 
 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 18 
Atualmente, esse resíduo pode ser queimado em pequenas termoelétricas, produzindo energia 
elétrica e tornando várias instalações autossuficientes de energia. Em alguns casos, a energia 
excedente é inclusive vendida para a concessionária de energia elétrica, gerando uma nova receita 
para a empresa. 
Existe o inconveniente da liberação de alguns gases de efeito estufa (GEEs), mas já está disponível 
tecnologia para aproveitá-los também, como os processos de captação dos gases oriundos da 
combustão do bagaço, que aproveitam inclusive o gás carbônico que pode ser engarrafado e vendido, 
diminuindo a liberação nociva de gases e gerando uma nova receita para as usinas. 
 
 
 
 
 
 
Deste trecho em diante, observe o outro tipo de economia que apresentamos:a ECONOMIA 
INCLUSIVA. 
 
 
Para entender melhor este processo, veja a imagem no endereço: 
https://www.google.com.br/search?q=instala%C3%A7oes+termoel%C3%A9tricas+de 
+usinas+de+cana+de+a+na+termeletrica-abastecida-por&biw=1366&bih=657&source= 
lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwir8czD7YTOAhWDGpAKHQqsBcgQ_AUIBygC#imgrc= 
WxzxD2Ln704muM%3A 
 
 
 
Os termos ECOnomia e ECOlogia, obviamente, têm o mesmo prefixo, 
mas parecem tão diferentes! Será que são? Veja a entrevista com o 
Professor Ivo Pedrosa, Doutor em Economia, a qual foi preparada 
como uma das videoauas da semana. 
 
 
 
 
Para saber mais sobre a produção de energia a partir da queima do bagaço 
da cana de açúcar, consulte: 
http://www.unisalesiano.edu.br/simposio2011/publicado/artigo0034.pdf 
 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
 
 
Economia Inclusiva – É aquela que tem por finalidade incluir plenamente, 
nos processos, projetos e ganhos, não apenas os acionistas, mas, sobretudo 
os parceiros, colaboradores e comunidade 
 
Seguem três exemplos desta tentativa de inclusão: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esses são apenas exemplos simples de um grande leque de ações que compõem a economia inclusiva. 
 
 
 
 
 
 
Para saber mais sobre a Sustentabilidade de 32 Municípios de Pernambuco, 
veja o artigo publicado recentemente disponível em: 
http://www.repositorios.ufpe.br/revistas/index.php/RMP/article/view/369. 
 
 
 
Determinada rede de hotéis, que tinha necessidade de trocar os colchões de suas 
unidades a cada três anos, observou que os colchões descartados ainda tinham 
condições de uso e estavam dentro da validade prevista pelo fabricante. Inicialmente 
disponibilizou-os para a doação aos funcionários e nas trocas sucessivas foram 
contempladas famílias de baixa renda no entorno dos hotéis. 
Os resíduos alimentares de um restaurante são um problema para seus donos sendo, 
em casos extremos, um grande problema de saúde pública. Ao observar que no entorno 
de seu restaurante havia uma criação comunitária de porcos, através da supervisão da 
vigilância sanitária local, o proprietário propôs que os resíduos alimentares passassem a 
ser processados e encaminhados para alimentar a criação de porcos. 
 
Um clube de luxo, cercado de comunidades menos abastadas, começou a promover 
mensalmente um “dia aberto” onde os moradores da vizinhança poderiam entrar 
gratuitamente, melhorando muito a relação da empresa com a comunidade. Com o 
sucesso das primeiras iniciativas, o clube cedeu uma sala onde funciona uma creche 
comunitária. 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 20 
1.3 Gestão Ambiental 
No tópico anterior, tratamos da sustentabilidade, da economia verde e inclusiva e vários conceitos e 
exemplos ligados a eles. 
Agora, discutiremos a gestão para colocar essas ideias e ações em prática a qual chamamos de Gestão 
Ambiental. 
Dentro do contexto da sustentabilidade, faz-se necessário uma correta administração do exercício de 
atividades econômicas e sociais racionalmente ordenadas ao uso responsável dos recursos naturais, 
incluindo-se as fontes energéticas renováveis (eólica, solar, etanol) ou não (carvão, radiotiva, 
petróleo). Estas são atividades iminentemente ligadas à Gestão Ambiental. 
Promover a preservação da biodiversidade, a reciclagem das matérias-primas e a redução do impacto 
ambiental das atividades antrópicas (realizadas por seres humanos) sobre os recursos naturais são 
objetos desta área do conhecimento. 
Técnicas como a recuperação de áreas degradadas, métodos de exploração de atividades 
sustentáveis e o estudo de riscos e impactos ambientais são algumas das atividades atribuídas ao 
departamento de gestão ambiental (que frequentemente está vinculado ao de segurança no 
trabalho). 
Porém, uma das atividades mais importantes da gestão ambiental está relacionada com o 
planejamento empresarial, buscando a redução de custos, através da diminuição dos desperdícios de 
recursos como água e energia, reaproveitamento de resíduos, desenvolvimento de uma relação 
positiva com a comunidade, promovendo educação ambiental dentro e no entorno da empresa. 
Lembremos que no momento que a gestão ambiental for bem executada, os acidentes ambientais e 
humanos tendem a ser evitados ou minimizados, vidas podem ser poupadas, custos com a 
recuperação das áreas afetadas serão evitados e as indenizações cíveis, ambientais e trabalhistas 
eliminadas. 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 21 
Logo, tanto a Gestão Ambiental como a Segurança no Trabalho partem do mesmo princípio: 
PREVENIR e trabalhar fortemente para que as atitudes da instituição sejam sempre responsáveis e 
seguras. 
 
 
 
1.4 Sistema de Gestão Ambiental 
Inicialmente, destacamos que o termo “sistema” presume um conjunto de elementos que promovem 
interações para um objetivo comum. O Sistema Digestório, por exemplo, é o conjunto de órgãos como 
boca, esôfago, estômago, intestinos... que, juntos, promovem a digestão dos alimentos por nós 
ingeridos. 
Assim, na empresa, vários “órgãos” (setores, departamentos, etc.) devem envolver-se com o objetivo 
de promover a Gestão Ambiental. A esse esforço coletivo e sistematizado chamamos de Sistema de 
Gestão Ambiental (SGA). 
 
 
 
 
Agora que já compreendemos o que é a Gestão Ambiental, vamos tratar, 
seguindo o mesmo tópico, do que seria o Sistema de Gestão Ambiental. 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13 - Esquema de Sistema de Gestão 
Ambiental 
Fonte: http://blogecoando.blogspot.com. br 
Descrição: com o fundo branco e ao centro o 
termo ‘Gestão Ambiental’, têm-se seis 
hexágonos azuis que se intercalam, lembrando 
a composição de uma colmeia de abelhas. Ao 
centro dos hexágonos está escrito, 
respectivamente: ‘Sistema de Gestão 
Ambiental’; ‘Estudo de Aspecto e Impactos 
Ambientais’; ‘Matriz Energética Sustentável’; 
‘Gestão de Recursos Hídricos’; ‘Emissão 
Atmosférica e Mercado de Créditos de 
Carbono’; ‘Gestão de Resíduos Sólidos’. Os 
nomes estão dispostos de cima para baixo, em 
sentido horário. 
No diagrama acima, podemos ver que para o Sistema de Gestão Ambiental ser implementado, é 
necessário uma série de ações que se “encaixam” para a sua promoção. Entre elas, pode-se destacar: 
o controle da emissão de gases na atmosfera, a boa gestão dos recursos hídricos e que a matriz 
energética seja sustentável, os resíduos sólidos sejam geridos racionalmente e todos os 
empreendimentos sejam avaliados quanto ao seu impacto ambiental, antes de serem postos em 
prática. 
O SGA pode ser pensado e implementado em duas esferas. A primeira diz respeito às empresas 
públicas e a segunda às Corporações Privadas. Para ofertar um guia no objetivo da Gestão Ambiental 
foi editada a norma internacional, ISO – 14001 (Sistema de Gestão Ambiental). 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
Antes de continuarmos, é importante deixar claro que o termo ISO é uma sigla em inglês 
(International Organization for Standardization), ou Organização Internacional para Padronização, em 
português. 
 
 
 
Mesmo tal norma podendo ser aplicada a empresas públicas, ela é mais usual em organizações 
privadas, sendo em muitos casos um diferencial competitivo importante, principalmente no mercado 
internacional de bens e serviços. 
Para tal norma (ISO-14001), o SGA é, em síntese: 
 
 
 
A ISO-14001 aposta no ciclo da melhoria constante e afirma que a Gestão Ambiental deve ser 
perseguida por todos os componentes da empresa, de forma incessante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para saber mais sobre o que éISO, acesse: 
http://www.significados.com.br/iso/ 
 
 
 
 
 
 
A parte do sistema de gestão global que inclui estrutura prática, 
procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, 
atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental. 
 
 
 
 
Na próxima semana, referente à segunda competência, será tratada a 
implementação do SGA na empresa, porém antes discutiremos a Análise de 
Risco, como um componente tanto da Gestão Ambiental quanto da 
Segurança no Trabalho. 
 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sugerimos assistir ao vídeo “A História das Coisas” disponível em: 
http://www.youtube.com/watch?v=Q3YqeDSfdfk, que expressa uma 
forte crítica ao modelo de desenvolvimento vigente, reforçando a 
necessidade de adoção de um desenvolvimento pautado na 
sustentabilidade. 
 
 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 25 
2. COMPETÊNCIA 02 | QUALIFICAR SOBRE O SISTEMA DE GESTÃO 
AMBIENTAL E SEUS ASPECTOS HOLÍSTICOS PARA A ORGANIZAÇÃO 
Agora que você estudou um pouco sobre a Gestão Ambiental, tanto no caderno da disciplina como 
participando do encontro presencial, entendendo a dita gestão como um componente fundamental 
do Desenvolvimento Sustentável e, consequentemente, próximo na concepção das empresas e 
instituições como meta inegociável, iremos verificar como o técnico de segurança no trabalho pode 
fazer a sua parte nessa questão. 
2.1 Análise de Risco e Gestão Ambiental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 14 – Analisando os Riscos 
Fonte: www.ambientsconsult.webnode.com.br 
Descrição: um mosaico com nove fotografias; um incêndio em local 
elevado; um CD transfixado por um cadeado; um corpo d’agua com 
uma bacia de contenção; uma mão manipulando um cofre; um 
escalador em uma montanha gelada; uma instalação petroquímica 
ao anoitecer; uma funcionária dentro de um escritório repleto de 
planejamentos; um jogo de xadrez em cristal; dois homens de 
terno e capacete discutindo algo escrito em uma prancheta. 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 26 
Caro estudante, neste momento do seu curso de Técnico em Segurança do Trabalho, você já deve ter 
explorado o tema Análise de Risco, especificamente para o ambiente laboral, porém apenas para 
relembrar, trazemos a seguinte definição: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 15 - Análise Preliminar de Risco 
Fonte: www.segurancaemeioambiente.blogspot.com.br 
Descrição: peça educativa com os dizeres APR-Análise Preliminar de Risco, 
sucedida da ilustração da frase Risco Zero e de um trabalhador utilizando 
Equipamentos de Proteção Individual, como Capacete, Óculos de proteção e 
Luvas. 
Portanto, analisar todas as etapas de produção/comercialização/prestação de serviço da empresa, 
prevendo possíveis riscos, minimizando, controlando e se possível eliminando tais riscos é um dos 
 
Análise de risco é o estudo realizado na organização em um panorama geral, 
identificando os riscos e perigos expostos a cada tarefa realizada, ambiente 
de trabalho, utilização de equipamentos entre outras atividades. A análise 
preliminar de riscos é a base para se obter um sistema de segurança do 
trabalho altamente eficaz. 
 
 
 Qual objetivo da Análise de Riscos ? 
“A Análise de Riscos tem por objetivo minimizar, controlar e eliminar os riscos e 
perigos, oferecendo um ambiente seguro, ótimas condições de 
trabalho, redução de acidentes, funcionários satisfeitos, um sistema de 
operações eficiente, além de otimização das tarefas e custos.” (Disponível em: 
http://www.essencial.adm.br/artigos-seguranca-do-trabalho/63-o-que-e-
analise-preliminar-de-risco-) 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 27 
principais objetivos da análise de risco e mesmo do exercício do profissional de segurança no 
trabalho. 
Será que a análise de risco do trabalho possui interfaces com a Gestão Ambiental? 
 
 
 
De acordo com a apresentação, podemos dizer, antes de tudo, que a questão ambiental, relacionada 
com o bem estar coletivo, a preservação da fauna e flora, qualidade do solo e da água e outras 
importantes questões são direitos e responsabilidade de todos, segundo nossa constituição. 
Além disso, a empresa que descumpre tal premissa legal poderá responder administrativamente 
(multas, interdição), civilmente (indenizações, recuperação de áreas degradadas) e criminalmente (os 
representantes e responsáveis legais, inclusive do departamento de segurança, podem chegar a ser 
presos). 
 
 
 
Os riscos ambientais podem ser produzidos em sua empresa ou ainda ser 'importados' pois a 
globalização tanto pode ser uma porta para inovação e crescimento planetário, como também pode 
fazer circular riscos, inclusive ambientais, veja a figura a seguir: 
 
 
Antes de responder a essa pergunta pedimos que vejam a 
apresentação do Professor Wanderley Feliciano, do Conselho 
Regional de Química da quarta Região: 
http://www.crq4.org.br/downloads/AnaliseRiscos_wanderley.pdf 
 
 
 
 
 
 
Agora assista a uma das videoaulas para compreender um pouco 
mais sobre a análise preliminar de riscos ambientais. 
 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 16 - Os Riscos em seu círculo planetário 
Fonte: www.ecotecengenharia.com/investigacao.html 
Descrição: uma seta verde circundando a imagem do 
planeta terra, intercortado por algumas figuras; uma porção 
de terra explorada; um navio recebendo carga; um terminal 
de transporte e armazenamento; uma composição 
ferroviária; uma rodovia com vários caminhões de carga; 
um avião decolando; uma ponte sobre um longo curso de 
água. 
O Risco é uma combinação da probabilidade ou frequência, isto é, da repetição do evento, com a 
severidade ou magnitude, que é o “tamanho” das consequências do evento analisado. 
Portanto, um vazamento de Gás Cloro, por exemplo, que acontece semanalmente, possui uma 
frequência ou probabilidade bem alta e é perigoso; um considerável derramamento de um metal 
pesado (como o mercúrio) em uma área de estuário é bastante danoso, pois promove a contaminação 
de um importante berço de vida marinha, mas não acontece com frequência. 
Nesses casos, a análise de risco iria propor medidas que diminuíssem a probabilidade dos vazamentos 
de cloro, preferencialmente para anos ou décadas sem um registro, como também tudo faria para 
que não acontecesse sequer um derramamento de metal pesado em área de estuário. 
Parece claramente que ao analisar os riscos do derramamento de metal pesado e o vazamento de 
cloro de nossos exemplos fictícios, toda a empresa e, em especial, o Departamento de Segurança do 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 29 
Trabalho estaria promovendo a Gestão Ambiental, mas também a segurança dos trabalhadores. 
Desse modo, estes não inalariam o gás cloro ou se contaminariam com o metal pesado, ambos, 
altamente tóxicos. 
2.2 Implementando a ISO - 14001(SGA) 
Agora que já compreendemos a relação da análise de risco no trabalho e a análise de riscos 
ambientais, vamos entender como o Sistema de Gestão Ambiental (ISO-14001) é implantado nas 
organizações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 17 - ISO-14001 
Fonte: www.ambientsconsult. 
webnode.com.br 
Descrição: a figura do planeta 
terra acolhido na palma da mão 
humana, com a inscrição abaixo 
ISO 14001. 
O primeiro passo na implantação da ISO-14001 é o processo de diagnóstico, que tem por finalidade 
identificar os aspectos de seu negócio que impactam o meio ambiente e compreender a legislaçãoambiental relevante à sua situação. 
Assim, toda a empresa deve ser envolvida na reflexão sobre onde e como os recursos naturais estão 
sendo mais usados, por exemplo: quantos litros de água são consumidos diariamente para a empresa 
funcionar, quantos litros por setor, por processo e até mesmo por equipamento. Lógica semelhante 
pode ser aferida ao consumo de energia elétrica, ao uso de matérias-primas e demais insumos e aos 
resíduos e subprodutos produzidos na empresa. 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 
Uma vez concluído o diagnóstico, é hora de preparar um programa de gestão ambiental, inserido na 
Política Ambiental que corrija as distorções e fortaleça as boas práticas encontradas. Esse programa 
deve contar, preferencialmente, com a participação dos colaboradores e não se deve ignorar 
nenhuma sugestão, pois, muitas vezes, soluções brilhantes vêm de pessoas que executam tarefas 
aparentemente menores. 
Periodicamente, deve-se avaliar o programa de gestão ambiental para perceber se, internamente 
(equipe da empresa) ou externamente, se os procedimentos estão alcançando os objetivos iniciais. É 
imprescindível, então, propor retificações e realinhamentos nas práticas e objetivos. 
Essa auditagem é periódica, pois o Sistema de Gestão Ambiental, proposto pela ISO-14001, aposta 
que ao término de uma auditagem, um novo processo de melhoria se inicia e em seguida estes novos 
procedimentos são auditados e geram mais um novo processo de melhoria. Isso dá cabimento ao 
termo “Melhoria Contínua”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 18 - Esquema da Melhoria Contínua 
da ISO-14001 
Fonte: Revista Gestão e Produção 
vol.17 n 1, São Carlos, 2010 
Descrição: imagem com uma seta em forma 
de elipse, passando por caixas com 
 
 
Veja o vídeo para compreender um pouco mais sobre a Gestão 
Ambiental e Melhoria Contínua, a qual foi preparada com a área 
porto industrial por fundo. 
 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 31 
conceitos, saindo da: ‘Política ambiental’; 
‘Planejamento’; Implementação e 
Operação’; Verificação e Ação Corretiva’; 
‘Análise Crítica pela Administração, 
encerrando com o termo ‘Melhoria 
Contínua’, intuindo um recomeço do ciclo. 
Acima, vemos, esquematicamente, o que foi relatado anteriormente: a Política Ambiental da 
empresa é analisada, promovendo um Planejamento de novas ações que geram a Implementação e 
Operação dos procedimentos planejados. Em seguida, é feita a Verificação e possíveis Ações 
Corretivas, promovendo posteriormente uma Análise Crítica feita pela Administração e uma nova 
Política Ambiental é estabelecida. Assim, a melhoria contínua reinicia-se. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para saber mais sobre a implementação do Sistema de Gestão Ambiental 
(ISO-14001), consulte o Artigo a seguir. Nele, dois estudos de caso são 
analisados à luz dos parâmetros aferidos pela norma internacional. 
Acesse:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-
530X2010000100005&script=sci_arttext 
 
 
 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 32 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Durante as duas semanas anteriores você pôde discutir um pouco mais sobre a sustentabilidade e a 
responsabilidade socioambiental e a presença destes conceitos na vida corporativa. 
Você pode também entender um pouco mais sobre a Economia Verde e a Economia Inclusiva, como 
objetivos das empreendimentos sustentáveis, entendendo que a Segurança no Trabalho é parceira 
desta sustentabilidade. 
Compreendeu os fundamentos da Gestão Ambiental e do Sistema de Gestão Ambiental. 
Verificou que a análise de risco ambiental é um ponto fundamental, para intuir os riscos inerentes a 
cada atividade produtiva e consequentemente eliminá-lo ou pelo menos mitigá-lo. 
Por fim, você pôde discutir como a implementação do Sistema de Gestão Ambiental é feita, 
compreendendo o seu ciclo e a retroalimentação através do melhoria contínua. 
Esperamos encontrar você em breve! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 33 
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RJ: FGV, 2006. 
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Paulo: Cortez , 1995. 
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CORRÊA, Cristiano. A contribuição dos serviços de Combate a Incêndios (CI) e Salvamento (S) para o 
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VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração, São Paulo-SP: Atlas, 
2008. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 37 
MINICURRÍCULO DO PROFESSOR 
Sou o professor Cristiano Corrêa e antes de tudo sou um aprendiz como você, Doutorando em 
Engenharia Civil - UFPE, com ênfase em Segurança Contra Incêndio e Mestre em Gestão do 
Desenvolvimento Local Sustentável - UPE, colaboro como professor do curso técnico em segurança 
do trabalho, em algumas instituições no Estado, além de colaborar em Instituições Superiores de 
Ensino como professor e pesquisador. Estou a vosso dispor, para que possamos aprender juntos 
através do Sistema AVA.

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