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Técnicas Jurídicas – linguísticas, discursivas, paráfrases- e tribunal do júri: a arte do convencimento BARBIERO, Diego Roberto. Técnicas linguísticas-discursivas, paráfrases e tribunal do júri: a arte do convencimento. Jus Navigandi, Teresina, ano 12, n. 1328, 19 fev. 2007. Disponível em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/9514>. Acesso em: 12 abr. 2011. Introdução. O presente trabalho tem como objetivo elucidar a importância do conhecimento e a conseqüente utilização de alguns recursos lingüísticos em situações cujo resultado tende a advir de intensa atividade dialética. Nesse liame, encontra-se no tribunal de júri palco perfeito para apreciação da aplicação dos conceitos e técnicas discursivas. Far-se-á, primeiramente, uma análise sobre o desenvolvimento da palavra falada e escrita; após, breve conceituação sobre as formas de apuração das infrações; até se chegar à presente estruturação do Tribunal de Júri no sistema jurídico brasileiro. Em uma última etapa, desenvolver-se-á a temática discursiva, especialmente a utilizada pelos atores de acusação e defesa no âmbito dos tribunais, levando-se em conta a forma como é dirigida a palavra para o auditório predeterminado e as conseqüências que o bom uso desta podem trazer no desfecho do julgamento perante o Tribunal popular. 1. Os humanos, a fala e os tribunais: linguagem, língua e discurso. Antes de adentrar no cosmos jurídico, especialmente no sistema dos tribunais ditos "populares", mister se faz atingir um nível satisfatório de compreensão sobre a atuação dos personagens que, através de suas ações e omissões, falas e representações, operam e constituem o cenário do julgamento, dotando de realidade toda essa reconstrução secular a cada dia renovada. Nós, seres humanos, ao longo dos séculos desenvolvemos formas diferentes para conseguir um canal eficiente de comunicação com nossos semelhantes. Nos primórdios, alguns gestos e ruídos animalescos traduziam as vis idéias que a mente símia conseguia produzir. Depois, foram desenvolvidas a palavra falada, a palavra escrita, os meios de comunicação em massa e outras fontes tantas cujas citações não se fazem necessárias. Tudo isso com um objetivo: transmitir o conteúdo que criamos ou entendemos justo para outros, informando-os ou persuadindo-os a se aliarem aos nossos ideais. Textos relacionados Prisão preventiva para garantir execução de medida protetiva de urgência nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher Aspectos medico-legais do estupro: perícia Considerações acerca da repetição da prova oral no processo penal Progressão de regime de pena de estrangeiro com expulsão decretada ou impossibilitado de fixar residência no Brasil Usurpação da função investigativa no Estado do Rio Grande do Sul O tribunal do júri encontra nessa "interpretação teatral" sua fonte de subsistência: as alegorias apregoadas pelos advogados de defesa ou pela acusação visam convencer um auditório delimitado de que as teses apresentadas são as mais corretas entre as possíveis e passíveis de aplicação ao caso guerreado. Nesse contexto, desenvolve-se a interlocução: trata-se de um espaço de produção da linguagem e de constituição dos sujeitos; uma ação individual com finalidade orientada; uma verdadeira e íntima relação entre um "eu" e um "tu". Através da interlocução, opera-se uma reconstrução da linguagem, ao mesmo tempo em que o sujeito se completa e se constrói nas falas apresentadas. Fenômeno social, a interlocução, como tal, necessita de um palco, de um contexto hábil a recebê-la, para que possa produzir os efeitos e atingir os objetivos aos quais se propõe. É, pois, a situação histórico social o centro do espetáculo onde se processam as interações entre os sujeitos. Interações essas incapazes de operarem no campo metafísico sem constrições. A partir disso, o sujeito e a linguagem unem-se de distintas maneiras: há a possibilidade daquele realizar ações "sobre" a linguagem ou mesmo "com" a linguagem, ora produzindo sistemas de referência, ora recebendo ações próprias da linguagem. Nesse campo, o estudo da análise discursiva costuma classificar as atividades da fala, tanto oral quanto escrita: a) atividades lingüísticas: referem-se ao assunto em pauta, há progressão do assunto; b) atividades epilinguísticas: operam uma reflexão sobre os recursos expressivos; c) atividades metalingüísticas: reconhecem na linguagem o próprio objeto de estudo. Classificadas as atividades da fala, passa-se à aplicação de seus conceitos no cosmus jurisdicional. 2. O sistema judiciário e sua relação com seus destinatários. Amado, odiado, compreendido ou simplesmente aceito. A visão da população é amplamente divergente quando o tema é a justiça ou sua administração. Inicialmente, o sistema fora implantado como mecanismo de controle: os administrados eram sujeitos passivos, apáticos, excluídos, sem interação. A "busca da verdade" rompia a barreira do racional e invocava uma suposta intervenção divina como fonte de justiça. E isso não podia causar outra coisa se não indignação. A Idade Média, compreendida por alguns como "idade das trevas" e por outros como "depressão necessária à iluminação" contribuiu amplamente para a construção dessa imagem negativa da justiça que subsiste até os dias de hoje. Juntamente com a evolução cultural e racional da sociedade, o sistema jurídico buscou também o aperfeiçoamento: não seria mais uma mão pesada que abateria inocentes, mas sim um jogo de discursos, saberes e pressões, no qual os destinatários das normas não pudessem ser visualizados concretamente, numa clara apegação ao princípio romano "in dubio pro reo". A norma jurídica, para KELSEN (2000), era uma prescrição. A lei, por outro lado, era a luva que revestia a norma no âmbito de um ordenamento jurídico. Nesse sentido, a lei era vista como fonte do direito na medida em que traduzia o revestimento estrutural da norma jurídica. Essa norma, na visão de FAGUNDES (2001), é bi-direcionada: a) ao próprio grupo legislador (coesão, credibilidade interna e eficácia); b) grupos sociais (controle à luz dos valores impostos pelos grupos dominantes). Porém, nem tudo é perfeito na linda história da evolução do direito...O sistema de normas trouxe consigo uma segurança nunca dantes vista. Mas também cedeu espaço para lacunas e antinomias. E é exatamente sobre essas que pairam os esforços habilidosos e ardilosos de advogados e acusadores, usando o sistema de forma contrária à qual fora (im)posto: abre-se o campo da argumentação e subversão; do (des)entendimento e do livre convencimento; do justo e do aplicável. BARTHES, deleitando-se sobre o assunto, reforça a diferença entre raciocínios argumentativos e meros argumentos: enquanto esses são formas públicas de raciocínios impuros e dramatizáveis, opiniões obtidas através de uma prévia identificação emocional, valorativa e ideológica, aqueles são reflexões processadas a partir de uma ideologia, uma inversão do real suficiente para obter a adesão dos interlocutores em relação ao argumentado. Toda essa polêmica, que parece invenção das sociedades pós-modernas, teve suas raízes fixadas por ARISTÓTELES, por meio de sua teoria axiológica: abandonando o campo do idealismo e adentro no do empirismo, determinava a aceitação de princípios iniciais como sendo verdadeiros para poder ao longe chegar. Anos mais tarde, PERELMAN (1988) deu nova visão à linguagem e aos axiomas aristotélicos: a demonstração passava a travar uma árduabatalha contra a argumentação. No intuito de ampliar e melhor fundamentar a base teórica da Teoria da Argumentação através do método da Nova Retórica, Perelman passou a utilizar como objeto a Razão Prática. Esta estava mais bem relacionada com a teoria do direito por mostrar-se dinâmica tal qual este deve ser, extrapolando os limites de uma razão analítico-descritiva a fim de se adequar como guia de ação do homem. Em torno da razão prática desenvolveu-se a Filosofia Prática, capaz de estabelecer parâmetros para o plano de ação da esfera humana. Em continuidade, esta filosofia requisitava aprovação, ao invés da prova requerida pela razão teórica. A razão prática tinha na razoabilidade o critério da necessária aprovação das argumentações. A aprovação era dada pelo consentimento do auditório universal, destinatário ideal. 3. O Tribunal do Júri no sistema processual penal pátrio. O conselho de sentença, constituído por sete jurados, escolhidos entre vinte e um cidadãos de reputação ilibada previamente sorteados dentre os catalogados na lista de jurados da comunidade onde residem, juntamente com o juiz de direito, apresentam-se como soberanos para proferir o edito aos submetidos à sua apreciação. Desta feita, compete ao Tribunal de Júri julgar os crimes dolosos praticados contra a vida, tanto em suas formas consumadas quanto nas formas tentadas. É essa a informação trazida pelo Código de Processo Penal: "Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri. § 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1o e 2o, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados". Todo o procedimento relacionado ao julgamento está muito bem discriminado no CPP, e não convém, nesse momento, adentrar nos detalhes atinentes às regras protocolais desse antigo e resistente instituto. O propósito, aqui, é mergulhar nas fábulas criadas; inundar-se na maré argumentativa advinda da representação e parafraseamento dos atores envolvidos no espetáculo que tende a produzir uma única certeza: a justiça do convencimento! Os principais personagens envolvidos na (re)construção dos fatos figuram como adversários no campo oratório: enquanto o representante ministerial opera a acusação e tenta convencer a platéia sobre a admissibilidade do emprego de uma sanção por parte do estado-juiz, o defensor utiliza-se das mais variadas técnicas para desmantelar os fatos narrados na denúncia, peça inicial do processo crime instaurado mediante ação pública. Note-se que a platéia mencionada é ampla e diversificada; nela estão presentes gabaritados juristas e cidadãos de "ilibada reputação", que não necessariamente dispõem de conhecimento teórico sobre as instituições jurídicas. Em razão dessa discrepância, o discurso é carregado de figuras que ora lhe dão suporte, ora lhe complementam: são jargões, figuras lúdicas, formas estereotipadas e paráfrases que "enriquecem" o vocabulário do emissor. Essas formas lingüísticas utilizadas pelos interlocutores na construção de seus enunciados (recursos expressivos) visam, em um primeiro momento, demonstrar habilidades técnicas e domínio do conteúdo e, posteriormente, induzir o público a compactuar com a história versada. Uma destas técnicas consiste no emprego do dito "jargão". Em uma conceituação semântica, tem-se que se trata de uma terminologia específica da profissão que a emprega. Assim como no terreno das ciências médicas o termo "cianótico" faz parte do vocabulário diário dos especialistas em salvar vidas, no campo do direito há algumas palavras que por si só expressam o conteúdo de todo um entendimento prévio, sejam elas vocábulos técnicos ou os chamados "brocados jurídicos". A utilização dos brocados traz conseqüências diversas ao interlocutor, dado as formas distintas pelas quais serão aceitos pelos receptores. Neste liame, observa-se que, no jogo travado perante o Tribunal, duas são as espécies de espectadores envolvidos: a) o juiz togado que preside a sessão e o(s) procurador(es) da parte contrária; b) os jurados, que não necessariamente detém conhecimento acerca das regras e postulados jurídicos perpetrados e consolidados no transcorrer dos anos. Segundo FAGUNDES (2001), são três as implicações ou funcionalidades advindos do uso dos jargões: 1. mostrar a (b) que eu (a) sei sobre o que estou falando; 2. mostrar a (a) que também sou do ramo (a); 3. limitar a interpretação de (b) à tese do locutor (a). Assim, um jargão muito comum e quase sempre presente nos debates orais perante o Tribunal do Júri é o que se liga ao princípio da presunção de inocência, pilar basilar que, juntamente com o princípio da legalidade, sustentam o aparato repressivo estatal, que tem na justiça criminal sua conseqüência natural. Desta feita, enquanto cabe à acusação provar de forma inequívoca e inconteste os fatos articulados na denúncia e no libelo-crime acusatório, à defesa cabe tão-somente desconstruir a possibilidade de reconhecimento da autoria do denunciado no crime a ele imputado, sem a necessidade de fazer prova do contrário. Resta, portanto, a alegação da dúvida; e, em havendo dúvida, esta deve ser resolvida em favor do réu. Isto porque o direito penal tem incidência sobre o bem maior do ser humano, qual seja, sua liberdade. Imortaliza-se, então, dessa forma, o uso do postulado "in dubio pro reo"! São inúmeros os julgados que acolhem essa tese defensiva, que culmina com a absolvição do denunciado e a conseqüente improcedência da peça vestibular. A titulo de exemplo, transpõe-se aqui um julgado proferido pelo egrégio Superior Tribunal de Justiça: "PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. ESTUPRO TENTADO. AUSÊNCIA DOS ELEMENTOS DA TENTATIVA. DÚVIDA QUANTO À OCORRÊNCIA DA CONDUTA TÍPICA. ILEGALIDADE DA CONDENAÇÃO. OFENSA AO PRINCÍPIO IN DUBIO PRO REO. AUSÊNCIA DE EXAME DE CORPO DE DELITO. FRAGILIDADE DO CONJUNTO PROBATÓRIO RECONHECIDA NA SENTENÇA E NO ACÓRDÃO. RESTABELECIMENTO DA SENTENÇA. ORDEM CONCEDIDA. 1. Não cabe condenação por tentativa, sob pena de configurar constrangimento ilegal, quando não se demonstram – com base no conjunto probatório produzido durante a instrução criminal – os atos de execução, a não-consumação do crime por circunstâncias alheias à vontade do agente e o dolo do delito consumado. 2. A dúvida quanto ao efetivo início da execução do comportamento punível não autoriza a condenação por tentativa, tendo em vista que sua presença sempre se resolve em favor do agente, em observância ao princípio in dubio pro reo. 3. Ordem concedida para restabelecer a sentença do Juízo de 1º grau" (HC 41621 / RJ; 2005/0019019-0. Data da decisão: 6/12/2005). O supracitado julgado demonstra, de forma clara e límpida, o largo uso desse recurso, mesmo em não se tratando de delito sujeito ao rito especial do júri; porém, em virtude disso, não há um tratamento próprio aos jurados: há apenas a aplicação de conceitos estritamente focados na literalidade argumentativa da linguagem jurídica. É nesse ponto que nasce a especialidade e a diferenciação do julgamento perante um tribunal popular formador de um conselho de sentença: não basta ao advogado ou ao acusador despejar conhecimentos adquiridos ao longo da experiência jurídica em um papel destinado a outro jurista: além de demonstrarconhecimento na área, o locutor deve fazer-se entender pelos interlocutores que povoam a platéia (b). Nessa árdua tarefa, o emprego de um recurso lingüístico estereotipado faz-se mister: trata-se da paráfrase. Diferentemente da ironia, que busca a desconstrução do sentido para constituição da linguagem, ou da paródia, que consiste na produção de novos sentidos tendentes a desestruturar a prática jurídica através de uma espécie de imitação, a paráfrase tem como função primordial a supressão das ambigüidades decorrentes da livre interpretação de uma tese pré-existente, através de sua retomada e releitura por um outro viés, o qual tende induzir o interlocutor a receber de forma pacífica e sem restrições a nova tese criada pelo locutor. Nesse sentido, a paráfrase jurídica não se conceitua como mera reforma do pré-dito ou simples exclusão de outros já-ditos possíveis: trata-se de uma forma de trabalho discursivo responsável pela multiplicação dos enunciados em circulação; opera uma reconstrução do já-dito. Nesse liame, aplica-se à paráfrase o conceito de transposição de sentido, que para PARRET nada mais é do que indispensável condição de possibilidade do próprio sentido. Situando a paráfrase nesse campo interpretativo, PARRET cria seguinte esquema de transposições: a) discursiva: paráfrase ("atividade natural onde a semelhança do sentido transposto e do sentido transpositor está mais ou menos intuitivamente posta"); b) hermenêutica: interpretação (saber de um texto); c) científica: metalinguagem (conhecimento da ciência). No transcorrer de uma sessão de julgamento, facilmente identificam-se as três formas de transposições preconizadas pelo citado autor: no momento em que o acusador aplica conceitos concernentes à ciência jurídica para induzir o auditório leigo a acatar sua tese discursiva, como, por exemplo, diferenciar dolo, culpa, legítima defesa direta e legítima defesa putativa, aplica ao seu discurso uma transposição cientifica; por outro lado, quando interpreta a lei geral e aplica-a ao caso em deslinde, faz uso de uma transposição hermenêutica reducionista; mas quando, diferentemente das ações anteriores, cria um embate com o defensor, utilizando as próprias teses daquele para fazer valer as articuladas pelo órgão de acusação, emprega a transposição discursiva. A paráfrase, no cenário do julgamento, pode adquirir quatro funções: a) função didática: explica o funcionamento judicial e os episódios do processo, tendo como destinatário o conselho de sentença; b) função definitória: dirigida ao juiz presidente e ao advogado da parte contrária, aproxima-se da metalinguagem, pois direciona a argumentação a uma interpretação que antecede a própria definição; c) função explicativa: explica os fatos elucidados em (b) para os mesmos destinatários de (a); não há confusão entre a forma (a) e a forma (c): enquanto esta "traduz" conceitos jurídicos aplicáveis ao caso sub judice, aquela leciona conceitos básicos sobre o funcionamento do julgamento pelo tribunal popular; d) função explicitativa: conduz o interlocutor ao sentido que interessa ao locutor. Dentre as funções acima apontadas, a que maior influência opera sobre o resultado final do julgamento é a elucidada na letra "d". Ao se apropriar do discurso alheio, o interlocutor, numa ação não destruidora, mas sim reconstrutiva, busca, com fundamento no próprio enunciado anterior, apontar seus defeitos e, dentre as possibilidades existentes, escolher a que melhor se encaixa à situação guerreada, apoiando sobre ela toda sua tese argumentativa. O uso desse mecanismo tem por escopo principal convencer a platéia de que a tese anterior apresenta irregularidades e, ao mesmo tempo, soluções diversas das inicialmente pretendidas. Num mecanismo de explicitação, reconstrói a própria tese fundante da argumentação apropriada de forma que aquela se adapte aos anseios pretendidos pelo locutor apropriante. Toda essa dialética desenvolve-se na fase dos debates orais, em que as partes conflitantes utilizam-se de todos os meios disponíveis para obter o apoio do conselho de sentença às teses apresentadas. Findo os debates, com base nas alegações sustentadas e nas hipóteses criadas, o juiz presidente elaborará os quesitos de julgamento, que serão submetidos à votação do conselho. Os quesitos devem reproduzir fielmente os argumentos elencados pelas partes, sob pena de invalidar-se todo o procedimento judicial, consoante dispõe o art. 563, III, "k", do Código de Processo Penal. Votados os quesitos e não existindo regularidades, publica-se a sentença em audiência, cujo resultado "premia" quem melhor desempenhou as ações de convencimento dos jurados e (re)construiu a história passada da forma mais próxima à realidade plausível. Referências bibliográficas FAGUNDES, Valda de Oliveira. A Espada de Dâmocles da Justiça: O Discurso no Júri. Itajaí: Univali, 2001. KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. MONTEIRO, Cláudia Servilha. Teoria da Argumentação Jurídica e Nova Retórica. 2. ed. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2003. PERELMAN, Chaïm. [Logique Juridique]. Lógica Jurídica. Tradução de Vergínia Pupi. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
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