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Metodologia do Ensino dos Esportes Coletivos 
Voleibol: Iniciação e Treinamento 
 
 
 
 
Prof. Renato Siqueira Rochefort 
Departamento de Desportos - ESEF/UFPel 
 
 
 
 
Pelotas, 2006 
 
 
 
 
 
 
 
 Universidade Federal de Pelotas 
 Escola Superior de Educação Física 
 2 
I N D I C E 
 
 
1 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
6 
Um Olhar sobre a Formação Profissional: o ensino dos esportes coletivos ......... 
 
Metodologia do ensino dos Esportes Coletivos: Voleibol - Iniciação Esportiva ... 
2.1 Crescimento e Desenvolvimento infantil .................................................................. 
2.2 Aspectos motores ..................................................................................................... 
2.3 Aspectos Afetivo-emocionais ................................................................................... 
2.4 O Ensino do Voleibol – Aspectos do Cotidiano Escolar ........................................... 
2.5 Aspectos Metodológicos: Os métodos Parcial, Global e Misto ................................ 
 2.5.1 O Método Parcial ............................................................................................. 
 2.5.2 O Método Global ............................................................................................. 
 2.5.3 O Método Misto ............................................................................................... 
 
Fundamentos metodológicos do ensino do voleibol ............................................... 
3.1 Abordagens Metodológicas no Ensino do Voleibol .................................................. 
 3.1.1 Abordagem Tradicional ................................................................................... 
 3.1.2 Abordagem Série de Exercícios ...................................................................... 
 3.1.3 Abordagem Série de Jogos ............................................................................. 
 3.1.4 Abordagem Estruturalista ................................................................................ 
 3.1.5 Abordagem Crítica .......................................................................................... 
 
Abordagens Metodológicas Específicas para o Voleibol ........................................ 
4.1 Conceito de Voleibol – o modelo de Pittera & Violetta ....................................... 
4.2 A proposta metodológica de Bojikian .................................................................. 
 4.2.1 Apresentação da habilidade motora ............................................................... 
 4.2.2 Seqüência Pedagógica ................................................................................... 
 4.2.3 Exercícios Educativos e/ou Formativos .......................................................... 
 4.2.4 Automatização ................................................................................................. 
 4.2.5 Aplicação do Fundamento a Mecânica do Voleibol ........................................ 
 4.2.6 A ordenação dos fundamentos ....................................................................... 
 4.2.7 O Processo Progressivo-Associativo .............................................................. 
4.3 A proposta metodológica de Costa ...................................................................... 
 4.3.1 A fase de aprendizagem ................................................................................. 
 4.3.2 A fase de iniciação .......................................................................................... 
 4.3.3 A fase de aperfeiçoamento ............................................................................. 
 4.3.4 Um modelo de programa de ensino ................................................................ 
4.4 A proposta metodológica de Bizzocchi ............................................................... 
 4.4.1 O processo metodológico ................................................................................ 
 4.4.2 O processo pedagógico .................................................................................. 
4.5 A proposta metodológica da American Sport Education Program ................... 
 4.5.1 Introduza a habilidade ..................................................................................... 
 4.5.2 Demonstre a habilidade .................................................................................. 
 4.5.3 Explique a habilidade ...................................................................................... 
 4.5.4 Ajude os jogadores que estão treinando a habilidade .................................... 
 
Exemplos de jogos recreativos para o voleibol ........................................................ 
 
Referências Bibliográficas .......................................................................................... 
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44 
45 
 
45 
 
56 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
1. Um Olhar Sobre a Formação Profissional... 
 O ensino dos esportes coletivos 
 
 
 FATO Distanciamento do ensino na Universidade da realidade objetiva 
 
 
 CAUSAS Pela estrutura curricular Aulista Quanto mais 
 aula melhor 
 Pelo formato das aulas 
 
 
 
 
 Prática de Exercícios Prática Pedagógica 
 
 
 
 Conteúdos específicos da Conteúdos específicos da 
 modalidade esportiva modalidade esportiva 
 
 
 
 Sequência didático - pedagógica Estudo e aplicação da metodologia 
 nas aulas e dos procedimentos 
 
 
 
 Aplicação com os próprios Aplicação com alunos da rede escolar 
 alunos da disciplina ou de escola de aplicação 
 
 
 
 Avaliação do conteúdo Avaliação do processo 
 (execução) de ensino - aprendizagem 
 
 
 
 
 
 FORMA Conhecimento específico Consumo Pouco (nenhum) conhecimento 
 da modalidade interno da realidade escolar e 
 esportiva cotidiana 
 
 
 Tomada de decisão metodológica 
 
 
 
Vamos analisar mais detalhadamente a esquematização gráfica apresentada 
anteriormente. 
 
Existe hoje em dia uma discussão, em forma de debate saudável, sobre a formação 
profissional, onde o fato mais marcante e alvo de muitas críticas recai sobre o distanciamento do 
ensino que acontece no interior dos cursos de Educação Física, e a realidade objetiva 
representada pelo cotidiano escolar. 
 
 4 
 Entre as várias causas apontadas para este fato pelos debatedores estão a estrutura 
curricular que dizem ser “aulista”, pois está baseada na premissa de quanto mais aulas melhor, ou 
ainda, só aprende-se entre quatroparedes, na sala de aula ou nos ginásios didáticos de nossos 
cursos de formação. A outra causa apontada é o formato das aulas que na verdade são muito 
mais uma prática de exercícios do que verdadeiramente uma prática pedagógica. Neste tipo de 
aula muito utilizado nas Universidades, os acadêmicos são ao mesmo tempo os consumidores do 
conteúdo e os praticantes. 
 
Observando mais atentamente o esquema apresentado veremos que em relação ao 
conteúdo específico da modalidade não há diferença entre os dois pólos. No caso específico do 
voleibol, os fundamentos tanto técnicos quanto táticos são os mesmos. Mas existem diferenças de 
abordagem. Por exemplo, no modelo mais utilizado pelos professores nas aulas, são 
apresentadas aos alunos seqüências didático-pedagógicas para o ensino do voleibol na escola, e 
os alunos matriculados na disciplina são os executantes, ou seja, os receptores deste conteúdo 
tão somente, pois a aplicação do mesmo se dá com eles próprios. Se as aulas fossem, além 
disso, também uma prática pedagógica, eles deveriam aplicar as metodologias e procedimentos 
vivenciados e aprendidos, ou na própria turma ou com alunos externos, escolares, por exemplo, o 
que na grande maioria dos casos não acontece. 
 
Outra questão importante é aquela que diz respeito à avaliação. Ela é realizada tão 
somente em cima do conteúdo estudado, tanto teórico quanto prático. E mais, muitas vezes a 
avaliação prática se dá na perspectiva da capacidade de realização e execução dos fundamentos 
pelos alunos da disciplina, o que evidencia muito mais uma filosofia de prática de exercícios do 
que uma prática pedagógica. Existem algumas tentativas de alguns professores em realizar 
avaliações do processo de ensino-aprendizagem, mas elas se tornam limitadas pela estrutura 
“aulista” empregada na maioria dos cursos como já frisamos anteriormente. 
 
Assim, a forma de como se dá o ensino dos esportes coletivos na formação profissional 
dos acadêmicos de Educação Física no interior das Universidades é mais ou menos algo como 
um trabalho centrado no conhecimento específico da modalidade esportiva, muitas vezes 
fragmentado e descolado de uma realidade objetiva; algo que serve apenas para consumo interno 
de cada um de acordo com sua perspectiva de atuação, com pouco ou quase nenhum 
conhecimento da realidade cotidiana, quer seja ela escolar, quer seja ela fora da escola, e de 
onde, ou a partir de onde, o futuro profissional deverá tomar decisões metodológicas, 
experimentadas apenas como executante em seu tempo universitário, em sua atuação enquanto 
professor, instrutor ou técnico esportivo. 
 
A estrutura curricular dos cursos, dividida em semestres e disciplinas fragmentadas, onde, 
por exemplo, nos esportes se trabalha o conteúdo específico da modalidade em um determinado 
tempo, e as questões metodológicas em outras disciplinas em outro tempo da formação, ao nosso 
ver tem contribuído muito para esta questão. 
 
Talvez uma nova estruturação curricular, uma nova forma de encarar o processo de 
formação profissional se faça necessária para atender principalmente estes dois aspectos 
evidenciados por nós: a fragmentação do ensino e o distanciamento da realidade objetiva. Quem 
sabe pensar numa estruturação por áreas de estudo, no caso, uma área de estudos em 
metodologia do ensino dos esportes coletivos, onde além do conteúdo específico de cada 
modalidade, uma série de outras disciplinas consideradas fundamentais para a formação docente 
estivessem incluídas fosse a solução para, se não resolver, pelo menos amenizar a problemática 
vivida no interior dos cursos de formação em Educação Física atualmente. 
 
 Vamos adiante. Existem outras questões a abordar dentro desta temática. 
 
 
 
 
 
 5 
2. Metodologia do ensino dos Esportes Coletivos: Voleibol 
 Iniciação Esportiva 
 
 
Fundamentos Metodológicos do Ensino do 
Voleibol 
 
 
Unidade didático – pedagógica 
 
 
 
 Aluno Professor Objetivos 
 
 
 Perfil Tomada de Adequados 
 Psicomotor Posição ao 
 Metodológica Método/Proced. 
 
 Determina a Procedimentos Adequados a 
 Capacidade de Dinamizadores Capacidade dos 
 Execução do Método Alunos 
 
 
Realidade objetiva do local de aprendizagem 
 
 
Provocar reações favoráveis de afetividade 
 
 
 
Êxito Pedagógico 
 
 
Vamos abordar um pouco sobre o que muito particularmente denominamos de unidade 
didático-pedagógica: Aluno – Professor – Objetivos. Ela representa o fazer pedagógico cotidiano 
do professor desde quando ele confecciona seu planejamento, seja de ensino, de iniciação ou 
treinamento. 
 
Do aluno ou do atleta é necessário que se reconheça seu perfil psicomotor que é o que 
determinará a sua capacidade de execução. A partir deste conhecimento o professor poderá 
então, com mais certeza e eficácia, adotar uma conduta metodológica adequada escolhendo 
procedimentos compatíveis com ela, dinamizando assim sua ação docente. Claro, tudo isso a luz 
 6 
de objetivos adequados a metodologia e procedimentos escolhidos, assim como também 
adequados as capacidades dos alunos ou atletas. 
 
Estas são decisões que se dizem anteriores ao processo de ensino-aprendizagem. São 
decisões prévias, portanto. E nelas deverão estar presentes dois focos fundamentais: primeiro a 
realidade objetiva do local de aprendizagem. E segundo, lembrar sempre que pela realidade do 
ensino, e aqui falo fundamentalmente da escola, aulas de Educação Física e atividades de 
Iniciação Esportiva, antes de qualquer outra coisa, é necessário de que nossa ação provoque nos 
praticantes reações favoráveis de afetividade. Ao nosso ver, estes são aspectos importantes para 
o êxito pedagógico do professor/treinador. 
 
Aproveitando a temática, convido-os a refletir sobre a Iniciação Esportiva e o Voleibol. 
 
 
2.1 Crescimento e Desenvolvimento infantil 
 
Todo o comportamento humano pode ser caracterizado como pertencente a um dos três 
domínios (Cognitivo, afetivo e motor). Embora o comportamento possa ser caracterizado em um 
destes três domínios, existirá sempre a participação dos demais no mesmo comportamento 
observável. Então, a identificação de um comportamento como motor, indica somente a 
predominância deste sobre o cognitivo e o afetivo. 
 
 Este inter-relacionamento implica então na necessidade de se considerar a criança na sua 
globalidade, qualquer que seja a situação educacional em que ela se encontre. Outro fator que se 
deve levar em consideração é o desenvolvimento neuro-muscular. Também o crescimento físico é 
importante, o padrão normal de crescimento físico, ainda que comum a todas as crianças, 
apresenta mudanças constantes e regulares. Isto resulta em uma estrutura física em que 
nenhuma idade pode ser proporcional ao modelo do adulto. Daí porque Teeple (1978) afirma que 
a criança não é um adulto em miniatura. 
 
 Tendo em vista as diferenças entre criança e adulto nas proporções das partes do corpo 
em relação ao todo, não se pode esperar de uma criança a execução de tarefas motoras, da 
mesma forma que os adultos executam. Então, o professor ao idealizar e planejar suas atividades, 
métodos e procedimentos deve dar especial atenção as características físicas das crianças. Estes 
limites fisiológicos de execução é que determinarão suas possibilidades de concretização na 
execução de tarefas motoras. 
 
 
2.2 Aspectos motores 
 
O ensino das técnicas esportivas, sempre que atende aeficiência e a qualidade dos 
resultados obtidos ou que se pretende obter, tem que ser dirigido de modo a considerar a 
influência dos diferentes parâmetros de ordem psicológica e motora que condicionam a eficiência 
dos movimentos humanos. Segundo Lima (1970) a aprendizagem exige do professor um 
conhecimento das capacidades de execução do aluno, que dependem por sua vez, das 
características psico-fisiológicas de sua idade e sexo, das características dominantes do meio em 
que vive, e também das características individuais, determinadas pelo perfil psicomotor. Se 
entendermos perfil psicomotor o conjunto de características de ordem psicomotora que os 
indivíduos apresentam normalmente em determinada idade, e que lhes permite a execução de 
tarefas motoras bem definidas em limites de tolerância quanto ao resultado desta execução, há 
que se atender a correspondência entre o que se ensina e a capacidade de execução como 
condicionante do ato pedagógico. 
 
Um dos aspectos fundamentais entre outros, é a ausência de experiências anteriores de 
movimentos, dada principalmente pela ausência do profissional da Educação Física, nas primeiras 
séries do 1º grau, na maioria das escolas. 
 
 7 
Pesquié (1979) afirma que a experiência do aluno é importante, pois o desconhecido pode 
provocar em alguns, respostas de ansiedade acompanhadas de inibição motora. 
 
 Sawrey & Telford (1966), afirmam também que as experiências anteriores preparam o 
indivíduo para aprendizagens novas, facilitando-as. A criança que não teve experiência alguma 
em associar objetos ou figura de objetos com símbolos, não pode atingir prontidão para leitura. 
Assim, a criança que não teve uma adequada experiência em perceber objetos, seus 
deslocamentos em relação ao espaço e ao tempo, entre outros fatores, não pode atingir prontidão 
para a prática esportiva. 
 
Para Lawther (1979), a experiência vasta e prévia dará a criança um maior repertório de 
padrões de movimentos que ela poderá utilizar, com algumas adaptações, a nova situação que a 
ela se apresentar. Se a criança não generalizar várias categorias de habilidades como o equilíbrio, 
corridas com mudanças rápidas de direção, lançamentos, cambalhotas, entre muitas outras, ela 
terá de começar de um nível muito mais baixo, aprender com mais lentidão e adquirir unidades 
básicas antes que possa executar tarefas motoras mais complexas, como as do voleibol. 
 
A criança chega a iniciação esportiva com muito pouca ou quase nenhuma experiência 
anterior em habilidades corporais, e isto não é levado em consideração. Então, sem as unidades 
básicas, são colocadas em situações de movimentos complexos, onde os resultados logo tem que 
aparecer. Como não possui experiências, e o imediatismo dita as normas, as situações de não-
êxito nas tarefas podem evidenciar-se sobre as de êxito, e isso certamente trará e fará nosso 
praticante desistir, ou procurar outro tipo de esporte, ou até mesmo, outro tipo de atividade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Influência das variáveis genéticas e experienciais no êxito esportivo, adaptado de SINGER, R. in: 
 Psicologia dos Esportes, 1977 
 
 
 
 
 
 
 
GENÉTICAS 
 EXPERIÊNCIAS 
Características Cognitivas 
Capacidades Cognitivas 
Capacidades motoras 
Características pessoais 
Prática 
Motivação 
Família / Colegas 
Interações 
Professor /aluno 
Treinador / atleta 
ÊXITO ESPORTIVO 
 8 
2.3 Aspectos Afetivo-emocionais 
 
Dos fatores que influenciam o ato da aprendizagem destacam-se os que relacionam-se com 
os parâmetros de ordem afetiva e emocional, e a prática continuada nos esportes, também está 
intimamente relacionada com eles. 
 
Sendo assim, para Lima (1970), a ação pedagógica tem de dirigir-se aos alunos de maneira 
que evite reações desfavoráveis que resultem em manifestações de afetividade. Exercícios não 
adequados as capacidades dos alunos, podem e certamente produzirão, tensões emocionais 
perturbadoras, fazendo-os sentirem-se revoltados, demonstrando isso por meio de manifestações 
de repúdio a atividade, e até mesmo aos professores em particular. 
 
Para Jersild (1977), uma criança torna-se ligada a pessoas ou coisas, em virtude da satisfação 
que estas lhe proporcionam, do papel que desempenham no atendimento de suas necessidades 
elementares. 
 
Segundo Alderman (1974), três grandes dimensões provavelmente operam para causar a 
tendência afiliativa nas pessoas. E todas são relevantes para o comportamento em atividades 
físicas e esportivas, podendo ser operacionalizadas como : 
 
 Medo do isolamento ou separação do grupo; 
 A necessidade de auto–avaliação; e 
 O ganho de auto-estima por meio da afiliação com outras pessoas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Principais dimensões afiliativas no esporte, adaptado de ALDERMAN, R. B. in: Psychological Behavior in 
Sports, 1974. 
 
 
2.4 O Ensino do Voleibol – Aspectos do Cotidiano Escolar 
 
Este tema que estamos abordando aqui se torna por demais relevante, principalmente 
quando se fala de Educação Física escolar, onde o principal conteúdo trabalhado nas aulas é o 
esporte. E ele é relevante porque a manifestação competitiva do esporte é muito forte na 
sociedade hoje em dia, via meios de comunicação social, fundamentalmente pela televisão. E o 
que vemos muitas vezes no ensino do esporte nas aulas de Educação Física é esta manifestação 
competitiva, do esporte espetáculo, predominando tanto pela ação dos alunos quanto pela 
metodologia empregada pelos professores. Ao nosso ver, a adoção metodológica de dar a bola 
para os alunos jogarem, por exemplo, não é neutra, porque traz nela toda uma tendência da 
Necessidade por capacidade de 
aperfeiçoamento 
Necessidade de auto-avaliação 
Necessidade de comparação 
social 
Tendência afiliativa 
 
AFILIAÇÃO 
Medo de isolamento 
social 
Medo de ser 
separado Ansiedade 
Tendência 
Afiliativa 
Auto-estima Tendência 
Afiliativa 
 9 
manifestação competitiva. Basta ver que quando isso acontece há uma seleção natural por parte 
dos alunos onde os que jogam são os que dominam mais a modalidade. Os outros olham ou vão 
fazer outra coisa. E isso é só um exemplo. 
 
No quadro abaixo, a título de ilustração, elaboramos uma comparação entre as principais 
características do esporte na escola e do esporte de treinamento. 
 
Fundamentos Metodológicos 
Do Ensino do Voleibol 
 
 
Indicadores 
 
 
Escolar 
 
Treinamento 
Grupo - Alunos e 
Atletas 
 
Heterogêneo 
Mais 
Homogêneo 
 
Material 
 
Pouco material 
 
Muito Material 
Tamanho do 
Grupo 
 
Grande 
 
Reduzido 
 
Profissional 
 
Professor/Educador 
 
Professor/Treinador 
 
Teorias 
 
Educação/Educação Física 
 
Treinamento Esportivo 
 
Objetivos 
 
Aprender a jogar 
 
Jogar "bem" 
Aplicação do 
aprendido/treinado 
Cotidiano/ Vida do aluno 
Jogos e Lazer 
Cotidiano/ Vida do atleta 
Jogos e Competições 
 
Método 
Voltado para a idéia dos 
movimentos 
Voltado para a execução 
Padrão do Movimento 
 
Procedimentos 
Inclusivo 
Para todos 
Excludente 
Discriminatório e Seletivo 
 
Avaliação 
 
Do aprendido 
 
Da performance/resultados 
 
Fundamentos 
Os possíveis de acordo com a 
realidade 
Todos os fundamentos técnicos e 
táticos da modalidade 
 
Outros 
 
 
 
Como se pode perceber pela análise do quadro acima, existem diferenças fundamentais 
quando tratamos da mesma modalidade, porém em campos de atuação diferentes, utilizando para 
tal análise os mesmos indicadores. Muitas vezes no cotidiano escolar há uma mistura perigosa 
destes conteúdos apresentados, muitos deles originados na não observaçãocriteriosa, por parte 
do professor, do que chamamos lá na frente de unidade didático-pedagógica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
Na observação do cotidiano escolar, existem pelo menos duas situações, que 
denominamos de “ Situação Problema” que merecem também uma reflexão: 
 
a) Pouco material/ muitos alunos; e 
b) Muitos alunos/ pouco tempo. 
 
 
Fundamentos Metodológicos 
Do Ensino do Voleibol 
 
Ensino do voleibol na Escola 
Situação Problema 1: pouco material / muitos alunos 
 
 
Fatos 
 
 
Repercussão 
 
a) Desmotivação dos alunos 
 
 
 
b) Dificuldade na variação das 
atividades 
 
 
 
 
c) Dificuldade de execução pelos 
alunos 
 
 
d) Espaço esportivo muitas vezes é 
inadequado 
 
 
 
 Exercícios pouco dinâmicos 
 Muita espera nas colunas, círculos, etc. 
 Pouco contato com a bola 
 
 Repetição acentuada de exercícios nas 
aulas 
 Desinteresse pela atividade 
 Outros 
 
 A dinâmica da atividade não evolui 
 Os exercícios tornam-se demorados e sem 
sentido 
 
 Pela improvisação do espaço da aula pode 
tornar-se desmotivante 
 Conhecimento parcial da realidade do jogo 
 
 
 
Se observarmos atentamente os fatos e as repercussões apresentadas nesta situação 
problema 1, podemos afirmar que a origem principal deles estão nas questões metodológicas e 
afetivas. 
 
Apenas o item “c” apresenta uma elaboração motora, porém de repercussão metodológica 
e afetiva. O item “d” trata de um fato estrutural, mas que também repercute principalmente de 
forma afetiva. 
 
No quadro a seguir, apresentaremos a situação problema 2. 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
 
Fundamentos Metodológicos 
Do Ensino do Voleibol 
 
Ensino do voleibol na Escola 
Situação Problema 2: muitos alunos/pouco tempo 
 
 
Fatos 
 
 
Repercussão 
 
a) Os alunos querem jogar 
 
 
 
 
 
b) Quantos exercícios colocar na 
aula? 
 
 
 
 
 
 
c) Que conteúdo da modalidade 
selecionar? 
 
 
 
 
 
 Só alguns jogam, normalmente os 
"melhores" 
 Dispersão dos outros da atividade 
 Desinteresse pela modalidade 
 Influência do jogo "institucionalizado" 
 
 Se muitos, velocidade excessiva em cada 
um deles, e dificuldade de assimilação 
pelos alunos 
 Se poucos, podem se tornar 
desmotivantes pelo material existente, e 
quantidade efetiva de experiências 
 
 
 Os alunos não tem uma visão geral da 
modalidade e do jogo 
 Repetição dos mesmos fundamentos 
durante a aprendizagem na escola 
 
 
Já nesta relação entre muitos alunos e pouco tempo para a aula, temos três fatos que 
convivem cotidianamente com os professores. 
 
O primeiro é uma constatação da realidade: os alunos querem mesmo é jogar, e ai se o 
professor não tiver tomado uma decisão metodológica prévia de atender a todos, e partir para o 
atendimento desta vontade dos alunos pura e simplesmente, corre-se o risco do que já tratamos 
aqui, ou seja, a consolidação dentro da aula de Educação Física da manifestação competitiva do 
esporte. 
 
O segundo é outro que preocupa, qual seja com a quantidade de exercícios que se deve 
colocar no espaço da aula: muitos ou poucos exercícios? Há quem diga que não existe resposta 
para esta inquietação. Há quem diga, porém que às vezes é melhor colocar um ou dois exercícios 
somente, com muita repetição, a fim de que os alunos retenham o conteúdo. 
 
E o terceiro fato é também evidente na vida do professor: o que do conteúdo da 
modalidade esportiva colocar em um bimestre, trimestre ou semestre? Mais, isso fica ainda mais 
complicado de decidir dependendo, além de outros fatores extraclasse, quando se tem que decidir 
o conteúdo em razão da série de ensino que se esteja trabalhando. 
 
Como se pode perceber, não são poucas as questões que circundam o dia a dia do 
professor na sua tarefa de ensinar. Veja o esquema gráfico a seguir. 
 12 
 
 
Fundamentos Metodológicos 
Do Ensino do Voleibol 
 
 
 É preciso fazer uma análise Espaço 
 
 Tempo 
 
 Significado 
 
 Condições para 
 
 
A) Continuar o modelo predominante... 
B) Pensar em centrar a aula não só nos fundamentos, e isso exigirá 
uma mudança de objetivos. 
 
 
 Análise do "se movimentar" do voleibol 
 Identificação das habilidades necessárias a este "se 
movimentar 
 Escolha da metodologia e dos procedimentos adequados 
 
 
 
Verdadeiramente é preciso fazer sempre uma análise da situação antes de tomar decisões. As 
questões do espaço físico que a escola disponibiliza para a atuação do professor e do tempo que 
ele tem para ministrar suas aulas, quer sejam referentes a aula em si, quer sejam referentes a 
duração do período (bimestre, trimestre) estarão sempre presentes. 
 
Mas também é necessário que o professor faça uma análise do significado que esta 
aprendizagem possa vir a ter na vida de seus alunos como cidadãos, fora da escola. Por exemplo, 
o quanto pode ser importante para os alunos vivenciar e aprender as coisas do voleibol para eles. 
Aprender para ser aprovado na disciplina de Educação Física? Aprender para ser um atleta no 
futuro? Aprender para jogar com os colegas na pracinha ou no campinho perto de casa? Aprender 
para que ele seja um espectador atento e conhecedor do jogo? Aprender para criar o hábito e o 
gosto de praticar pela vida toda? Estas são questões que merecem reflexão de nossa parte e que 
nos direcionam a uma tomada de posição. Como aparece acima, não há milagres a fazer, mas 
existem opções: 
 
a) Continuamos repetindo o modelo predominante de ensino que ai está, centrado no ensino 
dos fundamentos; ou 
b) Modificamos nosso fazer, centrando a aula não só nos fundamentos, o que exigirá uma 
nova postura pedagógica e uma mudança de objetivos. 
 
Não há milagres a fazer.... 
Existem opções? 
 13 
Existem várias possibilidades. Só a título de exemplificação, Kunz (1996) em sua obra 
Transformação Didático-pedagógica do Esporte apresentou um modelo diferente de encarar o 
ensino dos esportes. Tomando sua escrita para o voleibol, diria que é preciso primeiramente que o 
professor faça uma análise do “se movimentar” do voleibol como um todo, e não especificamente 
no movimento de seus fundamentos técnicos. 
 
Feito isso, o professor deverá identificar as habilidades corporais necessárias a este “se 
movimentar”, para a partir daí proceder na escolha da metodologia e dos procedimentos 
adequados. 
 
 
2.5 Aspectos Metodológicos: Os métodos Parcial, Global e Misto 
 
 A aprendizagem das técnicas esportivas e a iniciação dos desportos, para que obtenham 
êxito pedagógico, tem de ser conduzidas de modo a satisfazer os interesses dominantes dos 
participantes. 
 
 Lima (1970) dia que saber tanto quanto possível o que representa para o aluno a 
aprendizagem dos movimentos, das técnicas esportivas e dos mecanismos da dinâmica dos 
desportos é, com efeito, o ponto de partida para o êxito pedagógico do professor. 
 
 O insucesso de muitos professores e treinadores nas atividades esportivas, deve-se na 
maioria das vezes, a um desconhecimento do processo de aprendizagem e dos métodos de 
ensino a serem aplicados. 
 
 Segundo Teleña (1978) e Oliveira (1981) os métodos comumente utilizados em Educação 
Física para o ensino das destrezas motoras são o método parcial, o método global e o método 
misto. 
 
 
2.5.1 O Método Parcial 
 
 Greyson e Gray (1979) dizem que o método parcial baseia-se no fundamento de que a 
parte é mais importante que o todo, deve por isso, receber uma maior ênfase. 
 
 Autores como Odenal, Wilson e Kellan (1975),Eras (1973), Fiedler (1976), Bernimont, 
Bienfait e Talvernier (1979) entendem que o voleibol deva ser iniciado pelo meio do método 
parcial. Campos (1979), diz que logo no começo da aprendizagem, o método parcial propicia ao 
aprendiz, o conhecimento visível de seu progresso, o que não acontece com o método global, que 
pode desencorajar o aluno levando-o a pensar que não está produzindo e, até quem sabe, parar 
de tentar aprender. 
 
 Teleña (1978) ressalta as vantagens e desvantagens do método parcial: 
 
VANTAGENS DESVANTAGENS 
1. rápido desenvolvimento da técnica 
2. progressão estável no desenvolvimento físico, 
pois o esforço é localizado. 
 
1. não solicita uma participação ampla da 
coordenação e dos sistemas circulatório e 
respiratório 
2. pobreza rítmica e expressividade limitada 
3. não motiva o suficiente 
 
 
2.5.2 O Método Global 
 
 Greyson e Gray (1979) dizem que o método global baseia-se no fundamento de que o 
estudante deve visualizar a atividade como um todo, inteiramente, e os componentes devem ser 
pensados como meios para um fim, e não como um fim, com o que também concorda Naylor 
(1963). 
 14 
 Autores como Shay(1934), Cross(1937), Dorin(1968), entendem que na fase inicial da 
aprendizagem deve ser utilizado o método global. 
 
 Dorin(1968) afirma que o aprendiz, quando aprende, retém melhor o conjunto do que as 
partes e que, antes de ensinar algo em profundidade, é necessário dar uma visão geral do 
conjunto. 
 
 Teleña(1978) aponta como vantagens e desvantagens do método global : 
 
VANTAGENS DESVANTAGENS 
1. admite maior participação do corpo 
2. rápido desenvolvimento do senso rítmico 
3. amplas oportunidades de expressão dos alunos 
4. motiva facilmente 
 
1. limitada progressão técnica dos gestos 
específicos do desporto 
 
 
Sotir(1980) e Carvalho(1973), concluíram que o método global permite que as crianças 
joguem voleibol rapidamente, entretanto, os gestos técnicos serão imprecisos e praticamente 
impossível de serem ratificados no futuro, concordando com Teleña (1978). 
 
 Le Bouch (1979) afirma que a forma global de aprendizagem é fundamental na faixa etária 
de 11 a 12 anos, porque permite a aquisição de uma série de habilidades motoras cujo caráter 
não é estritamente automático, e no qual os movimentos de quem aprende se adaptam 
rudimentarmente aos objetivos. 
 
 
2.5.3 O Método Misto 
 
 Nada mais é do que a síntese dos dois métodos anteriores. 
 
 Sotir (1980), comprovou em seus estudos e pesquisas com o voleibol, que a eficácia deste 
método é real, pois serve-se de ambos, parcial e global, para o aperfeiçoamento dos gestos 
técnicos. Segundo o autor, no início é necessário decompor e aplicar cada parte em separado, e 
uma vez assimiladas, passa-se para a execução completa. 
 
 O importante deste método é saber quando e em que momento deve-se passar do 
método parcial para o global, ou seja, o professor deve ser perspicaz para perceber a ocasião 
oportuna, nem cedo demais, nem tarde demais, para realizar a troca de um pelo outro. 
 
 Esta afirmação de Sotir (1980) evidencia a importância do conhecimento que o professor 
deve ter de todos os fenômenos do processo de aprendizagem, e neste caso em especial, os da 
aprendizagem esportiva. 
 
 
3. Fundamentos metodológicos do ensino do voleibol 
 
Antes de entrarmos na abordagem específica deste tema, entendemos que se faz 
necessário colocar aqui alguns aspectos importantes que caracterizam os esportes coletivos como 
suas características e suas classificações. 
 
Também como nossa temática principal é o voleibol, colocar algumas especificidades 
desta modalidade relacionadas com as características dos esportes coletivos, assim como 
algumas exigências e fatores de rendimento colocados para esta modalidade esportiva. 
 
A partir daí, passaremos a tratar das abordagens metodológicas para o ensino e 
treinamento dos esportes coletivos, com aplicação ao voleibol. 
 
 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os esportes coletivos podem ser 
caracterizados em quatro aspectos distintos 
segundo Nascimento (2006). O primeiro deles é 
o que diz respeito a aciclicidade técnica, onde a 
meta é alcançada em uma só fase principal. O 
que significa uma contraposição aos 
movimentos cíclicos. 
 
 O segundo é o que trata do caráter 
complexo (aberto) da técnica, ou seja, as 
condições e circunstâncias onde ela ocorre 
estão em permanente mutação. 
 
 O terceiro é relativo a atenção 
distributiva, onde a atenção é dirigida para a 
seleção de alguns estímulos em detrimento de 
outros. E o quarto aspecto é a participação 
psicológica intensa, pois nele deve-se ter um 
grande controle emocional. 
 
Nascimento (2006) também classifica 
os jogos esportivos coletivos em relação a três 
aspectos distintos: ocupação do espaço, 
disputa da bola e trajetórias predominantes. 
 
Com relação a ocupação do espaço, 
os esportes coletivos podem ser classificados 
como os de invasão e os de não invasão. 
 
Com relação a disputa da bola eles 
podem ser classificados como os de luta direta 
e os de luta indireta. 
 
E por fim, com relação as trajetórias 
predominantes, são classificados como os de 
troca de bolas e os de circulação de bola. 
 
Assim, ao analisar com atenção as 
especificidades do voleibol, pode-se afirmar 
que quanto a intervenção espacial ele se 
caracteriza como um esporte de não invasão, 
pois em sua constituição regulamentar não é 
permitida a invasão ao terreno (entenda-se aqui 
piso da quadra de jogo) do adversário, muito 
embora exista uma permitida, qual seja, a 
passagem das mãos dos bloqueadores para 
dentro do espaço (aéreo) adversário, 
respeitadas as condições desta ação. 
 
Com relação a natureza das disputas 
de bola ele é um esporte de luta indireta, diria 
de disputa indireta. Talvez seja interessante 
aqui salientar que há um único momento de 
disputa mais direta: na finalização do lance no 
encontro de atacante e bloqueadores, por 
exemplo. 
 
E no item trajetória predominante da 
bola, o voleibol se caracteriza como um esporte 
de troca de bola e estas trocas todas no 
espaço aéreo. 
 16 
 
 
 
 
 Finalizando esta parte de nosso estudo, resta ainda abordar sobre os fatores de 
rendimento aplicados ao voleibol, ou melhor, exigidos atualmente de quem o pratica, seja em 
atividade de iniciação esportiva, seja em atividade de treinamento. É claro que estes fatores, ou 
alguns deles terão um peso maior quanto maior for a exigência da prática, como por exemplo, 
numa equipe competitiva. 
 
 Os fatores antropométricos atualmente são referência para a prática do voleibol, 
principalmente em sua manifestação competitiva. Estatura e envergadura, entre outros, são 
muitas vezes colocados como condição para participar em uma equipe de voleibol. Hoje em dia 
nas peneiras, que são atividades de seleção de jogadores, estes fatores são colocados como 
requisito mínimo, tanto para os meninos quanto para as meninas. Também os fatores chamados 
de condicionais possuem grande importância quando se trata de rendimento. Hoje se exige do 
jogador força, flexibilidade, velocidade e agilidade, resistência, entre outros. Porém é bom lembrar 
aqui que estes fatores não são e não servem de garantia daquilo que chamamos de êxito 
esportivo. Em outras palavras, ter uma estatura elevada, um bom domínio das habilidades 
técnicas e uma grande condição física não significam que o menino ou a menina irá jogar bem o 
voleibol. Outros fatores devem estar presentes nesta análise. (Ver quadro na página 7) 
 
 Outro grupo é o dos fatores técnico-coordenativos, onde estão presentes os gestos 
técnicos do jogo: saque, toque (levantamento), manchete (recepção e defesa), cortada (ataque) e 
bloqueio. O domínio na execução deles por parte dos jogadores,aumentado pela repetição nos 
treinamentos e jogos, se reverterá num padrão de eficiência que será muito importante para a 
definição da concepção tática posteriormente. É claro que não se exige uma execução perfeita de 
 Vamos observar um pouco as 
relações que existem entre as características 
e exigências do voleibol enquanto 
modalidade esportiva. 
 
 O voleibol se caracteriza por ser um 
jogo onde a bola deve ser enviada por cima 
da rede para a quadra oposta. Isso exige de 
quem joga uma forma de olhar dirigida para 
cima e para frente em quase todo o tempo 
das disputas dos rallys. 
 
 Ele também se caracteriza por ser 
um jogo onde não é permitida a retenção 
prolongada da bola, o que exige de quem 
joga uma brevidade nos toques e contatos 
com a bola. E já que estamos falando de 
contatos com a bola, no voleibol eles são 
limitados, o que pressupõe um 
condicionamento nas ações, diria nas 
situações de jogo. 
 
 Outra característica marcante do 
jogo de voleibol é a rotação dos jogadores, 
ou seja, apesar das especificidades, todos 
passam pelas seis posições da quadra de 
jogo. Essa característica sugere uma 
polivalência de posições e funções. 
 
 A última característica a abordar 
aqui é que no voleibol, assim como em outros 
esportes tanto coletivos quanto individuais, 
as irregularidades técnicas são punidas pela 
regra, o que exige de quem joga controle e 
perfeição na execução dos movimentos. 
 17 
todos eles para cada jogador, até porque existem as especialidades dos mesmos. Para o 
levantador o toque é um gesto importante. Para o atacante a cortada. Porém, existem 
fundamentos como o saque e o bloqueio, por exemplo, que pela polivalência evidenciada pela 
rotação, assim como pela importância que tem no contexto do jogo, o seu domínio e eficiência na 
execução por todos os jogadores se torna fundamental. 
 
 Alguns autores, entre eles Bojikian (1999), tratam desta temática de forma mais 
aprofundada, principalmente quando abordam em suas obras ou artigos sobre a seleção de 
futuros atletas de voleibol, as famosas “peneiras” as quais já nos referimos de forma resumida 
anteriormente. 
 
Segundo o autor, são comuns, atualmente, as propagandas das “peneiras” feitas por 
alguns clubes para selecionar novos jogadores. Muitas crianças e adolescentes são atraídos pela 
possibilidade de construir uma carreira neste esporte de muita fama no País. Porém, o resultado 
efetivo deste tipo de seleção de acordo com Bojikian (1999) é quase nulo, pois na grande maioria 
dos casos se faz a avaliação do que o candidato é e não do que ele poderia ser. Quase sempre 
são avaliadas as habilidades técnicas e a estatura, quando na verdade deveriam avaliar se o 
menino ou a menina poderá jogar bem e qual será a sua estatura final. 
 
 Nem sempre o maior de hoje será aquele jogador mais alto amanhã. Também não se pode 
afirmar que aquele que aprendeu primeiro será sempre o mais habilidoso. Os processos seletivos 
para futuros atletas deveriam ser mais bem elaborados na opinião do autor, preocupando-se 
primeiramente em verificar aqueles que podem aprender a médio e longo prazo. 
 
 Bojikian (1999) coloca alguns itens que na sua opinião são importantes de serem seguidos. 
O primeiro quesito a ser avaliado é a aptidão física, com o objetivo de verificar se a criança tem 
reais potencialidades para o desenvolvimento das capacidades físicas mais importantes para a 
prática do voleibol. 
 
O segundo é a verificação do biótipo. Os estudos têm mostrado em seus resultados que o 
tipo longilineo se adapta melhor aos voleibolistas, em função das dimensões dos membros 
prevalecerem sobre as do tronco. 
 
O terceiro componente é a potencialidade de crescimento. Os técnicos procuram hoje 
rapazes com estatura final mínima de 1.95m e moças acima de 1.80m. Os indicadores mais 
utilizados para verificar esta potencialidade são a avaliação da idade óssea, feitas por meio de 
radiografias e da maturação sexual. A menstruação para as moças tem sido um dado muito útil, 
pois estudos levam a crer que o surgimento dela é um sinal da desaceleração do ritmo de 
crescimento. Também a estatura dos pais e avós é um dado razoavelmente confiável. 
 
Ainda podem ser incluídos nos processos seletivos outros aspectos como os ligados ao 
desenvolvimento social e uma possível determinação do perfil psicológico do candidato. 
 
Assim, segundo Bojikian (1999), uma vez selecionado um grupo de crianças que 
apresentem índices satisfatórios quanto a aptidão física, biótipo e potencialidade de crescimento, 
além de todos os exames clínicos de costume, pode-se iniciar o trabalho de ensino do voleibol, 
lembrando que este trabalho nas escolinhas deverá ser compatível com os estágios de 
crescimento e desenvolvimento dos praticantes, e fundamentalmente, despertar o gosto e o 
interesse pela prática do voleibol. 
 
Feito este pequeno comentário sobre os processos seletivos atuais e as questões de 
estatura e habilidades técnicas dos participantes como requisitos fundamentais, vamos voltar aos 
fatores de rendimento, pois ainda temos mais dois a analisar. 
 
 Entre os fatores de rendimento, existem outros dois que atualmente tem merecido uma 
atenção especial, tanto dos professores na iniciação esportiva, quanto dos treinadores de equipes 
competitivas. São eles os fatores tático-cognitivos e os fatores psicológicos. 
 18 
 
 O grupo dos fatores tático-cognitivos envolvem uma série de elementos importantes do 
jogo de voleibol, evidenciados pelo conhecimento das situações e seqüências do jogo, a partir do 
estimulo visual que é a principal fonte de comunicação nesta modalidade esportiva. Então, 
aspectos como a capacidade de analisar e perceber situações, leitura das ações adversárias, 
capacidade de antecipação e tomada de decisão, são fundamentais para que se atinja o 
rendimento, principalmente na área competitiva. É o que chamamos hoje em dia de inteligência de 
jogo. É muito importante salientar aqui, pela importância deste grupo, que isso não é um privilégio 
dos atletas mais experientes. É preciso que se comece cedo a trabalhar dentro dos fatores tático-
cognitivos. É preciso que esse trabalho comece quem sabe já na escola, mas com certeza, nas 
atividades de iniciação esportiva. 
 
 Por fim, aparecem os fatores psicológicos, onde se destacam a motivação, a 
autoconfiança, a liderança, a cooperação, o espírito de grupo, entre outros. Jogadores com uma 
boa autoconfiança, unidos, além dos objetivos específicos, por um espírito grupal muito intenso, e 
com um forte apelo cooperativo entre eles, liderados por uma comissão técnica capacitada, 
normalmente formam um grupo esportivo, uma equipe, muito forte. Se pudermos aliar estes dois 
últimos fatores salientados aqui aos outros, certamente teremos nas mãos uma verdadeira equipe 
de voleibol. 
 
 
3.1 Abordagens Metodológicas no Ensino do Voleibol 
 
 A partir deste item, trataremos principalmente das abordagens metodológicas mais 
utilizadas para o ensino do voleibol nas atividades escolares e de iniciação esportiva, com 
aplicação também, é claro, nas atividades de treinamento esportivo, salvaguardadas suas 
especificidades tanto no campo de suas fundamentações teóricas quanto práticas. 
 
 
 
 
 
Vamos analisar algumas das abordagens mais utilizadas, ao longo dos tempos e 
atualmente, para o ensino dos esportes coletivos, e em nosso caso, do voleibol. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nascimento (2006), apresenta 
uma classificação que evidencia três 
tipos diferentes de ação do professor ou 
do treinador em sua tarefa de ensinar ou 
treinar. De forma muito resumida pode-
se dizer que temos nosso foco de 
atuação centrado nas técnicas e ai o 
procedimento adotado é o da solução 
imposta (modelo do professor/treinador); 
ou temos nosso foco de atuação 
centrado no jogo formal e o 
procedimento é o do ensaio eerro; ou 
ainda temos nosso foco de atuação 
centrado nos jogos condicionados, e 
nele utilizaremos como procedimento a 
procura dirigida. 
 19 
3.1.1 Abordagem Tradicional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Abordagem Tradicional possui 
duas características bem marcantes. A 
primeira delas é a fragmentação do 
conteúdo, evidenciada pela utilização de 
uma metodologia parcial, que decompõe o 
jogo em partes, numa primeira etapa do 
processo, para depois trabalhar o jogo 
propriamente dito, utilizando-se para isso 
as formas metodológicas global e mista. 
Se o objetivo é a correta execução técnica 
por parte de quem aprende, esta é uma 
boa forma de trabalho. 
 
A segunda característica é a da 
forte preocupação com a eficiência e a 
eficácia dos movimentos técnicos do jogo, 
evidenciada pela utilização da metodologia 
parcial citada anteriormente. 
 
A utilização desta abordagem 
apresenta como uma de suas principais 
vantagens o domínio dos fundamentos 
técnicos. Também como vantagem, 
salienta que a organização da aula é mais 
fácil para o professor, e que ele encontrará 
na literatura existente, um número muito 
grande de exercícios para aplicação, os 
famosos educativos. 
 
Já como desvantagem tem-se que 
as aulas são muito monótonas, pouco 
motivantes e isso muito pelo tipo de 
formação para a prática utilizada pelos 
professores: exercícios em círculos, filas e 
colunas. Outra desvantagem é a que trata 
da variação de exercícios, muito centrada 
na técnica, traz para o aluno uma 
dificuldade de diferenciar o que realmente 
é importante e o que não é para a sua 
execução. 
 
Uma outra desvantagem apontada 
para este tipo de abordagem é a de que as 
ações de jogo são aprendidas de forma 
mecânica. Há pouca participação da 
criatividade do aluno, muito em função de 
que os comportamentos esperados são 
estereotipados. 
 
Na moldura ao lado, alguns 
exemplos de exercícios muito utilizados 
por aqueles que atuam nesta abordagem. 
Exercícios em círculos e em colunas, todos 
elaborados pelo professor, com algumas 
pequenas variações como tocar e trocar 
para a coluna da frente ou para a diagonal. 
 20 
3.1.2 Abordagem Série de Exercícios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neste tipo de abordagem, as 
noções de progressão, refinamento e 
aplicação são características marcantes, e 
para salientar bem essa afirmação, nela 
devem ser utilizadas progressões de 
exercícios que respeitem a passagem 
gradual do mais fácil para o mais difícil; do 
conhecido para o desconhecido; do pouco 
para o muito, e por fim, da dependência 
para a independência. 
 
Uma das vantagens conferidas a 
este tipo de abordagem metodológica é a 
de que ela possibilita o domínio dos 
fundamentos técnicos aliados a alguma 
fundamentação tática, apesar das aulas, 
como na abordagem tradicional, serem 
pouco motivantes na fase inicial, pela 
preocupação em colocar exercícios de 
aquisição e aplicação. 
 
Outra vantagem é o processo 
gradual de ensino-aprendizagem, ou seja, 
há uma transferência gradativa do que se 
aprende no inicio do processo até o 
emprego dessas aprendizagens em 
situações de jogo. 
 
Também se poderá verificar 
alguma dificuldade na utilização de 
exercícios de aplicação e competição, 
principalmente em ambiente escolar, o que 
se configura como uma desvantagem, por 
dois fatores fundamentais: número de 
alunos e quantidade de material; e pelas 
dificuldades naturais impostas pelos 
gestos técnicos específicos do voleibol. Já 
nas escolinhas de iniciação esportiva e 
equipes isso não acontece tanto. 
 
Outra questão interessante é a de 
que por sua forma analítica (parcial), esta 
abordagem muitas vezes é confundida 
com a abordagem tradicional. 
 
Assim, pode-se caracterizar este 
tipo de abordagem em sua forma prática 
da seguinte forma: 
 
a) Com relação a progressão, um 
aumento gradativo da 
complexidade das tarefas e dos 
exercícios; 
b) Com relação ao refinamento, uma 
preocupação com o 
aperfeiçoamento dos detalhes 
específicos da tarefa; e 
c) Com relação a aplicação, uma 
aprendizagem referenciada nas 
situações práticas do jogo. 
 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na figura ao lado, apresentamos 
um exemplo de uma série de exercícios 
onde o fator progressão fica evidenciado, 
ou seja, primeiramente a preocupação em 
desenvolver condições facilitadas de 
execução técnica num exercício de toque 
dois a dois. 
 
Em seguida se faz a introdução de 
condições que possuam os ingrediente do 
jogo. No caso ao lado, no segundo 
exercício um toque seguido de um 
levantamento para um colega que está 
colocado na extremidade da rede como 
referência. 
 
Por fim, no terceiro exercício, a 
operacionalização de condições idênticas 
aquelas de um jogo competitivo: toque, 
levantamento e uma finalização com o 
ataque. 
 
Na abordagem Série de Exercícios 
as progressões devem obedecer alguns 
princípios, como sendo: 
 
 Não podem ser extensas e a 
fragmentação excessiva do 
conteúdo deve ser evitada; 
 
 Devem integrar blocos de 
trabalho, diria, seqüências de 
jogo, já que é muito difícil 
trabalhar todo conteúdo (jogo) ao 
mesmo tempo, pela facilidade de 
dispersão da atenção; 
 
 A referência na construção das 
progressões é o jogo, onde 
deverão estar presentes a 
estrutura e a funcionalidade do 
mesmo; 
 
 Na construção das progressões 
deve-se ter a preocupação com o 
domínio técnico em nível de 
eficiência, eficácia e adaptação. 
Em outras palavras: adequar os 
exercícios as condições de 
execução (possibilidades) dos 
praticantes. 
 
 
 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Vamos analisar cada degrau desta escada separadamente para uma melhor compreensão 
do que cada etapa significa dentro do processo de ensino-aprendizagem do voleibol. 
Nascimento (2006) nos mostra um 
exemplo de construção de uma progressão 
para uma série de exercícios envolvendo 
situações de ataque e situações de defesa. 
Na fase 1 deve-se primeiramente construir 
a relação com o implemento principal do 
jogo de voleibol: a bola. Na fase 2 construir 
a presença dos alvos tanto para a situação 
de ataque quanto de defesa. Na fase 3 
colocar a figura do adversário. Na fase 4 
construir a presença dos colegas e 
oponentes dentro do exercício para na 
fase 5 desenvolver as noções de espaço e 
tempo relacionados com as situações nas 
quais se esteja trabalhando. 
Mesquita (1998), coloca alguns 
princípios que devemos observar na 
construção das progressões para os jogos 
de não-invasão, como o voleibol. São eles: 
 
 Aquisição da técnica elementar; 
 
 Encadeamento das ações de jogo; 
 
 Jogos de cooperação; e 
 
 Jogos de oposição. 
 
Cabe aqui salientar o que já foi 
frisado por nós anteriormente, que é a 
proximidade com a abordagem tradicional, 
principalmente se observarmos a situação 
tipo 1 apresentada na figura ao lado. Em 
segundo lugar, salientar a presença dos 
jogos cooperativos, ao nosso ver, muito 
importantes por sua relação com uma das 
características mais marcantes do jogo de 
voleibol, que é justamente a cooperação. 
 
Desta forma, as progressões de 
exercícios devem sempre partir da 
capacidade específica, um pouco mais 
individualizada no inicio da aprendizagem, 
para a capacidade de jogo, mais coletiva 
no final a partir dos jogos de cooperação e 
de oposição. 
 
Graficamente esta progressão de 
exercícios pode ser comparada a uma 
escada, onde os alunos deverão subir, 
degrau após degrau, iniciando pela 
aquisição, passando para a fixação e 
diversificação do adquirido, aplicando isso 
em situações de jogo, para chegar ao topo 
nas atividades competitivas. 
 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O primeiro degrau a serconquistado 
é o que diz respeito aos exercícios de 
aquisição global da técnica. Nele em 
primeiro lugar se trabalhará com os alunos 
na obtenção da idéia dos movimentos do 
voleibol. Em seguida passa-se a etapa da 
elaboração do plano motor, onde as 
habilidades necessárias aos movimentos do 
jogo serão trabalhadas. Depois deve-se 
colocar atividades que permitam aos alunos 
compreender a forma como os movimentos 
se realizam na sua relação com a bola 
dentro é claro das especificidades do jogo. 
Por fim, providenciar atividades onde os 
alunos realizarão a execução das técnicas 
aprendidas de forma global em condições 
facilitadas. 
 
Vencida esta etapa, o professor 
passará para a fase de exercícios de fixação 
e diversificação da técnica. Nela em primeiro 
lugar, deve-se focalizar aspectos particulares 
da execução técnica como detalhes dos 
movimentos e erros mais comuns na 
realização dos mesmos. Também nesta 
etapa solicitar a atenção dos alunos para os 
detalhes da execução técnica, muito 
importantes na construção do gesto motor. 
Outro detalhe importante desta etapa é que 
o professor deve atentar para o refinamento 
da técnica, alguns chamam isso de fase de 
polimento da execução, assim como 
também, trabalhar de forma bastante intensa 
nos aspectos mais difíceis da execução 
técnica. 
 
Na seqüência do processo aparecem 
os exercícios de aplicação da técnica. Aqui 
torna-se fundamental que o professor 
conheça, e muito bem, as seqüências das 
ações de jogo porque é nesta etapa que se 
fará a aplicação dos fundamentos técnicos 
em situações que contenham os ingredientes 
do jogo. Importante ressaltar aqui a validade 
que tem nesta etapa para o domínio da 
técnica numa situação de jogo, que o 
professor não construa somente situações 
de difícil execução. Deve também facilitar a 
ocorrência do êxito, atuando assim de forma 
favorável na motivação dos alunos para 
continuar aprendendo. Não há necessidade 
aqui de jogos ou atividades que ocupem o 
espaço real da quadra (9X18m). Os jogos ou 
atividades podem ser condicionados, com o 
professor alterando as dimensões de espaço 
onde o exercício ocorrerá. 
 
 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
Finalizando esta abordagem, apresentamos o trinômio de Rink (1993), que tem o título de 
multidimensionalidade técnica: Eficiência no como fazer mais a Adaptação no como utilizar terão 
como produto final a Eficácia manifestada pelos resultados. 
 
Já na etapa de exercícios de 
competição, experimentadas todas as 
outras, ai sim, a aplicação dos fundamentos 
técnicos deverá acontecer em um ambiente 
onde as situações criadas pelo professor 
possuam o mesmo tipo de exigências da 
competição, o que chamamos de exercícios 
integrados as situações do stress 
competitivo, com todas as suas nuances. 
 
Mais uma vez afirmo, o professor 
deve ser um conhecedor profundo das 
seqüências das ações do jogo, e mais, das 
diversas e possíveis ocorrências que 
possam vir a acontecer nestas situações a 
fim de que os exercícios que coloque nesta 
etapa contenham todos os requerimentos 
que envolvem um jogo competitivo. 
 
Encaminhando para o final do estudo 
deste tipo de abordagem metodológica, 
selecionamos três itens que consideramos 
relevantes para o entendimento desta forma 
de ação de ensino-aprendizagem. 
 
Primeiro na estrutura do exercício. 
Eles devem conter o conteúdo do jogo 
representado por seus fundamentos e suas 
movimentações. Os procedimentos que o 
professor irá adotar devem facilitar 
primeiramente as condições de realização, e 
ter o seu envolvimento direto na condução 
dos mesmos, nunca se ausentando da 
atividade ou perdendo seu foco de atenção. 
Assim, agindo junto e próximo de seus 
alunos ele poderá exigir como critério de 
êxito, a realização correta dos movimentos 
em termos de resultado. 
 
No item condições das tarefas seguir 
o caminho da aprendizagem individual 
passando para uma combinação de 
fundamentos relacionados as situações de 
jogo. Feito isso ele pode avançar para ações 
que contemplem um conteúdo tático, 
chegando por fim ao jogo competitivo, 
orientado pelas regras oficiais ou por regras 
pré-estabelecidas. 
 
Nos critérios de êxito cuidar para que 
o tipo de resposta exigida permita que o 
aluno tenha uma maior quantidade de êxitos 
na execução da tarefa, e também lembrar 
que o critério de êxito deve variar em função 
do aspecto a ser enfatizado pelo professor 
na realização de determinada ação motora. 
 
 
 25 
3.1.3 Abordagem Série de Jogos 
 
 
 
 
 
 
 
A conseqüência disso é um grande aumento do prazer e do interesse pelo jogo, além do alto 
desempenho motor ocasionado pelo grande número de experiências tanto de contato com a bola quanto pelas 
ações coletivas em função do tamanho do espaço de jogo. 
 
A abordagem Série de Jogos tem 
como principal característica a utilização de 
jogos criativos que tem como objetivo 
primordial o motivar a aprender jogando. 
 
Outra característica deste tipo de 
abordagem metodológica é o contraste entre 
a técnica e a tática. A aprendizagem técnica 
acontece dentro de uma anarquia tática em 
função da forma do confronto direto utilizado 
nos jogos. Isso implica na aquisição por 
parte dos alunos de soluções motoras 
variadas para resolver as questões que 
surgem dentro do jogo, mas com evidentes 
lacunas táticas que não se apresentam como 
problemas para aprendizagens futuras. 
 
Muito pelo contrário, como esta 
abordagem age diretamente naquilo que os 
alunos mais gostam de fazer, que é jogar, 
ela possibilita, apesar do caráter anárquico 
do confronto direto, o domínio de uma boa 
noção tática de jogo por parte dos alunos. 
 
Outro fator interessante originado 
também pelo mesmo motivo apresentado 
anteriormente, é que as aulas possuem um 
alto grau de motivação, com uma intensa 
participação dos alunos. Se lembrarmos o 
que tratamos no início deste texto, quando 
dizíamos que a decisão metodológica, além 
de outros fatores, deve provocar nos alunos 
reações favoráveis de afetividade com o que 
está sendo ensinado, no caso o voleibol, 
neste tipo de processo metodológico há uma 
grande aceitação e afinidade dos alunos 
para com ele, ou seja, eles gostam muito das 
aulas. 
 
 Porém, é preciso que se diga que se 
ela é tudo isso, ela também deixa a desejar 
em alguns aspectos. Por exemplo, os jogos 
apresentados em séries propiciam uma lenta 
construção do jogo mais formal. Também os 
detalhes mais específicos dos movimentos 
não são trabalhados, o que resulta em um 
nível muito baixo de noção técnica. 
 
Nesta abordagem o professor pode 
utilizar muitos jogos em campos reduzidos 
com uma série de vantagens para a 
aprendizagem, pois as distâncias a percorrer 
são menores, os contatos com a bola mais 
freqüentes, além da interação constante 
entre os participantes em ações mais 
coletivas. 
 26 
Já no jogo formal em contraposição, a área de jogo é muita extensa, onde as distâncias a percorrer são 
muito grandes. Há muitas interrupções no jogo ocasionando assim contatos pouco freqüentes com a bola. A 
interação entre os alunos é muito pequena e as ações mais isoladas. Como conseqüência há um desinteresse 
pela atividade o que provoca um baixo desempenho motor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os jogos reduzidos a serem 
elaborados pelo professor, poderão envolver 
um número diferente de alunos. Por 
exemplo, poderão ser jogos de um aluno 
contra outro; dois contra dois; três contra 
três; quatro contra quatro, e em função da 
quantidade de alunos na aula, em nossa 
opinião para não adulterar seu real objetivo, 
até no máximo cinco contra cinco. O 
professor poderá ainda utilizar a própria 
quadra de jogo do voleibol dividindo-a em 
setores, atravessando cordas como redes, 
determinandoos espaços. 
 
É bom lembrar que o papel 
pedagógico dos jogos reduzidos é 
possibilitar a obtenção de prazer e êxito, 
portanto, além de seu caráter facilitador, 
deverão estar de acordo com as 
possibilidades de execução dos praticantes. 
 
Já os jogos formais por sua 
configuração têm outro papel pedagógico, 
qual seja, o de possibilitar a prática do jogo 
elaborado. Eles podem ser estáticos, 
anárquicos ou rudimentares. 
 
No diagrama ao lado apresentamos 
um exemplo de uma série de jogos em 
espaço reduzido utilizando a quadra de jogo 
de voleibol como demarcador da atividade. 
No primeiro diagrama uma corda é 
atravessada no sentido longitudinal da 
quadra por sobre a rede e as equipes jogam 
umas contra as outras, do mesmo lado, 
sobre esta corda. No diagrama dois, as 
equipes giram de frente para a rede e jogam 
umas contra as outras por sobre a rede. E no 
terceiro diagrama cada equipe joga contra a 
que está colocada na sua diagonal, 
aumentando o grau de dificuldade da tarefa. 
 
Neste ultimo diagrama apresentamos 
um exemplo de uma série de jogos para o 
jogo formal. Começando pelo “newcon” na 
categoria de jogo estático; o “voleibol 
gigante” na categoria de jogo anárquico, e o 
“jogo dos trios” na categoria de jogo 
rudimentar. 
 
 27 
 
 
da bola. Ele já esboça corporalmente uma preparação para receber a bola, porém não prevê o seu reenvio, 
ou seja, simplesmente a joga para frente, em seu plano frontal. Com relação ao espaço de jogo ele já 
elabora um modelo de ação individual. 
 
 No terceiro nível ele já consegue preparar-se para intervir antes que a trajetória da bola seja 
definida, colocando seu corpo numa atitude de reenvio da mesma previamente elaborado por ele. A bola já 
é reenviada de distâncias variadas e ele passa a utilizar além do plano frontal também o lateral. No domínio 
do espaço ele participa no sistema coletivo de organização do jogo. 
 
 Estes, sem dúvida, são indicadores interessantes que irão auxiliar e muito o professor no 
reconhecimento, tendo em vista as condições de heterogeneidade dos participantes, em que nível de jogo 
seus alunos estão atuando. Ele pode inclusive, a partir desta observação, tomar decisões metodológicas 
tanto no sentido de agrupar os alunos de acordo com o nível apresentado, quanto misturar estes diferentes 
níveis em uma mesma atividade com um sentido de auxílio ao processo de ensino-aprendizagem ou 
simplesmente como agente motivador da prática. 
 
 
3.1.4 Abordagem Estruturalista 
 
 
 
 
Assim, pode-se afirmar que na abordagem estruturalista, os princípios da modalidade esportiva é 
que regulam a aprendizagem. 
 
Na abordagem série de jogos é 
possível identificar um conjunto de atitudes 
corporais por nível de jogo. Elas estão 
divididas em três níveis. 
 
No primeiro nível com relação a 
informação o praticante prepara-se para 
intervir somente no momento do contato com 
a bola. O corpo adota quase sempre a 
posição vertical habitual. A bola é reenviada 
quando ela é lançada na direção de seu 
rosto, ou seja, em seu campo visual frontal. 
Para sua atuação no campo de jogo, o 
praticante não elabora nenhum projeto de 
ação. 
 
No segundo nível ele já prepara-se 
para intervir depois de definida a trajetória da 
 
Nesta abordagem o professor irá 
fazer uma decomposição do jogo em 
unidades funcionais, ou em outras palavras, 
de acordo com as seqüências das ações do 
jogo. Ele também deverá observar nesta 
sua decomposição uma forma sistemática 
onde a complexidade seja crescente. 
 
Aqui mais uma vez evidencia-se a 
necessidade de que o professor conheça e 
muito bem, toda a estrutura funcional do 
voleibol, representada por suas seqüências 
de ações. Ele pode se utilizar, por exemplo, 
de uma divisão clássica do jogo de voleibol 
conhecida como Complexo 1 (recepção, 
levantamento e ataque)e Complexo 2 
(saque, bloqueio/defesa e contra-ataque) 
para balizar a elaboração de seus exercícios 
para a aula. 
 
 28 
 
 
 
 
 
Utilizamos aqui três seqüências para ilustrar. No primeiro desenho uma seqüência em C1 
(Complexo 1) de recepção (passe), levantamento e ataque. 
 
No desenho dois incluímos o saque, recepção, levantamento e ataque com um trio colocado no lado 
oposto. Caso aconteça a defesa pelo trio, segue o “rally” até a bola cair ou uma falta seja cometida. 
 
No ultimo desenho incluímos o bloqueio na diagramação do exercício anterior. O funcionamento do 
exercício é idêntico. 
 
É importante salientar aqui que o professor poderá incluir nestes exercícios, conforme o nível de 
jogo apresentado pelos alunos é evidente, algumas outras situações que possam vir a acontecer dentro de 
cada seqüência destas que foram apresentadas. Por exemplo, ele pode incluir no ultimo exercício 
apresentado, uma simulação de cobertura do ataque, lançando uma bola novamente para o lado que 
atacou para que este realize o contra-ataque. 
 
Pode também simular uma situação em que a bola toca na mão do bloqueador e dirige-se para o 
fundo da quadra ou para a área livre lateral do lado dos bloqueadores, identificando no exercício uma ação 
de recuperação da bola e contra-ataque pelo adversário. 
 
 
 
 
 
 
Da mesma maneira que quando 
tratamos e analisamos as outras abordagens 
metodológicas, vamos observar as 
vantagens e desvantagens apresentadas 
para a abordagem estruturalista. 
 
Nela as ações técnicas surgem das 
ações táticas, a partir da vontade 
manifestada pelo professor e de sua 
orientação. Possibilita aos alunos/atletas 
uma interpretação (cognitivo) e uma 
aplicação (motor) dos princípios do jogo. Isso 
é muito importante no processo de 
aprendizagem do voleibol, pois o aluno ao 
interpretar a ação, ele deixa de realizá-la 
simplesmente por realizá-la, mas sim porque 
entende sua movimentação na ação. É bem 
diferente. É sair de um ato corporal 
automatizado para uma ação pensada. É 
oportunizar ao aluno/atleta que ele adquira e 
treine o que chamamos atualmente no 
voleibol de inteligência de jogo. 
 
A maior desvantagem é a de que o 
processo de ensino-aprendizagem é mais 
lento, mas acontece. Também aparecem 
duas desvantagens que eu prefiro classificar 
como dificuldades, que são: montagem das 
aulas depende diretamente da experiência 
do professor em ensinar e seu conhecimento 
do voleibol, e outra onde poderão surgir 
dificuldades, maiores ou menores, 
dependendo do grupo, na seleção das 
situações mais freqüentes do jogo. 
 
No diagrama ao lado, apresentamos 
exemplos de exercícios dentro desta 
abordagem. 
 29 
3.1.5 Abordagem Crítica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Abordagens Metodológicas Específicas para o Voleibol 
 
A partir deste ponto de nosso texto, passaremos a abordar algumas abordagens metodológicas 
propostas por autores com atuação específica para o voleibol. É claro que existem vários autores que 
publicaram suas idéias em livros próprios, capítulos de livros ou em artigos de revista, e não é nossa 
intenção abordar as proposições de cada um deles. 
 
Cabe salientar aqui, que escolhemos aqueles que em nosso entendimento, de alguma forma, você 
leitor e estudioso do voleibol, possa encontrar respaldo teórico para aplicação em seu cotidiano profissional. 
Também levamos em conta a história destes autores no voleibol bem como a modernidade da publicação. 
 
Você leitor também irá notar que as propostas aqui apresentadas, têm aplicação tanto no ambiente 
escolar quanto nas atividades de iniciação esportiva e treinamento. 
 
Vamos a elas então. 
 
 
Como o próprio título está a sugerir, 
este tipo de abordagem critica o jogo 
institucionalizado, midiático e de rendimento. 
Ela propõe uma reflexão e uma 
transformação didático-pedagógica para o 
ensino dos esportes, com um distanciamento 
gradativodo jogo propriamente dito. 
 
Uma das principais características 
desta abordagem está na direção que o 
professor deverá dar a seu processo de 
ensino, desconstruindo as imagens 
negativas na prática de esportes dito 
autoritários e domesticadores. Como falamos 
a visão de esporte de rendimento. 
 
Entre as vantagens apresentadas 
para este tipo de condução estão as 
participações diretas do aluno no processo 
de ensino-aprendizagem, já que ao realizar 
uma análise do modelo esportivo vigente 
para aquela modalidade junto com o 
professor, ele passa a construir alternativas 
de prática onde aqueles valores 
apresentados para o rendimento de alguma 
forma desapareçam do processo de ensino e 
das ações em aula. 
 
Por causa disso, as aulas tem uma 
formatação muito movimentada, onde a 
autonomia e a criatividade dos alunos é 
bastante trabalhada. 
 
Entre as desvantagens estão o baixo 
envolvimento motor dos alunos e o baixo 
desenvolvimento da capacidade específica 
do jogo. Ainda aparece como desvantagem a 
dificuldade na organização da aula, muito em 
função das divergências que irão surgir entre 
os alunos, o que resultará, muitas vezes, em 
uma anarquia generalizada. 
 30 
4.1 Conceito de Voleibol – o modelo de Pittera & Violetta 
 
No voleibol cada ação faz parte de uma seqüência temporal de situações, para as quais é sempre 
possível reconhecer, em relação ao momento considerado, um “ ANTES - DURANTE - DEPOIS”. 
 
 
 
 
Para melhorar o nível de jogo, é necessário decompô-lo parcialmente e trabalhar globalmente os 
elementos que o compõe: levantamento- ataque; levantamento - ataque e bloqueio; saque e recepção; 
levantamento - ataque e defesa. 
 
 Deve-se, portanto, distinguir os exercícios parciais e globais, dos quais, dos mais simples ao mais 
complexo, tem-se a seguinte hierarquia segundo Pittera & Violetta (1980): 
 
 
 
Exercícios Analíticos Primários 
 
 
 
Exercícios Analíticos Secundários 
 
 
 
Exercícios Sintéticos 
 
 
 
Jogo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este conceito deve guiar a 
elaboração de aulas e treinamentos, de 
modo a evitar que os exercícios proponham 
sistematicamente somente o que acontece 
durante, sem considerar que uma ação 
nasce de uma situação precedente e 
prosseguirá em outra, segundo Pittera e 
Violetta (1980). 
 
 Poderia-se então pensar que 
somente com o jogo é possível respeitar o 
conceito de antes-durante-depois. Porém o 
jogo, com suas características imprevistas, 
não permite o treinamento seletivo e 
sistemático dos momentos particulares que o 
compõe, e tem significado como exercitação 
somente se utilizado como verificação do 
trabalho desenvolvido. 
 
 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 B1 B2 B3 
 
 
 L 
 
 
 
 A1 A2 
 
 
 P 
 
 
 
 
 
Na figura, pode-se ver que o professor (P) passa a bola para o levantador (L) que decide sobre a 
solução para o ataque que entende mais oportuna. Os atacantes A1 e A2 estão colocados para efetuar o 
ataque. Já os jogadores B1, B2 e B3 irão tentar bloquear a bola. 
Os Exercícios Analíticos (parciais) 
primários representam o treinamento 
sistemático de um gesto motor simples ou 
complexo (fundamento completo ou parte 
dele; dois fundamentos ligados) em uma 
SITUAÇÃO DE NÃO JOGO. 
 
 Exercícios para automatizar o 
movimento do passe por cima da 
cabeça (golpes contra a parede) 
 Sensibilização dos membros 
superiores (braço/mão) na cortada; a 
bola é batida rebotando no solo e 
logo contra a parede. 
 Recepção ao levantador - 
levantamento e ataque. 
 
 
Os Exercícios Analíticos (parciais) 
secundários: exigem a utilização de um ou 
mais fundamentos em exercícios que 
reproduzem momentos particulares do jogo, 
sem levar em conta as situações 
precedentes ou sucessivas, ou seja, o 
conceito de ANTES - DURANTE e DEPOIS. 
 
No diagrama ao lado, exemplificamos 
com três exercícios o que significa na 
prática o conceito de Antes – Durante – 
Depois preconizado pelos autores Pittera 
& Violetta (1980). 
 
Logo a seguir, apresentaremos outro 
tipo de exercício caracterizando o 
exercício analítico secundário. 
 
 
 
 
 32 
 
Os Exercícios Sintéticos (globais): são chamados assim porque ligam os distintos momentos do 
jogo, constituindo um elo de ligação entre os exercícios analíticos e o jogo propriamente dito. Possui 
situações de ANTES - DURANTE - DEPOIS. 
 
Exemplo : 
 - Saque/defesa: defesa do jogador que efetuou o saque; 
 - Bloqueio/ataque: o aluno coloca-se na rede para efetuar um bloqueio, faz um 
deslocamento para trás, buscando um ponto para a corrida de aproximação, corre e ataca; 
 - Recepção/cobertura: a recepção é seguida pela cobertura do ataque. 
 - Posição bloqueio/ defesa: o aluno abandona a posição da rede para o bloqueio, e coloca-
se na posição de defesa (cobertura ). 
 
 
 B1 B3 
 B1 B2 
 
 A2 A3 
 
 
 
 
 A1 A2 A3 
 
 
 P 
 T 
 
 
 
Um exercício sintético mais complicado retoma a estrutura do exercício analítico secundário descrito 
anteriormente, que pode ser modificado da seguinte forma: B3 que ataca e B2 e B1 que fazem a cobertura 
do ataque vão para o bloqueio; P penetra da sua posição de defesa para o levantamento; A1, A2 e A3 
recuam do bloqueio; T lança a bola para P que executa o levantamento. 
 
 
4.2 A proposta metodológica de Bojikian 
 
 Em sua obra denominada Ensinando Voleibol, Bojikian (1999) justificando o caminho para uma real 
aprendizagem do voleibol pelos educandos, apresenta uma série de procedimentos metodológicos que 
englobam aspectos cognitivos, afetivos e motores envolvidos no processo do seu desenvolvimento. 
 
 Como em sua proposição, as habilidades motoras a serem aprendidas deverão ter como objetivo a 
precisão da execução do gesto técnico, ele opta por um processo que dá ênfase a orientação mecânica, 
onde a atuação do professor junto ao aluno é de grande importância, estimulando-o e orientando-o. Ele 
divide seu processo metodológico em cinco etapas, as quais passaremos a analisar sinteticamente em 
separado. São elas: 
 
 
1. Apresentação da habilidade motora 
 
2. Seqüência pedagógica 
 
3. Exercícios educativos e/ou 
formativos 
 
4. Automatização 
 
5. Aplicação 
 
 33 
4.2.1 Apresentação da habilidade motora 
 
Segundo o autor, é o primeiro contato do aluno com o fundamento que ele irá aprender. Nessa 
etapa o professor atuará em alguns fatores do que ele denomina de “economia de aprendizagem”, para 
levar o aluno a aprender melhor e mais rápido. O primeiro ponto que ele chama a atenção é que para 
melhorar o nível de prontidãopara aprender, a motivação é um aspecto psicológico primordial. 
 
De acordo com Bojikian (1999) para levar os alunos a somatória de fatores facilitadores do 
aprendizado, o professor deverá mostrar o fundamento que será ensinado, a sua técnica de execução, qual 
sua utilidade no contexto do jogo e por que é importante aprender a executá-lo de forma perfeita. Para isso 
ele deverá enriquecer suas explicações teóricas com demonstrações suas ou de alguém que execute muito 
bem o fundamento. Pode lançar mão também de fotografias, recortes de revistas, slides, filmes ou vídeos. 
 
Ao final desta etapa, o professor deverá estimular os alunos no sentido de realizar a atividade 
motora sem a utilização da bola, não com o objetivo da aprendizagem final, mas sim para que por meio da 
sinergia provocada pela realização dos movimentos de forma global, eles possam entender melhor o que 
está sendo ensinado. 
 
 
 4.2.2 Seqüência Pedagógica 
 
 
 
Assim, com a finalidade de um esmero nos detalhes de cada habilidade motora, o autor recorre a 
uma estratégia metodológica que privilegia as vantagens das “partes” que é a seqüência pedagógica, de 
modo a aplicar segundo ele o que preconiza Stallings (1973) onde “a cada estágio sucessivo da habilidade 
motora, a nova habilidade deve ser construída sobre as aprendizagens anteriores”. 
 
 Então, para Bojikian (1999) seqüência pedagógica é um procedimento metodológico onde um 
determinado movimento é ensinado em partes que vão sendo associadas entre si de forma progressiva. 
Ensina-se um fragmento da habilidade motora, que uma vez aprendido, a ele será conectado um outro 
elemento, depois um novo até que se tenha a execução completa. É o encaminhar do simples ao composto, 
que não deve ser confundido com o desenvolvimento do mais fácil ao mais difícil. 
 
 Normalmente compara-se esta seqüência pedagógica a uma corrente, ou a um pedaço dela, que 
representa o movimento a ser ensinado como um todo e cada elo é uma parte. 
 
 
 
 
 
 
 
 A B C D E 
 
 
 Modelo adaptado da Seqüência Pedagógica preconizada por Bojikian (1999) 
 
Entendendo um pouco melhor a representação gráfica apresentada na figura, o professor ensinará 
o elo de letra A, ao qual será acrescido o de letra B quando tiver a sua execução retida. Ao conjunto 
Neste tópico Bojikian (1999) salienta inicialmente 
uma das características fundamentais do voleibol. 
 
Nele trabalhamos com atividades motoras muito 
distintas em relação às atividades classificadas como 
naturais e que serão utilizadas em um esporte que, por 
não permitir a retenção do objeto de jogo, a bola, requer 
técnicas extremamente bem realizadas no intuito da 
obtenção da excelência da performance. 
 34 
formado pelos elos A e B, será acrescentado o elo de letra C, para que se tenha um novo conjunto, agora 
formado pelos fragmentos A, B e C. E assim sucessivamente até que se tenha acrescentado o ultimo elo, 
para que se tenha finalmente o movimento completo sendo executado. Para haver ganho de tempo, o autor 
sugere que cada elo do movimento seja aplicado de modo que o aluno o repita um número pequeno de 
vezes, sem ter a possibilidade de automatizá-lo. 
 
Concluída a seqüência pedagógica, o que se poderá observar segundo Bojikian (1999), será um 
grupo executando movimentos bem parecidos com o desejado, mas não de uma forma definitiva e 
mecanizada, pois o número de repetições até este instante foi muito pequeno. Isso possibilitará que as 
imperfeições possam ainda ser corrigidas antes da outra etapa a ser trabalhada. 
 
 
4.2.3 Exercícios Educativos e/ou Formativos 
 
De acordo com Bojikian (1999) deve-se entender por exercícios educativos, exercícios especiais e 
específicos que visam possibilitar as correções dos erros mais comuns que surgem habitualmente ao 
término da aplicação de uma determinada seqüência pedagógica. Na sua grande maioria, são movimentos 
de partes do conjunto global que formam o gesto técnico total e são também resultados da observação mais 
analítica do professor, quando da avaliação dos resultados obtidos após a aplicação de uma seqüência 
pedagógica. Objetivam, portanto, resolver imperfeições causadas por equívocos motores e técnicos. 
 
Outra coisa são os exercícios formativos. O autor salienta que muitas vezes um determinada 
imprecisão no gesto técnico é causada pela formação física inadequada do praticante, em relação a 
especificidade das capacidades motoras concorrentes para a execução do mesmo. Assim, quando uma 
qualidade física é apresentada em níveis insuficientes para concorrer para o aprendizado, ela precisa ser 
desenvolvida, mas dentro da demanda específica imposta pela habilidade motora em questão. Ai entram os 
exercícios formativos. 
 
Uma vez que se tenha atingido uma execução satisfatória ou próximo a isso, o professor ganha o 
direito de oferecer ao grupo a nova etapa. 
 
 
4.2.4 Automatização 
 
 
 
 Por mais complexa que seja a estruturação da mecânica de um movimento, uma vez retida, ela 
passa a ser natural para uma pessoa, que conseguirá uma execução automatizada, harmoniosa e com uma 
perfeita sinergia funcional. Assim, o encaminhamento para a automatização é a repetição da habilidade 
motora, desde que realizada com um alto grau de proficiência. 
 
 Uma vez que a habilidade tenha sido automatizada, o professor poderá passar a última etapa do 
processo metodológico que, segundo o autor, é o objetivo real do processo de ensino, ou seja, na utilização 
prática da habilidade motora que está sendo ensinada. 
 
 
4.2.5 Aplicação do Fundamento a Mecânica do Voleibol 
 
 Esta aplicação segundo o autor proponente não deve ser brusca, de modo a tirar o aluno da 
imobilidade que caracteriza os exercícios de automatização e exigir dele a mesma proficiência em situações 
complexas como as requeridas pela dinâmica do jogo de voleibol. 
 
 Pode-se perceber que, se no início da fase de aplicação, a mecânica dos exercícios for simples de 
modo a permitir que o novo praticante possa concentrar a sua atenção tanto na habilidade quanto no 
emprego dela, ele conseguirá executar bem ambas as tarefas. 
 
Para tratar deste tópico, primeiramente necessitamos falar um 
pouco sobre a retenção. O termo “retenção” é usado para se referir a 
persistência de proficiência em uma habilidade, depois de um período sem 
prática de acordo com Stallings (1973). Isso nos leva ao conceito de que 
uma habilidade motora é aprendida quando ela é incorporada ao acervo 
motor de uma pessoa. 
 35 
 O professor deverá, segundo Bojikian (1999), ser cuidadoso na escolha dos exercícios que 
compõem esta etapa pois eles devem se tornar progressivamente mais complexos e sempre exeqüíveis 
pelo aluno. Metas as vezes inatingíveis atrapalham a aprendizagem. 
 
 O autor optou por dividir esta etapa em três partes com o objetivo de assegurar que a complexidade 
da aplicação das habilidades motoras exigidas pela dinâmica do jogo de voleibol sejam atingidas 
metodologicamente. São as seguintes: 
 
Fase Denominação Descrição 
1 Aplicação de exercícios em 
forma de jogo 
Exercícios que possuam uma mecânica de movimentos 
semelhantes as situações reais do jogo, mas de fácil 
estruturação e realização. Devem conter a seqüência normal 
da aplicação dos fundamentos em uma partida. Podem ser 
realizados em pequenos ou grandes grupos. 
2 Coletivos Simulados Exercícios realizados com a mesma mecânica do jogo, com o 
mesmo número de alunos do jogo (na maioria das vezes), mas 
sua dinâmica é criada artificialmente pelo professor. Eles 
visam a constante repetição da mecânica do jogo e por 
conseqüência a repetição dos fundamentos aprendidos.3 Jogo propriamente dito – Jogos 
de Iniciação 
Os alunos deverão jogar com a mecânica normal do esporte e 
com as regras que forem possíveis. Deve-se utilizar nos jogos 
somente os fundamentos aprendidos. Esta é a etapa que 
permitirá que a criança jogue, que aliás, é seu objetivo desde 
a fase de aprendizagem. 
 
 
4.2.6 A ordenação dos fundamentos 
 
Existem várias ordenações para o ensino das habilidades que compõem o voleibol, e não cabe 
discuti-las. Sem dúvida, a melhor será aquela com a qual o professor consiga trabalhar bem. Alguns se 
saem melhor ensinando os fundamentos pela ordem em que eles são freqüentemente utilizados no jogo. 
Outros conseguem ótimos resultados introduzindo o toque de bola antes da manchete por entenderem que 
a criança assim que aprende a manchete resiste a idéia de utilizar o toque por achá-lo menos preciso. 
 
Enfim, não importa qual a seqüência eleita, mas sim a adequação dela as características do 
professor e sua linha metodológica. O sequenciamento proposto por Bojikian (1999) está baseado na 
premissa de que o aprendizado é atingido quando a habilidade em questão é aplicada dentro da dinâmica 
do jogo de voleibol com sinergia e proficiência. 
 
Assim ele sugere que os fundamentos sejam ensinados na seguinte ordem: posição básica e 
movimentação; toque de bola; manchete; saque por baixo; saque tipo tênis; cortada; bloqueio e defesa. A 
justificativa apresentada pelo autor é de que este sequenciamento garante a aplicação de cada fundamento 
e o agrupamento dos fundamentos de mecânicas de movimento semelhantes. 
 
 
4.2.7 O Processo Progressivo-Associativo 
 
 Uma vez criado um processo metodológico para a aprendizagem da posição básica e da 
movimentação, ele será desenvolvido junto aos alunos desde a sua primeira etapa que é a apresentação, 
até a última que foi denominada de aplicação. 
 
 Quando os alunos já estiverem realizando a contento esse último trabalho, o professor introduzirá o 
processo metodológico do próximo fundamento que é o toque. Ele também será apresentado, terá uma 
seqüência pedagógica e, quando a sua fase de aplicação for atingida, ela será constituída de exercícios que 
se utilizem não só do toque, como também da posição básica e movimentações. 
 
 O mesmo procedimento será realizado com a aprendizagem de todos os fundamentos propostos. 
Quando atingirmos a fase de aplicação do último fundamento da ordem proposta (defesa), a criança estará 
aplicando todos os fundamentos a dinâmica do jogo, ou seja, jogando voleibol. 
 
 36 
 Em resumo, segundo Bojikian (1999), o trabalho de aprendizagem irá progredindo e, enquanto 
segue a ordem dos fundamentos, o aluno irá associando os fundamentos na fase de aplicação dos 
processos metodológicos. 
 
 Outro fato interessante é que o ordenamento proposto pelo autor agrupa movimentos com 
estruturas que se assemelham. Também quando analisa os movimentos da posição básica, da 
movimentação, do toque de bola, da manchete e do saque por baixo, o autor verifica e afirma que elas são 
habilidades motoras que possuem capacidades físicas iguais, aplicadas de forma semelhante. Por exemplo, 
uma boa execução desses fundamentos implica na presença de força de pernas, elasticidade de 
quadríceps, equilíbrio estático, dinâmico e recuperado. 
 
 Desta forma, analisando todas as habilidades para o jogo de voleibol, Bojikian (1999) divide os 
fundamentos em três grupos, cada um deles tendo o desenvolvimento de qualidades físicas que são 
inerentes aos fundamentos que as compõem. 
 
GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 
Posição Básica Saque Tênis Defesa em pé 
Movimentação Cortada Rolamentos 
Toque Bloqueio Mergulhos 
Manchete Recursos 
Saque por baixo 
 
 
 
 4.3 A proposta metodológica de Costa 
 
 
 
 
 
Segundo o autor existem fatores internos e externos que influenciam o desempenho da 
aprendizagem técnica. Dentre eles, a motivação é a que mais deve ser observada, pois é a mais importante, 
interferindo diretamente no desenvolvimento e absorção do aprendizado. Para ele deve-se ter o cuidado de 
incentivar a motivação adequada a complexidade da aplicação do exercício, sem jamais extrapolar os 
limites naturais da individualidade, podendo isto causar uma reação negativa na aprendizagem motora. 
 
A motivação é comprovadamente uma condição básica do desempenho esportivo, independente do 
nível de desempenho em que o aluno ou o atleta se encontre. 
 
Com relação ao aprendizado, o autor cita Weineck (1999) que fornece um esquema geral de cada 
fase do aprendizado com seus respectivos métodos de trabalho e com seu desenvolvimento 
neurofisiológico do processo de aprendizagem motora. 
 
A seguir apresentaremos uma tabela que esclarece o que tratamos acima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em seu livro denominado Voleibol Fundamentos e Aprimoramento Técnico, 
Costa (2001) coloca que depois de se terem desenvolvido as capacidades 
coordenativas, estando esta automatizada, a aprendizagem de movimentos mais 
difíceis e complexos ficará facilitada, possibilitando assim o aprendizado das técnicas 
esportivas, no caso aqui, as técnicas do voleibol que compreendem o saque, a 
manchete (no passe e na defesa), o toque, o ataque e o bloqueio. 
 
Costa (2001) afirma que o desenvolvimento inadequado do trabalho de 
coordenação, geral e específica, pode gerar fatores negativos dentro do processo de 
aprendizagem da técnica, retardando-o ou até limitando-o. Quanto mais e melhor for 
desenvolvida a coordenação, mais facilmente se desenvolverá corretamente a técnica. 
 
 37 
Fases do aprendizado no 
desenvolvimento da técnica 
esportiva 
Critérios metodológicos no 
processo de treinamento 
técnico 
Evolução neurofisiológica do 
processo de aprendizado 
técnico 
1. Fase de ajuste do treinamento 
de acordo com o objetivo do 
exercício. 
Primeiro esboço da seqüência de 
movimentos; obtenção dos 
requisitos por meio de exercícios e 
de aptidões físicas. 
As primeiras percepções óticas, 
acústicas, verbais constituem o 
primeiro estímulo para o 
desenvolvimento de uma 
seqüência de movimentos. 
2. Fase da coordenação grosseira: 
a seqüência de movimentos. 
A seqüência de movimentos é 
ensinada em sua totalidade, 
porém sob condições facilitadoras, 
sem treinar os detalhes 
característicos de cada movimento 
isoladamente. O objetivo é 
exercitar toda a seqüência de 
movimentos. 
Fase da “irradiação” do processo 
de estimulação = irradiação dos 
estímulos que passam a 
predominar sobre os processos de 
inibição. A conseqüência desta 
irradiação é uma inervação pouco 
econômica e exagerada da 
musculatura envolvida no 
movimento. 
3. Fase da coordenação fina: cada 
fase do movimento apresenta uma 
estrutura dinâmica e cinemática 
própria. A coordenação de 
movimentos dessa seqüência é 
consciente. 
A estrutura básica total treinada na 
fase de coordenação grosseira é 
mantida. Nesta fase cada etapa do 
treinamento técnico é executada 
separadamente. Um esquema da 
movimentação é o objetivo do 
treinamento técnico. As condições 
de aprendizado são padronizadas. 
A forma do treinamento de 
coordenação fina depende do 
objetivo e do processo de 
treinamento, bem como da 
conscientização do atleta. 
Na “fase de concentração”, os 
processos de inibição e excitação 
focalizam-se sobre os centros e 
órgãos a serem inervados. Na 
maioria das vezes, o processo de 
movimentação se completa pelo 
controle sensorial e ótico. 
4. Fase de fixação e estabilização: 
os movimentos são fixados sob a 
forma de reações em função da 
ação do meio interno e externo. 
Uma seqüência estável de 
movimentos somente é obtida com 
variações de situações e sob as 
condições vigentes em uma 
competição. Também é importante 
desenvolver grande sensibilidade 
ao movimento de percepção do 
mesmo. 
Processosde estimulação e 
inibição são automatizados de 
modo que a seqüência de 
movimentos possa ser executada 
de modo inconsciente. Nesta 
etapa as vias de condução 
nervosas são concluídas no córtex 
cerebral. Deste modo, a 
coordenação dos movimentos 
torna-se estável e a atenção do 
esportista pode concentrar nas 
partes mais difíceis do movimento. 
 
 
Costa (2001), quando aborda sobre as fases técnicas do voleibol, entre outros aspectos, coloca 
que todo o treinamento a ser preparado e executado deve proceder-se dentro dos princípios fisiológicos e 
psíquicos do desenvolvimento e de sua metodologia científica. 
 
Como se pode perceber pelo quadro anterior, o ensino e a aprendizagem dos fundamentos técnicos 
requer paciência, zelo e conhecimento por parte dos professores e técnicos, que tem por obrigação 
respeitar as fases do aprendizado e as evoluções neurofisiológicas do desenvolvimento motor dos alunos e 
atletas. 
 
 
4.3.1 A fase de aprendizagem 
 
Os treinamentos e aulas realizadas na fase de aprendizagem requerem uma metodologia de 
trabalho específico, que desenvolva a psicomotricidade, coordenação específica, complementados com a 
integração da prática da técnica dos fundamentos. Os alunos e atletas não devem ser cobrados da sua 
execução perfeita, mas devem ser incentivados a desenvolvê-los de forma recreacional, o que facilitará o 
aumento do gosto de aprender e praticar o voleibol. 
 
 38 
A utilização do minivôlei é importante nesta fase do aprendizado, pois possibilita uma maior 
participação no jogo, tendo em vista a diminuição das dimensões da quadra e redução da altura da rede e 
número de jogadores, favorecendo assim o contato com a bola por mais vezes e tornando o jogo mais 
atraente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.3.2 A fase de iniciação 
 
 Para o autor, o trabalho de iniciação deve ser executado com o máximo de recursos que 
possibilitem o melhor entendimento dos movimentos técnicos, favorecendo seu aprendizado correto. 
Entenda-se aqui como recursos: vídeos, fotos, demonstrações pessoais, etc. 
 
 Também salienta que é necessário que durante a execução das aulas ou treinamentos, os iniciantes 
possam estar conscientes (esclarecidos) dos objetivos a serem atingidos dentro de cada exercício, sendo 
fundamental, elogiar quando eles atingirem seu intento, merecendo uma atenção especial os alunos que 
tenham uma maior dificuldade. O incentivo positivo os auxiliará a transpor as dificuldades de cada etapa na 
fase de aprendizagem inicial. 
 
 Costa (2001) também coloca que a possibilidade de realização de maior quantidade de exercícios 
certamente levará o iniciante ao melhor automatismo dos movimentos técnicos, mas nunca esquecer que 
deve-se levar em consideração a qualidade com que se está executando estes movimentos. Esta resposta 
sofre modificação pela condição física em que o iniciante se encontra no momento. Assim, deve-se observar 
com muita atenção a intensidade e o volume da aula ou do treinamento e os métodos utilizados para o 
desenvolvimento das técnicas. O professor deve preocupar-se segundo Costa (2001) em preparar aulas ou 
treinos que possibilitem aumentar-se gradativamente o grau de dificuldade de acordo com a evolução dos 
alunos ou atletas iniciantes. Também a continuidade lógica no desenvolvimento dos fundamentos assim 
como a utilização de pequenos jogos com regras modificadas promoverão um clima satisfatório ao 
progresso técnico deles. 
 
 Em resumo, o objetivo desta fase é o de oportunizar ao aluno ou atleta iniciante, a realização dos 
fundamentos técnicos sem a interferência de vícios ou falhas que venham a interferir em sua continuidade. 
 
 
4.3.3 A fase de aperfeiçoamento 
 
 A etapa posterior do aprendizado é definida por Costa (2001) como fase de aperfeiçoamento, onde 
o aluno ou atleta iniciante será preparado para sua especialização técnica e tática. Nesta fase a condição 
física é de extrema relevância. 
 
 O objetivo desta fase deve ser o de preparar o aluno ou atleta iniciante para o domínio dos 
fundamentos técnicos e seus recursos, propiciando a formação de um estilo que possa conduzi-lo a 
executar, de forma plena e efetiva, todas as funções dentro de qualquer sistema tático, estando assim no 
caminho do alto nível e ideal de performance. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Deve-se desenvolver a noção das táticas, regras 
básicas, o trabalho do conjunto da equipe, e iniciar o 
desenvolvimento das qualidades físicas básicas, 
respeitando sua faixa etária dentro dos princípios 
científicos do processo de preparação física e de seu 
desenvolvimento. O objetivo a ser alcançado nesta fase 
será, segundo Costa (2001), de proporcionar ao futuro 
jogador a condição de desenvolver com maior facilidade e 
desenvoltura os fundamentos técnicos na próxima etapa 
do aprendizado, promovendo a iniciação das funções 
táticas e sistemas de jogo. 
 39 
4.3.4 Um modelo de programa de ensino 
 
 De acordo com Costa (2001), em todas as fases de aprendizagem do futuro jogador ou atleta, como 
queiram, deve-se dar total importância ao respeito dos níveis de desenvolvimento motor, não se realizando 
a precocidade e não se “queimando etapas” no aprendizado, seja na sua evolução técnica, tática, física ou 
psíquica, dando-se sempre importância aos treinamentos básicos e formativos, que edificarão o seu melhor 
desempenho no ideal de performance. 
 
 O modelo é o seguinte, de acordo com cada fase apresentada anteriormente: 
 
 
FASE 
 
 
INDICADORES 
Fase de Aprendizagem Desenvolvimento da psicomotricidade e coordenação específica 
incorporadas na prática da técnica dos fundamentos; 
 Incentivo a execução técnica dos fundamentos sem objetivar a 
precisão dos movimentos; 
 Início das funções táticas individuais, noções de regra de jogo e 
conjunto de equipe; 
 Início das qualidades físicas específicas. 
 
Fase de Iniciação Fortalecimento das aquisições anteriores; 
 Melhoria e polimento dos fundamentos técnicos; 
 Início da aprendizagem dos sistemas de jogo defensivo e ofensivo; 
 Desenvolvimento da aprendizagem das funções táticas individuais e 
coletivas; 
 Desenvolvimento das qualidades físicas específicas e do 
conhecimento das regras. 
 
Fase de Aperfeiçoamento Consolidação plena das aquisições anteriores; 
 Ausência de falhas e erros na execução dos fundamentos técnicos; 
 Conhecimento pleno dos sistemas de jogo; 
 Especialização técnica; 
 Conhecimento pleno das regras do jogo; 
 Potencial físico específico para o voleibol. 
Modelo de programa de ensino adaptado de Costa (2001) para apresentação neste texto. 
 
 
 
4.4 A proposta metodológica de Bizzocchi 
 
Em seu livro O Voleibol de Alto Nível: da iniciação a competição, Bizzocchi (2000) diz que o voleibol 
é um esporte de complexo aprendizado e sua maior dificuldade reside no fato de envolver habilidades não 
naturais ou construídas. Ele toma como exemplo os deslocamentos dentro da quadra, onde salienta que os 
do voleibol não são muito comuns, nem fáceis de serem realizados, mas atendem as especificações de 
movimentações de acordo com as particularidades do jogo. Muitas vezes segundo ele, as atividades 
naturais de correr, andar, saltitar e galopar misturam-se num mesmo deslocamento que o jogador faz para 
bloquear e defender. 
 
Outra observação que ele faz, diz respeito à maneira como a bola, principal instrumento do jogo, é 
impulsionada, o que classifica o voleibol como um esporte de rebater ou de volear. Além disso, a execução 
dos fundamentos do voleibol envolvem regiões do corpo usadas eventualmente em aulas de educação 
física, ou na prática de outros jogos e brincadeiras. Ele cita apenas como exemplo a execução do saque por 
baixo, da manchete e do toque por cima. Outro agravante no processo de aprendizagem é o fato do voleibol 
ser o único esporteonde se defende e se busca um alvo horizontal: o próprio chão. 
 
Para Bizzocchi (2000) outro fato que merece destaque é o do atropelo com que muitas vezes o 
esporte é ensinado. Segundo ele, quando os fundamentos são transmitidos em tempo muito curto, 
acarretam vícios e habilidades mal aprendidas que acabam proporcionando um rendimento pobre e ineficaz. 
 
 40 
O autor coloca que apesar de todas as dificuldades, um dos maiores obstáculos encontrados pelo 
voleibol reside na própria escola onde as habilidades de rebater não tem o mesmo tratamento das outras 
habilidades, pois são quase sempre colocadas por último num planejamento anual, trabalhadas 
normalmente com materiais, ou resumidas e utilizadas em suas formas mais básicas, não contando com a 
criatividade do professor na variação das maneiras de rebater. 
 
A complexidade natural do aprendizado do voleibol não deve intimidar professores nem praticantes. 
É preciso corrigir os desvios iniciais no processo de aprendizagem motora na escola e estar atento aos 
momentos em que o corpo da criança pede novos estímulos. Segundo Bizzocchi (2000), o profissional que 
trabalha com a iniciação do voleibol precisa compreender essa lacuna existente na vida motora da maioria 
de nossas crianças e criar situações para experiências novas e básicas, apesar de muitas vezes tardias. É 
preferível retroceder e ensinar habilidades básicas não vivenciadas, que introduzir as crianças em técnicas 
específicas, levando-as a situações de absoluta frustração na execução desses fundamentos. 
 
 
 
 
Outro ponto importante abordado pelo autor é o que diz respeito a idade ideal para que se comece 
um treinamento específico dentro do voleibol. A literatura apresenta alguns estágios que o ser humano 
precisa ultrapassar para chegar a maturação biológica, neurológica e motora que permitam a aprendizagem 
dos fundamentos específicos de uma modalidade esportiva. Mas existe a individualidade, e ela deve ser 
obedecida, sabendo que cada pessoa evolui de maneira diferente da outra. Também é importante salientar 
aqui o que coloca Bizzocchi (2000) quando diz que nenhuma modalidade esportiva, isoladamente, satisfaz 
todas as necessidades motoras, por isso o treinador de menores deve ter conhecimento amplo, para 
dedicar-lhes um atendimento integral. Para o autor o atleta iniciante no voleibol não deve dedicar-se 
exclusivamente a esse esporte, sendo importante que ele pratique outras atividades, participando de outros 
círculos sociais. 
 
O autor, a partir de vários estudos, considera cinco estágios no processo de aprendizagem do 
voleibol, de acordo com o desenvolvimento humano: 
 
Estágio Discriminação 
Escolar (7 a 10 anos) Habilidades básicas e combinadas; 
 Variações nas formas de rebater; 
 Jogos adaptados de rebater. 
Iniciação (10 a 12 anos) Habilidades trabalhadas não especificamente, mas adaptadas as 
do voleibol; 
 Combinação das habilidades básicas com rebater; 
 Maior complexidade nas combinações; 
 Jogos adaptados sobre a rede; 
 Jogos e tarefas de rebater mais específicas. 
Aprendizagem (12 a 16 anos) Início da aprendizagem das habilidades do voleibol; 
 Habilidades específicas; 
 Ênfase nas formas básicas; 
 Evolução nas formas de jogo; 
 Reforço do raciocínio tático. 
Aperfeiçoamento (16 a 19 
anos) 
 Combinação e variação dos fundamentos; 
 Raciocínio tático mais elaborado; 
 Formas concretas e mais elaboradas de jogo; 
 Correções técnicas; 
 Início da especialização. 
Treinamento Total (19 anos 
em diante 
 Jogador pronto; 
 Manutenção técnica; 
 Amadurecimento tático e psicológico; 
 Adaptação técnica em relação as funções; 
 Especialização. 
Quando trata da adaptabilidade do voleibol o autor afirma que uma das 
vantagens dele é a variedade de formas lúdicas de jogo, podendo ser adaptado a 
diversos locais e sofrer alterações de regras, tamanhos de quadra ou materiais 
utilizados normalmente. Estas improvisações devem ser estimuladas, 
principalmente em comunidades carentes ou escolas sem recursos, por 
professores ou até mesmo por entusiastas do esporte. 
 41 
4.4.1 O processo metodológico 
 
Segundo Bizzocchi (2000) há divergências quanto ao método mais apropriado para se desenvolver 
a aprendizagem dos fundamentos do voleibol. Existem duas linhas que agrupam os fundamentos 
igualmente em três grupos distintos, mas que os ordenam de forma diferente. 
 
O primeiro desses métodos, o Dinâmico-Paralelo, ordena os fundamentos de acordo com a 
seqüência normal de um jogo de voleibol, onde o primeiro elemento é o saque, o segundo a recepção do 
saque (em forma de manchete), o terceiro o levantamento e assim por diante. Esta organização pode ser 
vista no quadro abaixo: 
 
 
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 
Posições básicas 
Movimentações específicas 
Saque por baixo 
Manchete 
Toque por cima 
Saque tipo tênis 
Cortada 
Bloqueio 
Defesa 
Rolamentos 
Mergulhos 
Recursos 
 
 Processo metodológico Dinâmico-Paralelo adaptado de Bizzocchi (2000) para utilização neste texto. 
 
 
De acordo com o autor em estudo, apesar desta abordagem possuir vários adeptos, a experiência 
dele com aprendizagem do voleibol, o leva a questionar alguns aspectos. O que diferencia um sistema do 
outro é a ordem de ensino dos fundamentos do primeiro e segundo grupos, e é exatamente nesse início que 
a criança encontra maior dificuldade em aprender. Assim, ensinar o saque por baixo, como primeiro 
elemento com bola, traz algumas limitações sérias a seqüência do trabalho e a associação dos 
fundamentos. 
 
Para ele já é difícil para uma criança manipular voleando a bola que tem em suas próprias mãos. 
Portanto, receber uma bola que é enviada do outro lado da quadra, por sobre a rede, por um outro indivíduo 
que, igualmente, não tem controle suficiente sobre seus movimentos, torna-se tarefa das mais complexas. 
 
A associação dos demais fundamentos torna-se mais difícil, exatamente, pelos motivos 
apresentados. Como associar o toque a manchete, com o saque que não consegue ser recebido? A 
tentativa de resolver esse problema leva quase sempre a criança a buscar outros meios, que não o 
movimento técnico correto e desejado, para interceptar a bola que sempre, ou quase sempre, lhe foge do 
controle. Também segundo o autor, o número reduzido de repetições e a quantidade muito baixa de acertos 
provocam um desestímulo inaceitável para essa etapa da aprendizagem. 
 
Um novo choque ocorre quando é iniciado o segundo grupo. O primeiro fundamento a ser ensinado 
é o saque tipo tênis. Por sua potência e a dificuldade de direcionamento da bola, nas primeiras tentativas, 
acarreta problemas na organização de uma aula ou treino, e também na qualidade da manchete para a 
recepção desse saque. 
 
Por isso, o Método Progressivo-Associativo é considerado o mais apropriado para ensinar o voleibol 
de maneira uniforme e rica em organização, associação e variação de elementos. 
 
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 
Posições básicas 
Movimentações 
específicas 
Toque por cima 
Manchete 
Saque por baixo 
Cortada 
Bloqueio 
Saque tipo tênis 
Saque balanceado 
Defesa 
Rolamentos 
Mergulho 
Recursos 
 
Bizzocchi (2000) preconiza este segundo método em seu livro, e faz uma adaptação da forma 
original dividindo-o em quatro grupos. O método consiste em seguir a dinâmica dos movimentos específicos 
a serem realizados, aproveitando a semelhança de postura e segmentos entre eles e provocando 
transferência mais suave do fundamento aprendido anteriormente para o seguinte. 
 
 42 
Assim como anteriormente, a organização proposta pode ser visualizada no quadro apresentado na 
página anterior. 
 
Os fundamentos são agrupados pelo autor de acordo com o nível de postura (posição do corpo em 
relação ao solo) adequados as suasrealizações. No grupo 1 o nível de postura é médio, geralmente com o 
centro de gravidade mais baixo que o normal, as pernas semiflexionadas e os braços partindo de uma 
posição intermediária entre a cabeça e o quadril. No grupo 2 os fundamentos apresentados sugerem uma 
postura alta, mais em pé, com o centro de gravidade mais afastado do solo. Os movimentos são executados 
com os braços acima da cabeça e com o corpo geralmente estendido. O grupo 3 aprende-se os 
fundamentos que são realizados a partir de uma posição baixa. 
 
Com relação aos fundamentos, no grupo 1 a aprendizagem da posição básica é seguida pela 
movimentação específica, que nada mais é do que a primeira, já aprendida, em deslocamento. Depois disso 
vem o toque por cima, que ao contrário do saque por baixo preconizado no Método Dinâmico-Paralelo, pode 
ser associado às posições básicas e as movimentações específicas já aprendidas anteriormente. A 
manchete, que aproveita a mesma posição básica para a realização das movimentações específicas, é 
ensinada logo a seguir. Com esses dois fundamentos aprendidos, o professor segundo Bizzocchi (2000) vê 
aumentada, e em muito, a riqueza de exercícios, tarefas e pequenos jogos adaptados que ele poderá 
introduzir. 
 
Uma das questões mais elaboradas ao longo dos tempos é respondida pelo autor quando coloca: 
porque o toque antes da manchete? E ele responde. Porque a manchete, depois de aprendida, torna-se a 
forma mais fácil de se tocar numa bola. É muito mais fácil para o aluno ou iniciante, recorrer a manchete do 
que ao toque para recuperar uma bola que lhe foge do corpo. Assim, se a manchete for ensinada antes, o 
toque passará a ser um artigo de segunda necessidade. 
 
Após a assimilação dos elementos anteriores, chega-se então ao saque por baixo, que a partir 
desse momento, pode ser introduzido de uma maneira menos traumática no processo. Mais, a facilidade em 
executar o toque e a manchete já adquiridos, permite ao aprendiz antecipar seus movimentos, ou seja, ter 
uma visão mais elaborada da trajetória da bola. Assim ele poderá utilizar seu conhecimento para chegar a 
um determinado local, onde poderá interceptar a bola que vem do outro lado da quadra. 
 
No grupo 2, com a combinação saque-manchete-toque assimilada, inclui-se a cortada que é a forma 
mais eficaz de se alcançar o objetivo do rally, que é colocar a bola no solo da quadra contrária. O bloqueio 
vem após a cortada, assim que o aluno ou iniciante tenha um equilíbrio adequado no final dos movimentos. 
Por fim o saque tênis, quando o aprendiz já tem desenvolvida a habilidade para receber o saque e já 
executa a cortada com desenvoltura. Alguns professores colocam também o saque balanceado no final 
deste grupo. 
 
No grupo 3 a defesa passa a ser uma necessidade básica para a interceptação da cortada. Ela, 
apesar de utilizar basicamente a manchete, envolve outros fatores de tempo e força próprios da bola 
atacada. Com a velocidade da bola aumentada, surgirá a necessidade de que se ensine formas de cair e 
rolar que possam facilitar a volta do praticante ao jogo, evitando as lesões e contusões causadas por 
quedas ou mergulhos feitos de qualquer maneira. As quedas devem ser ensinadas após a defesa estar bem 
assimilada, incentivando-se sempre os alunos a utilizar prioritariamente os deslocamentos para chegar e 
alcançar a bola salienta Bizzocchi (2000). 
 
O grupo 4, os recursos não são formas usuais de técnica e muitas das vezes são até particulares. 
Eles vão aparecendo de acordo com as mudanças nas regras e nas formas de jogar. Eles devem ser 
ensinados após as técnicas tradicionais estarem devidamente dominadas. 
 
 
4.4.2 O processo pedagógico 
 
 
Com relação ao processo pedagógico, para Bizzocchi (2000), o método ideal é o sintético-analítico-
sintético, porque permite ao aluno primeiro experimentar o fundamento, depois aprendê-lo de forma 
decomposta para por fim realizá-lo de forma global, encerrando assim o processo da aprendizagem. 
 
O autor estrutura o processo pedagógico na seguinte ordem: 
 
 
 
 43 
 Apresentação do fundamento – deve ter qualidade de execução, pois a primeira impressão é a 
que fica registrada na memória; 
 Experimentação – Livre experimentação faz parte do processo, e visa atender a curiosidade dos 
alunos, assim como permitirá que ele vivencie as dificuldades para a realização; 
 Seqüência Pedagógica – decomposição da habilidade em partes que possam ser isoladas do 
ponto de vista motor, para depois retomar o movimento como um todo; 
 Exercícios Educativos e Formativos – alguns alunos poderão apresentar desvios no padrão de 
movimento que deverão ser corrigidos; 
 Fixação – a repetição é a principal ferramenta da fixação. Deve-se incluir aos poucos exercícios 
mais complexos quanto a execução; 
 Aplicação – utilizar a realidade do jogo, não necessariamente num jogo de 6X6. Existem formas 
lúdicas que poderão ter papel decisivo na motivação para o aprendizado dos fundamentos e do 
próprio voleibol. 
 
 
4.5 A proposta metodológica da American Sport Education Program 
 
No livro Ensinando Voleibol para Jovens editado no Brasil em 1999, a American Sport Education 
Program (ASEP) apresenta em sua Unidade 4 uma proposta que começa por uma pergunta: “Como eu 
ensino as habilidades esportivas?”. 
 
 
 
 
 I – Introduza a habilidade 
 
 D – Demonstre a habilidade 
 
 E – Explique a habilidade 
 
 A – Ajude os jogadores treinando a habilidade 
 
 
 4.5.1 Introduza a habilidade 
 
 Jogadores, especialmente os mais jovens e inexperientes, precisam saber qual habilidade eles 
estão aprendendo e por que eles estão aprendendo. A proposta preconiza que o professor ou treinador 
deve seguir três passos toda a vez que introduzir uma habilidade para os seus alunos ou jogadores. São 
eles: 
 
1. Consiga a atenção dos seus alunos ou jogadores 
2. Nomeie a habilidade 
3. Explique a importância da habilidade 
 
Os jovens se distraem facilmente, por isso use algum método para chamar a atenção deles. Alguns 
professores e técnicos usam, por exemplo, a forma de contar estórias. Outros usam piadas. Outros 
simplesmente projetam entusiasmo para conseguir que seus alunos ou atletas ouçam. Uma dica é 
posicioná-los de forma que eles possam lhe ver e ouvir. Fale num tom um pouco acima do normal e olhe 
nos olhos deles. 
 
Outro fato interessante é o que diz respeito ao nome que você dará a habilidade. Apesar de você 
poder mencionar outros nomes comuns para a habilidade, decida qual você vai usar e mantenha-o. Por 
exemplo, escolha entre “recepção” ou “passe” como o termo para a manchete, e use-o constantemente. 
 
A resposta a essa pergunta começa afirmando que muitas pessoas 
acreditam que a única qualificação necessária para ser um técnico é ter jogado o 
esporte. O fato de ter jogado ajuda é verdade, mas há muito mais para treinar 
com sucesso. Eles dizem que mesmo que você não tenha jogado ou assistido 
voleibol, você ainda pode aprender a treinar com sucesso seguindo o que eles 
colocam, do inglês, como “IDEA” que em português significa idéia. Vamos ver: 
 44 
Você sabe da importância da habilidade no jogo, porém seus alunos ou jogadores podem não saber 
ou serem menos aptos para perceber como a habilidade os ajudará a se tornarem melhores jogadores de 
voleibol. 
 
 
4.5.2 Demonstre a habilidade 
 
 A demonstração é a parte mais importante para ensinar habilidades esportivas para jovens atletas. 
Eles precisam de uma imagem, não apenas de palavras. Eles precisam ver como a habilidade é executada. 
 
 Se você não se julga capaz de executar a habilidade corretamente, tenha um amigo, um de seus 
jogadores, um de seus alunos, ou alguém habilidoso para o voleibol para fazer a demonstração. O American 
Sport Education Program coloca algumas dicas que poderão ajudar o professor ou otécnico a fazer 
demonstrações mais efetivas. 
 
 Use a técnica correta 
 Demonstre a habilidade muitas vezes 
 Diminua a velocidade da ação, se possível, durante uma ou duas execuções para que os 
alunos ou jogadores possam ver cada movimento envolvido na habilidade 
 Execute a habilidade em diferentes ângulos para que os alunos ou jogadores possam ter 
uma completa perspectiva dela 
 Demonstre a habilidade de ambos os lados da quadra, em seu começo e fim. 
 
 
4.5.3 Explique a habilidade 
 
Alunos e jogadores aprendem de maneira mais eficaz quando lhes são proporcionadas pequenas 
explicações da habilidade em conjunto com a demonstração. É bom que o professor ou técnico utilize 
termos simples e, se possível, relacione a habilidade com outras aprendidas anteriormente. Uma tática 
metodológica bastante utilizada para verificar se os alunos ou jogadores entenderam a explicação é fazer 
questionamentos, ou mesmo colocar para eles situações problema para que eles resolvam. 
 
Eles utilizam um gráfico para mostrar o comportamento de diferentes métodos de ensinar, onde no 
eixo A temos o grau de aprendizagem da habilidade e no eixo B os métodos de ensino do professor ou 
treinador. Vejamos: 
 
 
 A 
 
Alto 
 
 
 
Médio 
 
 
 
 
Baixo 
 B 
 Nada Explicação Explicação Explicação Explicação, 
 Somente e demonstração e condução demonstração 
 e condução 
 
Habilidades complexas são geralmente mais bem entendidas quando são explicadas por suas 
partes mais fáceis de controlar. Um exemplo oferecido no livro é no caso de você estar ensinando a sacar. 
Os passos são os seguintes: 
 
1. Mostre a eles a execução correta de toda a habilidade e explique a função dela no voleibol; 
2. Divida a habilidade e aponte suas partes componentes para seus alunos ou atletas; 
3. Os alunos ou jogadores deverão executar cada componente da habilidade ensinada como a 
preparação, lançamento, movimento de pré-contato e o contato; 
 45 
4. Após isso, ou seja, depois deles terem demonstrado suas habilidades ao executarem as partes 
dela na seqüência, explique novamente a habilidade; e 
5. Deixe os alunos ou jogadores praticarem a habilidade. 
 
O Programa faz um alerta bem importante: jogadores jovens conseguem prestar atenção por pouco 
tempo, portanto, uma longa demonstração ou explicação da habilidade irá aborrecê-los. Assim o professor 
ou treinador não deve gastar mais que uns poucos minutos para a introdução, demonstração e explicação 
das fases. O importante é manter os alunos ou jogadores ativos na tentativa de executar a habilidade ou 
num exercício, ou num pequeno jogo, ou em outra atividade qualquer. 
 
 
4.5.4 Ajude os alunos/jogadores que estão executando/treinando a habilidade 
 
De acordo com o American Sport Education Program se a habilidade que você selecionou estava 
dentro das capacidades de execução dos seus alunos ou jogadores e você tiver feito um trabalho eficaz de 
introdução, demonstração e explicação, eles estarão prontos pata tentar a habilidade. 
 
Alguns alunos ou jogadores poderão precisar da condução mais particular do professor ou treinador 
em seus movimentos, principalmente durante suas primeiras tentativas. Não pense duas vezes, pois 
conduzi-los os ajudará a ganhar confiança para executar a habilidade individualmente. 
 
Uma parte significativa de seus ensinamentos envolverá observação atenta das execuções de seus 
alunos ou jogadores, acertos e erros. Uma dica é que enquanto você observa os esforços deles nos 
exercícios e atividades, forneça-lhes um feedback positivo, e corretivo se for o caso. Tenha claro que este 
tipo de ação terá uma grande influência na motivação dos seus alunos ou jogadores para as aulas e treinos, 
e com certeza, melhorará muito o rendimento deles. 
 
 
5. Exemplos de jogos recreativos para o voleibol 
 
Ao final deste texto (polígrafo de estudos), resolvemos colocar alguns exemplos de atividades que 
poderão ser realizadas tanto pelos professores em aula, quanto pelos técnicos em atividades de 
treinamento, neste ultimo caso, em forma recreativa. 
 
A idéia aqui está ligada basicamente, na questão mais escolar, a realidade cotidiana da grande 
maioria dos professores de Educação Física quando ensinam as modalidades esportivas em suas aulas, 
qual seja, a de ter quase sempre pouquíssimo material e uma grande quantidade de alunos. 
 
Espero sinceramente que eles possam ser úteis para você. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 46 
JOGO 1: Equipe que erra... sai da quadra 
 
Objetivo 
 
 
 
Organização 
 
 
Material 
 
Metodologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Variação 
 
 
 
 
Esquema 
Gráfico 
 
Envolver todos os alunos num grande jogo recreativo de atenção e 
velocidade, onde além da execução dos fundamentos do jogo, estão 
presentes o espirito de equipe e noções de rodízio. 
 
Reunir todos os alunos em grupos de seis (06) jogadores cada, formando 
tantas equipes quantas comportar a turma. Funciona bem com três equipes. 
 
01 ou 02 bolas de voleibol ou similar. 
 
Após distribuição nas equipes, sortear as duas que começarão jogando. Se 
forem três, a que perdeu no sorteio ficará ao lado da linha lateral, entrando 
em quadra assim que qualquer uma das equipes que estão na quadra 
jogando cometa um erro. A equipe que vence o "rally" fica em quadra, não 
faz rodízio e tem o direito de sacar. A equipe que perde o "rally", sai da 
quadra e fica ao lado da mesma, aguardando o próximo erro para 
imediatamente entrar em quadra, no espaço da equipe que erra. O detalhe 
interessante deste jogo, é que esta equipe que entra, deve realizar um 
rodízio a frente, em relação a posição em que estavam, quando perderam o 
"rally". 
 
Se existirem mais de três (03) equipes, o interessante é numerar em ordem 
crescente cada uma, e elas irão entrando em quadra, após cada erro no 
jogo, seguindo esta numeração prévia. O controle pode ser feito tanto pelo 
professor quanto pelos alunos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 47 
JOGO 2: Ultimo que toca na bola, troca de lado 
 
Objetivo 
 
 
 
Organização 
 
Material 
 
Metodologia 
 
 
 
 
 
 
Variação 
 
 
 
 
Esquema 
Gráfico 
 
Envolver todos os alunos num grande jogo recreativo de participação, onde 
além da execução dos fundamentos do jogo, estão presentes o espirito de 
coleguismo, a integração e a diversão. 
 
Reunir todos os alunos em dois grupos, formando duas equipes. 
 
01 bola de voleibol ou similar. 
 
Após distribuição nas equipes, sortear a equipe que começa sacando. Após 
o saque, o jogador da equipe receptora que passar a bola para a quadra 
oposta, vai imediatamente para esta equipe, e assim sucessivamente. Se por 
acaso, ao tentar passar a bola, o aluno cometer um erro ou uma falta (bola 
na rede, bola para fora, etc), ele não troca de quadra. O jogo termina quando 
uma das equipes estiver com dois ou um aluno tão somente. 
 
Uma variação deste jogo, é trocar de lado também o sacador, logo após o 
seu saque. O controle pode ser feito tanto pelo professor quanto pelos 
alunos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 48 
JOGO 3: Quem vence o "rally"... chama de lá!!! 
 
Objetivo 
 
 
 
Organização 
 
Material 
 
Metodologia 
 
 
 
 
 
 
Variação 
 
 
 
 
Esquema 
GráficoEnvolver todos os alunos num grande jogo recreativo de participação, onde 
além da execução dos fundamentos do jogo, estão presentes a integração e 
a diversão. 
 
Dividir todos os alunos em dois grupos, formando duas equipes. 
 
01 bola de voleibol ou similar. 
 
Após distribuição nas equipes, sortear a equipe que começa sacando. 
Quando acontecer um erro ou uma falta (erro de saque, bola na rede, bola 
para fora, etc), o jogo é interrompido e os componentes da equipe que 
venceu o "rally" deverão escolher um aluno (colega) da outra equipe, que 
trocará de lado. O jogo termina quando restar um único aluno em um dos 
lados da quadra. 
 
Pode-se tentar ampliar o jogo, permitindo, caso o aluno que esteja sozinho 
concorde, que ele jogue contra todos os outros. Ele poderá para isso 
executar os três toques permitidos, por exemplo, receber, levantar e atacar. 
O controle pode ser feito tanto pelo professor quanto pelos alunos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 49 
JOGO 4: Volençol 
 
Objetivo 
 
 
Organização 
 
 
Material 
 
 
Metodologia 
 
 
 
 
 
 
Variação 
 
 
 
Esquema 
Gráfico 
 
Por meio de uma atividade cooperativa, jogar voleibol em duplas, utilizando 
um pedaço de lençol (pano), para executar os movimentos do jogo. 
 
Dividir os alunos em equipes de doze (12) componentes, formando tantas 
equipes quantas forem possíveis. 
 
01 bola de voleibol ou similar. 
12 retalhos (pedaços) de lençol ou pano. 
 
Após dividirem-se em duplas, cada uma com seu lençol, os alunos formam 
as equipes. O jogo começa com a bola sendo arremessada para a quadra 
contrária. Esta deverá ser apanhada pela dupla no lençol, e passada a outra 
dupla, sendo permitidos, como no voleibol regular, um máximo de três toques 
para passar a bola para o outro lado. Vence o jogo a equipe que atingir 
primeiro a pontuação determinada. 
 
Em caso de muita dificuldade, pode-se permitir que a bola quique no solo 
antes de ser apanhada no lençol. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 50 
JOGO 5: Manchetebol 
 
Objetivo 
 
 
Organização 
 
Material 
 
Metodologia 
 
 
 
 
 
 
Variação 
 
 
 
 
Esquema 
Gráfico 
 
Envolver todos os alunos num grande jogo recreativo de movimentação, 
onde o fundamento do jogo utilizado será a manchete. 
 
Dividir todos os alunos em dois grupos, formando duas equipes. 
 
01 bola de voleibol ou similar. 
 
Formar, em cada equipe, uma coluna a partir da posição 6 (defesa central). 
O professor, colocado ao lado da quadra, de posse da bola, a coloca em 
jogo, lançando-a para o primeiro aluno da coluna, que de manchete, a joga 
para o outro lado da quadra, onde o primeiro aluno faz o mesmo. Quando 
acontecer um erro ou uma falta, ponto para a equipe contrária. Vence o jogo 
a equipe que alcançar primeiro a pontuação determinada para a atividade. 
 
Em caso de muita dificuldade, pode-se permitir que a bola quique no solo, 
antes de ser rebatida de manchete para o outro lado da quadra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 51 
JOGO 6: Giravolei: o jogo da rotação participativa 
 
Objetivo 
 
 
Organização 
 
 
Material 
 
 
Metodologia 
 
 
 
 
 
 
Variação 
 
 
 
Esquema 
Gráfico 
 
Por meio de uma atividade cooperativa, jogar voleibol em trios, utilizando as 
posições da quadra para orientação no sentido da rotação. 
 
Dividir os alunos em trios. Sugere-se que cada equipe seja formada por seis 
(06) trios, totalizando dezoito (18) alunos por equipe. 
 
01 bola de voleibol ou similar. 
Giz, fita crepe ou similar. 
 
Os trios deverão ocupar as seis (06) áreas demarcadas na quadra. Os trios 
que estiverem ocupando as áreas 3 e 6 iniciarão o jogo, que segue as regras 
normais do voleibol. A cada fim de "rally", não importando quem vença o 
mesmo, os dois grupos irão girar no sentido do rodízio (rotação), trocando de 
área na quadra. Vencerá o jogo a equipe que alcançar primeiro a pontuação 
determinada para a atividade. 
 
A única variação que experimentamos, foi com um número menor de alunos, 
já que o jogo comporta trinta e seis (36) alunos jogando ao mesmo tempo. 
Para tal, uma área ficará vazia. 
 
 
 
 
 
 
 
 1 6 5 
 
 
 
 
 2 3 4 
 
 
 
 
 
 4 3 2 
 
 
 
 
 
 
 5 6 1 
 
 
 1m 7m 1m 
 
 
 
 
 
 
 
 52 
JOGO 7: Todos contra todos... em todos os sentidos! 
 
Objetivo 
 
 
Organização 
 
Material 
 
 
 
Metodologia 
 
 
 
 
 
Variação 
 
 
 
Esquema 
Gráfico 
 
Em uma quadra reduzida (4,5m X 9m), jogar voleibol, utilizando três 
direcionamentos diferentes: para frente, para o lado e na diagonal. 
 
Dividir os alunos em quatro equipes de seis (06) componentes. 
 
02 bolas de voleibol ou similar. 
Giz, 01 corda que atravesse a quadra no sentido longitudinal, ou outro tipo 
de marcação. 
 
Com as equipes distribuídas em suas quadras, o jogo inicia sendo dividido 
em três etapas: na primeira as equipes se enfrentam frente a frente, por 
sobre a rede. Na Segunda etapa, enfrentam a equipe que estiver colocada 
ao seu lado, jogando sobre a corda; e na terceira etapa, enfrentam a equipe 
que está colocada na sua diagonal, novamente sobre a rede 
 
Dependendo do objetivo, ou do número de alunos, o jogo poderá ser jogado 
em trios ou duplas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9m 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9m 
 
 
 
 
 
 
 
 4,5m 4,5m 
 
 
 
 
 
 
 
 
 53 
JOGO 8: Volei... zona !!! 
 
Objetivo 
 
 
 
Organização 
 
 
Material 
 
Metodologia 
 
 
 
 
Variação 
 
 
 
Esquema 
Gráfico 
 
Na mesma quadra jogar voleibol, utilizando as zonas de ataque e defesa 
como parâmetros de delimitação da atividade. Conhecimento das zonas da 
quadra e distâncias do jogo. 
 
Dividir os alunos em trios, colocando cada trio em uma zona da quadra 
(defesa e ataque). 
 
02 bolas de voleibol ou similar. 
 
Com os trios distribuídos em suas zonas, o jogo inicia sendo dividido em três 
etapas: a) zona de ataque contra zona de ataque; b) zona de defesa contra 
zona de defesa; c) zona de defesa contra zona de ataque. Os jogos 
acontecem ao mesmo tempo. 
 
Dependendo do objetivo, ou do número de alunos, o jogo poderá ser jogado 
em trios ou em duplas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 54 
JOGO 9: SuperVolei Gigante 
 
Objetivo 
 
 
Organização 
 
 
 
Material 
 
Metodologia 
 
 
 
 
 
 
 
Variação 
 
 
 
EsquemaGráfico 
 
Envolver todos os alunos num grande jogo de movimentação e atenção, 
onde todos os fundamento do jogo são utilizados. 
 
Dividir os alunos em trios, colocando dois deles em cada meia quadra, e os 
outros colocados de maneira igual para ambos os lados, atrás da linha de 
fundo, também de cada lado. 
 
01 bola de voleibol ou similar. 
 
Com os trios colocados em quadra, sorteia-se a equipe sacadora. Após o 
saque, quando a equipe receptora completar o ataque, o trio desta, que 
estiver colocado na zona de ataque, deverá sair imediatamente da quadra. 
Enquanto a bola estiver com a outra equipe, o trio que estava na zona de 
defesa deverá ocupar a zona de ataque, e o próximo, que estava na linha de 
fundo, entrar para a zona de defesa. O mesmo acontecerá com a outra 
equipe quando completar seu ataque. 
 
Uma variação possível é que ao invés de ir para trás dos trios de sua própria 
quadra, o trio que abandona a zona de ataque, vai para a linha de fundo da 
quadra oposta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 55 
JOGO 10: Gincana do Saque 
 
Objetivo 
 
 
Organização 
 
 
 
Material 
 
Metodologia 
 
 
 
 
 
Variação 
 
 
 
 
Esquema 
Gráfico 
 
A partir das tarefas agendadas, utilizando as zonas demarcadas na quadra 
com letras e números, cumprir as tarefas utilizando o fundamento saque. 
 
Dividir os alunos em dois grupos, colocados atrás da linha de fundo de cada 
quadra, na zona de saque. Cada equipe deverá determinar a ordem dos 
sacadores. Fichas com as tarefas deverão ser confeccionadas. 
 
Mínimo de 02 bolas de voleibol ou similar. 
 
Com os alunos colocados em suas zonas de saque, o jogo inicia pelo sorteio 
da ficha de tarefas. Os alunos determinados deverão cumprir a tarefa 
solicitada. As tarefas terão uma pontuação, determinada pelo grau de 
dificuldade da mesma. Vencerá a equipe que pontuar mais no cumprimento 
das tarefas da gincana. 
 
Dependendo do objetivo e do tempo, os próprios alunos poderão sugerir e 
criar e passar as tarefas para a equipe adversária, ao invés delas serem 
preestabelecidas pelo professor. Pode-se também dividir as equipes em trios 
ou em duplas para o cumprimento das tarefas. 
 
 
 
 
 5 
 
 
 4 1 4 
 
 
 
 2 3 2 
 
 
 
 
 L O R 
 
 
 
 B A E 
 
 
 
 S 
 
 
 
 
 
 
* O desenho acima é apenas uma sugestão de divisão. 
 
 56 
6. Referências Bibliográficas 
 
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