Buscar

CCJ0014-WL-B-PP-Aula 04-Ciro Ferreira dos Santos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Universidade Estácio de Sá – Campus Resende 
Disciplina: Direito Civil II – (Obrigações) 
Prof. Ciro Ferreira dos Santos 
 
Aula 04 – 1. Obrigação de dar coisa incerta. Conceito. Concentração. Reflexos 
jurídicos 
 
Obrigação genérica delimitada ou de existência restrita. 
 
2. A desmaterialização das obrigações de dar 
 
3. Obrigação de fazer. Conceito. Reflexos jurídicos 
 
4. Obrigação de não fazer. Conceito. Reflexos jurídicos 
 
 
OBRIGAÇÃO DE DAR A COISA INCERTA 
 
- A coisa é Incerta por apresentar gênero e quantidade, sendo sua espécie definida no 
momento da concentração - determinação; 
- A escolha da espécie da obrigação ocorrerá no momento anterior ao cumprimento da 
obrigação e caberá ao devedor, se o acordo não determinar diferente. Tal escolha não 
poderá ser nem a melhor, nem a pior. (art. 244 do CC) 
- A posição do devedor é mais confortável quanto ao cumprimento, pois há um conjunto 
de possibilidades. Porém, sua responsabilidade é maior, quanto à escolha, pois, no 
caso, não poderá ser alegado o perecimento (perda): a coisa nunca perece (art. 246). 
- O devedor para desonerar-se da obrigação deverá colocar a coisa à disposição do 
credor – somente desta forma se desonera. 
- No restante, incorpora-se o que colocado para obrigação de dar coisa certa. 
 
A desmaterialização das obrigações de dar 
 
O advento do Código de Defesa de Consumidor e o comércio eletrônico. Trata-se este tópico 
de assunto mais que atual, envolvendo todas as repercussões do advento do fornecimento de 
produtos no mercado, face às relações massificadas e globalizadas envolvendo as relações 
entre consumidores e fornecedores de produtos em tempo real e virtual. Sugerimos que os 
docentes trabalhem com o excelente texto dos profs. Christiano Chaves de Farias e Nelson 
Rosenvald, na obra Direito das Obrigações, referida como bibliografia básica, às fls. 179 a 
181 no item 2.1.4. (Seria interessante fornecer cópia deste pequeno trecho do livro para os 
alunos). 
 
 
OBRIGAÇÕES DE FAZER 
 
- Trata-se de obrigação que maiores transtornos trazem ao credor, pois se configura 
numa atividade deste, ou seja, prestação de uma atividade física ou material. 
- É uma obrigação positiva. 
- Está embutida no artigo 247 a indenização no caso de recusa de cumprimento da 
obrigação. Neste caso, será sempre uma obrigação infungível, pois na recusa de 
obrigação fungível, poderá ser cumprida por terceiro e o valor pago ser ressarcido pelo 
devedor primeiro. A infungibilidade pode ser da natureza do objeto ( quadro artístico ) 
ou advinda do contrato em que o credor não admite outra pessoa para cumprimento 
da obrigação ( defesa em Tribunal de Júri. ) 
- Conclui-se que, deve ser verificada, em cada caso concreto, a figura do devedor e sua 
possível substituição. 
- Existe uma relação interna nas obrigação de dar e de fazer pois numa poderá também 
estar a outra. Ex. Compra e Venda ( entregar a coisa e responder pela evicção; obra 
por empreitada ). 
- A Tradição é imprescindível na obrigação de Dar, o que não ocorre com a de Fazer. Já 
na primeira, preponderante será a pessoa do devedor. Por último, a obrigação de Dar 
autoriza a utilização direta da força coativa, o que não ocorre com a obrigação de 
fazer. 
 
Obrigações de fazer (Fungíveis e Infungíveis) 
 
- Será fungível quando a pessoa do devedor é facilmente substituída; 
- Será infungível quando a importância da obrigação está em seu cumprimento por 
aquele determinado devedor, ou seja intuitu personae; qualidades pessoais do 
devedor. Art. 249 do CC. 
- No caso do Parágrafo Único, há um procedimento de “justiça de mão própria”; pode o 
credor contratar terceiro para o cumprimento da obrigação, buscando após a devida 
indenização, devendo guardar a documentação comprobatória (notificação, 
testemunhas, fotografias, etc ). 
- Fundada no pacta sunt servanda, as obrigações de fazer nascem para serem 
cumpridas. 
- Podem ser descumpridas: prestação impossível por culpa do devedor ou sem culpa do 
devedor, ou porque o devedor se recusa a cumprí-la. 
- Diferentemente da obrigação de dar, a de fazer possui um impeditivo no exercício da 
força coativa para obrigar o devedor, ou seja, não é possível obrigar a alguém que 
faça algo pelo enfrentamento de sua liberdade individual. 
- A questão é de tamanha importância que o CPC a trata no seu artigo 461, 
reproduzindo a idéia do art. 84 do CDC. 
- Nas Obrigações de Fazer estão inseridas as chamadas astreintes, multa cominatória 
diária. Deve ser suficiente para constranger o devedor para que faça. Pode ser 
contratual ou judicial, mas sempre caberá ao juiz torna-la razoável. Deverá haver um 
limite temporal, pois não pode tornar-se uma obrigação perpétua. Decorrido o prazo, 
resolve-se em perdas e danos. Esta situação de multa cominatória só se justifica pela 
infungibilidade da obrigação. (art. 287 e 644, § único do CPC , 632 e 634 do CPC) 
 
 
- Se não houver culpa do devedor, resolve-se; se houver culpa do devedor responde 
com perdas e danos, utilizando-se sempre o artigo 461 do CPC para a execução. 
- Poderá o credor requere ao Juízo que a obrigação seja devidamente cumprida, no caso 
de descumprimento parcial, na forma do art. 636 do CPC. 
 
OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER 
 
- São Obrigações negativas; uma abstenção que se obriga o devedor; que poderia 
realiza-la se não estivesse obrigado. Atenção com as obrigações ilícitas (resistência à 
liberdade do indivíduo ). 
- Ex: Locador e Locatário; alienante de estabelecimento comercial; 
- Na forma do artigo 250 do CC, a obrigação se extingue, quando impossível, sem culpa 
do devedor. Porém se houver culpa do devedor, deverá ser o credor indenizado. 
- E ainda, poderá o devedor assumir o desfazimento do ato em que se abstiver, 
acrescido das perdas e danos. (art. 251 do CC). Poderá o descumprimento resolver-se 
em perdas e danos ( Ex. Construção de um prédio – indenização). 
- É possível a tutela específica do 461 do CPC , bem como a multa cominatória. 
 
 
 
 
Caso Concreto 1 
 
(CESPE – ABIN Oficial Técnico de Inteligência – 2010 – adaptada) A obrigação de dar coisa incerta 
apresenta um estado de indeterminação transitório. Certo ou errado? Justifique sua resposta. 
 
Gabarito: Certo. As obrigações de dar coisa incerta têm objeto inicialmente determinável (indicado 
por gênero e quantidade), devendo ser este determinado até o momento de seu cumprimento – art. 
244, CC. 
 
Caso Concreto 2 
 
Pedro compromete-se com a confecção Radial, em razão de um contrato de publicidade, a só 
aparecer em público utilizando as roupas pela empresa fornecidas. O contrato foi firmado pelo período 
de um ano e com remuneração mensal fixada em R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Com relação à 
cláusula proibitiva contida no contrato, identifique: 
 
a. Accipiens e Solvens; Objeto Imediato e Objeto Mediato. 
b. Imagine que no primeiro dia de vigência do contrato a empresa Radial não encaminhou as roupas a 
Pedro que, necessitando ir à farmácia, aparece em público com roupa não pertencente à empresa 
contratante. Pedro foi fotografado por importante revista de moda. Pode, nesse caso, a empresa 
contratante resolver o contrato alegando inadimplemento e ainda pedir perdas e danos? Justifique sua 
resposta. 
 
Gabarito: ‘accipiens’ é a Confecção Radial e ‘solvens’ Pedro; Objeto Imediato é a obrigação de não 
fazer e Objeto Mediato: não aparecer em público utilizando roupas de outras marcas. Imagine que no 
primeiro dia de vigência do contrato a empresa Radial não encaminhou as roupas a Pedro que, 
necessitando ir à farmácia, aparece em público com roupa não pertencente à empresa contratante. 
Pedro foi fotografado por importante revista de moda. Pode, nesse caso, a empresa contratante 
 
 
resolver o contrato alegando inadimplemento e ainda pedir perdas e danos? Justifique suaresposta. A 
Empresa não pode resolver o contrato alegando inadimplemento pois foi quem lhe deu causa (art. 
248, CC). Pedro poderá resolver a obrigação sem o dever de indenizar. 
 
Questão Objetiva 
 
(OAB/PR - 2003) Assinale a alternativa INCORRETA: 
 
a) Obrigação é a relação jurídica na qual um determinado sujeito se obriga a realizar uma prestação 
em favor de outro, e o conteúdo desta prestação não é necessariamente patrimonial, pois existem 
obrigações cuja prestação não é de caráter patrimonial. 
b) Nas obrigações de dar a coisa certa, se esta se perder por culpa do devedor, este responderá pelo 
equivalente, mais perdas e danos. 
c) A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. 
d) A obrigação de fazer é aquela que vincula o devedor à prestação de um serviço ou à realização de 
um ato positivo, material ou imaterial, seu ou de terceiro, em beneficio do credor ou de terceira 
pessoa. Trata-se de uma obrigação positiva. 
 
Gabarito: A – o conteúdo da relação obrigacional é necessariamente patrimonial.

Continue navegando