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LUTO “Aprendemos a valorizar intervenção, a só considerar que se está dando tratamento quando se está intervindo, o que não nos prepara para agirmos como catalisadores da angústia do paciente ( e suportar a nossa), no momento de seu caminho para a morte...Nossa formação não nos ensina a parar para refletir sobre os nossos limites” Depoimento de um profissional de saúde que trabalha com cuidados paliativos As pessoas que sofrem algum tipo de perda ou que têm a possibilidade de sofrer (morte de ente querido, diagnóstico de doença, falência, traição, punição criminal, etc.) passam por um processo de luto, para poder elaborar e lidar com essa situação. Existem pensamentos e comportamentos comuns às pessoas que se encontram vivenciando cada uma dessas fases. LUTO Kluber-Ross FASES DO LUTO PRIMEIRA FASE: NEGAÇÃO A pessoa nega a existência do problema ou situação. Pode não acreditar na informação que está recebendo, tentar esquecê-la, não pensar nela ou ainda buscar provas ou argumentos de que ela não é a realidade. Pensamentos “Isso não é verdade” “Vai passar” “Vou dar um jeito de resolver isso, sempre dou jeito em tudo” Comportamentos “Busca uma segunda opinião ou outras explicações Não aderir ao tratamento ou não falar sobre o assunto” Nessa fase a pessoa expressa raiva por aquilo que ocorre. É comum o aparecimento de emoções como revolta, inveja e ressentimento. Geralmente essas emoções são projetadas no ambiente externo; percebendo o mundo, os outros, Deus, etc. como causadores de seu sofrimento. A pessoa sente-se inconformada e vê situação como uma injustiça. 2ª FASE: RAIVA 2ª FASE: RAIVA Pensamentos “Por que eu?” “Isso não é justo ” “Porque fizeram isso comigo?” Comportamentos “• Perde a calma quando fala sobre o assunto. • Recusa-se a ouvir conselhos. • Evita falar sobre o assunto. Nessa fase busca-se fazer algum tipo de acordo de maneira que as coisas possam voltar a ser como antes. Essa negociação geralmente acontece dentro do próprio indivíduo ou às vezes voltada para à religiosidade. Promessas, pactos e outros similares são muito comuns e muitas vezes ocorrem em segredo. 3ª FASE: NEGOCIAÇÃO 3ª FASE: NEGOCIAÇÃO Pensamentos “Vou acordar cedo todos os dias, tratar bem as pessoas, parar de beber, procurar um emprego e tudo ficará bem.” • “Vou pensar mais positivamente e tudo se resolverá.” • “Deus, deixe-me ficar bem de saúde, só até meu filho crescer.” (pessoa ao saber que está doente) Comportamentos • Rezar e fazer um acordo com Deus. • Buscar agradar (no caso de uma traição). • Se alimentar com produtos lights e diets para compensar os outros alimentos. Nessa fase ocorre um sofrimento profundo. Tristeza, desolamento, culpa, desesperança e medo são emoções bastante comuns. É um momento e que acontece uma grande introspecção e necessidade de isolamento. 4ª FASE: DEPRESSÃO Pensamentos “Não tenho capacidade para lidar com isso.” “Nunca mais as coisas ficarão bem.” “Eu me odeio.” Comportamentos • Chorar. • Afastar-se das pessoas. • Comportar-se de maneira autodestrutiva. Nessa fase percebe-se e vivencia-se uma aceitação do rumo das coisas. As emoções não estão mais tão à flor da pele e a pessoa se prontifica a enfrentar a situação com consciência das suas possibilidades e limitações. 5ª FASE: ACEITAÇÃO Pensamentos Não é o fim do mundo.” • “Posso superar isto.” • “Posso aprender com isto e melhorar.” Vou conseguir aprender a conviver com a dor e a saudade Comportamentos • Buscar ajuda para resolver a situação. • Conversar com outros sobre o assunto. • Planejar estratégias para lidar com a questão.. As pessoas não passam por essas fases de maneira linear, ou seja, elas podem superar uma fase, mas depois retornar a ela (ir e vir), estacionar em uma delas, sem ter avanços por longo período ou ainda suplantar todas as fases rapidamente até a aceitação. Não há regra. Tudo depende do histórico de experiências da pessoa e crenças que ela tem sobre si mesma e sobre a situação em questão. AS FASES DO LUTO COMUNICAÇÃO DE NOTÍCIAS DIFÍCEIS Rever os dados que fundamentam a má notícia: resultados de exames, tratamentos anteriores, literatura e informações gerais do paciente Avaliar seus próprios sentimentos sobre a transmissão dessa notícia para o paciente Buscar ambiente com privacidade, desligar o celular ou pedir para um colega atender, ou avisar sobre interrupções que possam ser inevitáveis COMO PLANEJAR A ENTREVISTA? Antes de contar, pergunte: procurar saber como o paciente percebe a sua situação, o que lhe foi informado e o que ele procurou saber utilizando outras fontes de informação Perceber se o paciente está comprometido com alguma variante de negação: pensamentos mágicos, expectativas irrealistas sobre o tratamento, etc... Corrigir desinformações Adaptar a má notícia para a compreensão e a capacidade de absorção do paciente COMO AVALIAR A PERCEPÇÃO DO PACIENTE? Procurar saber, desde o início do tratamento, se o paciente deseja informações detalhadas sobre o diagnóstico, o prognóstico e os pormenores dos tratamentos ou se quer ir pedindo informações gradativamente Oferecer-se para responder a qualquer pergunta ou para falar com familiares ou amigos COMO AVALIAR O DESEJO DE SABER DO PACIENTE ? Anunciar com delicadeza que más notícias estão por vir, dar tempo ao paciente para se dispor a escutá-las Evitar termos técnicos, adaptando o vocabulário ao nível de compreensão do paciente Evitar a dureza excessiva, amenizando a transmissão de detalhes desnecessários Evitar transmitir desesperança e desistência, valorizando os cuidados paliativos e o alívio dos sintomas COMO TRANSMITIR A NOTÍCIA E AS INFORMAÇÕES AO PACIENTE? Favorecer a expressão dos pacientes e familiares sobre o impacto da má notícia, dando voz a seus sentimentos e emoções para ajudá-lo a superar os estados de choque e evitar o descontrole Acolher a legítima expressão de sentimentos de ansiedade, raiva e tristeza ou inconformismo de pacientes e familiares, dando-lhes algum tempo para se acalmarem e abrindo-lhes as possiblidades de continuidade do acompanhamento COMO VALIDAR A EXPRESSÃO DE SENTIMENTOS E OFERECER RESPOSTAS AFETIVAS ÀS EMOÇÕES DOS PACIENTES E FAMILIARES Resumir as principais questões abordadas e traçar uma estratégia ou um plano de tratamento para ajudar os pacientes a sentirem-se menos ansiosos e inseguros Antes de discutir o plano de tratamento, perguntar aos pacientes se eles estão prontos para essa discussão e se aquele é o momento. COMO RESUMIR E TRAÇAR ESTRATÉGIAS
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