Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA JENIFFER LEANDRO SOUZA DIAS RA: C6417G3 DA PRESCRIÇÃO PENAL GOIÂNIA – GOIÁS 2017 UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA JENIFFER LEANDRO SOUZA DIAS RA: C6417G3 DA PRESCRIÇÃO PENAL Este trabalho é apresentado ao professor Tito Amaral da disciplina de Direito Penal. GOIÂNIA – GOIÁS 2017 SUMÁRIO 1- Introdução 3 2-Prescrição 4 3-Espécies de prescrição 4 4-Prazos da prescrição da pretensão punitiva 5 5- Prazos da prescrição da pretensão executória 5 6-Momento para o reconhecimento da prescrição 6 7-Redução dos prazos 6 8-Início do prazo da prescrição da pretensão punitiva 6 9- Início do prazo da prescrição da pretensão 6 10-Prescrição da multa 7 11-Interrupção do prazo de prescrição da pretensão punitiva 7 12- Interrupção do prazo de prescrição da pretensão executória 8 13-Comunicabilidade das causas de interrupção 9 14-Causas suspensivas da prescrição 9 15-Prescrição retroativa e intercorrente 9 16-Prescrição e perdão judicial 10 17-Conclusão 11 18-Referencias bibliográficas 12 INTRODUÇÃO Quando ocorre um fato delituoso nasce para o Estado o direito de punir, porém esse direito não é eterno, assim o Estado deve exercer o seu direito de punir dentro de um prazo estabelecido em lei, se não o fizer, acontece o que chamamos de prescrição. A prescrição trata-se de uma causa extintiva de punibilidade penal, conforme dispõe o art. 107 do Código Penal. A prescrição pode ser classificada em dois tipos: prescrição da pretensão punitiva e prescrição da pretensão executória. Este trabalho tem o objetivo de analisar a prescrição, através de sua definição, das teorias que procuram fundamentá-la, suas espécies, causas modificativas, suspensivas e impeditivas e a imprescritibilidade. PRESCRIÇÃO O Estado detém poder de punir, que se configura a partir do momento em que acontece a prática de uma conduta previamente tipificada em lei penal. A prescrição ocorre quando o Estado por decurso de certo tempo perde o direito de punir, assim mesmo que ele queira exercer esse seu direito, não lhe será permitido. Portanto pode-se dizer que a prescrição é um instituto jurídico onde o Estado por não fazer valer o seu direito de punir dentro de um determinado lapso temporal previsto pela lei, faz com que resulte na extinção da punibilidade. Com o passar do tempo surgiram alguns fundamentos para que se justificasse a prescrição como: o decurso do tempo, que motivaria o esquecimento da infração penal; a correção do condenado, pois um erro cometido não pode pesar sobre si para sempre; e a negligência da autoridade, que perdeu um direito concreto pela falta de ação. Atualmente ainda está em discussão no que se refere a natureza jurídica da prescrição, se é material (penal), processual (processual penal), ou mista. ESPÉCIES DE PRESCRIÇÃO A legislação penal faz referência a duas espécies de prescrição: a prescrição da pretensão punitiva e a prescrição da pretensão executória. A prescrição da pretensão punitiva sempre acontece antes de transitar em julgado a sentença penal condenatória, pois o Estado perde a possibilidade de formar o seu titulo executivo de natureza judicial, ele pode ate dar um decreto condenatório, porem não será valido, e serão apagados todos os seus efeitos, como se não houvesse acontecido o crime, ou a sentença condenatória. Portanto a prescrição da pretensão punitiva extingue o direito que o Estado tem de punir o fato criminoso, com isso não se gera nenhuma responsabilidade para o acusado, não marca seus antecedentes, portanto não se pode futuramente ser declarado reincidente, é como se fosse totalmente inocentado. Ao contrario, na prescrição da pretensão executória o Estado só perde o direito de executar sua decisão, pelo decurso de tempo. O transito em julgado da sentença formou o titulo executório, porem esse titulo deve ser executado dentro de certo lapso de tempo, que se não for cumprido, fará com que o titulo perca sua força executória. Se o condenado praticar outro crime será considerado reincidente se assim couber, ou como na hipótese do artigo 64, I, CP, implicará em maus antecedentes. PRAZOS DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA Conforme o artigo 109, caput:A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto nos §§1° e 2° do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime verificando-se: I-em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; II- em dezesseis anos se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; III- em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; IV- em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; V- em quatro anos, se o máximo d a pena é igual a um ano, ou sendo superior, não excede a dois; VI- em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano. Com o descrito no artigo 109, entende-se que o cálculo da prescrição é feito sobre a pena máxima cominada para cada infração penal. Como por exemplo, no crime de furto simples (artigo 155, caput), o limite máximo da pena é de quatro anos, portanto a prescrição da pretensão punitiva acontecerá ao final do transcurso de oito anos. O artigo 109 do CP, no seu paragrafo único diz que: ”Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previsto para as penas privativas de liberdade”. PRAZOS DA RESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA O artigo 110 do CP, dispõe que a prescrição depois de transitada em julgado a sentença penal condenatória, regula-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. Portanto o cálculo da prescrição será realizado sobre a pena determinada na sentença, e nesse caso se mantém todos os efeitos da sentença penal condenatória. MOMENTO PARA O RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO A prescrição é matéria de ordem pública conforme o artigo 61 do Código de Processo Penal, e deve em qualquer fase do processo, ser declarada de ofício, pelo juiz, se for o caso. REDUÇÃO DOS PRAZOS O artigo 115 do CP determina que sejam reduzidos pela metade os prazos prescricionais, se ao tempo do crime o agente era menor de 21, ou na data da sentença maior de 70 anos. INÍCIO DO PRAZO DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA Diz respeito ao início do prazo parra a contagem da prescrição da pretensão punitiva do Estado, conforme o artigo 111 do CP, dipõe que a contagem do prazo prescricional começa do dia da consumação do delito. Nos crimes formais ou de mera conduta, começa a contar do dia da pratica da ação ou da omissão. No caso de tentativa, já que não há consumação, conta-se a partir do último ato executório, nos crimes permanentes a data começa a ser contada a partir do dia da cessação da permanência, e por último nos crimes de bigamia e de falsificação ou alteração de assentamento do Registro Civil, o prazo só começa a fluir a partir do momento que o fato se tornar conhecido. INÍCIO DO PRAZO DE PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA O artigo 112 doCP, determina que :No caso dos arts 110 deste Código, a prescrição começa a correr: I-do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional; II- do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena. Nessas hipóteses acima mencionadas o Estado já formou o título executivo, faltando apenas executá-lo. Quando houver o descumprimento das condições susrsitárias ou do seu livramento condicional, serão excluídos os benefícios legais e passará a cumprir a pena de sua sentença penal condenatória. Após o transito em julgado que revogou o sursis, inicia-se o prazo prescricional, considerando a pena privativa de liberdade que havia sido interrompida condicionalmente. O mesmo ocorre quanto ao livramento condicional, porém o prazo será contado de acordo com o restante da pena, nos termos do artigo 113 do CP. O prazo da prescrição da pretensão executória também começa a ser contado a partir do dia em que se interrompe a execução da pena, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena, como no caso de superveniência de doença mental, pois o prazo de recolhimento ao hospital psiquiátrico é computado no cumprimento da pena, por força da detração penal. PRESCRIÇÃO DA MULTA Os prazos prescricionais para multa estão dispostos no artigo 114 do CP que diz: Art. 114. A prescrição da pena de multa ocorrerá: I-em dois anos, quando a multa for à única cominada ou aplicada; II- no mesmo prazo estabelecido para a prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. Esses prazos dizem respeito tanto à pretensão punitiva, quanto a pretensão executória do Estado. INTERRUPÇÃO DO PRAZO DE PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA As causas interruptivas da prescrição fazem com que o prazo, a partir delas, começe a ser contado novamente do início, assim após cada causa interruptiva da prescrição, se inicie uma nova contagem de prazos, sem considerar o tempo anterior corrido ao marco interruptivo. As causas interruptivas da prescrição estão no artigo 117 do CP que diz: Art.117. O curso da prescrição interrompe-se: I-pelo recebimento da denúncia ou da queixa; II- pela pronúncia; III- pela decisão confirmatória da pronúncia; IV- pela sentença condenatória recorrível; V- pelo início ou continuação do cumprimento da pena; VI- pela reincidência. O recebimento da denúncia ou da queixa em primeiro grau ou em julgamento de recurso, é causa interruptiva, deve ser um recebimento válido, pois o anulado não produz nenhum efeito. O aditamento feito à denúncia não interrompe a prescrição, a não ser que seja novo fato que descrito como uma infração penal, ou seja, incluído um novo acusado. A pronúncia é a decisão formal nos casos de competência do tribunal do júri, onde o juiz após convencido da materialidade dos fatos e autoria u participação do réu, dá fim a primeira parte do julgamento, declarando o dispositivo legal em cuja sanção se aplica ao réu. A sentença de pronúncia interrompe a prescrição, contando-se a partir da sua publicação em cartório. O acórdão que confirma a sentença de pronúncia interrompe a prescrição, o prazo para essa interrupção se dá a partir do dia da realização do julgamento, e não do dia da publicação do acórdão no Diário da justiça. A prescrição também é interrompida a partir da publicação em cartório da sentença penal condenatória recorrível, que é o momento em que ela se torna pública. Acórdão condenatório recorrível é aquele que confirma a sentença condenatória de primeiro grau, ou que condenou pela primeira vez o acusado, assim vário acórdãos sucessivos recorríveis podem interromper a prescrição. INTERRUPÇÃO DO PRAZO DE PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA O início ou a continuação do cumprimento da pena interrompe a prescrição da pretensão executória do Estado, caso o condenado tenha fugido ou seja revogado o livramento condicional, a recaptura ou a prisão do condenado interrompe a prescrição. A reincidência também interrompe a prescrição da pretensão executória, e o momento da interrupção se dá a partir do transito em julgado da sentença condenatória por um segundo crime. COMUNICABILIDADE DAS CAUSAS DE INTERRUPÇÃO Segundo o art. 117§1°: “Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles”. Portanto as causas interruptivas estendem-se a todos os autores do delito, o que ocorre também no concurso de crimes, quando houver conexão, desde que todos estejam no mesmo processo. CAUSAS SUSPENSIVAS DA PRESCRIÇÃO São as causas que suspendem o prazo prescricional, que só volta a correr a partir do momento em que as causas que as suspenderam tenham fim. Assim o tempo anterior é juntado ao tempo posterior a cessação do motivo que determinou a suspensão do prazo prescricional, conforme os incisos do art. 116 do CP. I-enquanto não resolvida, em outro processo, questão que dependa o reconhecimento da existência do crime; II- enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro. No caso de senadores e deputados federais, por sua imunidade parlamentar, após recebida a denúncia, o Supremo Tribunal Federal dará ciência a casa respectiva que poderá até a decisão final, sustar o andamento da ação, o que conforme o art. 53 §5° da CF, ocorrendo suspende a prescrição enquanto durar o mandato. PRESCRIÇÃO RETROATIVA E INTERCORRENTE A prescrição é retroativa quando, com base na pena aplicada na sentença penal condenatória com transito em julgado para o Ministério Público ou para o querelante, é refeito o cálculo prescricional, contando-se a partir da data do fato. Portanto a sua contagem é feita a partir da data do fato, até o despacho do recebimento da denúncia ou da queixa, que é causa de interrupção da prescrição, posteriormente será feito novo cálculo desde a data do recebimento da denúncia ou queixa, até a sentença penal condenatória recorrível. Se dentro desse lapso temporal for caracterizada a prescrição, será declarada a extinção da punibilidade, com base na prescrição retroativa. A prescrição intercorrente ocorre após transito em julgado para acusação ou do improvimento do seu recurso, tendo como base a pena fixada n sentença penal condenatória, essa modalidade de prescrição afeta a pretensão punitiva do Estado. PRESCRIÇÃO E PERDÃO JUDICIAL O perdão judicial é um dispositivo em que o juiz pode deixar de aplicar a pena se achar necessário, é causa de extinção da punibilidade e ocorre muito em casos em que as consequências do crime são tão graves para o agente, que a sanção penal torna-se desnecessária. Contudo conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a aplicação do perdão judicial somente impede os efeitos principais da condenação, subsistindo assim os efeitos secundários, que é o pagamento das custas e o lançamento no rol de culpados. CONCLUSÃO A prescrição Penal é de grande importância, a lei determina que o Estado exerça o seu direito de punir dentro de um determinado período de tempo, assim sendo a punição não pode ocorrer a qualquer tempo, pois mesmo que o Estado tenha o direito de punir, ocorrendo a prescrição, há também a extinção da punibilidade. A prescrição da pretensão punitiva acontece antes do transito em julgado da sentença penal condenatória, após a sentença, temos a prescrição da pretensão executória, que impede a possibilidade da execução da sanção penal imposta ao agente pela infração cometida. Prescrição intercorrente faz vista a acontecimentos posteriores à sentença, enquanto a prescrição retroativa se fundamenta na pena aplicada na sentença penal condenatória com transito em julgado onde o cálculo prescricional é refeito contando-se a partir do momento da denúncia ouda queixa. Portanto estudar as espécies de prescrição penal é de grande valia, pois são várias as situações em que podem ocorrer a prescrição, dando fim a um processo que poderia se estender, se não fosse observado esse importante instituto da prescrição penal. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS GRECO,Rogério.Curso de Direito Penal: Parte Geral-vol.1,12°ed.,res.,ampl.Até1 de janeiro de 2010. Rio de Janeiro,Impectus,2010. Mirabete.Julio Falbrini. Manual de Direito Penal, Parte Geral, 19° ed,São Paulo, Atlas, 2003.
Compartilhar