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prescrição

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Conceito 
Perda do direito-poder-dever de punir pelo Estado em face do não 
exercício da pretensão punitiva (interesse em aplicar a pena) ou da 
pretensão executória (interesse em executá-la) durante certo 
tempo. 
• É uma causa de extinção da punibilidade (art 107 do CP) 
• Matéria de ordem pública 
• Instituto que acontece em casos de ação penal pública 
• Pode acontece em qualquer fase do processo seja ela 
antes da sentença ou depois (art 61, cpp) 
• O Estado ou MP, buscam sempre o maior prazo 
prescricional 
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta 
a punibilidade, deverá declará-lo de ofício 
 
Natureza Jurídica 
A prescrição é um instituto de Direito Penal, estando elencada pelo 
CP como causa de extinção da punibilidade (art. 107, inc. IV). Embora 
leve também à extinção do processo, essa é uma mera consequência 
da perda do direito de punir, em razão do qual se instaurou a relação 
processual. 
 
 
Espécies de Prescrição 
O Estado possui 2 pretensões: a de punir e a de executar a punição 
o delinquente. Só podem existir, por conseguinte, 2 extinções, quais 
sejam: 
• PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA (PPP) 
 acontece antes da sentença e assim fulmina o direito de 
punir. 
 
• PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA (PPE) 
 acontece depois da sentença e sendo assim fulmina o 
direito de executar a pena 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prescrição antes de transitar em 
julgado a sentença (PPP) 
 
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença 
final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo 
máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, 
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; 
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não 
excede a doze; 
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não 
excede a oito; 
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não 
excede a quatro; 
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo 
superior, não excede a dois; 
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. 
(Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010). 
Prescrição das penas restritivas de direito 
Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos 
prazos previstos para as privativas de liberdade. 
 
Se o cálculo deve ser realizado antes mesmo de qualquer sentença 
condenatória, onde nela é concretizada a pena aplicada ao agente, 
podemos concluir que a prescrição que leva em consideração a pena 
máxima cominada a cada infração penal diz respeito à pretensão 
punitiva do Estado. 
 
Prescrição depois de transitar em 
julgado a sentença penal 
condenatória (PPE) 
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença 
condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos 
fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o 
condenado é reincidente. 
 
§ 1o A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em 
julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-
se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por 
termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa. 
 
Tal artigo assevera que o cálculo deverá ser realizado sobre a pena 
concretizada na sentença. Contudo o caput do art. 110 deverá ser 
conjugado com o seu §1º 
Prescrição 
 
 
Isso porque caso ambas as partes tenham recorrido, ou seja, 
Ministério Público, por exemplo, e sentenciado, não havendo, ainda, o 
trânsito em julgado para o Ministério Público, tal sentença ainda 
poderá sofrer modificações, elevando-se, a pena aplicada, razão pela 
qual a contagem do prazo prescricional, nessa hipótese, deverá ser 
ainda realizada levando-se em consideração a pena máxima cominada 
à infração penal. 
 
Contudo, caso não tenha havido recurso do Ministério Público, ou 
depois de ter sido ele improvido, como a pena aplicada não poderá 
ser elevada em face do princípio que impede a sua reforma para 
pior (non reformatio in pejus), a contagem do prazo prescricional já 
poderá ser levada a efeito com base na pena concretizada na 
sentença. 
• os prazos previstos pelo art. 109 serão aumentados em 
um terço se o condenado for reincidente. 
 
Prescrição das penas restritivas 
de direito 
Como as penas restritivas de direito são substitutivas, o prazo para 
efeitos de cálculo de prescrição será aquele previsto para a pena 
privativa de liberdade aplicada. Embora tenha havido substituição da 
pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos, o tempo de 
cumprimento desta última será o mesmo daquela, conforme 
entendimento consagrado no art. 109 do Código Penal. 
• O prazo prescricional será sempre o prazo da pena 
privativa de liberdade 
• Requisitos da PPE 
 
 
Momento para o reconhecimento 
da prescrição 
A prescrição é matéria de ordem pública, razão pela qual, nos termos 
do art. 61 do Código de Processo Penal, “em qualquer fase do 
processo, o juiz se, reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-
lo de ofício” 
Cabe ressaltar, que o juiz somente poderá declarar a extinção da 
punibilidade com base no reconhecimento da prescrição se já houver 
um processo em andamento. Caso exista tão somente inquérito 
policial, somos da opinião de que a declaração de extinção da 
punibilidade não poderá ser levada a efeito. 
 
 
 
 
 
Termo inicial da prescrição antes 
de transitar em julgado a sentença 
final (PPP) 
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença 
final, começa a correr: 
 
I - do dia em que o crime se consumou; (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de 
assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou 
conhecido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 
A PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA COMEÇA A CORRER: 
→ a partir da consumação do crime: 
observe que o CP adotou a teoria do resultado, para o começo do 
prazo prescricional, embora, em seu art. 4º considere que o crime é 
praticado no momento da ação ou da omissão, ainda que outro seja o 
do resultado (teoria da atividade). Assim, o crime ocorre no momento 
em que se dá a ação ou omissão (teoria da atividade), mas, 
paradoxalmente, a prescrição só começa a correr a partir da sua 
consumação (teoria do resultado). 
 
→ no caso de tentativa, no dia em que cessou a atividade: 
uma vez que, nesta, não há consumação, outro deve ser o termo 
inicial. 
Ex.: Pode acontecer que o agente querendo causar a morte de seu 
desafeto, contra ele efetue o primeiro disparo, atingindo-o no braço. 
Quando ia efetuar o segundo disparo, o agente é impedido por 
diversas pessoas que ali se encontravam, ficando interrompida a 
execução do crime de morte. 
 
De acordo com o art. 111, II do CP a partir desse instante já se 
poderá contar o prazo prescricional. 
 
Contudo, pode acontecer que os diversos atos de execução se 
distanciem no tempo, a exemplo daquele que quer matar alguém por 
envenenamento e aplica-lhe, diariamente, doses que, se conjugadas, o 
levarão a morte. A partir da ministração da última dose que, se 
conjugadas, o levarão a morte é que o prazo prescricional terá início. 
 
 
→ nos crimes permanentes, a partir da cessação da 
permanência: 
crime permanente é aquele cujo momento consumativo prolonga-se 
no tempo (ex.: seqüestro). A cada dia renova-se o momento 
consumativo e, com ele, o termo inicial do prazo. 
Assim, a prescrição só começa a correr da data em que se der o 
encerramento da conduta, ou seja, com o términoda permanência. 
Enquanto a infração penal estiver se prolongando no tempo, até que 
cesse a permanência, não terá início o prazo prescricional. 
 
→ nos crimes de bigamia e nos de falsificação ou alteração 
de assentamento de registro civil, a partir da data em que 
o fato tornou-se conhecido da autoridade (delegado de 
polícia, juiz de Direito ou promotor de Justiça): 
são crimes difíceis de serem descobertos, de modo que se a 
prescrição começasse a correr a partir da consumação o Estado 
perderia sempre o direito de punir. 
Se o fato é notório, não há necessidade de prova do conhecimento 
formal da ocorrência, conforme entendimento dos nossos tribunais. A 
instauração de inquérito policial ou sua requisição pelo juiz ou 
promotor de Justiça constituem prova inequívoca do conhecimento do 
fato pela autoridade. 
Vale frisar que todas essas hipóteses dizem respeito ao início do 
prazo para a contagem da prescrição da pretensão punitiva do 
Estado. Inicialmente, considerando-se a pena máxima cominada em 
abstrato para a infração penal e, posteriormente, caso não tenha 
ocorrido com base na pena máxima em abstrato, para o cálculo 
levando-se em consideração a pena aplicada na sentença penal 
condenatória com trânsito em julgado para a acusação. 
 
→ nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e 
adolescentes, previstos neste Código ou em legislação 
especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) 
anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a 
ação penal. 
 
 
Termo inicial da prescrição após a 
sentença condenatória 
irrecorrível 
Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a 
correr: 
 
I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a 
acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o 
livramento condicional; 
 
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da 
interrupção deva computar-se na pena 
Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do 
livramento condicional 
 
A PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA COMEÇA A 
CORRER A PARTIR: 
 
→ da data do trânsito em julgado da sentença condenatória 
para a acusação (a condenação só pode ser executada após o 
trânsito em julgado para ambas as partes, mas a prescrição já 
começa a correr a partir do trânsito em julgado para a 
acusação). 
 
→ da data em que é proferida a decisão que revoga o 
livramento condicional ou o sursis; 
 
→ do dia em que a execução da pena é interrompida por 
qualquer motivo. 
 
Obs.: Nos casos de interrupção da execução da pena pela fuga do 
condenado e de revogação do livramento condicional, a prescrição é 
regulada pelo tempo que resta da pena. 
• Cabe ressaltar, que nessas hipóteses, o Estado já formou 
o seu título executivo, restando apenas, executá-lo. 
 
No que diz respeito ao sursis, deverá cumprir integralmente a pena 
que lhe fora aplicada, pois que esta se encontrava suspensa 
mediante determinadas condições. a partir da data do trânsito em 
julgado da decisão que revogou o sursis, tem-se início o prazo 
prescricional, que será contado considerando-se a pena privativa de 
liberdade cujo cumprimento havia sido suspenso condicionalmente. 
 
Quanto ao livramento condicional, também devemos dar início à 
contagem do prazo prescricional a partir da data do trânsito em 
julgado da sentença que o houver revogado. Contudo, o prazo deverá 
ser contado de acordo com o tempo que resta da pena, nos termos 
do art. 113 do Código Penal. 
 
O inciso II cuida da hipótese em que a execução é interrompida, seja, 
por exemplo, pela fuga do condenado ou pelo fato de ter sido 
internado em razão de doença mental. O dia da fuga é o termo inicial. 
 
Na segunda parte do inciso, dá-se diferente: sobrevindo doença 
mental ou internação do sentenciado (arts. 41 e 42 do CP), o tempo 
de internação será contado como de cumprimento de pena, não se 
podendo, por isso, correr o prazo de prescrição, de maneira 
simultânea. 
Desta forma, havendo a fuga do condenado, a prescrição será 
contada pelo tempo restante de pena a cumprir, de acordo como art. 
113 do Código Penal. 
 
Prescrição da multa 
Para saber qual o prazo prescricional da pena pecuniária, é preciso 
verificar se a hipótese é de PPP ou de PPE. O art. 114 do CP, o qual 
trata apenas da prescrição da pretensão punitiva, dispôs com 
redação determinada pela Lei no 9.268/96, que a multa prescreve: 
Art. 114: A prescrição da pena de multa ocorrerá: 
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada; 
 
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa 
de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente 
cominada ou cumulativamente aplicada 
 
 
DESSA FORMA: 
→ quando a multa for cominada abstratamente no tipo penal, 
cumulativa ou alternativamente com pena privativa de liberdade, 
o seu prazo prescricional será o mesmo desta, obedecendo ao 
princípio estabelecido no art. 118 do CP, segundo o qual as penas 
mais leves (multas) prescrevem junto com as mais graves 
(privativas de liberdade); 
 
→ quando imposta na sentença condenatória, cumulativamente 
com pena privativa de liberdade, a multa prescreverá no 
mesmo prazo desta, obedecendo ao princípio estabelecido no 
art. 118 do CP, segundo o qual as penas mais leves (multas) 
prescrevem junto com as mais graves (privativas de liberdade); 
 
→ quando prevista abstratamente no tipo isoladamente, a multa 
prescreverá no prazo de 2 anos; 
 
→ quando imposta isoladamente na sentença condenatória, a multa 
prescreverá no prazo de 2 anos. 
 
→ Há entendimento no sentido de que a prescrição da pretensão 
executória da multa dar-se-á sempre em 5 anos, e a execução 
será feita separadamente da pena privativa de liberdade 
perante a vara de Fazenda Pública, uma vez que a nova lei 
determinou que, para fins de execução, a pena pecuniária fosse 
considerada dívida de valor, conforme art. 51 do CP. 
 
→ Há entendimento no sentido de que os prazos prescricionais 
previstos no art. 114 do CP, dizem respeito tanto à pretensão 
punitiva quanto à pretensão executória do Estado, desta forma, 
não haveria o que se falar no prazo de 5 anos da PPE. 
 
 
 
Diminuição dos prazos prescricionais 
O art. 115 do Código Penal, por razões de política criminal, determina 
a redução pela metade dos prazos prescricionais quando o agente 
era, ao tempo do crime, ou seja, no momento da ação ou omissão, 
menor de 21 anos, ou da data da sentença penal condenatória, maior 
de 70 anos. 
 
Subespécies de prescrição da 
pretensão punitiva 
Dependendo do momento processual em que o Estado perde o seu 
direito de aplicar a pena, e de acordo com o critério para o cálculo do 
prazo, a prescrição da pretensão punitiva subdivide-se em: 
 
→ PPP abstrata ou propriamente dita (art. 109, caput): 
calculada com base na maior pena prevista no tipo legal (pena 
abstrata); 
Como calcular: Máximo da pena + art. 109 + causas de aumento e 
diminuição (exceto crime continuado e concurso formal próprio) e art. 
115 
 
→ PPP intercorrente ou superveniente à sentença 
condenatória (art. 110,§1o): 
calculada com base na pena efetivamente fixada pelo juiz na 
sentença condenatória e aplicável sempre após a condenação 
de primeira instância; 
 
• Recebimento da denúncia até a sentença, passar o tempo 
determinado da sentença (ex: sentença de 6 anos, só que 
até momento que foi feito a sentença já se passaram 
6banos, então prescreve// PPP) 
 
Pressupostos: Não ocorrência da prescrição abstrata e retroativa + 
Sentença Penal Condenatória + Trânsito em julgado para acusação ou 
improvimento do recurso. 
Como calcular: Pena aplicada + art. 109 + art. 115. 
 
→ PPP retroativa: 
calculada com base na pena efetivamente fixada pelo juiz na 
sentença condenatória eaplicável da sentença condenatória 
para trás; 
A Lei 12.234/10 alterou a prescrição retroativa ao dar nova redação 
ao § 1o e excluir o § 2o do art. 110 do mesmo diploma legal (revogado 
expressamente – art. 3o da lei 12.234/10). 
A aplicação da prescrição retroativa somente pode ser aplicada 
atgora entre a sentença condenatória com trânsito em julgado para 
a acusação ou depois de improvido seu recurso e o recebimento da 
denuncia, e não mais até a ocorrência dos fatos, como possibilitava a 
antiga redação do dispositivo legal em comento. 
 
Causas interruptivas da 
prescrição da pretensão punitiva 
São aquelas que obstam o curso da prescrição, fazendo com que 
esse se reinicie do zero, desprezando-se o tempo já decorrido. São, 
portanto, aquelas que “zeram” o prazo prescricional, ou seja, após 
cada causa interruptiva da prescrição deve ser procedida nova 
contagem do prazo, desprezando-se, para esse fim, o tempo 
anterior ao marco interruptivo (art. 117, §2o do CP). 
 
SÃO AS SEGUINTES: 
→ recebimento da denúncia ou da queixa: 
a publicação do despacho que recebe a denúncia ou a queixa 
interrompe a prescrição, o CP exige para fins de interrupção da 
prescrição o recebimento e não somente o oferecimento da denúncia 
ou da queixa. O recebimento do aditamento à denúncia ou à queixa 
não interrompe a prescrição, a não ser que seja inclusão de nova 
infração penal, ou novo acusado, conforme entendimento dos nossos 
tribunais. A rejeição também não interrompe a prescrição; 
 
→ publicação da sentença de pronúncia: 
A pronúncia é ato formal de decisão pelo qual o juiz, nos casos de 
competência do tribunal de Júri, se convencendo da existência do 
crime e de indícios de sua autoria, encerra a primeira etapa do 
julgamento, declarando o dispositivo legal em cuja sanção julgar 
incurso o réu. Cabe ressaltar, que interrompe a prescrição não 
apenas para os crimes dolosos contra a vida, mas também com 
relação aos delitos conexos. 
Portanto, nos processos de competência do Júri, a sentença de 
pronúncia interrompe a prescrição, contando-se tal marco 
interruptivo a partir da sua publicação em cartório. 
 
→ acórdão confirmatório da pronúncia; 
 
→ publicação da sentença condenatória recorrível: 
Pela redação do inciso IV, do art. 117 do CP, podemos concluir que 
somente a sentença penal condenatória recorrível interrompe a 
prescrição, não possuindo essa força, portanto, aquela de natureza 
absolutória. A publicação de uma sentença ocorre na data em que o 
escrivão recebe-a em cartório assinada pelo juiz, e não a partir da 
sua publicação no órgão oficial de imprensa, conforme jurisprudência 
dominante. 
 
Causas suspensivas da prescrição 
da pretensão punitiva 
São aquelas que sustam o prazo prescricional fazendo com que ele 
recomece a correr apenas pelo que restar, aproveitando o tempo 
anteriormente decorrido. Portanto, o prazo volta a correr pelo tempo 
que faltava, não retornando à estaca zero, como nas causas 
interruptivas. 
 
SUSPENDE-SE A PRESCRIÇÃO: 
→ enquanto não resolvida em outro processo questão de que 
dependa o conhecimento da existência do crime: 
pode-se citar o delito de bigamia, se a validade do casamento anterior 
estiver sendo discutida no juízo cível, o curso da ação penal ficará 
suspenso, suspendendo-se, também, o prazo prescricional, até que 
seja resolvida a questão prejudicial. Sendo decidida a questão 
prejudicial, o processo retoma o seu curso normal, bem como tem- 
se por reiniciado o lapso prescricional, ficando o juízo criminal 
vinculado à decisão proferida pelo juízo cível; 
 
→ enquanto o agente cumpre pena no exterior: 
Conforme lições de Frederico Marques, “a razão desse impedimento 
está na impossibilidade de obter-se a extradição do criminoso; e como 
poderia o tempo de cumprimento da pena no estrangeiro ser tal que 
o da prescrição corresse por inteiro, consignou o legislador a regra 
em foco, para que se extinguisse o direito estatal de punir”. Em 
sentido contrário, se o agente cumpre pena no Brasil, não ocorrerá a 
suspensão do prazo da prescrição; 
 
→ na pendência de embargos de declaração ou de recursos 
aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis; e 
 
→ enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não 
persecução penal. O acordo de não persecução penal está 
previsto no artigo 28-A do Código de Processo Penal 
(Pacote Anticrime). 
 
Causas interruptivas da prescrição 
da pretensão executória 
Obstam o curso da prescrição, fazendo com que se reinicie do zero 
(desprezado o tempo até então decorrido), as seguintes causas: 
 
→ início ou continuação do cumprimento da pena: 
Isso quer dizer que o Estado já havia formado o seu título, que 
aguardava apenas a sua execução. Com o início do cumprimento da 
pena, interrompida estará tal modalidade de prescrição 
. 
→ reincidência: 
a interrupção da prescrição ocorre na data em que o novo crime é 
praticado e não na data em que se transita em julgada sentença 
condenatória pela prática desse novo crime, conforme entendimento 
majoritário. 
 
Observação: - a interrupção da PPE em relação a um dos autores 
não produz efeitos quanto aos demais (ao contrário das causas 
interruptivas da PPP). 
 
Causas suspensivas da prescrição 
da pretensão executória 
Essas causas sustam o prazo, fazendo com que recomece pelo 
tempo restante (o período decorrido é computado). 
 
→ A prisão por qualquer outro motivo que não a condenação 
que se pretende executar: 
a prescrição da pretensão de executar uma condenação não corre 
enquanto o condenado estiver preso por motivo diverso da 
condenação que se quer efetivar.

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