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ÁLGEBRA VETORIAL E LINEAR PARA COMPUTAÇÃO DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA - UFRPE 2a VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM - 20/03/2017 Profo. Gilson Simões Questão 1. Considere o espaço vetorial R3 munido com o produto interno canônico. a) (1,0 ponto) Calcule o ângulo entre os vetores u = (2,−1, 1), v = (1, 1, 2). Demonstração. O cosseno do ângulo entre os vetores u = (2,−1, 1) e v = (1, 1, 2) é calculado pela fórmula cos(θ) = 〈u, v〉||u||||v|| . Neste caso, temos que 〈u, v〉 = 〈(2,−1, 1), (1, 1, 2)〉 = 2− 1 + 2 = 3. ||u|| = √ 〈(2,−1, 1), (2,−1, 1)〉 = √4 + 1 + 1 = √6. ||v|| = √ 〈(1, 1, 2), (1, 1, 2)〉 = √1 + 1 + 4 = √6. Assim, cos(θ) = 3√ 6 √ 6 = 36 = 1 2 , isto é, θ = pi3 (60 o graus). � b) (1,5 pontos) Seja β = {(1, 1, 0), (1, 0, 1), (0, 2, 0)} base de R3. A partir de β, obtenha uma base ortonormal de R3 com relação ao produto interno canônico. Demonstração. Seja v1 = (1, 1, 0), v2 = (1, 0, 1) e v3 = (0, 2, 0). Vamos usar o processo de ortogonalização de Gram-Schmidt para obeter uma base ortogonal a partir de β. v′1 = v1 = (1, 1, 0) v′2 = v2 − 〈v2, v′1〉 〈v′1, v′1〉 v′1 = (1, 0, 1)− 〈(1, 0, 1), (1, 1, 0)〉 〈(1, 1, 0), (1, 1, 0)〉(1, 1, 0) = (1, 0, 1)− 12(1, 1, 0) = (1 2 ,− 1 2 , 1 ) . v′3 = v3 − 〈v3, v′2〉 〈v′2, v′2〉 v′2 − 〈v3, v′1〉 〈v′1, v′1〉 v′1 Mas 〈v3, v′2〉 = 〈 (0, 2, 0), (1 2 ,− 1 2 , 1 )〉 = −1, 〈v′2, v′2〉 = 〈(1 2 ,− 1 2 , 1 ) , (1 2 ,− 1 2 , 1 )〉 = 32 , 〈v3, v′1〉 = 〈(0, 2, 0), (1, 1, 0)〉 = 2, 〈v′1, v′1〉 = 〈(1, 1, 0), (1, 1, 0)〉 = 2. Assim v′3 = (0, 2, 0) + 2 3 (1 2 ,− 1 2 , 1 ) − (1, 1, 0) = ( −23 , 2 3 , 2 3 ) . Portanto β′ = {v′1, v′2, v′3} é uma base ortogonal. Para obter a base ortonormal, basta agora dividir cada vetor pela sua norma. Assim u1 = v′1 ||v′1|| = ( 1√ 2 , 1√ 2 , 0 ) , u2 = v′2 ||v′2|| = ( 1√ 6 ,− 1√ 6 , 2√ 6 ) , u3 = v′3 ||v′3|| = ( − 1√ 3 , 1√ 3 , 1√ 3 ) . Portanto, β′′ = {u1, u2, u3} é a base ortonormal obtida a partir da base β e do produto interno canônico. � c) (1,0 ponto) Dado os subespaços U = {(x, y, z) ∈ R3; x− 2y + 3z = 0}, W = [(2,−1, 1)], determine U⊥,W⊥. Demonstração. Diretamente da definição de complemento ortogonal temos que W⊥ = {(x, y, z) ∈ R3; 〈(x, y, z), (2,−1, 1)〉 = 0} = {(x, y, z) ∈ R3; 2x− y − z = 0} = {(x, y, z) ∈ R3; z = 2x− y} = {(x, y, 2x− y); x, y ∈ R} = {x(1, 0, 2) + y(0, 1,−1); /x, y ∈ R} = [(1, 0, 2), (0, 1,−1)]. Para encontrarmos U⊥ precisamos antes transformar U em um conjunto gerador. U = {(x, y, z) ∈ R3; x− 2y + 3z = 0} = {(x, y, z) ∈ R3; x = 2y − 3x} = {(2y − 3z, y, z); y, z ∈ R} = {y(2, 1, 0) + z(−3, 0, 1); y, z ∈ R} = [(2, 1, 0), (−3, 0, 1)]. Agora, usando novamente a definição de complemento ortogonal, temos U⊥ = {(x, y, z) ∈ R3; 〈(x, y, z), (2, 1, 0)〉 = 0 e 〈(x, y, z), (−3, 0, 1)〉 = 0} = {(x, y, z) ∈ R3; 2x+ y = 0 e − 3x+ z = 0} = {(x, y, z) ∈ R3; y = 2x e z = 3x} = {(x, 2x, 3x); x ∈ R} = [(1, 2, 3)]. � Questão 2. Considere a transformação linear T : R3 → R2 defina por T (x, y, z) = (−y + z,−x+ y) a) (1,0 ponto) Determine o Ker(T ). T é uma transformação linear injetiva? Justifique! Demonstração. Usando a definição do Núcleo para esta transformação linear, temos Ker(T ) = {(x, y, z) ∈ R3; T (x, y, z) = (0, 0)} = {(x, y, z) ∈ R3; (−y + z,−x+ y) = (0, 0)} = {(x, y, z) ∈ R3; z = y e x = y0} = {(y, y, y); y ∈ R} = [(1, 1, 1)]. Como Ker(T ) 6= {(0, 0, 0)}, então a tranformação linear não é injetiva. Além disso, note que dim Ker(T ) = 1. � b) (1,0 ponto) T é uma transformação linear sobrejetiva?Justifique! Demonstração. Existem duas formas de solucionar este item. A mais fácil é usando o Teorema do Núcleo e da Imagem. Por ele temos que 3 = dim R3 = dim Ker(T ) + dim Im(T ) = 1 + dim Im(T ), isto é, dim Im(T ) = 2. Como a dim R2 = 2, segue que T é uma transformação linear sobrejetiva. A segunda forma de resolver este item é calculando explicitamente o subespaço Im(T ). Por definição, temos Im(T ) = {(−y + z,−x+ y); x, y, z ∈ R} = {(0,−x) + (−y, y) + (z, 0); x, y, z ∈ R} = {x(0,−1) + y(−1, 1) + z(1, 0); x, y, z ∈ R} = [(0,−1), (−1, 1), (1, 0)]. Agora, como o subespaço Im(T ) tem sempre dimensão menor ou igual ao contrado- mínio, então um dos vetores geradores do subespaço Im(T ) é combinação linear dos outros dois. Neste caso, observe que (−1, 1) = −1(1, 0)− 1(0,−1) e que (0,−1) e (1, 0) são vetores linearmente independentes (L.I). Assim, Im(T ) = [(0,−1), (1, 0)] e βIm(T ) = {(0,−1), (1, 0)} é uma base para o subespaço Im(T ). Logo, temos que dim Im(T ) = 2 = dim R2. Portanto, T é uma tranformação linear sobrejetiva. � c) (1,5 pontos) Seja α = {(0, 1, 1), (1, 0, 0), (1, 0, 1)} base de R3 e β = {(1, 1), (1, 2)} base de R2. Determine [T ]αβ . Demonstração. Usando a transformação linear dada na questão, observamos que T (0, 1, 1) = (0, 1), T (1, 0, 0) = (0,−1) e T (1, 0, 1) = (1,−1). Agora basta escrever esses resultados como combinação linear dos vetores da base β, pois os coeficientes desta combinação linear são as colunas da matriz [T ]αβ . Isto é, (0, 1) = a(1, 1) + b(1, 2) 0 = a + b1 = a + 2b ⇒ a = −1b = 1 , (0,−1) = a(1, 1) + b(1, 2) 0 = a + b−1 = a + 2b ⇒ a = 1b = −1 , (0, 1) = a(1, 1) + b(1, 2) 1 = a + b−1 = a + 2b ⇒ a = 3b = −2 , ou seja, [T ]αβ = −1 1 3 1 −1 −2 . � Questão 3. Seja T : R3 → R3 o operador linear tal que [T ]αα = 3 0 −4 0 3 5 0 0 −1 , onde α é a base canônica de R3. a) (1,0 ponto) Determine T (x, y, z). Demonstração. A base canônica de R3 é a base α{(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)}. Um vetor genérico (x, y, z) ∈ R3 é escrito de maneira única como; (x, y, z) = x(1, 0, 0) + y(0, 1, 0) + z(0, 0, 1). Assim T (x, y, z) = xT (1, 0, 0) + yT (0, 1, 0) + zT (0, 0, 1). Precisamos descobrir quem é T (1, 0, 0), T (0, 1, 0) e T (0, 0, 1). Para isso usamos as colunas da matriz [T ]αα. Temos que T (1, 0, 0) = 3(1, 0, 0) + 0(0, 1, 0) + 0(0, 0, 1) = (3, 0, 0), T (0, 1, 0) = 0(1, 0, 0) + 3(0, 1, 0) + 0(0, 0, 1) = (0, 3, 0), T (0, 0, 1) = −4(1, 0, 0) + 5(0, 1, 0)− 1(0, 0, 1) = (−4, 5,−1). Portanto T (x, y, z) = xT (1, 0, 0) + yT (0, 1, 0) + zT (0, 0, 1) = x(3, 0, 0) + y(0, 3, 0) + z(−4, 5,−1) = (3x− 4z, 3y + 5z,−z). � b) (2,0 ponto) Determine os autovalores de T e os subespaços associados a estes autovalores. Demonstração. O polinômio característico do opeador linear T é dado por p(λ) = det([T ]αα − λI3), isto é, p(λ) = det 3− λ 0 −4 0 3− λ 5 0 0 −1− λ = (3− λ)2(−1− λ). É sabido que as raízes do polinômico característico são os autovalores do operador linear T . Assim p(λ) = 0 se, e somente se, (3 − λ)2 = 0 ou (−1 − λ) = 0, isto é, se λ = 3 ou λ = −1. Agora vamos determinas os subespaços associados a estes autovalores. Neste caso, é sabido que Vλ = {(x, y, z) ∈ R3; T (x, y, z) = λ(x, y, z)}. Para λ = 3 temos T (x, y, z) = 3(x, y, z)⇔ 3 0 −4 0 3 5 0 0 −1 x y z = 3 x y z ⇔ 3x− 4z = 3x 3y + 5z = 3y −z = 3z ⇔ 4z = 0 5z = 0 z = 0 . Assim, o subespaço associado ao autovalor λ = 3 é Vλ=3 = {(x, y, z) ∈ R3;T (x, y, z) = 3(x, y, z)} = {(x, y, 0); x, y ∈ R} = {x(1, 0, 0) + y(0, 1, 0); x, y ∈ R} = [(1, 0, 0), (0, 1, 0)]. Para λ = −1 temos; T (x, y, z) = −1(x, y, z) ⇔ 3 0 −4 0 3 5 0 0 −1 x y z = −1 x y z ⇔ 3x− 4z = −x 3y + 5z = −y −z = −z ⇔ x = z y = −54z −z = −z . Assim, o subespaço associado ao autovalor λ = −1 é Vλ=−1 = {(x, y, z) ∈ R3;T (x, y, z) = −1(x, y, z)} = {(x, y, z);x = z, y = −54z} = {(z,−54z, z) ∈ R} = [(1,−54 , 1)]. �
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