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Universidade Federal de Viçosa Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas - CCE Departamento de Matemática MAT 137 (PER) - Introdução à Álgebra Linear 1a Prova (GAB1) - 31/10/2020 Nome: Matŕıcula: Turma: Todas as respostas devem ser justificadas! BOA PROVA! 1. (8 pontos) Sejam U = { at2 + bt + c ∈ P2(R) ; a + 2b− c = 0 } e W = { at2 + bt + c ∈ P2(R) ; a + 4b = 0 } subespaços vetoriais de P2(R). Determine: (a) uma base e a dimensão de U . (b) uma base e a dimensão de W . (c) uma base e a dimensão de U ∩W . (d) uma base U + W . U + W = P2(R)? Justifique sua resposta. Resolução. (a) O polinômio p(t) = at2 + bt + c ∈ P2(R) pertence a U se, e só se, p(t) = at2 + bt + a + 2b︸ ︷︷ ︸ = c = a(t2 + 1) + b(t + 2) = ap1(t) + bp2(t), ou seja, se, e só se, p(t) é uma combinação linear de p1(t) = t 2 + 1 e p2(t) = t+ 2. Assim, o conjunto BU = {p1(t), p2(t)} gera U e é linearmente independente, pois os vetores não são múltiplos escalares um do outro. Logo BU é base de U e dimU = 2. (b) O polinômio p(t) = at2 + bt + c ∈ P2(R) pertence a W se, e só se, p(t) = −4b︸︷︷︸ =a t2 + bt + c = b(−4t2 + t) + c · 1 = bp3(t) + cp4(t), ou seja, se, e só se, p(t) é uma combinação linear de p3(t) = −4t2 + t e p4(t) = 1. Como o conjunto BW = {p3(t), p4(t)} gera W e é linearmente independente, pois os vetores não são múltiplos escalares um do outro, BW é base de W . Temos que dimW = 2. (c) O polinômio p(t) = at2 + bt + c ∈ P2(R) pertence a U ∩W se, e só se,{ a + 2b− c = 0 a + 4b = 0 ∼ { 2b + c = 0 a + 4b = 0 ou seja, se, e só se, p(t) = −4bt2 + bt−2b = b(−4t2 + t−2). Como o conjunto BU∩W = {−4t2 + t−2} gera U ∩W e é linearmente independente, BU∩W é base de U ∩W . Temos que dimU ∩W = 1. (d) Como dimP2(R) = 3, dim(U + W ) = dimU + dimW − dimU ∩W = 2 + 2− 1 = 3 e U + W é um subespaço vetorial de P2(R), conclúımos que U + W = P2(R). Um exemplo de base para U + W é a base canônica {1, t, t2}. 2. (8 pontos) Considere o conjunto S = {v1 = (−1, 2, 3) , v2 = (2,−1, 1) , v3 = (4, 1, 9)}. (a) Determine condições sobre a, b e c de modo que v = (a, b, c) pertença ao subespaço [S], onde [S] representa o conjunto de todas as combinações lineares dos elementos de S. (b) O vetor (1, 1, 4) ∈ [S]? Em afirmativo, escreva esse vetor como combinação linear de v1, v2 e v3. (c) Determine uma base e a dimensão de [S]. (d) Se [S] 6= R3, complete a base de [S] encontrada no item (c) de modo a formar uma base de R3, justificando sua resposta. Resolução. (a) O vetor v = (a, b, c) ∈ R3 pertence a [S] = [v1, v2, v3] se, e só se, existirem escalares x, y, z tais que v = xv1 + yv2 + zv3 ⇔ (a, b, c) = (−x + 2y + 4z, 2x− y + z, 3x + y + 9z) (1) ou, equivalentemente, { −x+ 2y + 4z = a 2x− y + z = b 3x+ y + 9z = c (2) Para resolver o sistema acima usamos o método de Gauss. Como[ −1 2 4 2 −1 1 3 1 9 ∣∣∣∣∣ abc ] L2 → L2 + 2L1−−−−−−−−−−−→ L3 → L3 + 3L1 [ −1 2 4 0 3 9 0 7 21 ∣∣∣∣∣ ab+ 2ac+ 3a ] L1 → −L1 L2 → 12L2−−−−−−−→ L3 → L3 − 73L2 [ 1 −2 −4 0 1 3 0 0 0 ∣∣∣∣∣ −ab+2a3−5a−7b+3c 3 ] (3) para que o sistema (2) tenha solução é necessário e suficiente que pA = p = 2, ou seja, os escalares a, b e c devem satisfazer a equação 5a + 7b− 3c = 0. (b) O vetor (1, 1, 4) ∈ [S], pois 5 · 1 + 7 · 1 − 3 · 4 = 0. Fazendo a = b = 1 e c = 4 em (1)-(2)-(3) obtemos [ −1 2 4 2 −1 1 3 1 9 ∣∣∣∣∣ 114 ] ∼ [ 1 −2 −4 0 1 3 0 0 0 ∣∣∣∣∣ −110 ] ∼ [ 1 0 2 0 1 3 0 0 0 ∣∣∣∣∣ 110 ] (4) o que implica em a = 1− 2c, b = 1− 3c, c ∈ R. Para c = 1, obtemos a = 3 e b = −2 e substituindo em (1) resulta que (1, 1, 4) = 3v1 − 2v2 + v3. (c) Como [S] = {(a, b, c) ∈ R3; 5a + 7b− 3c = 0} segue que [S] = {( a, b, 5a + 7b 3 ) ; a, b ∈ R } = { a 3 (3, 0, 5) + b 3 (0, 3, 7) ; a, b ∈ R } = [(3, 0, 5) , (0, 3, 7)] . O conjunto BS = {(3, 0, 5) , (0, 3, 7)} gera [S] e é linearmente independente, pois os vetores não são múltiplos escalares um do outro. Portanto, BS é base de [S], dim[S] = 2. (d) Como (0, 0, 1) ∈/[S] pois 5 · 0 + 7 · 0− 3 · 1 = −3 6= 0, o conjunto B = BS ∪ {(0, 0, 1)} = {(3, 0, 5) , (0, 3, 7) , (0, 0, 1)} é linearmente independente. Como dimR3 = 3, B gera R3 e, portanto, é base de R3. 3. (6 pontos) Considere o sistema linear − x + 3y + 2 a z = d 3x − 7y + b z = a 2x − 4y + 3 c z = a + d − x + y + (−4a− b)z = b (5) em que a,b, c,d são números reais. a) Determine condições (caso existam) sobre a,b, c,d para que o sistema linear (5) seja a.1) incompat́ıvel. a.2) compat́ıvel e determinado. a.3) compat́ıvel e indeterminado. b) Se a = b = c = 1 e d = −1, determine o conjunto solução do sistema (5). Resolução. (a) Vamos usar o método de Gauss para responder às questões colocadas. Temos −1 3 2a3 −7 b2 −4 3c −1 1 −4a− b ∣∣∣∣∣∣∣ d a a+ d b L2 → L2 + 3L1−−−−−−−−−−−→L3 → L3 + 2L1 L4 → L4 − L1 −1 3 2a0 2 6a+ b0 2 4a+ 3c 0 −2 −6a− b ∣∣∣∣∣∣∣ d a+ 3d a+ 3d b− d (6) L1 → −L1 L2 → 12L2−−−−−−−→ L3 → L3 − L2 L4 → L4 + L2 1 −3 −2a0 1 6a+b20 0 −2a− b+ 3c 0 0 0 ∣∣∣∣∣∣∣ −d a+3d 2 0 a+ b+ 2d (a.1) Para que o sistema seja incompat́ıvel devemos ter pA 6= pÂ, ou seja, a + b + 2d 6= 0. (a.2) Para que o sistema seja compat́ıvel e determinado é necessário que pA = p = 3, ou seja, a + b + 2d = 0 e − 2a− b + 3c 6= 0. (a.3) Para que o sistema seja compat́ıvel e indeterminado é necessário que pA = p = 2, ou seja, a + b + 2d = 0 e − 2a− b + 3c = 0 (b) Considerando a = b = c = 1 e d = −1 no sistema (5) e em (6) e usando o método de Gauss Jordan obtemos −1 3 23 −7 12 −4 3 −1 1 −5 ∣∣∣∣∣∣∣ −1 1 0 1 ∼ 1 −3 −20 1 720 0 0 0 0 0 ∣∣∣∣∣∣∣ 1 −1 0 0 ∼ 1 0 17 2 0 1 72 0 0 0 0 0 0 ∣∣∣∣∣∣∣ −2 −1 0 0 . Portanto, o conjunto solução do sistema é S = { (−2− 17 2 z, −1− 7 2 z, z); z ∈ R } . 4. (3 pontos) Decida se as afirmações dadas são verdadeiras ou falsas, justificando sua resposta com um argumento lógico ou um contra-exemplo. (a) W = {at3 + bt2 + ct + d ; a− b ≥ 0, a, b, c, d ∈ R} é um subespaço vetorial do espaço P3(R). (b) S = {[ 0 1 0 −1 0 0 0 0 0 ] , [ 0 0 −1 0 0 0 1 0 0 ] , [ 0 0 0 0 0 1 0 −1 0 ]} gera o subespaço de M3 (R) formado por todas as matrizes anti-simétricas. Resolução. (a) Falsa. O polinômio p(t) = 2t3 + t2 pertence ao conjunto W , pois a − b = 2 − 1 = 1 ≥ 0, mas o polinômio (−1)p(t) = −2t3 − t2 não pertence a esse conjunto uma vez que a− b = −2 + 1 = −1 < 0. Logo, W não é um subespaço vetorial de P3 (R) pois não é fechado para a multiplicação por escalar. (b) Verdadeira. Se A = [aij]3×3 é uma matriz anti-simética, então A = −AT e isso implica em aii = 0 e aji = −aij para i, j = 1, 2, 3. A igualdade A = [ 0 a12 a13 −a12 0 a23 −a13 −a23 0 ] = a12 [ 0 1 0 −1 0 0 0 0 0 ] + (−a13) [ 0 0 −1 0 0 0 1 0 0 ] + a23 [ 0 0 0 0 0 1 0 −1 0 ] mostra que a matriz A é uma combinação linear dos vetores de S, ou seja, A ∈ [S] e que toda combinação linear dos vetores de S é uma matriz anti-simétrica. Logo, [S] é o subespaço vetorial das matrizes anti-simétrica de ordem 3.
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