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3. Povo

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Como já sabemos, o Estado é constituído por três elementos essenciais, que são: O povo, território e Governo soberano.
Povo é o componente pessoal do Estado.
Conceito político – em uma concepção política, povo é todo o indivíduo que possa participar da vida política do Estado. É todo aquele que possua o direito de sufrágio, ou seja, o direito de votar e/ou ser votado. Em governos absolutistas, o conceito político de povo seria reduzidíssimo, já que a massa popular não participa da vida política do Estado. Na idade média cuja teoria do Estado partia do território, da organização feudal, onde o poder se assenta em relações de propriedade, o conceito de povo era restrito aos senhores feudais, pois, somente estes participavam da vida política, exercendo o sufrágio por meio do voto.
OBS.: O Decreto 21.076, de 24/02/1932 instituiu no Brasil o Direito de Voto para a mulher brasileira.
Uma criança de 10 anos não faria parte do povo, pois não possui o direito de sufrágio, ou seja, não poderia votar nem ser votada.
OBSERVAÇÃO: O conceito político de povo, confunde-se com o conceito de cidadão em sentido restrito.
Conceito Sociológico – Povo significa conjunto de pessoas ligadas pela mesma origem, pela mesma história, religião, idioma, sentimento de união, etc. OBS.: independe da existência ou não de Estado. Ex.: Os palestinos são considerados uma nação, pois, estão ligados pela mesma origem, pela mesma história, religião, idioma. Porém, apesar de ocuparem uma área do Oriente Médio, não possuem um Estado reconhecido mundialmente.
OBSERVAÇÃO: O conceito Sociológico de povo é um conceito próprio de Nação.
Conceito Jurídico – em uma concepção jurídica, povo é todo aquele indivíduo considerado como sendo um nacional. A exemplo do Brasil, considera-se nacional todos os brasileiros, sejam eles natos ou naturalizados.
CF/88, Art. 12. São brasileiros:
I – natos (nacionalidade originária):
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; (embaixador, representar seu país para resolver assuntos sobre comercio internacional).
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; (embaixador, representar seu país para resolver assuntos sobre comercio internacional)
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente (consulado) ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
II – São brasileiros naturalizados (nacionalidade derivada):
Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira: a) aos originários de países de língua portuguesa exige-se apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) aos originários de países que não sejam de língua portuguesa, exige-se residência no Brasil há mais de quinze anos ininterruptos; e inexistência de condenação penal.
Em regra, a lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados (CF, Art. 12, § 2º). Por isso, tanto os brasileiros natos quanto os naturalizados são considerados POVO, numa acepção jurídica.
OBSERVAÇÃO: O conceito jurídico de povo, confunde-se com o conceito de Cidadão em sentido amplo.
ESTRANGEIROS: TODOS AQUELES QUE NÃO SÃO BRASIEIROS NATOS OU NATURALIZADOS SÃO ESTRANGEIROS OU APÁTRIDA.
População e habitante não são conceitos jurídicos, são conceitos geográficos, demográficas, matemáticos.
População é a soma dos nacionais (natos e naturalizados) com os Estrangeiros.
A doutrina não apresenta uma distinção nítida sobre população e habitante. Os doutrinadores mais renomados informam que a população é composta pelos habitantes; todos que habitam o território nacional – Território da República Federativa do Brasil.
Condição Jurídica do Estrangeiro no Brasil e a ENTREGA
Os Institutos a seguir diz respeito à saída do indivíduo do nosso território.
	DEPORTAÇÃO
	EXPULSÃO
	EXTRADIÇÃO
	ENTREGA
	O Estado manda embora um estrangeiro que entrou ou permaneceu no Brasil de forma irregular.
	O Estado manda embora um estrangeiro que tem comportamento nocivo ou inconveniente aos interesses nacionais.
	O Estado entrega a outro país um indivíduo que cometeu um crime que é punido segundo as leis daquele país (e também do Brasil) a fim de que lá ele seja processado ou cumpra a pena por esse ilícito.
	O Estado entrega um estrangeiro ou mesmo brasileiro para que seja julgado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia (Holanda). Previsto no Estatuto de Roma. Entrega é diferente de extradição. Extradição ocorre entre dois países soberanos. A entrega é a remessa para um órgão supranacional (o TPI).
	Exs.: entrou sem o visto, passaporte vencido, visto vencido etc.
	Ex.: o estrangeiro praticou uma infração administrativa, um crime aqui no Brasil, etc.
	Ex.: um cidadão dos EUA lá comete um crime e foge para o Brasil.
	Ex.: O indivíduo praticou genocídio, crime de guerra, de agressão/atentado ou crime contra a humanidade (só esses 4 tipos crimes autorizam a entrega).
	É ato de ofício do Brasil.
	É ato de ofício do Brasil.
	Depende de pedido formulado pelo outro país.
	Depende de pedido do TPI.
	É ato de competência do Departamento de Polícia Federal.
	É ato de competência do Presidente da República, podendo ser delegado ao Ministro da Justiça.
	O pedido de extradição feito por Estado estrangeiro é examinado pelo STF. Autorizado o pleito extradicional pelo STF, cabe ao Presidente da República decidir, de forma discricionária, sobre a entrega, ou não, do extraditando ao governo requerente.
	Os demais temas sobre a entrega para o TPI ainda estão em discussão, sendo o mais importante deles o seguinte: É possível a entrega de um brasileiro nato para ser julgado pelo TPI?
1ª) SIM. A entrega de um nacional brasileiro não fere a CF/88 (art. 5º, LI) porque a entrega se dá ao TPI e não a um Estado estrangeiro. Desse modo, a entrega é diferente de extradição. O que a CF veda é a extradiçãode brasileiros natos (Valério Mazzuoli).
2ª) NÃO. Apesar da “diferença técnica”, formal, portanto, entre os institutos, parece evidente que, materialmente, ambos implicam o mesmo tipo e grau de constrangimento à liberdade individual (Paulo Queiroz). Prevalece a 1ª corrente.
	O deportado é mandado para o país de sua nacionalidade ou procedência, ou para outro que aceite recebê-lo.
	O expulso é mandado para o país de sua nacionalidade ou procedência, ou para outro que aceite recebê-lo.
	A pessoa extraditada é mandada para o país que requereu a extradição (não necessariamente seu país de origem/nacionalidade, SALVO o português).
	
	O deportado poderá reingressar ao Brasil se obtiver todos os documentos necessários e ressarcir o Tesouro pelas despesas com a sua deportação, além de pagar a multa devida.
	O estrangeiro somente poderá retornar ao Brasil se o decreto que o expulsou for revogado por outro decreto.
	Segundo o entendimento do Ministério da Justiça, nada impede o retorno ao Brasil de estrangeiro já extraditado, após o cumprimento da pendência com a Justiça do país requerente, desde que não haja também sido expulso do território nacional.
	
Obs.1: a falsificação de passaporte ou visto configura uma irregularidade no ingresso ou permanência do estrangeiro. No entanto, para a lei brasileira, trata-se de ato tão grave que enseja a expulsão (e não mera deportação). Ou seja, para o nosso direito é melhor que o estrangeiro consiga entrar sem passaporte e/ou sem o visto, porque aí o estrangeiro é só deportado, podendo regularizar sua situação e retornar ao Brasil. Mas se falsificar o passaporte e/ou o visto, aí ele será expulso. Porque falsificar documentos já é crime.
Obs.2: o estrangeiro que tem cônjuge ou filho brasileiro pode ser extraditado? SIM. Súmula 421-STF:Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditado casado com brasileira ou ter filho brasileiro.
Obs.3: o estrangeiro que tem cônjuge ou filho brasileiro pode ser expulso? Aí depende. Súmula 1-STF: É vedada a expulsão de estrangeiro casado com Brasileira, ou que tenha filho Brasileiro, dependente da economia paterna.
Obs.4: Em regra, o estrangeiro pode ser extraditado para qualquer país onde ele tenha cometido um crime. A exceção é o português (nacional de Portugal) que estando no Brasil só poderá ser extraditado para seu país de nacionalidade, Portugal (Art. 18, decreto nº 3.927 de 19 de setembro 2001).
Obs.5: O brasileiro NATO não pode ser extraditado (regra absoluta). Já o brasileiro NATURALIZADO pode ser extraditado, nas seguintes situações: a) em caso de crime comum, praticado antes da naturalização; ou b) em caso de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, praticado a qualquer tempo – antes ou depois da naturalização (CF, Art. 5º, inciso LI);
Obs.6: O brasileiro nato só poderá ser entregue ao TPI. O brasileiro naturalizado poderá ser extraditado e entregue ao TPI. O estrangeiro poderá ser deportado, expulso, extraditado e entregue ao TPI.
Os Institutos a seguir diz respeito à entrada do estrangeiro no nosso território.
Asilo Político
Trata-se de um acolhimento em um Estado de uma pessoa que esteja sofrendo perseguição política ou ideológica em outro Estado.
Há uma discussão para determinar se o asilo político é um ato obrigatório ou discricionário, prevalecendo o último entendimento, isto é, um ato discricionário. Quer dizer, o país não está obrigado a conceder o asilo político ao estrangeiro mesmo que o requerente preencha todos os requisitos necessários para a concessão. 
Existem dois tipos de asilo político:
a) Territorial – ocorre quando o estrangeiro é recebido no território do Estado. 
b) Diplomático – quando o estrangeiro é acolhido numa repartição diplomática do Estado (embaixada ou consulado).
Observação: o asilo diplomático não é um fim em si mesmo, ao contrário, é apenas uma fase para a finalidade maior, que é a concessão final do asilo territorial.
Refúgio
	É o acolhimento de um estrangeiro por um Estado em razão de perseguição por motivo de raça, grupo social, religião e penúria. 
Perceba-se que a diferença entre asilo e refúgio é o motivo da perseguição. São razões humanitárias que justificam a concessão do refúgio.
Outra diferença é que a concessão do refúgio é considerada obrigatória, enquanto que para o asilo predomina o entendimento de que é discricionária.
No Brasil há o CONARE que é a instância responsável por analisar os pedidos de refúgio.
E na ONU há o alto comissariado das Nações Unidas para refugiados – repartição da ONU voltada especificamente para as questões dos refugiados.

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