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Fichamento e Resumo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
DISCILPLINA: DESENVOLVIMENTO REGIONAL
DOCENTE: HELMARA GICCELLI
DISCENTE: LUAN LIMEIRA 17/02/2017
Fichamento de citação e Resumo
Sousa-PB. 
2017
Fichamento de Citações 
Ultramani, Clovis. Desenvolvimento local e regional/ Fabio Duarte. – Curitiba: Ibepex, 2009 
“[...] o primeiro é de que que região é uma parte qualquer da superfície terrestre que pode ser definida por seus diversos aspectos, tanto sociais como políticos ou econômicos; o segundo distingue região como uma área que se diferencia do seu entrono por alguma característica própria; o terceiro é aquele que a entende como um simples recorte do território mapeado em escala adequada; por último o quarto conceito apresenta-se como uma simples ferramenta metodológica – a escolha de uma área geográfica de análise.” Pág. 32
“[...] Milton Santos (1993) nos leva a pensar o conceito de região como um fenômeno estritamente artificial. Nesse caso, sendo a região uma abstração técnica, com o objetivo claro para sua constituição, ela não existe se não houver gestão ou, minimamente, uma ideia ou proposta de gestão. ” Pág. 33 
“A despeito dos diversos conceitos encontrados relativos à região, vale notar que alguns aspectos parecem sempre estar presentes ao longo do tempo e na diversidade dos autores. ” Pág. 35
“Em todos esses diferentes entendimentos de região, predomina a ideia da identificação de grupos, o que pode levar a identificações políticas, regionalismos, demandas identificadas pelo território que as origina, entre outras. ” Pág. 36
“Nas sínteses elaboradas’ para compreender cada uma das atuais regiões brasileiras, fica evidente a conjunção de diversos aspectos utilizados para os recortes geográficos finais. ” Pág. 51
CABUGUEIRA, Artur Carlos Crespo Martins - Do desenvolvimento regional ao desenvolvimento local. Análise de alguns aspectos de política económica regional. Gestão e Desenvolvimento. Viseu. (2000), p. 103-136.
 “Estes teóricos têm um elemento comum que é a definição de espaço e região. Todos eles procuram operacionalizar, em termos de promoção do desenvolvimento, a noção do espaço. Entendem o espaço como espaço social e os recursos como recursos mobilizáveis pelos atores, que se transformam em fatores de desenvolvimento apenas e quando há capacidade de emergência de protagonismos que permitem operacionalizá-los. ” Pág. 104
“Na definição de regiões formais dominam preocupações de homogeneidade. Assim, surgem dois critérios fundamentais para a definição de regiões: o critério da homogeneidade e o critério da polarização. ” Pág. 105
“Assim, há a necessidade de serem utilizados outros critérios como o antes referido critério da polarização. A delimitação de regiões funcionais envolve o agrupamento de unidades geográficas contíguas que revelem um grau de interdependência elevado. A uniformidade relativa deixa de ser preocupação para passarem a interessar os fluxos e as relações de interdependência. ” Pág. 106 
“Um aspecto característico das regiões polarizadas é o facto de serem compostas por unidades heterogéneas, mas, funcionalmente, ligadas entre si através de fluxos. Estes fluxos podem referir-se a dados relativos a comunicações (contatos telefónicos e transportes); a movimentos da população, a transações comerciais, etc. ” Pág. 107
“Esta ciência regional, baseada na teoria de desenvolvimento polarizado, localizados transmitem impulsos de crescimento a outros “pontos” – efeitos de dispersão – que podem ultrapassar os efeitos de polarização, isto é, a reabsorção dos efeitos de dispersão pelo próprio ponto “ (Simões Lopes, 1995: 295). ” Pág. 108
“De acordo ainda com Boudeville (cit. por Diniz, 1995: 67), uma região plano é um espaço contínuo que permite a persecução de um certo objetivo económico, seja ele a maximização dos fluxos comerciais; o nível de rendimento urbano, o alargamento das fronteiras do polo com vista à obtenção de uma melhor exploração coletiva num âmbito mais alargado. ” Pág. 110
“Para finalizar este assunto podemos dizer que a ideia principal a reter é a seguinte: as forças do mercado tendem a aumentar e não a diminuir as desigualdades entre as regiões. A expansão económica de uma região pode ter uma influência negativa nas regiões vizinhas, nomeadamente, pelo efeito das migrações, dos movimentos de capital e do comércio. O processo cumulativo beneficia as regiões em crescimento em prejuízo das mais atrasadas. ” Pág. 111
“A teoria dos pólos de crescimento, na corrente das estratégias do crescimento desequilibrado, é uma teoria da dominação com enquadramento possível no grupo das explicações estruturalistas do desenvolvimento. ” Pág. 113
“A definição do conceito de centro conheceu uma maior amplitude com o aparecimento da ideia de polo de desenvolvimento (Perroux, 1958) e da respectiva teoria dos pólos de desenvolvimento, depois retomada por outros autores como Hermansen (1972), Allen (1968), Penouil (1971), Hansen (1967), Aydalot (1985) etc., a qual, por ter sido já objeto de exposição anterior, não vamos retomar neste momento. ” Pág. 115
“Quer isto dizer que as novas condições de funcionamento da economia tornam ineficazes os velhos esquemas de intervenção no território, já que a aplicação dos instrumentos tradicionais de política regional não produzem os efeitos esperados. ” Pág. 116
“Uma das prioridades da estratégia atual de desenvolvimento regional e local é, portanto, o desenvolvimento de territórios com capacidade competitiva num ambiente em que a incerteza e a turbulência são grandes. Para isso, é necessário fomentar a inovação, a capacidade empreendedora, a qualidade do capital humano e a flexibilidade do sistema produtivo. Para o conseguir não é necessário realizar grandes projetos industriais, mas impulsionar projetos de dimensão adequada, que permitam a transformação progressiva do sistema económico regional e local. ” Pág. 117
“Embora exista uma convergência de posições entre os territorialistas acerca do conceito de espaço, registam-se múltiplas divergências. Enquanto uns procuram – no quadro de uma alternativa global de sociedade ou no quadro de uma alternativa metodológica – discutir o problema que o difusionismo não resolvera por exclusão (do Terceiro Mundo, das regiões periféricas dos espaços centrais, das desigualdades sociais, em geral), outros centram-se na análise das condições de sucesso de algumas regiões dinâmicas que se visibilizaram a partir da crise do difusionismo (regiões com dinamismos explicáveis por fatores diferenciados dos propostos pelo difusionismo). ” Pág. 120
“A outra problemática da redescoberta do local resulta da própria concepção do território e da interpretação dos fenómenos de inscrição espacial dos movimentos económicos. Neste caso, a questão consiste dominantemente em prestar atenção aos elementos constitutivos e potencializadores do funcionamento das economias, encarando-as na sua dimensão territorial” (Reis, 1988: 128). Pág. 123
“O problema do desenvolvimento territorial consiste na melhoria da produtividade e competitividade das empresas locais, superar situações de desindustrialização e de desorganização das cidades e das regiões. Frequentemente, trata-se de atuar sobre territórios com altas taxas de desemprego e que necessitam de uma mudança significativa da sua estrutura produtiva (Vásquez Barquero, 1993: 227). ” Pág. 125
Assim são de destacar, entre outras, as seguintes: a existência de recursos financeiros de que dispõem as comunidades locais para fazer face, adequadamente, aos desafios do desenvolvimento local. A disponibilidade de recursos humanos (e técnicos) para executar e acompanhar as ações que são necessárias para transformar a economia (a gestão local precisa de técnicos em desenvolvimento local e, pontualmente, de especialistas em algumas questões relacionadas com a execução de ações específicas). ” Pág. 127
“É necessário, antes de tudo, aceitar a ideia do primado do particular e reconhecer que cada território possuicaracterísticas e potencialidades próprias. Pôr a tónica no particular e no local pressupõe uma tomada de consciência da identidade, em torno da qual se defina um espaço coletivo. Pág. 129/130
“A auto-organização das populações implica que se estabeleçam, progressivamente, novas estruturas de debate e de representação, que promovam o diálogo e a concertação com os poderes públicos e as forças vivas locais. ” Pág. 130
“A participação dos atores locais, embora uma condição essencial, por si só, não resolve os problemas de desenvolvimento das coletividades. No seio destas impõe-se o aparecimento de estruturas de apoio ao desenvolvimento, para fazer face à complexidade desta problemática e colmatar o vazio institucional existente nas comunidades, sobretudo rurais. ” Pág. 133
“Em resumo: a conjugação de esforços locais, com os apoios exteriores (públicos ou privados) e a participação dos agentes de desenvolvimento são condições essenciais do desenvolvimento endógeno. ” Pág. 135
MARTINS, A. L. M. Visões da "insuficiência": o nordeste e o desenvolvimento regional no pensamento social brasileiro. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, 2011 set. /mar
 “Desde logo, os tipos aristocrata e popular, arredondados por sedentários, produtos daquele barro avermelhado, que degeneraram em usineiros e em trabalhadores pobres adoentados. E que fizeram, junto com o a empresa latifundiária e o industrialismo, terra, água e matas adoecerem, porquanto a natureza regional “tende, não há dúvida, a fazer o homem, o grupo, a cultura humana à sua imagem; mas, por sua vez, o homem, o grupo, a cultura humana agem sobre a natureza regional, alterando-a de modo às vezes profundo. ” Pág. 75
“Contudo, sua interpretação não se dá conta de que não somente aquele seu Nordeste, mas todo o Nordeste, úmido ou seco, do açúcar ou do couro, para além de uma entidade regional diferenciada, era também, como observa Mendes Júnior, “um signo de deterioração, de calamidade ininterrupta, de homogeneização de miséria”. ” Pág. 76
“O Nordeste de Josué de Castro é fundamentalmente um rincão cujo “traço mais marcante... é o sofrimento. E não apenas o sofrimento do homem, mas também o sofrimento da terra”25. Sofrimentos a que subjazem duas descobertas, historicamente delimitadas. ” Pág. 78
“Reaparece assim o traço mais distintivo do Nordeste: a seca, e com ela o homem flagelado pela “penúria orgânica” que este fenômeno impõe: “o esquizotímico, com sua curva de temperamento instável”29, eis o diagnóstico do Dr. Castro. Mas, seria o caso de ater-se a estas considerações médicas, ao determinismo dos “males de raça” e dos “males de clima”? [...]” Pág. 79
“Assim como a negação do presente pode ser feita por uma volta ao passado, como ocorreu com os tradicionalistas, ela pode se dar também por uma busca de antecipar o futuro, de construí-lo, a partir do presente, de fazê-lo viver no presente. A reterritorialização revolucionária é uma forma de reconstruir um novo território no futuro, que viesse a substituir o desconforto com a sociedade do presente. ” Pág. 80
“Esse inteirar-se do fenômeno das secas como um condicionamento “geográfico” que evidenciava as carências econômicas regionais, claramente expressas que estavam em desníveis consideráveis de renda, tornava, pois, premente a adoção de solução alternativa àquela hidráulica, correntemente adotada. Além da estiagem e dos movimentos migratórios (novamente) deflagrados, um fator mais, digamos, técnico aumentaria a pressão social por novas “soluções” para o Nordeste: em 1951 e em 1952, com a divulgação das contas nacionais e regionais do Brasil, as desigualdades de renda inter-regionais teriam sua magnitude precisamente mensurada. ” Pág. 82
“E que terá de ser feita! Pois a manutenção das desigualdades regionais criará as condições “para a cristalização de um antagonismo, de um ressentimento que o tempo simplesmente não resolverá”46. Não cuidar do equacionamento da “questão regional” nordestina equivalia, assim, a descuidar da segurança nacional, a acenar para o esfacelamento da federação. Para além de um encaminhamento técnico da “questão” – neste caso, os meios já estavam dados, pois havia uma análise da realidade que convidava à sua transformação, bem ao estilo manheimiano que tanto agradava a Furtado –, há um encaminhamento político a ser providenciado. A insistência nessa providência revela a força do federalismo no pensamento de Furtado. As coisas na sua devida ordem: o planejamento econômico voltado ao desenvolvimento regional – que tinha na Sudene o seu operador – seria a diretriz técnica de uma cooperação política horizontal, com os governadores dos estados da região à frente das deliberações. ” Pág. 86
“Mas de que região se está falando? Porque entre tantas novidades (e em consequência delas), eis que emergem diversos “Nordestes” dentro do Nordeste49: pólos de fruticultura irrigada para exportação, pólos de produção de insumos, pólos turísticos, pólos de produção e difusão de conhecimento que são referência internacional, surgidos sob a égide da transformação do “investimento em desenvolvimento” “crédito para o desenvolvimento”50, nos marcos da financeirização do capital. Nordestes “que deram certo” em meio aos “resquícios feudais”, cuja formulação era grata a Josué de Castro. Seria esta uma constatação de imprevisíveis vitórias econômicas na batalha contra as adversidades e o fatalismo, ambos tão nordestinos? ” Pág. 88
“Concordamos, com Francisco de Oliveira, que não deixa de ser novidade que “a questão nordestina é a de níveis de miséria produzidos pela própria expansão econômica. Bela e feia novidade”51. Concordamos, ainda, que é preciso desregionalizar o debate regional, a região, o Nordeste. Aposentar a sua função de “metro”. Porque o Nordeste que restou, apartado daquele que “virou” Brasil e que investe e produz em São Paulo, é o Nordeste cuja minguada importância econômica circunscreve-o a beneficiário das transferências governamentais. ” Pág. 86
Santos, Milton, 1926-2001. O País distorcido: o Brasil, a globalização e a cidadania/ Milton Santos; organização, apresentação e notas de Wagner Costa Ribeiro; ensaio de Carlos Walter Porto Gonçalves.- São Paulo: Publifolha, 2002. 
“O território nacional é hoje um subsistema da sociedade. Trata-se de um elemento fundamental das mudanças internacionais e internas. Da forma que ele é encarado, advém as possibilidades de evolução ou retrocesso nos diversos planos da vida social. A questão do território não é exclusivamente uma questão de geografia eleitoral ou de partilha de impostos, como boa parte da classe política teima em ver. ” Pág. 22
“Cada Estado se organiza segundo uma sábia combinação entre horizontes temporais que vão do mais longo prazo ao cotidiano. As estruturas fundamentais do poder e a sua prática de todos os dias apreendem e retratam essa dicotomia, como um guia na regulação da existência coletiva. De que forma deverá a Constituição levar em conta essa realidade e velar para que novos equilíbrios se possam instalar, em benefício da coletividade e tendo o território como pano de fundo? ” Pág. 23
“Muitas áreas de nosso vasto país vivem praticamente à mingua de cuidados da parte dos respectivos estados e têm sentimento de contribuir, pelo seu trabalho e riqueza para beneficiar outras regiões do mesmo estado sobretudo aquelas que abrigam tradicionalmente burguesias econômicas e a tradição do mando político. Tais regiões espoliadas, ou apenas esquecidas, devagar ou depressa se convencem de que vivem em situação de minoridade política, daí a vontade de emancipação. ” Pág. 32 
“Desse modo o movimento pela criação de novos estados não apenas está na ordem das coisas, como é oportuno, pois o momento constituinte é adequado à procura de um reordenamento Global do país. O que agora estamos assistindo é a procura de um novo pacto social através de contradições e compromissos, pressões e acordos avanços e retrocessos. [...] essas relações não são apenas patrimoniais e de trabalho, políticas, religiosas, morais,sociais e econômicas, mas também são relações propriamente territoriais. ” Pág. 34 
“Um dos grandes desafios é o da própria tradição da geografia. Durante sua vida ela trata o território como um quadro-negro sobre o qual a sociedade reescreve sua história. A ambição desse trabalho é negar essa visão do território. Ele também é dinâmico, vivo a sociedade incide sobre o território e este sobre a sociedade. ” Pág. 70
“As cidades não são nada disso. A cidade é o único lugar em que se pode contemplar o mundo com a esperança de produzir um futuro. Mas se criou toda a liturgia anticidade. A cidade, porém, acaba mostrando que não existe outro caminho senão o socialismo. Para evitar que as pessoas acreditem nisso, há todo um foguetório ideológico para dizer que a cidade é uma droga. Imagine ir morar num campo. Só um louco quer morar em uma cidadezinha do interior" Pág. 71
Resumo
As obras fichadas, discutem como tema central o Desenvolvimento Regional. Há uma problemática de conceitos, configurações, categorias, apresentando uma diversidade de pensamentos acerca do tema, assim como exibi as mudanças na compreensão do termo região ao longo do tempo. Perpassada pelos pensamentos de alguns autores estudiosos da área, as obras têm o objetivo, de se aprofundar acerca do assunto, desmistificando alguns fatores pelos dados históricos, pesquisas e estudos na categoria. Aludindo também a discussão sobre o desenvolvimento local, pela análise de aspectos econômicos regionais, e também apresenta o pensamento social brasileiro com as visões da “insuficiência” do Nordeste e seu desenvolvimento regional, tratando de expor pensamentos de autores em suas obras, apresentando como nasce a ideia de pobreza com que se caracteriza o Nordeste. Aponta ainda discussões acerca do território, a globalização e a cidadania do Brasil, como país distorcido. 
A primeira questão apresentada, é a existência de uma diversidade de conceitos de região, que pode ser entendida por diferentes vertentes, que resultam uma serie de leituras distintas entre si, mas que tentam conceituar essa categoria geográfica. A tese do determinismo ambiental, por exemplo, defende que o homem é condicionado pelas condições naturais, determinando seu comportamento socioeconômico, já a antítese ao determinismo ambiental, chamada vertente possibilista, defende da ideia que é possível o homem modelar a paisagem e a natureza. Assim, altera-se o conceito de região. Há autores que pensam a região pelo viés ambiental, que indicam a necessidade de valorização dos aspectos ambientais no conceito de região. A despeito dos diversos conceitos encontrados relativos à região, vale ressaltar que alguns aspectos parecem estar sempre presentes ao longo da diversidade de pensamentos dos autores. Por isso é muito comum encontrar conceitos de região que se constroem na perspectiva de centralização, que explica a formação de regiões pela polarização progressiva através de atividades em volta do próprio centro. Outro caso que é importante ressaltar é o de que as transformações técnicas também alteram o conceito de região. 
Para se limitar e definir região existem alguns critérios, e esses podem ser de homogeneidade, que se determina as características fisiográficas ou profissionais, de isolamento, que define região como um espaço que se diferencia de suas redondezas mais imediatas, isolando-se destes por barreiras naturais, que são identificadas como fronteiras e de interdependência, no qual se defende a ideia de polarização e dependência. Na verdade, em geral, é notório que são utilizados mais de um desses critérios para se definir uma região. Elaborou-se sínteses para compreender as regiões brasileiras, sendo evidente a junção de diversos aspectos para se chegar aos recortes geográficos finais. 
A discussão sobre o desenvolvimento local e regional, pressupõe que as ações baseadas nas condições de cada localidade e região e que tratam de utilizar eficientemente as potencialidades de desenvolvimento devem ser combinadas com as políticas setoriais e regionais que fornecem administrações centrais com o objetivo de facilitar a reestruturação produtiva e a mudança estrutural da economia. Vásquez Barquero defende que para se resolver o problema do desenvolvimento territorial é necessário a melhoria da produtividade e competitividade das empresas locais, superando as situações de desindustrialização e de desorganização das cidades e das regiões, atuando sobre territórios com altas taxas de desemprego e que necessitam de uma mudança significativa da sua estrutura produtiva. Há uma afirmação de que não há desenvolvimento sem que haja a presença de coletividades locais, pois a consciencialização das pessoas é extremamente importante, para que se inicie um correto processo de regionalização, e que exista o apoio a uma política de desenvolvimento regional. 
Ao se falar em Nordeste, o pensamento social brasileiro se remete a ideia de degradação, pobreza, seca e etc. ou seja, uma concepção de região subalterna, “região-problema”. Essa situação se pauta primeiramente pelas estiagens que afetam essa região, característica climática esta que contribui para crescimento deste discurso xenofóbico que não é novo, mas que se expressa cotidianamente por pessoas de outras regiões e até mesmo, nordestinos que reproduzem esta forma de preconceito. O Nordeste brasileiro é visto por Gilberto Freyre, como uma terra fértil, nas tradições, na cultura, para a agricultura, solo que inclusive deixa penetrar a civilização agrária portuguesa. Terra que apresenta neste ponto, a exploração dos ouros brancos: o algodão e o açúcar, onde se expressa a aristocracia sobre a classe popular, de trabalhadores pobres e adoentados pela exploração. Os senhores da terra que se voltam para o artificialismo das prioridades econômicas, dando as costas à tradição, à natureza, questão que comprometia a “antiga civilização do Nordeste”, que mesmo perpassada de patologias sociais, era mais rica em “valores políticos, estéticos culturais” as civilizações do couro, das minas e do café. 
O Nordeste pelo olhar de Josué de castro, é essencialmente um rincão cujo aspecto mais marcante é o sofrimento, tanto do trabalhador, submetido a “exploração adocicada” da indústria e agricultura açucareira como também das terras. Expressa em sua obra a fome do homem sertanejo, habitante do semiárido nordestino, causada pelos períodos de estiagem de chuvas e às secas prolongadas. Celso Furtado afirma que ao analisar a estrutura econômica da região, e ao comparar com a sudestina, o Nordeste subalternizava-se e era colocado como periferia do país. O fenômeno das secas como “condicionamento” geográfico que revela as carências econômicas regionais, deveria ser resolvido, muito embora existissem outros fatores que colocava o Nordeste como “região-problema”. Pensava-se assim, na açudagem, para proporcionar a irrigação, que possibilitaria o fortalecimento da economia da região pelo recurso de obras “contra” as secas, executadas pelo governo federal. A análise da realidade convidava à sua transformação, bem ao estilo manheimiano, que Furtado tanto se agrada. Assim, fica claro a necessidade de um planejamento econômico voltado para o desenvolvimento regional, que expande não só o nordeste, mas também o país. É importante ressaltar que a preocupação com a questão nordestina, e os níveis de miséria produzidos pela própria expansão econômica, é beneficiário das transferências governamentais. 
Segundo Milton Santos, o território de um país é um subsistema do planeta e interiormente se manifesta como um subsistema da sociedade. O quesito território, vai além da geografia eleitoral ou de partilha de impostos, visão que a classe política defende. O território é base da vida material que extrapola a nação, mas cujo uso, é regulado pelo Estado, é marcado pelo fato em que não há mais espaços vazios, sendo ele todo ocupado. Se observamos o mapa do Brasil, poderemos enxergar a condição em que estão as populações, sobretudo as subalternas. Muitas destas estão esquecidas,sem o mínimo auxílio de seus respectivos Estados, que só se voltam para contribuir com o trabalho e riqueza das grandes burguesias econômicas e dos mandos políticos. Para solucionar essas expressões seria necessário um reordenamento para o país, visando maior alcance as classes subalternas. Pois para criar um pacto social, seria preciso primeiramente um pacto territorial, que não se forma somente de arranjos eleitorais, nem da repartição geográfica dos impostos e das jurisdições administrativas, mas sobretudo da essência político e social que as fronteiras incluem no exercício da cidadania. O autor após ser questionado sobre a sua moldura usada para seu retrato pessoal do brasil, responde que interpreta o país segundo seu território, afirmando que este permita fazer falar à nação.

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