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azevedolab.net Biofísica Contração muscular Prof. Dr. Walter F. de Azevedo Jr. © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. azevedolab.net Biofísica Resumo Junção neuromuscular Fibra muscular Sarcômero Contração muscular Contração do músculo cardíaco Referências © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Junção Neuromuscular Estrutura da Acetilcolina (C7H16NO2 +) Como vimos na aula anterior a comunicação entre a célula pré- sináptica e a célula pós-sináptica, na sinapse química, ocorre por meio da liberação de um neurotransmissor da célula pré-sináptica. Este neurotransmissor atravessa a fenda sináptica, ligando-se ao seu receptor na célula pós-sináptica. No caso da contração muscular o neurotransmissor é a molécula de acetilcolina (ACh), mostrada na figura ao lado. A molécula de ACh é liberada na fenda sináptica e liga-se ao receptor de ACh, na proporção de 2 moléculas de ACh para cada receptor de ACh (pentâmero). © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Junção Neuromuscular Canal de Ca++ Vesículas de acetilcolina (ACh) Célula pré-sináptica C é lu la p ó s -s in á p ti c a Receptores de ACh O diagrama esquemático ao lado ilustra uma junção neuromuscular, a célula pré-sináptica é um neurônio motor e a célula pós-sináptica uma fibra muscular. No sistema ilustrado, o potencial de ação (PA) viaja ao longo axônio, despolarizando a membrana da célula pré-sináptica. A entrada contínua de íons de sódio, chega ao terminal axonal, o que elevará o potencial de membrana nesta região (despolarização da membrana). Acetilcolina (ACh) PA Entrada de Na+ Canal de Na+ © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Junção Neuromuscular Canal de Ca++ Vesículas de acetilcolina (ACh) Célula pré-sináptica C é lu la p ó s -s in á p ti c a Receptores de ACh Antes da chegada do potencial de ação ao terminal axonal temos os canais de Ca++ dependentes de voltagem fechados. As vesículas de acetilcolina cheias do neurotransmissor ACh, a fenda sináptica, que é o espaço entre as células pré e pós-sinápticas, não apresenta ACh nessa situação. Os receptores de ACh estão fechados. A fibra muscular está no potencial de repouso e não está contraída. Temos no meio extracelular, de ambas as células, alta concentração de sódio, quando comparada com o meio intracelular. Acetilcolina (ACh) Entrada de Na+ Canal de Na+ PA © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Junção Neuromuscular Canal de Ca++ Vesículas de acetilcolina (ACh) Célula pré-sináptica C é lu la p ó s -s in á p ti c a Receptores de ACh A alta concentração do íon de sódio no meio extracelular, deve-se a ação contínua da bomba de sódio/potássio, que age com gasto da energia química acumulada numa molécula de ATP. Cada ciclo da ação da bomba de sódio/potássio leva 3 íons de sódio para o meio extracelular e 2 íons de sódio para o meio intracelular. Esta reserva de sódio do meio extracelular será determinante para todos os eventos que levarão ao disparo do potencial de ação nas células pré e pós- sináptica. Acetilcolina (ACh) Entrada de Na+ Canal de Na+ PA © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Junção Neuromuscular Canal de Ca++ Vesículas de acetilcolina (ACh) Célula pré-sináptica Receptores de ACh A chegada de um potencial de ação no terminal axonal (célula pré-sináptica) muda o cenário, tirando a célula do repouso. O aumento do potencial de membrana (despolarização), promove a abertura do canal de Ca++ dependente de voltagem. Em tal situação, ocorre a entrada de íons de Ca++ para o meio intracelular, conforme vemos no diagrama ao lado. Entrada de Ca++ Acetilcolina (ACh) C é lu la p ó s -s in á p ti c a Entrada de Na+ Canal de Na+ PA © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Junção Neuromuscular Canal de Ca++ Vesículas de acetilcolina (ACh) Célula pré-sináptica Receptores de ACh Entrada de Ca++ Acetilcolina (ACh) C é lu la p ó s -s in á p ti c a Entrada de Na+ Canal de Na+ PA A entrada de íons de Ca++ promove a fusão das vesículas de ACh com a membrana celular, pela parte intracelular. Estas vesículas estão cheias do neurotransmissor Ach. Nesta situação ocorre exocitose de ACh para o meio extracelular. A fenda sináptica é inundada com ACh. Os receptores de ACh continuam fechados e a célula pós-sináptica em repouso. © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Junção Neuromuscular Canal de Ca++ Vesículas de acetilcolina (ACh) Célula pré-sináptica Receptores de ACh Aumenta a concentração de ACh na fenda sináptica, mas os receptores de ACh continuam fechados e a célula pós-sináptica em repouso. Veja os receptores de acetilcolina na fibra muscular (célula pós-sináptica) fechados. A fibra muscular está em repouso. Os receptores de Ach são chamados canais dependentes de ligantes, e sua abertura depende da interação com duas moléculas de ACh.Entrada de Ca++ Acetilcolina (ACh) C é lu la p ó s -s in á p ti c a Entrada de Na+ Canal de Na+ PA © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Junção Neuromuscular Canal de Ca++ Vesículas de acetilcolina (ACh) Célula pré-sináptica Receptores de ACh As moléculas de ACh ligam-se ao receptor de ACh, duas moléculas por receptor. O receptor é um pentâmero que apresenta duas sub- unidades alfa, onde ligam-se os neurotransmissores. Os receptores de ACh abrem-se, o que permite a entrada de íons de Na+. Há um aumento do potencial da célula pós- sináptica (fibra muscular) e a célula pós-sináptica dispara um potencial de ação que levará à contração do músculo esquelético. Veja que a ação da ACh é a abertura dos receptores de ACh, não ocorre entrada do neurotransmissor na célula. Entrada de Ca++ Acetilcolina (ACh) E n tr a d a d e N a + C é lu la p ó s -s in á p ti c a Entrada de Na+ Canal de Na+ PA © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Junção Neuromuscular Canal de Ca++ Vesículas de acetilcolina (ACh) Célula pré-sináptica Receptores de ACh Fecham-se os canais de Ca++ da célula pré-sináptica, o que cessa a entrada de íons de Ca++. Encerra a liberação de moléculas de ACh. As moléculas de ACh, presentes na fenda sináptica, são clivadas numa reação química catalisada pela enzima acetilcolinaesterase (não mostrada no diagrama ao lado). Os produtos da clivagem entram na célula pré-sináptica, para serem usados na síntese de novas moléculas de ACh e preenchimento de novas vesículas de ACh. Acetilcolina (ACh) E n tr a d a d e N a + C é lu la p ó s -s in á p ti c a Entrada de Ca++ Canal de Na+ © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F. d e A z e v e d o J r. Junção Neuromuscular Canal de Ca++ Vesículas de acetilcolina (ACh) Célula pré-sináptica Receptores de ACh Os receptores de ACh fecham-se, o que encerra a entrada de íons de Na+ na fibra muscular. Há uma diminuição do potencial da célula pós-sináptica (fibra muscular) e a célula pós-sináptica volta ao potencial de repouso. O sistema está pronto para uma nova contração muscular.Acetilcolina (ACh) C é lu la p ó s -s in á p ti c a Canal de Na+ © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Junção Neuromuscular A presença de ACh na fenda sináptica deixaria os receptores de ACh abertos por um tempo maior que o necessário após a repolarização da célula pré-sináptica. Para evitar isso entra em ação a enzima acetilcolinaesterase (EC 3.1.1.7), que catalisa a clivagem da molécula de ACh. Esta clivagem ocorre rapidamente, para garantir que a célula pós- sináptica retorne ao repouso, uma vez cessado o potencial de ação na célula pré- sináptica. A figura abaixo mostra a estrutura da acetilcolinaesterase, onde vemos a tríade catalítica no sítio ativo. Em média a acetilcolinaesterase cliva uma molécula de ACh em 80 microssegundos. © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Tríade catalíca formada pelo resíduos: Ser 200, Glu 327 e His 440. Código de acesso PDB: 1ACJ H440 E327 S200 Junção Neuromuscular A acetilcolinaesterase tem sido estudada intensamente por ser um alvo para o desenho de drogas contra o mal de Alzheimer. Pessoas com Alzheimer apresentam perda de neurônios, com enfraquecimento do sinal nervoso. A inibição da enzima acetilcolinaesterase permite que haja um número maior de receptores na fenda sináptica, aumentando o impulso nervoso, mesmo com um número menor de neurônios. A reação química catalisada pela acetilcolinaesterase está mostrada abaixo. © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. + H2O + Fonte da reação: http://www.ebi.ac.uk/thornton-srv/databases/cgi-bin/enzymes/GetPage.pl?ec_number=3.1.1.7 Aceticolina Colina Acetato Junção Neuromuscular A estrutura baixo mostra o complexo da aceticolinaesterase com a droga aricept. Nesta estrutura temos a droga (aricept) bloqueando o sítio ativo da enzima. Nesta situação a ligação da ACh não é possível, o que inibe a reação de catálise da ACh. © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Droga aricept fechando o sítio ativo da enzima, prevenindo a clivagem de ACh. Código de acesso PDB: 1EVE Junção Neuromuscular O receptor de ACh é um elo fundamental para a transmissão da informação do cérebro para os músculos, sendo um ponto sensível para a ação de toxinas. Muitos organismos desenvolveram toxinas que são capazes de agir no receptor de ACh, bloqueando-o. Este bloqueio causa paralisia. É o caso da toxina do veneno da serpente Naja siamensis (afa-cobratoxina). Esta toxina liga-se no sítio de ligação da ACh, evitando sua ligação no receptor, o que por sua vez não permite a contração muscular. O veneno curare age de forma semelhante. © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. A alfa-cobratoxina bloqueando o sítio de ligação de ACh. Temos uma unidade para cada sítio de ligação de ACh. A proteína pentamérica é uma proteína similar ao receptor de ACh, chamada proteína para ligação de ACh. Código de acesso PDB: 1YI5 Junção Neuromuscular O veneno curare age de forma semelhante à alfa-cobratoxina, ou seja, é um inibidor competitivo da ACh. O curare bloqueia o receptor de acetilcolina, causando paralisia, sendo encontrado em várias plantas dos gêneros Chondrodendron e Strychnos. O curare é usado por diversas tribos de indígenas da América Latina como paralisante para caça. Os índios embebem a ponta das flechas com curare e usam estas flechas para caçar. Os animais atingidos, mesmo com um arranhão, sofrem paralisia e são facilmente abatidos. © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. F o n te : A d a p ta d o d e P u rv e s e t a l. , V id a A c iê n c ia d a B io lo g ia . 6 a . E d . A rt m e d e d it o ra , 2 0 0 2 (p g . 8 3 6 ).Feixe de fibras musculares Tecido conjuntivo Núcleos celulares Fibra muscular única Miofibrilas Mitocôndrias Retículo sarcoplasmático O músculo esquelético é formado por feixes de fibras musculares. Essas fibras são células multinucleadas, constituídas por diversas miofibrilas, retículo sarcoplasmático, núcleos (célula multinuclear) e mitocôndrias. A miofibrila é um sistema altamente ordenado de filamentos finos e grossos. Na figura ao lado vemos os principais constituintes da fibra muscular. Núcleo celular Fibra muscular Sarcômero O sarcômero é uma unidade repetitiva que forma a miofibrila. As linhas Z delimitam o sarcômero. No sarcômero temos a sobreposição dos filamentos grossos com os filamentos finos. Durante a contração muscular esses dois sistemas deslizam um sobre o outro, causando a contração muscular. Sarcômero Banda A Zona Z Filamento fino Filamento grosso Linhas Z Miofibrila única F o n te : A d a p ta d o d e P u rv e s e t a l. , V id a A c iê n c ia d a B io lo g ia . 6 a . E d . A rt m e d e d it o ra , 2 0 0 2 (p g . 8 3 6 ). F o n te : h tt p :/ /w w w .j s s m .o rg /v o l4 /n 4 /1 4 /f 4 .g if Sarcômero A figura ao lado ilustra o sarcômero, vemos sua estrutura repetitiva, as linhas Z delimitam os sarcômeros, que formam a miofibrila. A sucessão de sarcômeros dá o aspecto estriado ao músculo esquelético. No sarcômero temos dois sistemas de filamentos, os filamentos finos e grossos, as linhas Z, indicadas na figura, são a base de fixação do filamento fino. No próximo slide temos um diagrama esquemático detalhado do sarcômero. O filamento fino é formado majoritariamente por actina e o filamento grosso por miosina. Linha Z F o n te : h tt p :/ /w w w .e s c o la lli u re x .e s /m e c /B io s fe ra /p ro fe s o r/ g a le ri a _ im a g e n e s /i m a g e s /S a rc o m e r. g if Sarcômero Banda A Banda I Zona H Linha Z Músculo relaxado Músculo contraído F o n te : h tt p :/ /w w w .b ri s .a c .u k /D e p ts /P h y s io lo g y /u g te a c h /u g in d e x /m 1 _ in d e x /n m _ tu t4 /p a g e 1 .h tm Sarcômero A observação da mudança da largura do sarcômero, durante a contração muscular, levou à proposição do mecanismo molecular da contração muscular, por Hugh Huxley e Andrew Huxley, chamada de teoria do filamento deslizante. Cada sarcômero é limitado pelas estruturas das linhas Z, no centro do sarcômero temos a banda A, onde encontramos os filamentos grossos, formados pela miosina. Durante a contração há sobreposição dos filamentos grossos e finos e o sarcômero se encurta, os filamentos finose grossos deslizam uns sobre os outros. A zona H e a banda I são reduzidas, aproximando as linhas Z, que delimitam o sarcômero. Actina F As proteínas que formam as estruturas dos filamentos fino e grossos tiveram suas estruturas tridimensionais determinadas a partir de cristalografia por difração de raios X. Usando-se o conhecimento obtido da análise das estruturas tridimensionais junto com a teoria do filamento deslizante, podemos entender as bases moleculares do processo de contração muscular. Veremos as principais estruturas envolvidas na contração. A figura ao lado ilustra o polímero de actina F. O polímero de actina F é a base do filamento fino, onde ligam-se a tropomiosina e a troponina. Actina F A animação abaixo ilustra a montagem da actina F a partir da junção de monômeros de actina G, esse polímero forma o filamento fino. Estrutura do Fragmento S1 de Miosina Código de acesso PDB: 1DFK Ao lado vemos a estrutura do fragmento S1 da miosina, resolvido a partir de difração de raios X. Nesta estrutura temos a cabeça de miosina e um prolongamento do braço da alavanca. A cabeça de miosina, indicada com uma seta, apresenta atividade de ATPase, responsável pela catálise da reação de quebra da molécula de ATP, durante a contração muscular. A cabeça de miosina encaixa-se no actina, permitindo a interação proteína-proteína, que leva ao ancoramento do filamento grosso (miosina) no filamento fino (actina), etapa fundamental para a contração muscular. © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Complexo Actina-Miosina O diagrama abaixo ilustra a interação da cabeça de miosina com o filamento de actina. A cabeça de miosina destaca-se do filamento grosso, o que permite o encaixe da cabeça de miosina na actina. Cabeça Braço de alavanca Filamento grosso Filamento fino © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Miofibrila F o n te : P u rv e s e t a l. , V id a A c iê n c ia d a B io lo g ia . 6 a . E d . A rt m e d e d it o ra , 2 0 0 2 (p g . 8 3 7 ).Na miofibrila os filamentos de actina e miosina sobrepõem-se. Os filamentos de miosina são formados por feixes de proteínas, com extremidade globular e cauda na forma de alavanca. Os filamentos de actina são compostos de duas cadeias polipeptídicas, com monômeros de actina G enrolados, como contas em um colar. Essas cadeias são envolvidas por tropomiosina, e, em intervalos regulares, ocorre a ligação de troponina, conforme o diagrama esquemático abaixo. Filamento grosso Filamento fino Actina Tropomiosina Troponina F o n te : P u rv e s e t a l. , V id a A c iê n c ia d a B io lo g ia . 6 a . E d . A rt m e d e d it o ra , 2 0 0 2 ( p g . 8 3 8 ). F o n te : P u rv e s e t a l. , V id a A c iê n c ia d a B io lo g ia . 6 a . E d . A rt m e d e d it o ra , 2 0 0 2 ( p g . 8 3 9 ). Para quebrar a ligação da cabeça da miosina com a actina é necessário ATP (parte A). A quebra da molécula de ATP leva à mudança conformacional da miosina (parte B), contudo a molécula de ATP não é necessária para a formação do complexo actina-miosina (partes C e D). As figuras C e D indicam o músculo contraído. Tal observação explica a razão do endurecimento dos músculos dos animais após a morte, situação conhecida como rigor mortis. A morte cessa a reposição da molécula de ATP, assim o complexo actina-miosina não pode ser quebrado (Figura C). Contração Muscular F o n te : h tt p :/ /w w w .b m s .e d .a c .u k /r e s e a rc h /o th e rs /s m a c iv e r/ C y c le .g if Contração Muscular A figura ao lado ilustra o encaixe de diversas cabeças de miosina (M) ao filamento de actina. A ligação simultânea das cabeças de miosina ao filamento de actina gera força suficiente para termos a contração muscular. M M M M M M M M M F il a m e n to d e a c ti n a 1. O potencial de ação viaja axônio abaixo 2. Os canais de Ca2+ dependentes de voltagem abrem-se 3. Exocitose de ACh 4. Difusão de ACh na fenda sináptica 5. ACh liga-se ao receptor 6. Abertura dos canais de Na+ (entrada) 7. Início de um potencial de ação 8. O potencial de ação viaja ao longo da membrana 9. O potencial de ação entra no retículo sarcoplasmático 10. O potencial de ação abre os canais de Ca2+ dependentes de voltagem 11. Os íons de Ca2+ ligam-se aos filamentos, causando contração Resumo da Contração Muscular © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. Função do Ca2+ na Contração TEORIA DO FILAMENTO DESLIZANTE 1. O PA causa a rápida liberação do íon Ca2+ no interior da célula 2. O íon Ca2+ liga-se à troponina C 3. A troponina passa por uma mudança conformacional 4. Tal mudança movimenta a tropomiosina para fora da área de encaixe da miosina 5. Hidrólise do ATP (pela a ATPase da miosina), o que permite a formação do complexo actina-miosina (Partes A e B) 6. A ligação da miosina com a actina (Parte C) 7. Os filamentos de actina deslizam sobre a miosina (Parte D) 8. Uma nova molécula de ATP permite a quebra do complexo actina-miosina. Como Funciona a Contração ? Como Funciona a Contração ? RELAXAMENTO 1. Degradação da acetilcolina 2. Canais iônicos fecham-se 3. Repolarização da membrana 4. Diminuição da permeabilidade do retículo sarcoplasmático (RS) aos íons de Ca2+ 5. Os íons de Ca2+ são bombeados de volta ao RS (processo lento com consumo de ATP) 6. Os íons de Ca2+ são retirados das moléculas de troponina C, que volta a conformação original 7. A tropomiosina retorna a cobrir a região do encaixe da actina 8. Quebram-se os complexos miosina-actina 9. O complexo miosina-ATP se reconstitui nas cabeças de miosina, pronto para um novo potencial de ação © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r. A análise do modelo do complexo actina-miosina (Rayment & Holden, 1994) revela as bases moleculares da contração muscular. Esse modelo exibe a orientação espacial relativa do fragmento S1 da miosina, mostrando, claramente, que a fenda na miosina estende-se do sítio de ligação de ATP, até o sítio de ligação da actina. O modelo também indica que a cauda helicoidal do C-terminal do fragmento S1 da miosina, funciona com um braço de alavanca. A boa complentaridade de forma geométrica e carga elétrica, das estruturas da miosina e da actina, corroboram o modelo proposto para contração muscular. Bases Moleculares para a Contração Muscular Referência: Rayment, I. & Holden, H. M. (1994). Trends Biochem. Sci. 19: 129-134. Mecanismo da Contração Muscular Mecanismo da Contração Muscular Contração do Músculo Cardíaco O coração funciona como uma bomba, com capacidade de bombear 5 litros de sangue por minuto. Sua estrutura é dividida em 4 câmaras, como mostrado no diagrama esquemático ao lado, sendo dois átrios e dois ventrículos. As veias cava superior (VCS) e cava inferior (VCI) levam sangue para o coração. A entradaé pelo lado direito do coração. Os átrios recebem o sangue e os ventrículos bombeiam o sangue para fora do coração. F o n te :h tt p :/ /h e a lt h .h o w s tu ff w o rk s .c o m /h e a rt .h tm /p ri n ta b le Contração do Músculo Cardíaco O átrio direito (AD) recebe sangue da VCS e VCI, sendo que a VCS traz sangue da metade superior do corpo e a VCI da parte inferior. Após a contração do AD o sangue sai pela válvula tricúspede entrando no ventrículo direito (VD). O VD contrai e bombeia o sangue através da válvula pulmonar e, em seguida, para a artéria pulmonar, e segue então para os pulmões onde capta oxigênio. F o n te :h tt p :/ /h e a lt h .h o w s tu ff w o rk s .c o m /h e a rt .h tm /p ri n ta b le Contração do Músculo Cardíaco O sangue capta oxigênio nos pulmões e retorna ao coração pelas veias pulmonares, entra no átrio esquerdo (AE) onde é bombeado pela válvula mitral. O sangue chega ao ventrículo esquerdo (VE) e é bombeado pela válvula aórtica para a artéria aorta, circulando então pelo corpo. O ventrículo esquerdo apresenta o músculo mais espesso do coração, pois precisa bombear o sangue por todo corpo. F o n te :h tt p :/ /h e a lt h .h o w s tu ff w o rk s .c o m /h e a rt .h tm /p ri n ta b le Contração do Músculo Cardíaco Resumindo: O sangue é bombeado para o átrio direito, que passa pela válvula tricúspede e chega ao ventrículo direito. O sangue é então bombeado pela válvula pulmonar e segue para os pulmões. O sangue retorna ao coração chegando pelas veias pulmonares e entram no átrio direito, passa pela válvula mitral e chega ao ventrículo esquerdo, que é então bombeado para a artéria aorta. F o n te :h tt p :/ /w w w .b lo b s .o rg /s c ie n c e /a rt ic le .p h p ? a rt ic le = 6 Potencial de Ação Cardíaco O potencial ação (PA) do músculo esquelético é resultado da ação de dois canais transmembranares, os canais de sódio e potássio. O PA cardíaco apresenta um terceiro canal, o canal de Ca2+. A entrada de Ca2+ tem como resultado a manutenção do potencial de membrana em valores relativamente altos, quando comparados com o potencial de repouso. As figuras abaixo ilustram esta diferença. Na figura da esquerda temos o PA devido à ação dos canais de Na+ e K+, como observado no músculo esquelético. Na figura da direita temos o PA cardíaco, com a fase de repolarização prolongada. Devemos destacar que as figuras não estão em escala, o PA cardíaco dura aproximadamente 300 ms, enquanto o PA do músculo esquelético dura poucos ms. F o n te :h tt p :/ /w w w .b lo b s .o rg /s c ie n c e /a rt ic le .p h p ? a rt ic le = 5 # 1 Potencial de Ação Cardíaco No PA cardíaco o aumento do potencial de membrana, além do potencial de repouso, dispara o PA, com a abertura dos canais de Na+. Em seguida abrem-se os canais de Ca2+, quando o potencial de membrana atinge aproximadamente -35 mV. A entrada dos íons de Ca2+ mantém a célula em despolarização, posteriormente os canais de K+ abrem-se e levam à repolarização. Esta fase de despolarização, mais longa, quando comparado ao PA do músculo esquelético, causa um período refratário também mais demorado no PA cardíaco. Este intervalo mais longo, entre os disparos dos PAs cardíacos, garante um funcionamento otimizado do bombeamento do sangue pelo coração. F o n te :h tt p :/ /w w w .b lo b s .o rg /s c ie n c e /a rt ic le .p h p ? a rt ic le = 5 # 1 Marcapasso Os batimentos são estimulados pelo nó sinoatrial, que controla a freqüência cardíaca. Localiza-se próximo à junção do átrio direito com a veia cava superior e é formado por células do miocárdio especializadas. Como todas as células cardíacas, o nó sinoatrial é capaz de atingir o potencial limiar (threshold) sem outro estímulo, ele automaticamente despolariza, entretanto, o nó sinoatrial é mais rápido, como conseqüência o impulso do nó sinoatrial se sobrepõe ao das outras células cardíacas, ou seja, o nó dita o ritmo dos batimentos cardíacos. O nó sinoatrial é chamado marcapasso. F o n te :h tt p :/ /w w w .b lo b s .o rg /s c ie n c e /a rt ic le .p h p ? a rt ic le = 5 # 1 Marcapasso A principal diferença entre as células do nó sinoatrial e o restante do miocárdio é que o potencial de ação das células do nó sinoatrial são disparadas com a abertura de canais de Ca2+ . F o n te :h tt p :/ /w w w .b lo b s .o rg /s c ie n c e /a rt ic le .p h p ? a rt ic le = 5 # 1 Garcia, E. A. C. Biofísica. Editora Savier, 2000. Purves, W. K., Sadava, D., Orians, G. H., Heller, H. G. Vida. A Ciência da Biologia. 6a ed. Artmed editora. 2002. Referências © 2 0 1 0 D r. W a lt e r F . d e A z e v e d o J r.
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