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FONTES JURÍDICAS DISCIPLINA: DIREITO - PROFISSÃO E CIÊNCIA PROFESSORA: FLÁVIA VIANA DEL GAIZO ESPECIALISTA, MESTRE E DOUTORA EM DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS E PÓS-DOUTORANDA EM DEMOCRACIA E DIREITOS HUMANOS ORIGEM DA EXPRESSÃO FONTE Expressão vem do latim (fons, fontis, nascente). Significado: tudo aquilo que origina, que produz algo. A expressão, no Direito, indica as formas pelas quais ele manifesta-se. As fontes do direito asseguram à sociedade que o juiz, ao decidir os casos concretos que lhe são postos, não decida pautado em critérios subjetivos, centrado em critérios pessoais. Hans Kelsen: fundamento de validade da ordem jurídica – CF. FONTE JURÍDICA Norma superior que regula a produção da norma inferior. CF é a fonte das normas gerais. Sentido jurídico-positivo: fonte jurídica é o direito. Norma hipotética fundamental: fonte primordial do direito, de acordo com a qual devem estar todas as demais leis do ordenamento jurídico. Uma norma só pode se originar de outra que lhe seja hierarquicamente superior. Fonte jurídica: vários modos de onde são buscadas, nascem ou surgem as normas jurídicas e os princípios gerais da ciências do direito. CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES (MHD) Fontes formais: a.1- Estatais: . Legislativas: leis, decretos, regulamentos, etc. . Jurisprudenciais: sentenças, precedentes judiciais, súmulas, etc. . Convenções internacionais. a.2- Não estatais: . Costume jurídico. . Doutrina. . Convenções em gerais ou negócios jurídicos. b)Fontes materiais ou reais FONTES MATERIAIS OU REAIS Conceito: fatores sociais (históricos, religiosos, naturais, demográficos, políticos, econômicos, morais) e os valores de cada época (ordem, segurança, paz social, justiça) dos quais emanam as normas jurídico-positivas. Elementos da realidade social e dos valores que norteiam e inspiram o ordenamento jurídico. São estes elementos que determinam a elaboração do direito através de atos dos legisladores, magistrados, etc. FONTES FORMAIS ESTATAIS a) Legislação: Países de civil law: fonte formal mais importante. Países common law: jurisprudência é a fonte mais importante. Costumes (não é obrigatório enquanto não consagrado pelos tribunais) – influência crescente do processo legislativo. Conceito: processo pelo qual um ou vários órgãos estatais formulam e promulgam normas jurídicas de observância geral. Atividade legiferante: fonte jurídica por excelência. Tendência de se codificar o direito, para buscar maior certeza e segurança nas relações jurídicas. FONTES FORMAIS ESTATAIS Acepções do vocábulo lei: 1) Amplíssima: lei = norma jurídica, incluindo-se normas escritas e/ou costumeiras. 2) Ampla: o sentido da lei que faz menção apenas às normas jurídicas escritas segundo o verbo legere (ler), por isso, que podem ser lidas. São todas as normas jurídicas escritas. 3) Estrita ou técnica: lei = norma jurídica elaborada pelo poder legislativo, por meio do devido processo (art. 59, I a VII, CF). Primárias: CF, LC, lei ordinária, lei delegada, medidas provisórias, decreto legislativo, resoluções do Senado. Secundárias: decretos regulamentares, instruções ministeriais, circulares, portarias, ordens de serviço. FONTES FORMAIS ESTATAIS Processo legislativo - Trâmite constitucional: . Iniciativa: ato que desencadeia; projeto de lei; direito novo. . Discussão: corpos legislativos; comissões especializadas. . Deliberação ou votação: aprovação ou rejeição de cada assembléia; plenário contra ou a favor do projeto. . Sanção ou veto: Executivo. Veto por inconstitucionalidade ou inconveniência. Sanção, projeto transforma-se em lei. . Promulgação: Executivo autentica a lei. . Publicação: Diário Oficial; tornar pública a nova lei. FONTES FORMAIS ESTATAIS b) Jurisprudência: Conjunto de decisões uniformes e constantes proferidas pelos tribunais, resultantes da aplicação de normas a casos semelhantes, constituindo norma geral aplicável às hipóteses similares ou idênticas. Miguel Reale: forma de Direito que se processa através do exercício da jurisdição, em virtude de uma sucessão harmônica de decisões dos tribunais. RO e RE: uniformização das decisões judiciais. FONTES FORMAIS ESTATAIS JURISPRUDÊNCIA # SÚMULA VINCULANTE Ambas são fontes diferentes do Direito, embora venham do costume. A jurisprudência constitui-se de decisões nos casos concretos. A Súmula vinculante é a síntese dessas jurisprudências e representa o entendimento jurisprudencial mais recorrente e reiterado em decisões. A Súmula é emitida (e numerada, inclusive) pelo STF/STJ e, de certa forma, ela é a consolidação da jurisprudência, após várias decisões irem ao encontro do mesmo entendimento, de modo que ela preestabelece posicionamentos, fixando parâmetros para os tribunais inferiores. FONTES FORMAIS ESTATAIS Argumentos favoráveis à súmula vinculante: Justiça mais célere; Evita-se decisões contraditórias; Não há estagnação da jurisprudência, pois há possibilidade de revisão ou cancelamento; Críticas súmula vinculante: - Fere devido processo legal – cidadão adstrito ao pensamento de um tribunal que não ouviu suas razões nem suas provas; -Engessa os entendimentos; Viola separação de poderes; Judiciário “superlegislador”; Compromete independência do juiz. FONTES FORMAIS ESTATAIS Poder normativo do juiz: Legislador cria normas jurídicas gerais, abstratas; já o magistrado cria norma jurídica individual, caso concreto. Função criadora do Judiciário se desenvolve pela interpretação, integração e correção – instrumentos dinâmicos na criação jurisprudencial. c) Convenção internacional: - Cria norma geral entre Estados e normas individuais se tratarem de questões relativas a cidadão de qualquer deles. FONTES FORMAIS NÃO ESTATAIS Costume jurídico: É a prática reiterada de determinado ato, com a convicção de sua necessidade jurídica. A lei, por mais completa que tente ser, jamais poderá abrigar todos os fatos sociais que necessitam de uma proteção jurídica, por isso, o costume ainda tem papel fundamental no Direito, haja vista a insuficiência legal. Art. 4º LINDB: costume só é cabível quando se esgotarem todas as possibilidades legais. FONTES FORMAIS NÃO ESTATAIS O costume é formado por dois elementos: 1. Objetivo: uso que o consagra no meio social; 2. Subjetivo: convicção de sua juridicidade. Para a vigência de um costume é necessário: Continuidade- longa prática (uso e convicção da juridicidade), convicção de sua exigibilidade. Uso deve ser uniforme, constante, público e geral. Não se confunde o elemento subjetivo com a mera praxe, pois no costume há um sentimento de dever jurídico, de obrigatoriedade. Características: continuidade (uso reiterado); uniformidade (pelo menos numa região determinada); diuturnidade (duração longa); moralidade; obrigatoriedade. FONTES FORMAIS NÃO ESTATAIS Costume é fonte subsidiária do direito, não gera o direito. Modo pelo qual se expressa sua exigibilidade. Art. 5º LINDB: para usar o costume o juiz deverá considerar os fins sociais e as exigências do bem comum. Aferir com justiça, razoabilidade, moralidade, sociabilidade do costume jurídico. FONTES FORMAIS NÃO ESTATAIS ESPÉCIES DE COSTUMES : Secundum legem: é previsto na lei que reconhece ou orienta o uso do costume. Art. 1297, §1º CC (muros, cercas, divisórias “até prove-se em contrário pertencem aos dois confinantes” . Praeter legem: caráter supletivo, supre a lei nos campos omissos e preenche as lacunas da lei. Art 4º da LINDB – “quando a lei for omissa, o juiz decidirá com base nos costumes, analogia e Princípios Gerais do Direito”. Contra legem: forma-se em sentido contrário ao da lei, admite-se em caso de defasagem da lei. Não há uniformidade na doutrina. Ex: Cheque pré-datado (o correto é pós –datado) FONTES FORMAIS NÃO ESTATAIS b)Doutrina: Atividade dos juristas, cientistas do Direito. São ensinamentos dos professores, juízes, promotores ou demais estudiosos do Direito. Por meio da doutrina, buscam-se enunciados para facilitar a compreensão dos conceitos jurídicos. Origem: Roma – jurisconsultos. Influência da doutrina na legislação e decisão judicial. Autorizada implicitamente pela proibição do non liquet. Argumento de autoridade. FONTES FORMAIS NÃO ESTATAIS c) Poder negocial: Gera normas jurídicas particulares e individualizadas (contratos), vinculando apenas os participantes. d) Poder normativo dos grupos sociais: Estado não é o único criador de normas. Grupos sociais (igreja, clube, sindicato, etc) também tem o poder de estabelecer suas próprias normas desde que conforme á ordenação da sociedade política.
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