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23/11/2011 1 TEGUMENTO COMUM TEGUMENTO COMUM • É a cobertura protetora do corpo, contínua nas aberturas naturais com as membranas mucosas dos tratos digestório, respiratório e urogenital. • Pele e apêndices modificados (cabelo/pêlo, chifre, penas, unha/garra/casco...). Pele • Consiste de epiderme (epitélio superficial estratificado não vascular; apresenta aberturas das glândulas s.c. e dos folículos pilosos), derme (camada fibrosa, suprida por vasos e nervos e contém glândulas cutâneas, folículos pilosos e músculo liso) e tecido subcutâneo (tecido conjuntivo frouxo, com fibras elásticas e gordura, músculo cutâneo estriado). Pele • Barreira de proteção contra desgaste da superfície e invasão de microorganismos • Papel importante na termorregulação • Por ser impermeável: protege contra ressecamento e contra entrada excessiva de água em mamíferos aquáticos. Pele • Glândulas da pele: – Sudoríparas: seu ducto excretor se abre no folículo piloso ou em um poro na superfície da pele – Sebáceas: geralmente associadas aos pêlos dentro dos folículos nos quais se abrem Pele • Glândulas da pele: – Tipos especiais: glândulas sudoríparas modificadas (nasolabiais do boi, glândulas do focinho do porco, do coxim digital do equino), glândulas sebáceas modificadas (tarsais dos olhos, circum-orais dos lábios de felinos), glândulas mamárias. 23/11/2011 2 Pele – Glândula odorífera: presente em caprinos, caudomedial à base do chifre. São maiores e mais produtivas na estação de monta; estimuladas por testosterona, os machos produzem uma secreção com odor tão forte/penetrante que alguns donos requerem sua remoção cirúrgica. Dyce et al., 2010 Pele – Glândula da bolsa infraorbital: contidas em uma bolsa rostral ao olho e com abertura ventrolateralmente na face do ovino. Secretam secreção sebácea e serosa, cuja mistura tinge a pele quando escapa da bolsa. Servem para demarcar território e são maiores em carneiros. Dyce et al., 2010 Pele – Glândulas carpais: presentes em porcos e gatos. Nos porcos, circundam várias invaginações cutâneas na face mediopalmar do carpo. Servem para indicar reivindicação territorial. Em gatos são marcadas por um tufo de pêlos táteis proximais ao coxim cárpico; reconhecido por um espessamento palpável da pele. Dyce et al., 2010 Pele – Glândula da bolsa interdigital: encontradas tanto em membro torácico como em membro pélvico de ovinos. São invaginações tubulares da pele em cuja parede há ramos de glândulas serosas e sebáceas. Secreção semelhante a cera são eliminadas por orifício em cima do casco e servem como marcador de trilha. Dyce et al., 2010 Pele – Glândulas da bolsa inguinal: localizadas próximas à base do úbere ou escroto em ovinos. Contém glândulas sudoríparas e sebáceas, cuja secreção semelhante a cera marrom ajuda o cordeiro encontrar o úbere. Glândula da bolsa inguinal Dyce et al., 2010 Pele – Glândulas da cauda: conjunto de glândulas sebáceas e serosas encontradas em pequeno segmento oval na superfície dorsal da cauda de alguns carnívoros, que apresentam maior atividade na época de reprodução. A pele na região geralmente contém pêlos esparsos e coloração amarelada Dyce et al., 2010 23/11/2011 3 – seio paranal (glândula adanal ou saco ou bolsa anal): saco cutâneo que se abre para o ânus, com secreção sebácea acinzentada de odor desagradável. O m. esfíncter anal externo a recobre externamente. Dyce et al., 2010 • Apêndices da pele: são modificações da epiderme – Pêlos – Cascos – Unhas – Chifres Pêlos • Recobrem quase toda superfície em mamíferos domésticos • Constante reposição • Pêlos ordinários: determinam a cor do animal • Pêlos especiais: pêlos tácteis (cílios; vibrissas das narinas) • Pêlo: Compostos por: cutícula (células córneas escamosas); córtex (células córneas fusiformes) e medula (células cúbicas ou poliédricas). Cutícula Córtex Medula Dyce et al., 2010 • Pêlo: – Lança: acima da superfície da pele – Raiz: localizada no folículo piloso (possui um bulbo e uma papila vascular projetada ao fundo; geralmente possuem músculo eretor do pêlo associados). Glândula sebácea Raíz do pêlo Parede epidermal do folículo piloso Terminações nervosas na parede do seio venoso Seio venoso Papila vascular Parede interna do seio venoso Parede externa do seio venoso Bulbo Dyce et al., 2010 23/11/2011 4 Ducto da glândula sudorípara glândula sebácea Folículos pilosos secundários Músculo eretor do pêlo Folículo piloso primário Dyce et al., 2010 CARNÍVOROS • Coxins (ou tórus ou almofadinhas): Epiderme espessa, derme e um coxinete subcutâneo – Internamente: estrutura fibroelástica e tecido adiposo – Externamente: pele áspera queratinizada – Coxim cárpico(face palmar do carpo): sem apoio – Coxim metacárpico e metatársico (reg. Metacarpo/tarsofalangiana): face palmar/plantar – Coxins digitais: falange média – Glândulas sudoríparas maiores presentes no tecido subcutâneo dos coxins: demarcador CONSTANTINESCU, 2005 • Unguícula, unha ou garra: são modificações locais da epiderme, derme e camada de sub-cutâneo, que circundam a parte ungueal das falanges distais. – Proteção aos tecidos adjacentes, arranhar, cavar, arma – Chifre da unha: corpo (ou parede curva e comprimida lateralmente) e sola 5: sola EQUINOS • Glândulas da pele: numerosas e maiores que outros animais domésticos – Sebáceas: + desenvolvidas nos lábios, prepúcio, glândulas mamárias, períneo e lábios da vulva. – Sudoríparas: quase toda extensão da pele; + desenvolvida na asa lateral da narina, flanco, glândulas mamárias e na parte livre do pênis 23/11/2011 5 • Pêlos diferenciados: – Crina: borda dorsal do pescoço e cernelha – Cauda – Machinho do metacarpo e metatarso: tufo de pêlos na face flexora do boleto. • Úngula ou casco: cobertura córnea da extremidade distal do dígito. Parede (muralha); sola; cunha (ranilha). • Parede (muralha): cobre a frente e lados e se reflete para a palma ou planta do pé em ângulo agudo, formando as barras (fusionadas com a sola e unidas entre si pela cunha da úngula). A parte interna contém cerca de 600 lamelas epidérmicas primárias, cada uma com cerca de 100 lamelas epidérmicas secundárias. • Parede (muralha): – Borda coronal proximal: delgada, coberta por camada córnea macia e clara externamente (chamada períoplo) e internamente é escavada formando o sulco coronal. – borda basal da úngula entra em contato com o solo, com espessura maior na frente (unida à sola por subst. córnea clara e mais macia chamada zona alba ou branca). Parede (muralha) Borda coronal - períoplo Linha branca: união da parede e sola Borda basal Barra Parte despigmentada da parede Dyce et al., 2010 Dyce et al., 2010 Lamelas epidérmicas Papila terminal na extremidade da derme laminar Dyce et al., 2010 23/11/2011 6 • Sola: superfície ventral (composta por epiderme, derme e tecido s.c.); forma semilunar e possui 2 faces e 2 bordas. – Face interna: convexa; possui várias aberturas pequenas que contém as papilas dérmicas (projeções da derme para a epiderme) – Face externa (basal): arqueada, de superfície áspera. • Sola: – Borda convexa ou parietal: se une à paredepela zona branca. – Borda côncava ou central: formato de um ângulo profundo que é ocupado pelas barras e o ápice da cunha da úngula. • Sola: A parte da sola entre a parede e as barras são denominadas de BARRAS, cujas extremidades são chamadas de ângulos da sola medial e lateral (talões ou calcanhares). Parede Linha branca: união da parede e sola SOLA – Face interna Cunha ou ranilha Barra Bulbos dos calcanhares Talão ou calcanhar Sulco paracuneal SOLA – Face externa Dyce et al., 2010 • Cunha: ápice do coxim do casco em equinos, também conhecido como RANILHA. • Consiste de uma massa cuneiforme que ocupa o ângulo, limitado pelas barras e a sola, se estendendo consideravelmente abaixo de ambas. Possui 2 faces, uma base e um ápice. • Cunha: – Face interna: sustenta a espinha da cunha (crista central) – Face externa ou basal: apresenta um sulco central limitado por dois ramos – Base: possui depressão central e proeminência nos lados, onde se une com os ângulos da parede. Situa-se entre as barras. – Ápice: vértice da ranilha cuneiforme, direcionado dorsalmente para a sola. 23/11/2011 7 Parede Sola CUNHA ou ranilha Barra Sulco central Dyce et al., 2010 Espinha da cunha Fenda central sobre o ápice da cunha Crista formada pela junção da cunha e barra Sola Dyce et al., 2010 • Estrutura do Casco (Úngula): células epiteliais queratinizadas, exceto na parte mais profunda onde está o estrato germinativo que mantém o crescimento da úngula. É avascular e recebe nutrição da derme (cório). Não apresenta nervos. • Estrutura do Casco (Úngula): Parede tem 3 camadas: – Externa: compreende o períoplo (faixa de cornos tubulares macios e não pigmentados, entre pele e casco) e o estrato tectório (camada de escamas córneas superficiais que dão a parte externa da parede aspecto liso e brilhante). – Média: parte maior e mais densa do casco; pigmentada nos cascos escuros. – Laminar ou interna: consiste das lamelas. Não pigmentada. Extrato externo Extrato médio Extrato interno Linha branca Parede Dyce et al., 2010 Dyce et al., 2010 • Estrutura do Casco (Úngula): – Sola: consiste de substância córnea tubular e intertubular de tamanhos variados. – Ranilha (cunha): consiste de substância córnea macia, mais elástica que a da parede ou sola, não totalmente queratinizada. 23/11/2011 8 • Derme (Cório): porção mais profunda, vascular, que nutre a úngula/casco. Dividida em 5 partes: – Derme ou cório perióplico – Derme ou cório coronal – Derme ou cório laminar – Derme ou cório da sola – Derme ou cório da cunha Derme perióplica Derme coronal Derme laminar Derme laminar Dyce et al., 2010 Derme perióplica Derme coronal Derme laminar Papila terminal na extremidade da derme laminar Dyce et al., 2010 • Pulvino digital: massa cuneiforme sobreposta à cunha, composta de fibras colágenas e elásticas, entre as quais há gordura e cartilagem. Possui glândulas espiraladas ramificadas, cujos ductos correm através da cunha e levam secreção gordurosa para a face basal da ranilha. • Tórulos ou Coxins metacárpicos/metatársicos: chamado de esporão; consiste de pequena massa córnea situada no fundo do tufo de pêlos da superfície flexora do boleto (articulação metacarpo/metatarsofalangiana) (vestígios do 2º e 4º dedos). • Tórulos ou Coxins Cárpico/Társico: chamados de castanha. Correspondem as massas córneas ovais alongadas e achatadas, na face medial do antebraço e do tarso (vestígios do 1º dedo). Ausentes no burro e muito pequeno na mula. 23/11/2011 9 Coxim metacárpico/társico - esporão Coxim cárpico - castanha Coxim cárpico/társico - castanha Dyce et al., 2010 RUMINANTES • Pêlos: variam em cor e tamanho conforme raça. Há pêlos longos na cauda, apenas na extremidade (formando a vassoura). • Glândulas cutâneas em menor número e menos desenvolvidas que no equino. Glândulas sebáceas desenvolvidas nas aberturas naturais e úbere (porém ausente na teta). Glândulas nasolabiais formam camada espessa no focinho. • Úngulas ou cascos: são 4 em cada membro e cobrem as extremidades dos dígitos. Os dois principais acompanham o formato das falanges distais. Os dois acessórios cobrem as falanges vestigiais. – Superfícies: abaxial (forma ângulo de 30º com o solo); interdigital, basal ou da sola • Úngulas ou cascos: – 3 partes: períoplo (circunda a borda coronal, exceto nos calcanhares, onde se alarga recobrindo toda a superfície), parede (a maior parte da superfície abaxial do casco e reflete dorsalmente sobre a superfície interdigital) e sola (se continua com o períoplo) – Lamelas muito mais estreitas e numerosas que em equinos e não há lamelas secundárias. Parede Linha branca Sola Sulco abaxial da parede Bulbo Dyce et al., 2010 VISTA ABAXIAL VISTA AXIAL 1)Derme perióplica; 2)Derme coronal; 3)Derme laminar. Dyce et al., 2010 Dyce et al., 2010 23/11/2011 10 • Chifres: estruturas córneas formadas por células altamente queratinizadas que envolvem os processos cornuais do osso frontal (exceto em raças mochas). – Variam em tamanho e forma. – Consiste de tubos próximos um dos outros (exceto nos anéis) onde há substância córnea intertubular; une-se ao processo córneo por periósteo que é atravessado por numerosos vasos sanguíneos. • Chifres: – Raiz ou base: possui borda fina contínua com epiderme comum. – Anéis: variáveis, próximos à raiz – Ápice: a espessura do chifre aumenta em sua direção, até formar massa sólida Chifre ao redor do processo cornual do osso frontal Dyce et al., 2010 Períoplo Seio frontal caudal com divertículo cornual Divertículo cornual do seio frontal Dyce et al., 2010 Divertículo cornual do seio frontal Processo cornual Periósteo, derme e epiderme Tubos córneos Dyce et al., 2010 MAMA • O complexo mamário consiste de um corpo e uma papila mamária (teta ou mamilo) • Nº habitual de mamas: – Cadela: 10 – Gata: 8 – Porca: 14 – Vaca: 4 – Ovelha, cabra e égua: 2 23/11/2011 11 CONSTANTINESCU, 2005 • Úbere: termo coletivo para todas as mamas em ruminantes e equinos. Papila mamária (Mamilo em carnívoros; Teta em ruminantes e equinos): por onde sai o leite M. esfíncter da papila: fibras musculares lisas que circundam o ducto papilar. • Corpo da mama: consiste de pele, tecido glandular e tecido conjuntivo • Glândula mamária: consiste de cada glândula mamária solitária e de seu sistema ductal associado. Número aproximado de glândulas por mama: 5a7 em felinos; 8a14 em caninos; 2 em suinos; 1 em ruminantes e 2 em equinos. • Lobos da glândula mamária: subdivisão macroscópica da glândula, por tecido conjuntivo. • Lóbulos da glândula mamária: aglomerado de 150 a 200 alvéolos (na vaca) que secretam para um ducto central; separados dos outros lóbulos por fina camada de tecido conjuntivo. • Ductos lactíferos: transportam o leite até o seio lactífero situado ventralmente ao corpo da mama. • Seio lactífero: parte distal dilatada do sistema ductal, formado pela confluência dos ductos lactíferos mais calibrosos e prolongando-se até a papila mamária. • Aparelho suspensório mamário: formado por folhetos medial e lateral de tecido colágeno e elástico, originários da parede do corpo e que suspendem as mamas. Sãoparticularmente bem desenvolvidos nas vacas leiteiras. • Mama acessória: supranumerária, ocasionalmente funcional. 23/11/2011 12 Parênquima da glândula Ductos lactíferos Seio lactífero: da glândula e da teta Teta supranumerária Dyce et al., 2010 Seio lactífero da teta Ducto papilar Orifício da teta Esfíncter Plexo venoso na parede da teta Dyce et al., 2010 Lâmina suspensória medial Lâmina suspensória lateral Tributária da v. pudenda externa Sínfise pélvica Dyce et al., 2010 Dyce et al., 2010
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