Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
4. HIDROLOGIA Disciplina: Hidrologia Professor: Camila Fernandes Ferreira Aparecido 4.1. Infiltração e Evapotranspiração Evaporação e Transpiração Evaporação e Transpiração – Conceitos • Evaporação – Processo pelo qual a água transforma-se em vapor como conseqüência da diminuição da pressão ou aumento da temperatura, normalmente sob a incidência dos raios solares – Perda de água para atmosfera de uma superfície líquida ou sólida saturada exposta livremente às condições ambientais • Transpiração – Processo de evaporação decorrente da fisiologia dos vegetais • Evapotranspiração – Conjunto das perdas por evaporação e por transpiração – Conceitos associados • Evapotranspiração potencial – Condição em que a evapotranspiração acontece tal que » a superfície esteja totalmente coberta de água » o teor de umidade esteja próximo à capacidade do campo • Evapotranspiração real – Perda de água nas condições reais • Perdas por evapotranspiração (mm) – É a quantidade de água evaporada (ou transpirada) por unidade de área horizontal durante certo tempo • Intensidade de evapotranspiração (mm/h) – É a rapidez com que se processa a evaporação (ou transpiração) Evaporação e Transpiração – Fatores que influem na evapotranspiração • Temperatura da água – Quanto maior a temperatura da superfície, maior a energia cinética das moléculas facilitando o escape para a atmosfera • Pressão atmosférica – Quanto maior a pressão atmosférica na superfície, maior a energia potencial das moléculas facilitando o escape para a atmosfera Alta temperatura Baixa temperatura Baixa pressão Alta pressão – Fatores que influem na evapotranspiração • Umidade atmosférica – Presença de vapor de água na atmosfera » Variam de 0% (deserto) à 4% (floresta tropical) » Descontada a parcela de vapor de água, ainda existe 78% de Nitrogênio, 21% de Oxigênio, 1% de Argônio e outros gases • Variação da umidade atmosférica – Exposição solar devido à posição geográfica » Latitude, longitude e altitude – Cobertura vegetal – Presença de sais : pertinente ao continente ou mar – Regime de ventos Temperatura Pressão Umidade Salinidade Ventos Cobertura vegetal Exposição solar – Fatores que influem na evapotranspiração • Radiação solar – O calor radiante fornecido pelo sol constitui a energia motriz do ciclo hidrológico » Tem maior influência sobre a temperatura na terra • Cobertura vegetal – Quanto maior a cobertura vegetal sob determinada região, maior será a evaporação local, pois haverá atividade fisiológica das plantas devido a sua presença – Fatores que influem na evapotranspiração (cont) • Posição geográfica (Latitude) – Em geral, maior latitude, maior pressão barométrica e menor a intensidade de evaporação » Observe, no entanto, as zonas de alta e baixa pressão bem como o regime de ventos gerados por essas zonas 0º 30º 30º 60º 60º Zona equatorial de baixa pressão Zona subtropical de alta pressão Zona subtropical de alta pressão Zona polar de baixa pressão Zona polar de baixa pressão Zona polar de alta pressão Zona polar de alta pressão – Fatores que influem na evapotranspiração • Posição geográfica (Altitude) – Quanto maior a altitude do local, menor será a pressão atmosférica ocasionando, portanto, numa evaporação maior » A influência nesse parâmetro é bastante discreta Evaporação Evaporação – Fatores que influem na evapotranspiração • Salinidade da água – Sais dissolvidos na água reduzem a pressão de vapor de uma superfície, por isso, em água salgada a evaporação é mais difícil » No mar a evaporação é mais difícil » No entanto, a área do espelho d’água oceânico é maior do que nos rios e lagos Evaporação – Fatores que influem na evapotranspiração • Regime de ventos – Em ar parado, a diferença de pressão do vapor diminui rapidamente e o processo de evaporação fica limitado pelo vapor difundido na atmosfera proveniente da superfície das águas – Em regime de turbulência a convecção térmica afasta o vapor d’água das camadas em contato com a superfície das águas possibilitando a continuidade ao processo Maior velocidade do vento, maior evaporação Menor velocidade do vento, menor evaporação Medição de evapotranspiração • Índices de umidade mais importantes –Pressão parcial de vapor »Pressão de vapor exercida pelo vapor de água na atmosfera »Dada pela diferença de pressão entre a atmosfera úmida e seca –Pressão de saturação de vapor »Registrada quando a atmosfera já está com sua capacidade máxima relativas à quantidade de moléculas de vapor d’água »É estritamente função da temperatura do local Medição de evapotranspiração • Índices de umidade mais importantes –Grau de umidade absoluta »Quantidade absoluta de vapor d’água num determinado espaço –Grau de umidade relativa »Dada pela relação entre a quantidade de vapor d’água em um dado espaço e sua capacidade de saturação Medição de evapotranspiração • Lei de Dalton –Quanto maior a quantidade de água no ar atmosférico, maior o grau de umidade e menor a intensidade de evaporação Lei de Dalton E = C(es-ea) E - Evaporação (mm/h) C - Constante de proporcionalidade local es - pressão de saturação de vapor na superfície (atm ou mmH2O) ea - pressão de saturação do ar na atmosfera (atm ou mmH2O) Medição de evapotranspiração • Evaporímetro de panela tipo tanque classe A – Padrão da US Wheater Service – Recipiente cilíndrico com diâmetro 121,9cm e altura 25,4cm – Enchido com água até 5cm de altura a partir da borda – A medida de evaporação é obtida a partir decréscimo do nível de água do tanque (linímetro graduado) • Colorado – Variação com formato quadrado Termômetro flutuante Parafuso micrométrico graduado Altura do nível de água Anemômetro –Medição de evapotranspiração • Lisímetro –Caixa estanque enterrada no solo aberta e na face superior contendo o terreno que se quer estudar –A amostra recebe as precipitações no local (medidas por pluviômetros) –O solo é drenado no fundo da caixa e medida a água recolhida Balanço Hídrico E = P - I – AR E – Evaporação, P - Precipitação I – Infiltração, AR - Água no Reservatório do Lisímetro –Determinação da evapotranspiração • Gangopadhyaya (derivação da fórmula de Dalton) E = 0.131 u2 (es-e2) [EUA] E = 0.13(1+0.72 u2) (es-e2) [Rússia] E - Evaporação u2 (ou v2)-Velocidade do vento medida a 2m do solo es (ou Ps)-Pressão de saturação do vapor na superfície e2 (ou P2)- Pressão de vapor à 2m do solo Onde: e = h es/100 h - Umidade Relativa (%) ua = 217 e/T –Determinação da evapotranspiração • Rohwer e Meyer (derivação da fórmula de Dalton) E = 0.771(1.465-0.0186B)(0.44-0.118u) (es-e2) [Rohwer] E - Evaporação (Polegadas/dia) B - Pressão barométrica (Polegadas de Hg, a 32ºF) u -Velocidade do vento na superfície do solo (milhas/h) es -Pressão de saturação do vapor na superfície (Polegadas de Hg) e2 - Pressão de vapor à 2m do solo (Polegadas de Hg) E = c(1+u/10) (es-e2) [Meyer] c - 0.36 (lagoa e reservatórios), 0.50 (superfície úmidas com vegetação) Infiltração Infiltração – Definição de infiltração • Processo pelo qual a água penetra nas camadas superficiais do solo e se move para baixo, por gravidade, em direção aolençol freático Superfície do Solo Zona Intermediária Camada Impermeável Zona Capilar Zona de Umidade do Solo Nível do Lençol Freático Infiltração – Conceitos associados • Capacidade de infiltração - f em mm/h ( taxa de infiltração) – É a razão máxima com que um determinado solo, em uma dada condição consegue absorver água • Taxa de infiltração – É a taxa de água que infiltra no solo – Só é igual à capacidade de infiltração quando a chuva for de intensidade superior a esta capacidade. Infiltração – Conceitos associados • Velocidade de infiltração - v em mm/h ( Taxa de Infiltração) – É a velocidade média fictícia com que a água consegue atravessar o solo saturado • Coeficiente de permeabilidade – É a velocidade de filtração (infiltração) em um solo saturado – Mede a maior/menor facilidade de percolação de água no solo v = Q / A Infiltração – Conceitos associados (cont) • Suprimento específico – Quantidade máxima de água que se pode obter de um solo saturado por meio de drenagem natural Para uma vazão natural decorrente de um corte no terreno Qnatural Infiltração – Conceitos associados (cont) • Distribuição granulométrica – É a distribuição das partículas consecutivas de solos granulares em função das dimensões das mesmas » Diâmetro Efetivo (D10) - dimensão da malha que deixa passar 10% em peso » Coeficiente de Uniformidade (Cu) - Relação entre D60 e D10 Fatores que influem na infiltração • Tipo de solo –Maior porosidade, tamanho de partícula granulares ou estado de fissura, maior a capacidade de infiltração • Cobertura vegetal –A vegetação devido ao esforço das raízes em penetrar o solo, aumenta a capacidade de infiltração • Precipitação atmosférica –Choque das gotas com o solo causam compactação, diminuição dos vazios, diminuindo a capacidade de infiltração • Ação do homem escavando a terra –Produção de falhas no solo provocam o aumento na capacidade de infiltração Fatores que influem na capacidade de infiltração • Umidade do solo – Solo úmido determina uma menor capacidade de infiltração pois impede a passagem de água • Permeabilidade do solo – Solo mais permeável diminui o tempo para a passagem de uma mesma quantidade de água – Depende essencialmente do tamanho e distribuição dos grãos • Temperatura do solo – Maior temperatura causa menor atração entre as moléculas que eventualmente impedem a passagem da água infiltração • Profundidade do solo – Maior profundidade maior o volume de água que deve ser armazenado Medição da capacidade de infiltração • Infiltradores (ou infiltrômetro) –Dois anéis metálicos concêntricos submersos contendo solo em que se quer determinar a capacidade de infiltração –O anel interno serve para fazer as medições e evitar o espraiamento lateral afete os resultados do anel interno –O anel externo serve para conter a água para realização do ensaio • Simuladores de chuva –Dispositivos que criam chuvas artificiais com taxa de precipitação controlada – Medição da capacidade de infiltração Infiltrômetro Parâmetros de Saída de Dados Tempo Volume Lido Variação do Volume Lido Altura da Lâmina Capacidade de Infiltração (min) (cm3) (cm3) (mm) (mm/h) Superfície do Solo Nível da Água Qentrada Simulador de chuva Infiltrômetro – Curva de capacidade de infiltração • É a representação gráfica da variação da capacidade de infiltração antes e após a chuva (curva de Horton) f (m m /h ) t (h) f0 - capacidade de infiltração inicial fc - constante de infiltração (t=) f - capacidade de infiltração no tempo t Exponencial f = fc+ (f0+fc) e -kt Durante a chuva! –Curva de capacidade de infiltração • Curva de Horton • Solução: Construir um gráfico [log(f0 - fc) x t] lo g f ( m m /h ) t (h) log f0 - capacidade de infiltração inicial fc - constante de infiltração (t=) log f - capacidade de infiltração no tempo t Exponencial f = fc+ (f0+fc) e -kt Ajuste Linear log (f -fc) = log(f0- fc) - kt log e m = tan a = -1/(k log e) y(x=0) = n = log(f-fc) a tan a = m n – Curva de capacidade de infiltração • Curva de Horton – Mendonça, página 10 Curva de Horton 0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 -1,5 -1 -0,5 0 0,5 1 1,5 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 tempo (h) log (f -fc ) f = 1 + 9,4 e-3,18t Informações Importantes: A determinação das curvas de capacidade de infiltração servem para averiguar o potencial que determinada região tem quanto ao abastecimento do lençol freático Exemplo de Ajuste para a Curva de Horton t(h) f(cm/h) f-fc log (f-fc) 0 10,4 9,4 0,973127854 0,25 5,6 4,6 0,662757832 0,5 3,2 2,2 0,342422681 0,75 2,1 1,1 0,041392685 1 1,5 0,5 -0,301029996 1,25 1,2 0,2 -0,698970004 1,5 1,1 0,1 -1 1,75 1 0 #NÚM! 2 1 0 #NÚM! Escoamento da água em solos saturados • Lei de Darcy: Permeâmetro de carga variada hi(t=0) ht(t=t) hf(t=ft) Área “a” Área “A” “L” Lei de Darcy: v = K dh/dx = Q/A v - Velocidade fictícia, relação entre a vazão e a área K – Coef. de permeabilidade do solo h - Carga hidráulica x - Espaço de percolação da água K=2.3 aL/(AT) log(hi/hf) Solo NA (cte) NA0 (var) NAt (var) NAf (var) – Escoamento da água em solos saturados • Determinação da vazão de um lençol subterrâneo – Considerações preliminares » É válida a Lei de Darcy » A contribuição é radial e constante » O nível d’água permanece inalterado Lei de Darcy: Q = Kp(h2 2 –h1 2 ) / ln(2R/D) h1 Solo Dados da Bomba (Vazão = Qbomba, Diâmetro =D) NA (cte) h2 ht r R Determinação da capacidade de infiltração em uma bacia hidrográfica • Conhecendo-se a precipitação e a hidrógrafa unitária • Erros – Referente ao acúmulo em depressões no lençol freático – Desconsideração da evapotranspiração – Em pequenas bacias o erro é consideravelmente menor Obtenção da Infiltração na Bacia Hidrográfica 1 2 3 4 5 6 Tempo Precipitação Escoamanto Superficial Escoamento Superficial Intensidade de Precipitaçào Capacidade de Infiltração H mm m 3 /s mm/h mm/h mm/h Obtenção dos valores nas Colunas 2 A partir das Chuvas 3 A partir da Hidrógrafa Unitária 4 Dividindo-se os valores da coluna 3 pela área da bacia, a menos das unidades 5 Dividindo-se os valores da coluna 2 pelas variações do tempo 6 Diferença entre as colunas 5 e 4
Compartilhar