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1 GEOMORFOLOGIA FLUVIAL PROCESSOS E DINÂMICA Profª Drª Gisele Mara Hadlich UFBA/IGEO/DGq – GEO103 GEOMORFOLOGIA FLUVIAL • Importância: – Processo de elaboração do relevo • água - agente de esculturação de paisagens • ação fluvial altera a dinâmica do rio e formas topográficas – processo de entalhe - erosão linear: erosão exercida pelos canais de escoamento • dinâmica do escoamento: atuação da água sobre sedimentos do leito fluvial, transporte de sedimentos, mecanismos deposicionais, esculturação da topografia do leito – Ações humanas (obras, ocupação de áreas,...) ÁGUA e MATERIAL SÓLIDO ESCULTU- RAÇÃO DO RELEVO GEOMORFOLOGIA FLUVIAL • Engloba estudos: – dos cursos d’água • Processos fluviais e formas resultantes do escoamento das águas – das bacias hidrográficas • Características que condicionam o regime hidrológico • Aspectos geológicos, geomorfológicos, características hidrológicas e climáticas, biota e ocupação do solo Bacia Hidrográfica • Em uma BH a rede de drenagem resulta das condições climáticas, litológicas, geomorfológicas, biogeográficas, de uso e de ocupação do solo ÁREA DRENADA POR UM CONJUNTO DE CANAIS DE ESCOAMENTO INTERLIGADOS CICLO HIDROLÓGICO Linha de cumeada (interflúvio) Linha de talvegue Bacia Hidrográfica • Em uma BH a rede de drenagem resulta das condições climáticas, litológicas, geomorfológicas, biogeográficas, de uso e de ocupação do solo CLIMÁTICAS Clima a que está submetida a bacia -Precipitação -Temperatura -Ventos -Radiação solar RELAÇÃO COM CICLO HIDROLÓGICO Bacia Hidrográfica • Em uma BH a rede de drenagem resulta das condições climáticas, litológicas, geomorfológicas, biogeográficas, de uso e de ocupação do solo LITOLÓGICAS Geologia: - Adaptação (ou não) da rede de drenagem -Tipos de rochas – relação com entalhamento e dinâmica fluvial -Estágio e natureza dos materiais de alteração (permeabilidade dos materiais) -Presença de rochas mais resistentes que possam formar degraus→ cachoeiras (mudam o nível de base local) 2 Bacia Hidrográfica • Em uma BH a rede de drenagem resulta das condições climáticas, litológicas, geomorfológicas, biogeográficas, de uso e de ocupação do solo GEOMORFOLÓGICAS -Formas do relevo (montanhas, morros, colinas, planícies, depressões,...) -Declividades dos terrenos (aumento do escoamento em terrenos mais íngremes) -Processos geomorfológicos -Presença de cobertura de solo profunda ou não (processo pedológico) -Presença de processos erosivos em vertentes Bacia Hidrográfica • Em uma BH a rede de drenagem resulta das condições climáticas, litológicas, geomorfológicas, biogeográficas, de uso e de ocupação do solo COBERTURA VEGETAL E USO DO SOLO -Efeito de interceptação da vegetação -Influência das raízes -Usos do solo que provocam impermeabilização -Erosão→comprometimento da qualidade das águas - Vegetação ciliar Morfometria das BHs Caracterização da bacia realizadas através de medidas sobre mapas (folhas topográficas) * área da bacia * perímetro da bacia * hierarquia da rede fluvial: ordem dos canais (método de Strahler, 1952): canais sem afluentes= 1ª ordem - 1ª + 1ª ordem = 2ª ordem; 2ª + 2ª = 3ª ordem; ... * número de canais: somatório de todos os segmentos de canais em cada ordem * extensão dos canais: medida realizada com auxílio de um curvímetro, conforme a ordem dos canais Morfometria das BHs * comprimento médio dos canais: relação entre o comprimento total dos canais e o número de canais existentes na rede de drenagem * diferença de altitude do canal e da área: diferença de nível entre dois pontos (nascente e foz) e diferença de altitude máxima e mínima da BH • relação de bifurcação (Horton, 1945): corresponde à relação entre o número total de canais de uma certa ordem e o número total de canais da ordem imediatamente superior * perfil longitudinal do curso de água: obtido através de distâncias e cotas; fornece indicações sobre o estágio de erosão e de algum controle estrutural (níveis de base suspensos) Morfometria das BHs • declividade do perfil • densidade hidrográfica: relação entre o número de rios e a área da BH * densidade de drenagem (Dd): relação entre o comprimento total dos rios com a área da BH (ou diferentes áreas) Drenagem • Perene – sempre apresenta água em seu canal • Intermitente – contém água em determinadas épocas do ano • Efêmera – contém água somente com a presença de água pluvial 3 Drenagem • Rios efluentes – vazão aumenta para jusante • Rios influentes – vazão diminui para jusante Drenagem • “Feição linear negativa produzida por água de escorrência, que modela a topografia de uma região” (Guerra, 1993) • “Canais de escoamento inter-relacionados que formam uma bacia” (Christofoletti, 1974) • “Traçado produzido pelas águas fluviais, que modelam a topografia. O conjunto desses traçados de drenagem é que dá os padrões de drenagem” (Guerra e Guerra, 2005) padrões fluviais em planta PADRÕES DE DRENAGEM Na BACIA: PADRÕES DE DRENAGEM - segundo escoamento - exorreica - endorreica - arreica - criptorreica - segundo genética - conseqüente - subseqüente - obseqüente - resseqüente - inseqüente PADRÕES DE DRENAGEM Na BACIA: PADRÕES DE DRENAGEM - segundo geometria dos canais - disposição espacial dos rios - dendrítica - em rochas homogêneas ou estratificadas horizontais, sem controle geológico-estrutural - paralela - adaptada à estrutura; camadas resistentes com declividade uniforme ou com falhas paralelas - retangular - adaptada à estrutura –rio principal e tributários com alterações retangulares devido a fraturas ou falhas em ângulos retos - treliça - rios principais paralelos com afluentes geralmente em ângulo reto [função resistência desigual das rochas] - radial centrífuga (domos, vulcões,...) ou centrípeta (crateras, depressões,...) - anelar - áreas dômicas entalhadas - irregular, etc. BH: pode englobar diferentes padrões 1 – dendrítica 1A retangular dendrítica 1B pinada 2 – retangular 2A treliça 4 PADRÕES DE DRENAGEM Fatores que afetam a evolução da drenagem PADRÕES DE DRENAGEM Fatores que afetam a evolução da drenagem FISIOGRAFIA FLUVIAL LEITO FLUVIAL: espaço ocupado pelo escoamento das águas Tipos de leito: - leito de vazante ou de estiagem segue linha de talvegue (linha de máxima profundidade ao longo do leito) - leito menor, leito ordinário ou aparente sem vegetação - leito maior - leito de inundação ou planície de inundação pelo menos uma vez ao ano, nas cheias dependendo da periodicidade, pode haver fixação de vegetação - leito maior excepcional leito ocupado durante grandes cheias, em enchentes; ocorre em intervalos irregulares PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO – faixa do vale fluvial composta por sedimentos aluviais, bordejando o curso d’água, periodicamente inundada pelas águas de transbordamento do rio FISIOGRAFIA FLUVIAL FUNDO DO LEITO: sobre rocha ou materiais arrastados Hidrologia e geometria hidráulica Geometria hidráulica: estudo das relações entre vazão, velocidade das águas, forma do canal, carga de sedimentos, declividade do rio. Ec = m X v² 2 m = MASSA – relação com FLUXO FLUVIAL v = VELOCIDADE Essa ENERGIA leva aos processos e dinâmicas fluviais Dinâmica das águas correntes fluxo e velocidade + água das chuvas (direto) + água das chuvas (indireto - escoamento superficial) [água infiltrada – subterrânea] - água evapotranspirada Quantidade de água no canal (escoamento fluvial) = águas superficiais + águas subterrâneas função de: clima, solo, geologia, declividade, cobertura vegetal,... No ciclo hidrológico: ESCOAMENTO FLUVIAL Dinâmica das águascorrentes fluxo e velocidade Regime fluvial - variação da vazão fluvial no decorrer do ano * clima: equatorial, semi-árido etc * fonte abastecedora: chuvas, gelo * fonte abastecedora indireta: águas subterrâneas 5 FLUXO FLUVIAL FLUXO = descarga líquida ou vazão ou débito + descarga sólida + descarga dissolvida Q: volume de água que passa em uma dada seção transversal do rio em uma unidade de tempo Q (m³/s) = A (m²) x V (m/s) A: área da seção transversal (molhada) = L x P média V: velocidade Q: define a... ... do rio - competência – maior tamanho/diâmetro do material que pode ser transportado – relação com velocidade e carga do leito - capacidade – maior volume/quantidade de carga que pode ser transportado – relação com descarga Dinâmica das águas correntes fluxo e velocidade • Fluxo laminar: processos erosivos diminutos e capacidade de transporte reduzida (apenas partículas finas) • Fluxo turbulento: flutuações da velocidade, redemoinhos (produzidos por obstáculos e irregularidades no leito) – transporte de partículas maiores Dinâmica das águas correntes fluxo e velocidade • Para analisar o fluxo d’água - considerar: – largura do canal – velocidade – área ocupada pelo fluxo no perfil transversal do canal (largura e profundidade) – volume ou débito – relação entre largura e profundidade do canal – perímetro molhado – raio hidráulico R = área molhada/perímetro molhado – gradiente de energia (inclinação da superfície da água) – concentração de sedimentos transportados pelo fluxo • Para analisar o material sedimentar - considerar: – granulometria dos sedimentos (no canal e das áreas fontes) – rugosidade do leito (variabilidade topográfica do fundo do canal, ou seja sedimentos depositados ou erosão do fluxo em leito rochoso) Dinâmica das águas correntes fluxo e velocidade VELOCIDADE • Influencia diretamente a capacidade de erosão das margens e do leito fluvial, de transporte e de deposição da carga do rio • Depende de: perfil longitudinal – declividade do leito; volume da corrente; forma da seção transversal - rugosidade do leito; viscosidade da água • Quanto maior o Raio Hidráulico, maior/menor(?) a velocidade, pois mais fácil/difícil(?) é o escoamento • Perímetro molhado: quanto menor, mais liso/rugoso(?) o canal • Varia ao longo do canal Dinâmica das águas correntes fluxo e velocidade VELOCIDADE – Menores velocidades e turbulências: fundo do leito e paredes laterais; em contato com o ar – Influencia decantação do material sedimentar Medição da velocidade: flutuadores, molinetes Dinâmica das águas correntes fluxo e velocidade Dinâmica das águas correntes Ep = m x g x h → Ec = m x v² / 2 • quando os rios entram no mar: Ep = zero • então, o nível do mar é o nível de base final da erosão 6 Dinâmica das águas correntes → processos fluviais: erosão, transporte, deposição Dinâmica das águas correntes RELAÇÃO COM PERFIL LONGITUDINAL E EQUILÍBRIO FLUVIAL Perfil longitudinal e equilíbrio fluvial FISIOGRAFIA FLUVIAL • PERFIL LONGITUDINAL: relação entre o comprimento e a altimetria do canal ⇒ gradiente – Procura atingir EQUILÍBRIO com seu fluxo – balanço entre descarga líquida, transporte de sedimentos, erosão (entalhamento) e deposição – Geologia – controle estrutural: modificações no perfil teórico. Origem de níveis de base locais e segmentos individualizados com perfis de equilíbrio próprios “equilíbrio” dinâmico Perfil longitudinal e equilíbrio fluvial a) há solidariedade intrínseca entre todos os pontos do perfil b) os rios modificam a forma de seu leito por erosão ou deposição, para estabelecer o “equilíbrio” entre energia e a resistência c) o equilíbrio propaga-se de maneira progressiva, a partir do nível de base: os setores próximos à cabeceira são os últimos a atingir o equilíbrio d) a erosão regressiva constitui o processo responsável pela expansão remontante (CHRISTOFOLETTI, 1980, p.96-97) FISIOGRAFIA FLUVIAL Processos fluviais: erosão, transporte, deposição • Erosão regressiva ou remontante – Erosão que se propaga aos poucos em direção à cabeceira – Função da tendência do rio de reestabelecer o seu “equilíbrio” – ex: diminui velocidade – aumenta sedimentação a jusante – eleva nível do leito – aumenta declive a montante – maior velocidade da corrente – erosão que se propaga em relação à cabeceira – Principalmente em vales com rochas frágeis – Pode levar à captura de água de outra bacia Cotovelo de captura: ângulo da rede hidrográfica ocasionado pela concorrência entre dois rios, resultando em captura de um pelo outro - pode indicar presença de fraturas •Rede hidrográfica com cotovelos com ângulos constantes: traçado em baioneta •EX: Rio Tietê – Paraíba do Sul Origem dos materiais sedimentares nos rios - erosão das vertentes - escoamento pluvial e movimentos de massa - erosão do leito – fundo, paredes, margens - principalmente com aumento da vazão • Formas de erosão – corrasão • mecânico - abrasão (atrito) das partículas em transporte (carga detrítica) sobre rochas ou outras partículas; desgaste gerado pelo turbilhonamento da água com elementos sólidos; tende a reduzir a rugosidade do leito • vertical ou lateral • evorsão: gerada pelo movimento turbilhonar no fundo do leito, formando marmitas (depressões circulares) – com o tempo, forma canyons – corrosão • químico - dissolução de material, ataque às rochas do fundo do leito ou da carga de fundo ou em suspensão – cavitação • mecânico - impacto hidráulico; fragmentação das rochas do leito sob impacto de elevadas pressões causadas por altas velocidades turbilhonares • em redução do alargamento do canal ou quedas d’água Processos fluviais: erosão, transporte, deposição 7 • Formas de transporte – Suspensão (silte e argilas) • pelo fluxo turbulento; materiais em suspensão aumentam a viscosidade do fluxo e a turbidez das águas – Rolamento ou arrastamento no fundo • deslizamento de seixos e areia – carga de fundo – Saltação • por correntes ascendentes (areia e pequenos seixos) Cascalhos e fragmentos maiores: transporte lento e por fluxos de elevada magnitude; menos freqüentes • 3 tipos de carga - Dissolvida: transporte em solução (íons de Ca, K, etc.) - Em suspensão: silte e argila - Do leito do rio (carga de fundo): areia, seixos, fragmentos A natureza e a quantidade da carga depende das características da área fonte Areias: transportadas em escala menor que os sedimentos em suspensão e em velocidade menor); sujeitas à estocagem temporária no leito do canal (deposição) Processos fluviais: erosão, transporte, deposição Processos fluviais: erosão, transporte, deposição Deposição ocorre: - quando há diminuição da competência ou da capacidade fluvial - redução/aumento (?) da declividade do perfil do rio - redução/aumento (?) do volume do fluxo - redução/aumento (?) do tamanho da carga detrítica Formas típicas originadas pela deposição dos rios: - planícies aluviais - às vezes se confundem com o leito maior dos rios - diques marginais - deltas - nas planícies pode haver meandros - um lado: deposição, outro: erosão Processos fluviais: erosão, transporte, deposição PADRÕES DOS CANAIS • Fisionomia que o rio exibe ao longo do seu perfil longitudinal • Arranjo espacial, em planta, do canal fluvial • Conjunto de características geométricas que demonstra a forma como o sistema se organiza para facilitar e dar continuidade ao fluxo de energia e matéria do sistema fluvial - morfodinâmica • Padrões retilíneos, meândricos e anastomosados: considerados formas limiares entre os diversos tipos que se pode encontrar num curso d'água FISIOGRAFIA FLUVIAL – padrões de canais Outros: - deltaico - labiríntico (entre rochas) - ... bancos de areiaAnastomosado: padrão complexo de canais, onde os fluxos se dividem e se reúnem, sem haver, na maioria das vezes, um canal principal 8 FISIOGRAFIA FLUVIAL – padrões de canais • RETILÍNEOS – segmento retilíneo: extensão 10 x largura do leito – normalmente trechos curtos, exceto quando controlados por linhas tectônicas (falhas ou fraturas) ou por cordões arenosos Obs: sinuosidade do talvegue Obras de canalização: diminuição da rugosidade do leito e possibilidade de modificações em soleiras e depressões no fundo FISIOGRAFIA FLUVIAL – padrões de canais • ANASTOMOSADOS – grande volume de carga de fundo + flutuações das descargas = sucessivas ramificações ou múltiplos canais que se subdividem e se reencontram, separados por ilhas fixas ou barras arenosas móveis – material depositado impede ataque do fundo rochoso – excesso de energia → ataque das margens: alargamento do rio – contínuas migrações laterais - divergência de fluxos e ataque às margens – típicas em clima úmido/árido-semi-árido (?) – condições básicas: disponibilidade da carga do leito, variabilidade do regime fluvial, contraste topográfico acentuado FISIOGRAFIA FLUVIAL – padrões de canais • MEANDRANTES – traçado sinuoso, com curvas pronunciadas - quando valor de SINUOSIDADE é superior a 1,5 – processo contínuo de erosão das margens côncavas/convexas (?) e deposição nas côncavas/convexas (?) – estágio inicial: formação da seqüência de depressões (pools → erosão) e umbrais (riffles → deposição) ao longo do leito fluvial – com gradientes baixos, fluxos contínuos e regulares – capacidade de transporte mais baixa e uniforme que anastomosados Meandro – forma de cavamento e equilíbrio (e não de deposição) FISIOGRAFIA FLUVIAL – padrões de canais • MEANDRANTES Barra de sedimentos – barra de meandro – dique semicircular – point bar – cordões marginais convexos • bancos formados por sedimentos em curvas de rios – convexo/côncavo (?) • cascalho, areia, silte e argila • formato característico em semi-elipse -um meandro tende a aumentar -divagantes – de planície aluvial; independentes do vale -encaixados – acompanha curvatura do vale • Depósitos sedimentares e formas topográficas nos canais e nas planícies de inundação – justaposição lateral • decorre da migração do canal fluvial; formado por materiais da carga do leito • nas margens convexas das curvas meândricas – justaposição vertical • levantamento altitudinal da planície de inundação através do transbordamento e sedimentação da carga detrítica em suspensão Formas de relevo em ambientes fluviais 1. Leitos rochosos: saltos, marmitas 2. Depósitos sedimentares e formas nos canais e nas planícies de inundação 3. Terraços fluviais 4. Deltas 5. Cones de dejeção 6. Vales fluviais Formas de relevo em ambientes fluviais 9 1. Saltos • Controle estrutural e litológico • corredeiras, cascatas • cachoeiras, quedas d’água Formas de relevo em ambientes fluviais 1. Marmitas • depressão mais ou menos circular escavada pela abrasão giratória de seixos ou blocos, rotacionados pela energia da água corrente Formas de relevo em ambientes fluviais evorsão 2. Depósitos sedimentares e formas nos canais e nas planícies de inundação • em canais fluviais – abrangem irregularidades do leito devido à interação fluxo de água X fluxo de sedimentos • “estado do leito” – topografia deformável – formas segundo critério morfológico • leitos planos • ondulações – perfil aproximadamente triangular com declives suaves a montante e íngremes a jusante – poucos cm a 2 dcm • dunas – semelhantes às ondulações, maiores – desenvolvem-se proporcionalmente à profundidade: altura ≈ 10-20% da profundidade • anti-dunas – fluxo rápido do rio cria ondas contrárias – depósito do material “contrário” Formas de relevo em ambientes fluviais 2. Depósitos sedimentares e formas nos canais e nas planícies de inundação • em canais fluviais – sedimentação defasada da carga detrítica – depósitos de defasagem • distribuição-concentração-acumulação de materiais grosseiros nos processos fluviais normais • encontrados nas partes mais profundas do leito fluvial • descontínuos; podem ser recobertos por materiais finos – barras de sedimentos • em meandros • podem ser vegetados – bancos detríticos centrais • crescimento vertical e em direção de jusante • impedem erosão do leito rochoso – depósitos de colmatagem de canais • migração de curvas → sedimentação de meandro abandonado – canais abandonados Formas de relevo em ambientes fluviais 2. Depósitos sedimentares e formas nos canais e nas planícies de inundação • nas planícies fluviais - margens – diques marginais • elevação máxima bordejando os canais fluviais, com largura e altura variável • declividade íngreme junto ao canal e suave em direção à planície de inundação • desenvolvem-se mais nas margens côncavas (no lado convexo confundem-se com crescimento dos cordões) • pode haver fixação de vegetação • nem todos os rios possuem diques bem desenvolvidos Formas de relevo em ambientes fluviais 2. Depósitos sedimentares e formas nos canais e nas planícies de inundação • nas planícies fluviais - margens – depósitos de recobrimento • sedimentos depositados além dos diques marginais • enchentes: seixos arrastados no fundo do leito normal ultrapassam dique, em direção à bacia de inundação → sulcos transversais nos diques marginais por onde extravasam água e sedimentos (inclusive os originários da erosão do dique) → leques com sistema de canais distributivos próprios Formas de relevo em ambientes fluviais 10 2. Depósitos sedimentares e formas nos canais e nas planícies de inundação • nas planícies fluviais – bacias de decantação – depósitos de inundação • parte mais baixa da planície - depósito de materiais finos • bacias delimitadas por vertentes laterais de vales ou de terraços • aumentam em direção a jusante • controlados pela forma e padrão do canal – anastomosado e meândrico: mais/menos espessos – canais mais fixos em suas posições: mais/menos espessos • podem formar pântanos e solos orgânicos em áreas úmidas Formas de relevo em ambientes fluviais 3. Terraços fluviais ou terraços aluviais • antigas planícies de inundação que foram abandonadas • planos (aproximadamente) • não são recobertos por inundações ou transbordamentos • origem: – variações hidrológicas decorrentes de condições climáticas – modificações do nível de base (epirogênese, eustatismo, tectonismo) • evolução: – 1. fase deposicional 2. fase de entalhamento – movimento positivo do nível de base leva um rio a aluvionar seu vale – o abaixamento do nível de base leva o rio a escavar seus próprios aluviões Formas de relevo em ambientes fluviais 4. Deltas • depósito aluvial na foz de certos rios avançando como leque na direção do mar – progradação irregular da linha de costa • ambientes marinhos (marítimo ou oceânico) ou lacustres (continental), em nível próximo ao nível de base (local ou mar) • depósito > erosão • grande variedade em tamanho, forma, estrutura, composição • Fatores que influenciam características dos deltas: – quadro geológico e fontes de sedimentos da bacia de drenagem – condições climáticas da bacia e da área deposicional – declividade do rio e regime fluvial – processos deposicionais e erosivos e suas intensidades na área deltaica – amplitude da marés, eustasia e condições marinhas sublitorâneas Formas de relevo em ambientes fluviais 5. Cones ou leques de dejeção ou aluviais • espraiamento dos sedimentos quando a torrente alcança o contato entre encosta e planície (ou outra ruptura de declive): depósito com formato cônico, que se irradia para jusante – o curso passa a comportar-secomo massa plástica • curso d’água: elemento de ligação entre a parte erosiva e a deposicional no sistema • sedimentos grosseiros/finos (?) na parte proximal do leque • grande diversidade de tamanho, declividade, tipos de depósitos • mais comuns em climas úmidos/semi-áridos (?) • torrente – cursos d’água periódicos produzidos por enxurradas, algumas vezes de grande violência – bacias de recepção – canal de escoamento – cone de dejeção Formas de relevo em ambientes fluviais 6. Vales fluviais • depressões alongadas constituídas por talvegues e duas vertentes com sistema de declive convergente • inclui formas esculpidas pelos rios e glaciares bem como depressões de origem tectônica (ex: vale do Paraíba) • envolve atuação do curso d’água e processos morfogenéticos em vertentes • formação e desenvolvimento dos vales – 3 linhas evolutivas: – escavamento do leito ou aprofundamento do talvegue • relação com dinâmica fluvial – erosão, transporte e sedimentação • largura do vale: distância linear entre as duas vertentes do vale - perfil transversal – alargamento das vertentes • processos morfogenéticos em vertentes em conexão com processos fluviais • rio: funciona como nível de base local – aumento da extensão ou encompridamento • erosão regressiva • aumento de extensão de curvas meândricas, prolongamento das desembocaduras por entulhamento dos lagos ou movimentos eustáticos do mar Formas de relevo em ambientes fluviais 6. Vales fluviais Tipos básicos Formas de relevo em ambientes fluviais ( ) em V ( ) em U ( ) em manjedoura ( ) assimétrico ( ) em garganta ( ) com terraços fluviais 11 EROSÃO – TRANSPORTE – SEDIMENTAÇÃO FORMAS DE RELEVO 1. Escavação linear é concomitante com processos de evolução das vertentes e os fenômenos são interdependentes 2. Formas existentes resultam dessa interdependência [influência maior ou menor diretamente do trabalho dos rios] – não necessariamente explicadas por processos atuais de erosão – transporte – deposição. Verificar a paleomorfologia regional. Enfim... Ocupação humana e impactos • Modificações diretas no canal de drenagem – vazão • armazenamento de águas ou seu desvio – forma do canal • retificações, canalizações, extração de areia e cascalho, estabilização de margens Essas obras alteram a seção transversal, o perfil longitudinal do rio, o padrão de canal, etc. • Modificações indiretas – uso do solo na bacia • desmatamento, drenagem de planícies (rebaixamento do lençol freático), urbanização (impermeabilização), etc. Estas interferências modificam o comportamento da vazão e da carga sólida do rio • Há ainda o emprego de agrotóxicos nas lavouras e a deposição de efluentes urbanos e industriais nos rios que modificam a qualidade de suas águas Transposição de uma bacia para outra – ex São Francisco Complexas alterações na dinâmica fluvial em diferentes escalas de tempo - ex: modificação vazão – soterramento de cidade na foz: modificação na linha de costa Ocupação humana e impactos
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