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7-11-FLUVIAL

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GEOMORFOLOGIA 
FLUVIAL
PROCESSOS E DINÂMICA
Profª Drª Gisele Mara Hadlich 
UFBA/IGEO/DGq – GEO103
GEOMORFOLOGIA FLUVIAL
• Importância:
– Processo de elaboração do relevo
• água - agente de esculturação de paisagens
• ação fluvial altera a dinâmica do rio e formas topográficas –
processo de entalhe - erosão linear: erosão exercida pelos 
canais de escoamento
• dinâmica do escoamento: atuação da água sobre sedimentos 
do leito fluvial, transporte de sedimentos, mecanismos 
deposicionais, esculturação da topografia do leito
– Ações humanas (obras, ocupação de áreas,...)
ÁGUA e 
MATERIAL 
SÓLIDO
ESCULTU-
RAÇÃO DO 
RELEVO
GEOMORFOLOGIA FLUVIAL
• Engloba estudos:
– dos cursos d’água
• Processos fluviais e formas resultantes 
do escoamento das águas
– das bacias hidrográficas
• Características que condicionam o 
regime hidrológico
• Aspectos geológicos, geomorfológicos, 
características hidrológicas e climáticas, 
biota e ocupação do solo
Bacia Hidrográfica
• Em uma BH a rede de drenagem resulta das condições 
climáticas, litológicas, geomorfológicas, biogeográficas, de 
uso e de ocupação do solo
ÁREA DRENADA 
POR UM CONJUNTO 
DE CANAIS DE 
ESCOAMENTO 
INTERLIGADOS
CICLO 
HIDROLÓGICO
Linha de cumeada 
(interflúvio)
Linha de talvegue
Bacia Hidrográfica
• Em uma BH a rede de drenagem resulta das condições 
climáticas, litológicas, geomorfológicas, biogeográficas, de 
uso e de ocupação do solo
CLIMÁTICAS
Clima a que está submetida a bacia
-Precipitação
-Temperatura
-Ventos
-Radiação solar
RELAÇÃO COM CICLO 
HIDROLÓGICO
Bacia Hidrográfica
• Em uma BH a rede de drenagem resulta das condições 
climáticas, litológicas, geomorfológicas, biogeográficas, de 
uso e de ocupação do solo
LITOLÓGICAS
Geologia:
- Adaptação (ou não) da rede de drenagem
-Tipos de rochas – relação com entalhamento e dinâmica fluvial 
-Estágio e natureza dos materiais de alteração (permeabilidade 
dos materiais)
-Presença de rochas mais resistentes que possam formar 
degraus→ cachoeiras (mudam o nível de base local)
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Bacia Hidrográfica
• Em uma BH a rede de drenagem resulta das condições 
climáticas, litológicas, geomorfológicas, biogeográficas, de 
uso e de ocupação do solo
GEOMORFOLÓGICAS
-Formas do relevo (montanhas, morros, colinas, planícies, 
depressões,...)
-Declividades dos terrenos (aumento do escoamento em 
terrenos mais íngremes)
-Processos geomorfológicos
-Presença de cobertura de solo profunda ou não (processo 
pedológico)
-Presença de processos erosivos em vertentes
Bacia Hidrográfica
• Em uma BH a rede de drenagem resulta das condições 
climáticas, litológicas, geomorfológicas, biogeográficas, de 
uso e de ocupação do solo
COBERTURA VEGETAL E USO DO SOLO
-Efeito de interceptação da vegetação
-Influência das raízes
-Usos do solo que provocam impermeabilização
-Erosão→comprometimento da qualidade das águas
- Vegetação ciliar
Morfometria das BHs
Caracterização da bacia realizadas através 
de medidas sobre mapas (folhas 
topográficas)
* área da bacia
* perímetro da bacia
* hierarquia da rede fluvial: ordem dos canais (método de 
Strahler, 1952): canais sem afluentes= 1ª ordem - 1ª + 1ª
ordem = 2ª ordem; 2ª + 2ª = 3ª ordem; ...
* número de canais: somatório de todos os segmentos de 
canais em cada ordem
* extensão dos canais: medida realizada com auxílio de um 
curvímetro, conforme a ordem dos canais
Morfometria das BHs
* comprimento médio dos canais: relação entre o comprimento 
total dos canais e o número de canais existentes na rede de 
drenagem
* diferença de altitude do canal e da área: diferença de nível 
entre dois pontos (nascente e foz) e diferença de altitude 
máxima e mínima da BH
• relação de bifurcação (Horton, 1945): corresponde à relação 
entre o número total de canais de uma certa ordem e o 
número total de canais da ordem imediatamente superior
* perfil longitudinal do curso de água: obtido através de 
distâncias e cotas; fornece indicações sobre o estágio 
de erosão e de algum controle estrutural (níveis de base 
suspensos)
Morfometria das BHs
• declividade do perfil 
• densidade hidrográfica: relação entre o número de rios e 
a área da BH
* densidade de drenagem (Dd): 
relação entre o comprimento
total dos rios com a área da BH
(ou diferentes áreas)
Drenagem
• Perene
– sempre apresenta água em seu canal
• Intermitente
– contém água em determinadas épocas do 
ano
• Efêmera
– contém água somente com a presença de 
água pluvial
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Drenagem
• Rios efluentes
– vazão aumenta para jusante
• Rios influentes
– vazão diminui para jusante
Drenagem
• “Feição linear negativa produzida por água de 
escorrência, que modela a topografia de uma 
região” (Guerra, 1993)
• “Canais de escoamento inter-relacionados que 
formam uma bacia” (Christofoletti, 1974)
• “Traçado produzido pelas águas fluviais, que 
modelam a topografia. O conjunto desses 
traçados de drenagem é que dá os 
padrões de drenagem” (Guerra e Guerra, 2005)
padrões fluviais em planta
PADRÕES DE DRENAGEM
Na BACIA: PADRÕES DE DRENAGEM
- segundo escoamento
- exorreica
- endorreica
- arreica
- criptorreica
- segundo genética
- conseqüente
- subseqüente
- obseqüente
- resseqüente
- inseqüente
PADRÕES DE DRENAGEM
Na BACIA: PADRÕES DE DRENAGEM
- segundo geometria dos canais
- disposição espacial dos rios
- dendrítica
- em rochas homogêneas ou estratificadas horizontais, sem controle
geológico-estrutural
- paralela
- adaptada à estrutura; camadas resistentes com declividade uniforme ou 
com falhas paralelas
- retangular
- adaptada à estrutura –rio principal e tributários com alterações retangulares 
devido a fraturas ou falhas em ângulos retos
- treliça
- rios principais paralelos com afluentes geralmente em ângulo reto [função 
resistência desigual das rochas]
- radial centrífuga (domos, vulcões,...) ou centrípeta (crateras, 
depressões,...)
- anelar
- áreas dômicas entalhadas
- irregular, etc.
BH: pode englobar diferentes padrões
1 – dendrítica
1A retangular 
dendrítica
1B pinada
2 – retangular
2A treliça
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PADRÕES DE DRENAGEM
Fatores que afetam a evolução da drenagem
PADRÕES DE DRENAGEM
Fatores que afetam a evolução da drenagem
FISIOGRAFIA FLUVIAL
LEITO FLUVIAL: espaço ocupado pelo escoamento das águas
Tipos de leito: 
- leito de vazante ou de estiagem
segue linha de talvegue (linha de máxima profundidade ao longo do leito)
- leito menor, leito ordinário ou aparente
sem vegetação
- leito maior
- leito de inundação ou planície de inundação
pelo menos uma vez ao ano, nas cheias 
dependendo da periodicidade, pode haver fixação de vegetação
- leito maior excepcional
leito ocupado durante grandes cheias, em enchentes; ocorre em intervalos irregulares
PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO
– faixa do vale fluvial composta por sedimentos aluviais, bordejando o curso 
d’água, periodicamente inundada pelas águas de transbordamento do rio
FISIOGRAFIA FLUVIAL
FUNDO DO LEITO: sobre rocha ou materiais arrastados
Hidrologia e geometria hidráulica
Geometria hidráulica: estudo das relações entre vazão, velocidade das 
águas, forma do canal, carga de sedimentos, declividade do rio.
Ec = m X v²
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m = MASSA – relação com FLUXO FLUVIAL
v = VELOCIDADE
Essa ENERGIA leva aos processos e dinâmicas fluviais 
Dinâmica das águas correntes 
fluxo e velocidade
+ água das chuvas (direto)
+ água das chuvas (indireto - escoamento superficial)
[água infiltrada – subterrânea]
- água evapotranspirada
Quantidade de água no canal (escoamento fluvial) = águas 
superficiais + águas subterrâneas
função de: clima, solo, geologia, declividade, cobertura vegetal,...
No ciclo hidrológico: 
ESCOAMENTO 
FLUVIAL
Dinâmica das águascorrentes 
fluxo e velocidade
Regime fluvial
- variação da vazão fluvial no decorrer do ano
* clima: equatorial, semi-árido etc
* fonte abastecedora: chuvas, gelo
* fonte abastecedora indireta: águas subterrâneas
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FLUXO FLUVIAL
FLUXO = descarga líquida ou vazão ou débito 
+ descarga sólida 
+ descarga dissolvida
Q: volume de água que passa em uma dada seção transversal do rio 
em uma unidade de tempo
Q (m³/s) = A (m²) x V (m/s)
A: área da seção transversal (molhada) = L x P média
V: velocidade
Q: define a... ... do rio
- competência 
– maior tamanho/diâmetro do material que pode ser transportado
– relação com velocidade e carga do leito
- capacidade
– maior volume/quantidade de carga que pode ser transportado
– relação com descarga
Dinâmica das águas correntes 
fluxo e velocidade
• Fluxo laminar: processos erosivos diminutos e 
capacidade de transporte reduzida (apenas partículas 
finas)
• Fluxo turbulento: flutuações da velocidade, redemoinhos 
(produzidos por obstáculos e irregularidades no leito) –
transporte de partículas maiores
Dinâmica das águas correntes 
fluxo e velocidade
• Para analisar o fluxo d’água - considerar:
– largura do canal
– velocidade
– área ocupada pelo fluxo no perfil transversal do canal (largura e
profundidade)
– volume ou débito
– relação entre largura e profundidade do canal
– perímetro molhado
– raio hidráulico R = área molhada/perímetro molhado
– gradiente de energia (inclinação da superfície da água)
– concentração de sedimentos transportados pelo fluxo
• Para analisar o material sedimentar - considerar:
– granulometria dos sedimentos (no canal e das áreas fontes)
– rugosidade do leito (variabilidade topográfica do fundo do canal, ou seja 
sedimentos depositados ou erosão do fluxo em leito rochoso)
Dinâmica das águas correntes 
fluxo e velocidade
VELOCIDADE
• Influencia diretamente a capacidade de erosão das margens e do 
leito fluvial, de transporte e de deposição da carga do rio
• Depende de: perfil longitudinal – declividade do leito; volume da 
corrente; forma da seção transversal - rugosidade do leito; 
viscosidade da água
• Quanto maior o Raio Hidráulico, maior/menor(?) a velocidade, pois 
mais fácil/difícil(?) é o escoamento
• Perímetro molhado: quanto menor, mais liso/rugoso(?) o canal
• Varia ao longo do canal
Dinâmica das águas correntes 
fluxo e velocidade
VELOCIDADE
– Menores velocidades e turbulências: fundo do leito e paredes 
laterais; em contato com o ar 
– Influencia decantação do material sedimentar
Medição da velocidade: flutuadores, molinetes
Dinâmica das águas correntes 
fluxo e velocidade
Dinâmica das águas correntes
Ep = m x g x h → Ec = m x v² / 2
• quando os rios entram no mar: Ep = zero
• então, o nível do mar é o nível de base 
final da erosão
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Dinâmica das águas correntes →
processos fluviais: erosão, 
transporte, deposição
Dinâmica das águas correntes 
RELAÇÃO COM PERFIL LONGITUDINAL E EQUILÍBRIO FLUVIAL
Perfil longitudinal e equilíbrio fluvial
FISIOGRAFIA FLUVIAL
• PERFIL LONGITUDINAL: relação entre o 
comprimento e a altimetria do canal ⇒ gradiente
– Procura atingir EQUILÍBRIO com seu fluxo – balanço 
entre descarga líquida, transporte de sedimentos, erosão 
(entalhamento) e deposição
– Geologia – controle estrutural: modificações no perfil 
teórico. Origem de níveis de base locais e segmentos 
individualizados com perfis de equilíbrio próprios
“equilíbrio” dinâmico
Perfil longitudinal e equilíbrio fluvial
a) há solidariedade intrínseca entre todos os pontos do perfil
b) os rios modificam a forma de seu leito por erosão ou deposição, para 
estabelecer o “equilíbrio” entre energia e a resistência
c) o equilíbrio propaga-se de maneira progressiva, a partir do nível de 
base: os setores próximos à cabeceira são os últimos a atingir o 
equilíbrio 
d) a erosão regressiva constitui o processo responsável pela expansão 
remontante
(CHRISTOFOLETTI, 1980, p.96-97)
FISIOGRAFIA FLUVIAL Processos fluviais: erosão, transporte, deposição
• Erosão regressiva ou remontante
– Erosão que se propaga aos poucos em direção à
cabeceira
– Função da tendência do rio de reestabelecer o seu 
“equilíbrio” – ex: diminui velocidade – aumenta 
sedimentação a jusante – eleva nível do leito –
aumenta declive a montante – maior velocidade da 
corrente – erosão que se propaga em relação à
cabeceira 
– Principalmente em vales com rochas frágeis
– Pode levar à captura de água de outra bacia 
Cotovelo de captura: ângulo da rede hidrográfica ocasionado pela concorrência entre 
dois rios, resultando em captura de um pelo outro
- pode indicar presença de fraturas
•Rede hidrográfica com cotovelos com ângulos constantes: traçado em baioneta
•EX: Rio Tietê – Paraíba do Sul
Origem dos materiais sedimentares nos rios 
- erosão das vertentes - escoamento pluvial e movimentos de massa
- erosão do leito – fundo, paredes, margens - principalmente com 
aumento da vazão
• Formas de erosão
– corrasão
• mecânico - abrasão (atrito) das partículas em transporte (carga detrítica) 
sobre rochas ou outras partículas; desgaste gerado pelo turbilhonamento da 
água com elementos sólidos; tende a reduzir a rugosidade do leito 
• vertical ou lateral
• evorsão: gerada pelo movimento turbilhonar no fundo do leito, formando 
marmitas (depressões circulares) – com o tempo, forma canyons
– corrosão
• químico - dissolução de material, ataque às rochas do fundo do leito ou da 
carga de fundo ou em suspensão
– cavitação
• mecânico - impacto hidráulico; fragmentação das rochas do leito sob 
impacto de elevadas pressões causadas por altas velocidades turbilhonares
• em redução do alargamento do canal ou quedas d’água
Processos fluviais: erosão, transporte, deposição
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• Formas de transporte
– Suspensão (silte e argilas)
• pelo fluxo turbulento; materiais em suspensão aumentam a viscosidade do fluxo e a 
turbidez das águas
– Rolamento ou arrastamento no fundo 
• deslizamento de seixos e areia – carga de fundo
– Saltação 
• por correntes ascendentes (areia e pequenos seixos)
Cascalhos e fragmentos maiores: transporte lento e por fluxos de elevada 
magnitude; menos freqüentes
• 3 tipos de carga
- Dissolvida: transporte em solução (íons de Ca, K, etc.) 
- Em suspensão: silte e argila
- Do leito do rio (carga de fundo): areia, seixos, fragmentos
A natureza e a quantidade da carga depende das características da área fonte 
Areias: transportadas em escala menor que os sedimentos em suspensão e em 
velocidade menor); sujeitas à estocagem temporária no leito do canal (deposição)
Processos fluviais: erosão, transporte, deposição Processos fluviais: erosão, transporte, deposição
Deposição ocorre: 
- quando há diminuição da competência ou da 
capacidade fluvial
- redução/aumento (?) da declividade do perfil do rio
- redução/aumento (?) do volume do fluxo 
- redução/aumento (?) do tamanho da carga detrítica 
Formas típicas originadas pela deposição dos rios:
- planícies aluviais
- às vezes se confundem com o leito maior dos rios
- diques marginais
- deltas
- nas planícies pode haver meandros - um lado: deposição, outro: erosão
Processos fluviais: erosão, transporte, deposição
PADRÕES DOS CANAIS
• Fisionomia que o rio exibe ao longo do seu perfil longitudinal 
• Arranjo espacial, em planta, do canal fluvial
• Conjunto de características geométricas que demonstra a forma 
como o sistema se organiza para facilitar e dar continuidade ao 
fluxo de energia e matéria do sistema fluvial - morfodinâmica
• Padrões retilíneos, meândricos e anastomosados: considerados 
formas limiares entre os diversos tipos que se pode encontrar num 
curso d'água
FISIOGRAFIA FLUVIAL – padrões de canais
Outros:
- deltaico
- labiríntico (entre 
rochas)
- ...
bancos de areiaAnastomosado: padrão 
complexo de canais, onde os 
fluxos se dividem e se 
reúnem, sem haver, na 
maioria das vezes, um canal 
principal
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FISIOGRAFIA FLUVIAL – padrões de canais
• RETILÍNEOS
– segmento retilíneo: extensão 10 x largura do leito
– normalmente trechos curtos, exceto quando 
controlados por linhas tectônicas (falhas ou fraturas) 
ou por cordões arenosos
Obs: sinuosidade do talvegue
Obras de canalização: diminuição da rugosidade do 
leito e possibilidade de modificações em soleiras e 
depressões no fundo
FISIOGRAFIA FLUVIAL – padrões de canais
• ANASTOMOSADOS
– grande volume de carga de fundo + flutuações das descargas = 
sucessivas ramificações ou múltiplos canais que se subdividem e 
se reencontram, separados por ilhas fixas ou barras arenosas 
móveis
– material depositado impede ataque do fundo rochoso – excesso 
de energia → ataque das margens: alargamento do rio
– contínuas migrações laterais - divergência de fluxos e ataque às 
margens 
– típicas em clima úmido/árido-semi-árido (?)
– condições básicas: disponibilidade da carga do leito, variabilidade 
do regime fluvial, contraste topográfico acentuado
FISIOGRAFIA FLUVIAL – padrões de canais
• MEANDRANTES
– traçado sinuoso, com curvas pronunciadas - quando valor de 
SINUOSIDADE é superior a 1,5 
– processo contínuo de erosão das margens côncavas/convexas (?) 
e deposição nas côncavas/convexas (?)
– estágio inicial: formação da seqüência de depressões (pools →
erosão) e umbrais (riffles → deposição) ao longo do leito fluvial
– com gradientes baixos, fluxos contínuos e regulares
– capacidade de transporte mais baixa e uniforme que 
anastomosados
Meandro – forma de cavamento e equilíbrio (e não de deposição) 
FISIOGRAFIA FLUVIAL – padrões de canais
• MEANDRANTES
Barra de sedimentos – barra de meandro – dique semicircular – point bar –
cordões marginais convexos 
• bancos formados por sedimentos em curvas de rios – convexo/côncavo (?) 
• cascalho, areia, silte e argila • formato característico em semi-elipse
-um meandro tende a aumentar
-divagantes – de planície aluvial; independentes do vale
-encaixados – acompanha curvatura do vale
• Depósitos sedimentares e formas 
topográficas nos canais e nas planícies de 
inundação
– justaposição lateral
• decorre da migração do canal fluvial; formado por 
materiais da carga do leito
• nas margens convexas das curvas meândricas
– justaposição vertical
• levantamento altitudinal da planície de inundação
através do transbordamento e sedimentação da 
carga detrítica em suspensão
Formas de relevo em ambientes fluviais
1. Leitos rochosos: saltos, marmitas 
2. Depósitos sedimentares e formas nos 
canais e nas planícies de inundação
3. Terraços fluviais
4. Deltas
5. Cones de dejeção
6. Vales fluviais
Formas de relevo em ambientes fluviais
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1. Saltos
• Controle estrutural e litológico
• corredeiras, cascatas
• cachoeiras, quedas d’água
Formas de relevo em ambientes fluviais
1. Marmitas
• depressão mais ou menos circular escavada pela abrasão 
giratória de seixos ou blocos, rotacionados pela energia 
da água corrente
Formas de relevo em ambientes fluviais
evorsão
2. Depósitos sedimentares e formas nos canais e 
nas planícies de inundação
• em canais fluviais
– abrangem irregularidades do leito devido à interação fluxo de 
água X fluxo de sedimentos
• “estado do leito” – topografia deformável
– formas segundo critério morfológico
• leitos planos
• ondulações
– perfil aproximadamente triangular com declives suaves a montante e 
íngremes a jusante
– poucos cm a 2 dcm
• dunas
– semelhantes às ondulações, maiores
– desenvolvem-se proporcionalmente à profundidade: altura ≈ 10-20% da 
profundidade
• anti-dunas
– fluxo rápido do rio cria ondas contrárias – depósito do material “contrário”
Formas de relevo em ambientes fluviais
2. Depósitos sedimentares e formas nos canais e 
nas planícies de inundação
• em canais fluviais
– sedimentação defasada da carga detrítica – depósitos de defasagem 
• distribuição-concentração-acumulação de materiais grosseiros nos 
processos fluviais normais 
• encontrados nas partes mais profundas do leito fluvial 
• descontínuos; podem ser recobertos por materiais finos
– barras de sedimentos 
• em meandros
• podem ser vegetados
– bancos detríticos centrais 
• crescimento vertical e em direção de jusante 
• impedem erosão do leito rochoso
– depósitos de colmatagem de canais
• migração de curvas → sedimentação de meandro abandonado – canais 
abandonados
Formas de relevo em ambientes fluviais
2. Depósitos sedimentares e formas nos canais e 
nas planícies de inundação
• nas planícies fluviais - margens
– diques marginais
• elevação máxima bordejando os canais fluviais, com largura e 
altura variável 
• declividade íngreme junto ao canal e suave em direção à
planície de inundação
• desenvolvem-se mais nas margens côncavas (no lado convexo 
confundem-se com crescimento dos cordões)
• pode haver fixação de vegetação 
• nem todos os rios possuem diques bem desenvolvidos 
Formas de relevo em ambientes fluviais
2. Depósitos sedimentares e formas nos canais e 
nas planícies de inundação
• nas planícies fluviais - margens
– depósitos de recobrimento
• sedimentos depositados além dos diques marginais
• enchentes: seixos arrastados no fundo do leito normal 
ultrapassam dique, em direção à bacia de inundação → sulcos 
transversais nos diques marginais por onde extravasam água e 
sedimentos (inclusive os originários da erosão do dique) →
leques com sistema de canais distributivos próprios
Formas de relevo em ambientes fluviais
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2. Depósitos sedimentares e formas nos canais e 
nas planícies de inundação
• nas planícies fluviais – bacias de decantação
– depósitos de inundação
• parte mais baixa da planície - depósito de materiais finos
• bacias delimitadas por vertentes laterais de vales ou de terraços
• aumentam em direção a jusante
• controlados pela forma e padrão do canal
– anastomosado e meândrico: mais/menos espessos
– canais mais fixos em suas posições: mais/menos espessos
• podem formar pântanos e solos orgânicos em áreas úmidas
Formas de relevo em ambientes fluviais
3. Terraços fluviais ou terraços aluviais
• antigas planícies de inundação que foram abandonadas
• planos (aproximadamente)
• não são recobertos por inundações ou transbordamentos
• origem: 
– variações hidrológicas decorrentes de condições climáticas 
– modificações do nível de base (epirogênese, eustatismo, tectonismo) 
• evolução:
– 1. fase deposicional 2. fase de entalhamento 
– movimento positivo do nível de base leva um rio a aluvionar seu vale
– o abaixamento do nível de base leva o rio a escavar seus próprios 
aluviões
Formas de relevo em ambientes fluviais
4. Deltas
• depósito aluvial na foz de certos rios avançando como leque na direção 
do mar – progradação irregular da linha de costa
• ambientes marinhos (marítimo ou oceânico) ou lacustres (continental),
em nível próximo ao nível de base (local ou mar)
• depósito > erosão
• grande variedade em tamanho, forma, estrutura, composição 
• Fatores que influenciam características dos deltas:
– quadro geológico e fontes de sedimentos da bacia de drenagem
– condições climáticas da bacia e da área deposicional
– declividade do rio e regime fluvial
– processos deposicionais e erosivos e suas intensidades na área deltaica
– amplitude da marés, eustasia e condições marinhas sublitorâneas
Formas de relevo em ambientes fluviais
5. Cones ou leques de dejeção ou aluviais
• espraiamento dos sedimentos quando a torrente alcança o contato entre 
encosta e planície (ou outra ruptura de declive): depósito com formato 
cônico, que se irradia para jusante
– o curso passa a comportar-secomo massa plástica 
• curso d’água: elemento de ligação entre a parte erosiva e a deposicional 
no sistema 
• sedimentos grosseiros/finos (?) na parte proximal do leque
• grande diversidade de tamanho, declividade, tipos de depósitos
• mais comuns em climas úmidos/semi-áridos (?)
• torrente
– cursos d’água periódicos produzidos por enxurradas, algumas vezes de 
grande violência
– bacias de recepção – canal de escoamento – cone de dejeção 
Formas de relevo em ambientes fluviais
6. Vales fluviais
• depressões alongadas constituídas por talvegues e duas vertentes com 
sistema de declive convergente
• inclui formas esculpidas pelos rios e glaciares bem como depressões de 
origem tectônica (ex: vale do Paraíba)
• envolve atuação do curso d’água e processos morfogenéticos em vertentes
• formação e desenvolvimento dos vales – 3 linhas evolutivas: 
– escavamento do leito ou aprofundamento do talvegue
• relação com dinâmica fluvial – erosão, transporte e sedimentação 
• largura do vale: distância linear entre as duas vertentes do vale - perfil transversal
– alargamento das vertentes
• processos morfogenéticos em vertentes em conexão com processos fluviais
• rio: funciona como nível de base local
– aumento da extensão ou encompridamento
• erosão regressiva
• aumento de extensão de curvas meândricas, prolongamento das desembocaduras por 
entulhamento dos lagos ou movimentos eustáticos do mar 
Formas de relevo em ambientes fluviais
6. Vales fluviais
Tipos básicos
Formas de relevo em ambientes fluviais
( ) em V
( ) em U
( ) em manjedoura
( ) assimétrico
( ) em garganta
( ) com terraços 
fluviais
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EROSÃO – TRANSPORTE – SEDIMENTAÇÃO
FORMAS DE RELEVO
1. Escavação linear é concomitante com processos de 
evolução das vertentes e os fenômenos são 
interdependentes
2. Formas existentes resultam dessa interdependência 
[influência maior ou menor diretamente do trabalho 
dos rios] – não necessariamente explicadas por 
processos atuais de erosão – transporte – deposição. 
Verificar a paleomorfologia regional. 
Enfim... Ocupação humana e impactos
• Modificações diretas no canal de drenagem
– vazão 
• armazenamento de águas ou seu desvio
– forma do canal
• retificações, canalizações, extração de areia e cascalho, estabilização de 
margens
Essas obras alteram a seção transversal, o perfil longitudinal do rio, o 
padrão de canal, etc.
• Modificações indiretas
– uso do solo na bacia
• desmatamento, drenagem de planícies (rebaixamento do lençol freático), 
urbanização (impermeabilização), etc.
Estas interferências modificam o comportamento da vazão e da carga 
sólida do rio 
• Há ainda o emprego de agrotóxicos nas lavouras e a deposição de 
efluentes urbanos e industriais nos rios que modificam a qualidade de 
suas águas 
Transposição de uma bacia para outra – ex 
São Francisco
Complexas alterações na dinâmica fluvial em 
diferentes escalas de tempo
- ex: modificação vazão – soterramento de 
cidade na foz: modificação na linha de costa
Ocupação humana e impactos

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