Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MODULO – B FASE 2 – G.P.I. (Gestão da Produção Industrial) Matéria: Gestão de custos industriais. (uta projetos e produção de produtos – B 2016 – Fase 2 [91480]) Resumo aula teórica 5: Tema1: UEP – Unidade de Esforço de Produção. O controle é uma atividade mais densa, a qual se realiza mediante três procedimentos básicos: mensuração, avaliação e execução. Mensuração: Tem-se as tarefas que buscam identificar, apurar e processar informações que sejam úteis à compreensão dos eventos que são controlados. Avaliação: Ocorre a comparação dos resultados que foram apurados nas atividades de mensuração para com o que era esperado para estes. Ou seja, não é possível dizer que algo é controlado sem que tenha antes um padrão definido como referência. Voltando ao controle do cartão de crédito, significa verificar se os gastos do mês estão em conformidade com o plano familiar. Execução: Depende do resultado que é obtido para o objeto de controle ao término da fase de avaliação, o qual, genericamente, pode ser definido como “em conformidade” ou “em desconformidade” com o padrão. O qual uma desconformidade não é, necessariamente, algo negativo, pois pode ocorrer que no momento da execução se observe que os resultados obtidos são mais favoráveis do que era previsto no padrão – por exemplo, o gasto efetivo no cartão pode ser menor do que foi planejado. Com base nesse contexto, tem-se que na fase da execução a ação que deve ser realizada pode ser para a manutenção (quando em conformidade ou favorável) ou correção e prevenção (quando em desconformidade desfavorável). Como demonstra a Figura 01, o primeiro elemento estrutural do processo de gestão e controle é o planejamento estratégico, o qual representa a fase qualitativa da gestão, considerando aspectos ambientais amplos sobre o futuro da empresa. Em seguida temos a fase do plano operacional que é realizada em duas etapas, a do pré-planejamento e a do planejamento propriamente dito. Nesse momento da estrutura, temos as etapas de simulação dos resultados e a construção do sistema orçamentário, o qual, por sua vez, será a diretriz da execução e o padrão para a fase do controle. Por fim, tem-se o feedback que resultará em medidas corretivas e preventivas. Essa lógica estrutural está presente no processo de gestão dos custos industriais. Na fase do planejamento estratégico e pré- operacional, temos o custo meta (ou alvo); na fase do planejamento operacional até a execução, temos o sistema orçamentário e o custo padrão; na fase do controle e feedback, temos a filosofia Kaizen. E, por fim, quanto à unidade de mensuração, podemos utilizar, dentre outras escalas, a da unidade monetária corrente (por sinal, a forma mais usual) ou unidade de esforço de produção (UEP). A UEP foi inicialmente concebida pelo engenheiro francês Georges Perrin na década de 1940, mediante a alcunha de “GP” (iniciais do nome do engenheiro). Posteriormente, o método foi aperfeiçoado no Brasil por outro engenheiro, agora um italiano que conheceu e trabalhou com o idealizador do GP. A UEP não é simplesmente uma nova escala de mensuração, trata-se de um sistema de custeio que surge como uma alternativa de resposta para a conhecida arbitrariedade do rateio por absorção. Para tanto, esse método reestrutura a forma de analisar uma empresa, pois ele a divide em módulos operacionais, que nada mais são do que unidades que exercem o esforço operacional necessário à produção. E, nesse sentido, tem-se que o foco do UEP está no “custo de transformação”, que é o esforço que a empresa faz para transformar os insumos em produto final. Segundo Wernke e Mendes (2010), para produzir um bem, na lógica da UEP, exige-se basicamente dois tipos de gastos: o primeiro é aquele que é constituído pelas matérias-primas (os recursos que sofreram a transformação) e todos os recursos que são adicionados ao produto final sem sofrer qualquer tipo de transformação (por exemplo, embalagem); já o segundo gasto, é facilmente identificado como sendo aquele que é o real esforço da empresa para transformar a matéria-prima em produto final. Nesse sentido, a mão de obra, seja ela direta ou indireta, seria tratada como um esforço de produção. Ou seja, é o esforço de produção todo o gasto que se tem na fábrica ao se expurgar a matéria-prima, embalagens e quaisquer recursos que sejam consumidos sem alterações. Portanto, o processo de precificação e controle do valor unitário de um produto fabricado por uma empresa seria obtido mediante a soma desses dois grupos de gastos, os que são transformados e incorporados ao produto sem modificação mais o esforço para realizar essa transformação. Pois, como afirma Martins (2003), não adianta ter relatórios com apenas o valor do gasto, é necessário ter as comparações entre o valor gasto e o padrão definido, considerando tanto o custo por unidade como o volume dos produtos que se produz. Nesse sentido, a UEP é uma boa ferramenta de comparação e, sendo assim, de controle, pois fornece uma unidade homogênea de mensuração, o esforço de produção. Tema 2 – Custo meta X Custeio Kaizen. Custo meta. Target Costing, custo alvo e custo meta são tudo a mesma coisa, somente dito de forma diferente, ele nada mais é do que um modelo de gestão de custos que é realizado no início de um novo projeto ou na reformulação de um projeto já em andamento, onde se busca definir qual o gasto que o empreendimento pode comportar para atingir a margem de lucro que a empresa deseja. A lógica do custeio meta é mais ou menos a seguinte, quem define o preço de um produto é o mercado e a empresa precisa se adaptar a ele. Ou seja, um produto que apresenta uma determinada utilidade para o mercado terá uma determinada demanda conforme o preço ofertado. Sendo assim, a empresa precisa iniciar seu projeto identificando o preço e os atributos/qualidades que um produto precisa ter para ser aceito pelo mercado. Feito isso, os riscos envolvidos nesse projeto e os custos de oportunidades que serão incorridos (por exemplo, tirar o capital aplicado no banco em (CDB) devem ser analisados, para definir qual é o retorno desejado para o projeto. E, sendo assim, podemos resumir o custo meta na seguinte equação: Custo meta [por unidade] = Preço de venda – Lucro desejado para o projeto O que significa dizer que quando o mercado está disposto a pagar valores mais elevados, projetos com custos mais altos podem ser aprovados por estar dentro da região “meta”. Na mesma forma, quando o mercado está menos propício a preços mais elevados, projetos com maior custo são descartados. Resumindo, temos que o custo meta nos permite verificar se a empresa tem ou não competência para atender ao mercado na qualidade que ele exige e, ainda assim, conseguir auferir lucro. O custo meta não considera a possibilidade de reduzir a qualidade do produto para atender o preço do mercado, é a empresa que precisa ser ajustada estrategicamente para ser mais eficiente; isto é, ela é que precisa se preparar para produzir com o menor custo possível a qualidade que o mercado exige, para poder vender seu produto com lucro. Custeio Kaizen. De origem japonesa, a palavra Kaize significa mudança para melhor, sob a óptica empresarial, o sistema kaizen permite baixar os custos e melhorar a produtividade. Em comparação com o custo padrão, se faz necessário fazer um esclarecimento, pois são instrumentos distintos e complementares no processo de gestão dos custos. O custo padrão, como foi visto, é uma gestão feita em cima de questões práticas observadas na linha de produção atuante. Já o custeio Kaizen é mais do que isso, em primeiro lugar ele não é realmente um custeio, ele é uma filosofia de mudanças para garantir a melhoria contínua (kai: mudança; zen: melhoria).Por meio dessa filosofia, é possível fazer a equipe alcançar a consciência de que não basta produzir apenas na qualidade que o mercado quer a um custo que satisfaça aos investidores, que a empresa pode produzir além da qualidade mínima desejada a um custo cada vez menor, dado o constante melhoramento da eficiência de todo sistema produtivo. Tema 3 – Custo padrão. O custo padrão, basicamente, é um valor definido com base em dados teóricos e/ou práticos que obtemos durante a fase de execução de um projeto. Essa forma do custo padrão é chamada de custo padrão ideal, e deve ser vista como uma meta de longo prazo, dentro do mesmo tratamento dado para a visão da empresa. Algo que é impossível no curto prazo, mas que deve ser alcançado no longo prazo. No aspecto prático/teórico, a abordagem é outra. Primeiro, dada a experiência que vamos acumulando na produção, com o tempo conseguimos identificar quais são as limitações do processo produtivo. No segundo momento, graças à nossa visão teórica mais densa sobre o tema, temos como estabelecer quais as medidas que devemos implantar para sanar as limitações que foram constatadas. À medida que as correções às limitações vão se efetivando, novos valores devem ser definidos para o custo padrão, cada vez mais aproximando a empresa da condição utópica, isto é, para o valor do custo padrão ideal. Esta é, portanto, a lógica da forma que se denomina de custo padrão corrente, a qual representa um controle do custo dentro de um horizonte de curto prazo. E, sendo assim, sempre tenha o cuidado de não aplicar o valor do custo padrão ideal em um contexto de curto prazo, pois, se isso ocorrer, você desmotivará sua equipe ao expô-la a uma condição que é impossível de ser alcançada naquele dado momento vivido pela empresa. Tema4 – Visão geral segundo a percepção econômica. Talvez um dos mais comentados paradigmas econômicos seja a gestão de custo sob a óptica da Teoria Neoclássica das firmas. A razão é simplesmente porque essa teoria explica quando a produção é eficiente, quando o custo médio é mínimo e quando o lucro é máximo. Só por causa disso! Nosso foco será apresentar alguns elementos que despertem em você a curiosidade de buscar mais dados sobre essa teoria em livros de microeconomia. Então vamos à teoria, ela é, na verdade, um conjunto de três teorias que se completam, as quais são: da produção; do custo; da receita. Na primeira, a teoria da produção, a empresa é analisada segundo sua capacidade de produção mediante o incremento do fator variável produtivo. Em um primeiro momento, como é demonstrado na Figura 2, a seguir, quanto mais fator variável é adicionado, mais produto se obtém com ele – por exemplo, quanto mais farinha nós utilizamos mais pão obtemos. Nessa fase, estamos em uma região denominada de “viável”, pois estamos produzindo cada vez mais com os insumos produtivos. Todavia, depois de atingida certa quantidade na Produção Total (PT), a capacidade do fator fixo em receber o fator variável se esgota e, se insistirmos no incremento desse fator, o que resulta é a queda de produção – por exemplo, o forno que assa o pão se for sobrecarregado vai queimar parte da produção e/ou vai deixar crua outra parte. Nesse momento, os economistas dizem que estamos em uma região inviável, pois mais insumos gera menos produto. Imagina o custo que é trabalhar nessa região! Segundo a figura 03, à medida que aumenta a quantidade produzida, aumenta o custo total da empresa (curva verde). O custo total da empresa tem esse comportamento, dado o fato de ser ela uma curva que se tem pela soma do custo fixo (aquele que provém do fator fixo) com o custo variável (que depende do fator variável). Portanto, uma curva do custo total nada mais é que uma representação do comportamento dos insumos produtivos com relação ao valor do sacrifício para adquiri-los (como foi discutido nas aulas anteriores) e a eficiência que temos no uso destes na produção. obre a terceira teoria, a da Receita, ela foi um dos primeiros assuntos da aula 01, basta rever as laudas que começam em curva da receita e terminam na discussão sobre lucro ser a diferença entre a curva da receita e do custo. Viu como tudo está correlacionado? Para iniciarmos nosso estudo sobre a gestão dos custos, primeiro fomos obrigados a entender como era gerado o lucro, e, partir dele, até este momento, fomos nos aprofundando cada vez mais nos custos e, por fim, acabamos retornando ao ponto de partida vendo o impacto do custo no lucro. Por que isso aconteceu? Simplesmente porque o processo de gestão de custos é um procedimento que exige uma visão sistêmica, tempestiva, corretiva e proativa. Algo que somente é possível de se obter quando há uma base multidisciplinar forte sobre as diferentes formas de uso dos recursos produtivos e os objetivos que estes prestam a uma empresa.
Compartilhar