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Questão 1/10 - Técnicas Avançadas em Análise de Custos Através do método do custo padrão, a empresa consegue compreender e fornecer um padrão de comportamento para os custos e utilizar esse referencial para comparar com os custos reais incorridos no período. Sobre o custo padrão, analise as assertivas a seguir: I. Não se trata de um método ou critério de contabilização de custos, como é o caso do de Absorção ou Variável. II. Tem como objetivo principal auxiliar a gestão no processo de controle e planejamento de custos. III. O custo-padrão pode ser compreendido como uma meta a ser atingida. IV. O custo-padrão ideal não é o recomendado, porque trata-se de um custo que leva em consideração um cenário perfeito. V. O custo padrão é um custo que se deseja alcançar. Assinale a alternativa correta: Nota: 10.0 A Estão corretas somente as assertivas I, II, e IV B Estão corretas somente as assertivas I, II, e V C Estão corretas somente as assertivas II, IV, e V D Estão corretas somente as assertivas III, IV, e V E Estão corretas todas as assertivas Você acertou! Gabarito: Rota da aula 02, páginas 02-03. Questão 2/10 - Técnicas Avançadas em Análise de Custos Nas análises das variações do custo-padrão em relação ao custo realmente incorrido, os esforços de apuração das diferenças somente serão válidos caso se adotem medidas de correção dos principais pontos identificados. No entanto, no tratamento e na análise das diferenças, devem ser respeitadas as características qualitativas fundamentais das informações contábeis. Sobre o contexto anterior, analise o contexto a seguir: “Informação contábil-financeira ____________________ é aquela capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários e é considerada ________________ se a sua omissão ou sua divulgação distorcida (misstating) puder influenciar decisões que os usuários tomam com base na informação contábil-financeira acerca de entidade específica que reporta a informação. Assinale a alternativa que diz respeito às as características qualitativas que, respectivamente, completam as lacunas do texto anterior. Nota: 10.0 A Relevância e Compreensibilidade B Materialidade e Confiabilidade C Relevância e Materialidade Você acertou! Gabarito: Informação contábil-financeira relevante é aquela capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários e é considerada material se a sua omissão ou sua divulgação distorcida (misstating) puder influenciar decisões que os usuários tomam com base na informação contábil-financeira acerca de entidade específica que reporta a informação. Rota da aula 3, página 13. D Essência sobre a forma e Prudência E Comparabilidade e Tempestividade Questão 3/10 - Técnicas Avançadas em Análise de Custos Ratear significa alocar os custos acumulados de forma proporcional aos produtos ou aos centros de custo. Assinale a alternativa que apresenta um termo que é utilizado em contabilidade de custos como sinônimo de rateio: Nota: 10.0 A Apontador de custos B Indicador de custos C Contador de custos D Direcionador de custos Você acertou! Gabarito: Direcionadores de custos são critérios de rateio Rota da aula 01, página 07. E Explorador de custos Questão 4/10 - Técnicas Avançadas em Análise de Custos A parte mais importante do controle de variação da MOD está em analisar os motivos que geraram as variações identificadas para implementar melhorias no processo, ou mesmo no custo-padrão do restante dos períodos, caso se confirme essa necessidade. Sobre as possibilidades de origens das variações na MOD, analise as assertivas a seguir classificando-as como verdadeiras ou falsas: I. Se a empresa aumentar ou diminuir a quantidade de horas despendidas para produção prevista, haverá variação. II. O aumento de salário-hora não causa variação na MOD. III. Pessoas não preparadas trabalhando na produção podem causar variação. IV. Se a empresa estabelecer o padrão com base em funcionários com desempenho acima da média, isso acarretará em variação. Assinale a alternativa correta: Nota: 10.0 A V – V – V – F B F – V – V – V C V – V – F – V D V – F – V – V Você acertou! Gabarito: II. O aumento de salário-hora causa variação na MOD. Rota da aula 03, página 5. E V – V – V – V Questão 5/10 - Técnicas Avançadas em Análise de Custos A fixação do custo-padrão é feita com o detalhamento de informações que permita a identificação das origens das distorções, deve ser definido em quantidades e em valores, porque por vezes a variação pode ser originada de uma perda de material ou alteração na composição do produto em si, e em outras por algum acréscimo de custo na aquisição de determinado material, seja por troca de fornecedor ou algum evento externo da organização. Sobre os itens de custos considerados na fixação do custo padrão, analise o conceito a seguir: “São aqueles utilizados diretamente na produção, porém não fazem parte do produto em si”. Assinale a alternativa que corresponde ao item de custo supracitado: Nota: 10.0 A Mão de Obra Direta B Custos Indiretos Variáveis Você acertou! Gabarito: “Os custos indiretos variáveis são aqueles utilizados diretamente na produção, porém não fazem parte do produto em si”. Rota da aula 02, página 04. C Custos Indiretos Fixos D Materiais Diretos E Mão de obra Indireta Questão 6/10 - Técnicas Avançadas em Análise de Custos Para que as organizações consigam cumprir com seus objetivos, dentro de um nível de eficiência e eficácia adequados, as atividades são divididas e estruturadas em funções administrativas. Sabendo-se que essas funções possuem algumas classificações, analise o conceito a seguir: “Tem o propósito de gerir as atividades em si, direcioná-las como o próprio nome indica, para garantir que os processos sejam desenvolvidos de acordo com a estruturação e definição realizadas”. Assinale a alternativa que diz respeito à função conceituada. Nota: 10.0 A Planejamento B Direção Você acertou! Gabarito: “A função de Direção tem o propósito de gerir as atividades em si, direcioná-las como o próprio nome indica, para garantir que os processos sejam desenvolvidos de acordo com a estruturação e definição realizadas”. Rota da aula 01, página 5. C Controle D Organização E Definição Questão 7/10 - Técnicas Avançadas em Análise de Custos Ao se implementar um sistema de custeio deve-se analisar as várias possibilidades de estruturação das informações para garantir que efetivamente contribuam com o controle e gestão. Uma das visões de custo que precisa ser definida diz respeito ao sistema de acumulação por produto ou por departamento. Sabendo-se que o sistema de acumulação de custos representa a forma com que os custos são transferidos aos produtos, analise as assertivas a seguir: I. O departamento é uma unidade operacional representada por um conjunto de homens e/ou máquinas de características semelhantes, desenvolvendo atividades homogêneas dentro de uma mesma área. II. Na apuração do custo dos produtos para avaliação de estoques, uma das possibilidades é o de apropriar os custos diretos diretamente nos produtos ou serviços. III. Os custos indiretos são transferidos aos produtos ou serviços sem a necessidade de serem apropriados antes aos departamentos. IV. Os responsáveis pelos departamentos não possuem autonomia sobre a gestão de custos de sua unidade operacional. V. No departamento são acumulados os custos para posterior alocação aos produtos ou a outros Departamentos. Assinale a alternativa correta: Nota: 10.0 A Estão corretas somente as assertivas I, II, e IV B Estão corretas somente as assertivas I, II, e V Você acertou! Gabarito: III. Os custos indiretos são apropriados aos departamentos para depois passarem a compor o custo do produto ou serviço em si. IV. Cada departamento deveter um responsável com poder de gestão sobre os custos dessa unidade operacional. Rota da aula 01, página 05. C Estão corretas somente as assertivas II, IV, e V D Estão corretas somente as assertivas III, IV, e V E Estão corretas todas as assertivas Questão 8/10 - Técnicas Avançadas em Análise de Custos A fixação do custo-padrão é feita com o detalhamento de informações que permita a identificação das origens das distorções, deve ser definido em quantidades e em valores, porque por vezes a variação pode ser originada de uma perda de material ou alteração na composição do produto em si, e em outras por algum acréscimo de custo na aquisição de determinado material, seja por troca de fornecedor ou algum evento externo da organização. Sobre os itens de custos considerados na fixação do custo padrão, analise o conceito a seguir: “Relaciona-se aos colaboradores que trabalham diretamente no processo de fabricação do produto”. Assinale a alternativa que corresponde ao item de custo supracitado: Nota: 10.0 A Mão de Obra Direta Você acertou! Gabarito: “Mão de obra direta é aquela relacionada aos colaboradores que trabalham diretamente no processo de fabricação do produto”. Rota da aula 02, páginas 02-03. B Custos Indiretos Variáveis C Custos Indiretos Fixos D Materiais Diretos E Mão de obra Indireta Questão 9/10 - Técnicas Avançadas em Análise de Custos A fixação do custo-padrão é feita com o detalhamento de informações que permita a identificação das origens das distorções, deve ser definido em quantidades e em valores, porque por vezes a variação pode ser originada de uma perda de material ou alteração na composição do produto em si, e em outras por algum acréscimo de custo na aquisição de determinado material, seja por troca de fornecedor ou algum evento externo da organização. Sobre os itens de custos considerados na fixação do custo padrão, analise o conceito a seguir: “Fazem parte da composição do produto, como é o caso da matéria-prima e embalagens. As quantidades e tipos necessários para produzir cada um dos produtos está definido no que chamamos de estrutura do produto ou ficha técnica do produto”. Assinale a alternativa que corresponde ao item de custo supracitado: Nota: 10.0 A Mão de Obra Direta B Custos Indiretos Variáveis C Custos Indiretos Fixos D Materiais Diretos Você acertou! Gabarito: Os materiais diretos são aqueles que fazem parte da composição do produto, como é o caso da matéria-prima e embalagens. As quantidades e tipos de materiais necessários para produzir cada um dos produtos está definido no que chamamos de estrutura do produto ou ficha técnica do produto. Rota da aula 02, página 4. E Mão de obra Indireta Questão 10/10 - Técnicas Avançadas em Análise de Custos Para que as organizações consigam cumprir com seus objetivos, dentro de um nível de eficiência e eficácia adequados, as atividades são divididas e estruturadas em funções administrativas. Sabendo-se que essas funções possuem algumas classificações, analise o conceito a seguir: “Definir com antecedência quais serão as ações a serem desenvolvidas e a forma como serão estruturadas as atividades para que a empresa consiga atingir os seus objetivos”. Assinale a alternativa que diz respeito à função conceituada. Nota: 10.0 A Planejamento Você acertou! Gabarito: Planejar é definir com antecedência quais serão as ações a serem desenvolvidas e a forma como serão estruturadas as atividades para que a empresa consiga atingir os seus objetivos. Rota da aula 01, página 03. B Organização C Direção D Controle E Definição Questão 1/10 - Técnicas Avançadas em Análise de Custos O método UEP tem como propósito principal a unificação da unidade de medida de todos os produtos do mix com base nos seus consumos dos esforços de produção, viabilizando a simplificação da apuração do volume total de produção Diante do exposto, assinale a alternativa que corresponde ao conceito de “Posto Operativo”: Nota: 10.0 A Instrumento gerencial que converte os esforços de uma produção diversificada em uma única. B Representam todo o esforço despendido no sentido de transformar a matéria-prima nos produtos acabados da empresa. C Unidade de medida de trabalho e recursos utilizados e alocados na produção de bens e serviços. D Conjunto formado por uma ou mais operações produtivas, as quais devem apresentar características de serem semelhantes para todos os produtos que passam pelo posto operativo. Você acertou! Gabarito: “Posto operativo é um conjunto formado por uma ou mais operações produtivas, as quais devem apresentar características de serem semelhantes para todos os produtos que passam pelo posto operativo”. Rota da aula 05, página 05. E Custo de uma hora de operação de determinado processo operativo, obtido pelo somatório de todos os custos de transformação. Questão 2/10 - Técnicas Avançadas em Análise de Custos Para que se aumente o resultado econômico do negócio, que é a diferença entre receitas e despesas, bastaria ou aumentar as receitas ou diminuir as despesas. É justamente nesse processo e análise que são identificadas as dificuldades, que podem ser entendidas como restrições ou elos mais fracos do sistema. Sobre esse aspecto, analise as assertivas a seguir: I. As restrições podem ser de origem interna ou externa. II. As restrições internas dizem respeito às limitações de aumento de vendas. III. As dificuldades que impedem que a empresa consiga aumentar o volume de produção são classificadas como restrições externas. IV. As restrições externas também dizem respeito ao preço de venda praticado, a quantidade de produtos demandada pelos clientes e a atuação da concorrência. V. As restrições internas estão relacionadas às limitações de máquinas e equipamentos, porte da unidade fabril, disponibilidade de uma equipe enxuta especializada no processo, etc. Assinale a alternativa correta: Nota: 10.0 A Estão corretas somente as assertivas I, II e IV. B Estão corretas somente as assertivas I, IV e V. Você acertou! Gabarito: As restrições podem ser de origem interna ou externa. Como restrição interna, podemos entender aquelas dificuldades que impedem que a empresa consiga aumentar o volume de produção. Isso pode ocorrer por restrições de estrutura ou força produtiva (limitações de máquinas e equipamentos, porte da unidade fabril, disponibilidade de uma equipe enxuta especializada no processo etc.). As restrições externas, por outro lado, dizem respeito às limitações de aumento de vendas. Elas podem ter relação com o preço de venda praticado, com a quantidade de produtos demandada pelos clientes, com a atuação da concorrência, dentre outros. Rota da aula 06, páginas 8 e 9. C Estão corretas somente as assertivas II, III e IV. D Estão corretas somente as assertivas III, IV e V. E Estão corretas todas as assertivas. Questão 3/10 - Técnicas Avançadas em Análise de Custos O método UEP tem como propósito principal a unificação da unidade de medida de todos os produtos do mix com base nos seus consumos dos esforços de produção, viabilizando a simplificação da apuração do volume total de produção. Diante do exposto, assinale a alternativa que corresponde ao conceito de “Esforços de Produção”: Nota: 10.0 A Instrumento gerencial que converte os esforços de uma produção diversificada em uma única. B Representam todo o esforço despendido no sentido de transformar a matéria-prima nos produtos acabados da empresa. Você acertou! Gabarito: “Os esforços de produção representam todo o esforço despendido no sentido de transformar a matéria-prima nos produtos acabados da empresa”. Rota da aula 05, página 05. C Unidade de medida de trabalho e recursos utilizados e alocados na produção de bens e serviços. D Conjunto formado por uma ou mais operações produtivas, as quais devem apresentar característicasde serem semelhantes para todos os produtos que passam pelo posto operativo. E Custo de uma hora de operação de determinado processo operativo, obtido pelo somatório de todos os custos de transformação. Questão 4/10 - Técnicas Avançadas em Análise de Custos O sistema de custos atua desde a coleta dos dados na entrada das informações e insumos, classifica e organiza adequadamente os custos de acordo com o método de custeio utilizado pela organização (processo de transformação) e transforma tudo isso em informações úteis para tomada de decisão. Sobre o sistema de custo, analise o conceito abaixo: “São os dados apresentados, depois que já tenham sido organizados, ordenados e estruturados de forma que possam subsidiar os usuários para tomada de decisão e contendo significados e parâmetros de medição, comparação e venham a gerar conhecimento, sobre determinado processo ou situação”. Assinale a alternativa que diz respeito ao item conceituado anteriormente: Nota: 10.0 A Entrada B Processamento C Saída D Dado E Informação Você acertou! Gabarito: Informações são os dados apresentados, depois que já tenham sido organizados, ordenados e estruturados de forma que possam subsidiar os usuários para tomada de decisão e contendo significados e parâmetros de medição, comparação e venham a gerar conhecimento, sobre determinado processo ou situação. Rota da aula 04, página 07. Questão 5/10 - Técnicas Avançadas em Análise de Custos O sistema de custos atua desde a coleta dos dados na entrada das informações e insumos, classifica e organiza adequadamente os custos de acordo com o método de custeio utilizado pela organização (processo de transformação) e transforma tudo isso em informações úteis para tomada de decisão. Sobre o sistema de custo, analise o conceito abaixo: “São valores ou ocorrências que não estão estruturados e que por isso, não conseguem suportar as organizações para tomada de decisão, sem que sejam devidamente trabalhados ou estruturados não significam nada”. Assinale a alternativa que diz respeito ao item conceituado anteriormente: Nota: 10.0 A Entrada B Processamento C Saída D Dado Você acertou! Gabarito: Dados são valores ou ocorrências que não estão estruturados e que por isso, não conseguem suportar as organizações para tomada de decisão, sem que os dados sejam devidamente trabalhados ou estruturados não significam nada. Rota da aula 04, página 07. E Informação Questão 6/10 - Técnicas Avançadas em Análise de Custos No período de 1948 a 1975, ficaram conhecidos um executivo da Toyota chamado Taiichi Ohno e um sistema de produção chamado Sistema Toyota de Produção, que tem como objetivo principal uma produção enxuta (sem desperdícios) e com qualidade. Sabendo-se que, no sistema Toyota de Produção foram mapeadas sete formas de desperdício, assina a única alternativa que não corresponde à uma dessas formas: Nota: 10.0 A Espera ou tempo ocioso B Excesso de máquinas Você acertou! Gabarito: Nesse sistema, foram mapeadas sete formas de desperdício, que são: espera ou tempo ocioso, movimentação de pessoas, excesso de processamento, estoque ou inventário, movimentação de itens, excesso de produção e reparos de defeitos ou retrabalhos. Rota da aula 06, página 6. C Excesso de processamento D Estoque ou inventário E Movimentação de itens Questão 7/10 - Técnicas Avançadas em Análise de Custos O sistema corresponde a um todo unitário, que trabalha em conjunto em busca de determinado objetivo e que sofre influências de partes interdependentes que interagem constantemente entre si. Sabendo-se que, em decorrência do controle e avaliação, ocorre o processo de retroalimentação ou realimentação, assinale a alternativa que corresponde ao item correspondente a esse processo: Nota: 10.0 A Fluxos de processos B Reação do sistema C Feedback do sistema Você acertou! Gabarito: Como decorrência do controle e avaliação, ocorre o processo de retroalimentação ou realimentação, que também pode ser entendido como o feedback do sistema, uma vez que reintroduz o resultado obtido na saída do processo em função da identificação de divergências em relação ao padrão proposto ou simplesmente para informar a quantidade de resultados bons obtidos na saída do processo. Rota da aula 04, página 03. D Processo de transformação E Coleta dos dados Questão 8/10 - Técnicas Avançadas em Análise de Custos Ao passarem pelos postos operativos, os produtos absorvem os esforços de produção de acordo com os tempos de passagem. Diante do exposto, considere que um determinado posto operativo (PO) tenha potencial de produção de 10 UEP/h, e que uma determina empresa fabrica os produtos A com tempo de passagem pelo PO de 0,3 h por unidade, o produto B com tempo de passagem pelo PO de 0,45 h por unidade; e o produto C, com tempo de passagem pelo PO de 0,25 UEP por unidade. Se a empresa produzir 1 (uma) unidade de cada produto, assinale a alternativa que corresponde ao total de UEP's a serem gastas pelos três produtos no referido posto operativo: Nota: 10.0 A 8 UEP’s B 9 UEP’s C 10 UEP’s Você acertou! D 11 UEP’s E 12 UEP’s Questão 9/10 - Técnicas Avançadas em Análise de Custos O Método da Unidade de Esforço de Produção (UEP) foi desenvolvido na França por Georges Perrin, na época da Segunda Guerra Mundial, com o propósito de unificar a medição da produção industrial, de maneira a obter uma homogeneidade frente aos diferentes produtos e serviços produzidos pelas organizações. Sabendo-se que a implantação do método UEP deve ser realizado em cinco etapas, assinale a única alternativa que não apresenta uma dessas etapas: Nota: 10.0 A Definição e divisão dos postos operativos. B Definição dos índices ou custos horários. C Definição da capacidade utilizada. Você acertou! Gabarito: A implantação do método UEP deve ser realizado em cinco etapas: Definição e divisão dos postos operativos. Definição dos índices ou custos horários. Definição dos produtos base. Cálculo dos potenciais de produção. Determinação dos equivalentes dos produtos. Rota da aula 05, página 06. D Cálculo dos potenciais de produção. E Determinação dos equivalentes dos produtos. Questão 10/10 - Técnicas Avançadas em Análise de Custos O sistema de custos proverá a gestão com informações detalhadas da estrutura de custos, para que se possam identificar as linhas ou produtos com maiores margens de lucro, maior rotatividade de demanda por parte do cliente, entre outros. Em relação aos sistemas de custos, analise as assertivas a seguir: I. O objetivo dos sistemas de custos é subsidiar a gestão das empresas com informações relacionadas à estrutura de custos da organização. II. As informações disponibilizadas pelos sistemas de custos, dizem respeito unicamente ao registro dos custos históricos e presentes, sem capacidade de fazer projeções futuras. III. Os sistemas de custos abrangem somente os níveis operacional e tático da empresa. IV. Os sistemas de custos atuam desde a coleta de dados até a geração de informações. Assinale a alternativa correta: Nota: 10.0 A Estão corretas somente as assertivas I e III B Estão corretas somente as assertivas I e IV Você acertou! Gabarito: II. As informações disponibilizadas pelos sistemas de custos, dizem respeito ao registro dos custos históricos, presentes e futuros (estimados ou projetados). III. Os sistemas de custos abrangem todos os níveis da empresa: operacional, tático e estratégico da empresa. Rota da aula 04, página 04. C Estão corretas somente as assertivas II e III D Estão corretas somente as assertivas II e IV E Estão corretas somente as assertivas III e IV TÉCNICAS AVANÇADAS DE ANÁLISE DE CUSTOS AULA 1 Profª Neide Borscheid Mayer2 CONVERSA INICIAL Olá! Seja bem-vindo à disciplina de Técnicas Avançadas de Análise de Custos. O objetivo desta disciplina é promover a compreensão de que há diferentes formas para se estruturar um sistema de custeio, procurando sempre a maneira mais adequada de fazer com que cada empresa gere informações úteis e tempestivas, que permitam o efetivo controle e, como consequência, ajudem a organização a alcançar seus objetivos estratégicos. Ao longo desta aula, analisaremos as possibilidades de implementar um sistema de custeio com enfoque no produto ou no departamento e, a partir dessa perspectiva, a classificação dos custos por nível de responsabilização. Veremos, ainda, que a informação gerada deve permitir a comparação do desempenho com base tanto nos dados históricos quanto nas estimativas futuras, tendo em vista que qualquer desvio precisa ser constatado rapidamente de forma a implementar ações de correção, quando necessário, ou de adequação das previsões realizadas. Da mesma forma, há metodologias que permitem comparar esse desempenho com indicadores de mercado. O indicador de que trataremos nessa aula é o que chamamos de Inflação da Empresa, que viabiliza a medição rápida das alterações nos custos e despesas da empresa (Padoveze, 2010, p. 454). Desejamos a você um excelente aproveitamento da disciplina. Bons estudos! CONTEXTUALIZANDO Vivenciamos, já há algum tempo, um crescente nível de competitividade entre as organizações de contextos nacional e internacional. Essa competitividade leva as empresas a uma constante busca de diferenciais e de otimização de processos necessários à manutenção de índices adequados de qualidade, rentabilidade, eficiência e produtividade. Nesse contexto, a gestão de custos e a própria atividade intrínseca à contabilidade das empresas assume um papel importante no processo decisório, pois subsidia os usuários com informações, sejam financeiras ou não, precisas e tempestivas para a tomada de decisão. Por isso, o objetivo desta aula é contextualizar os aspectos estruturais da gestão e análise de custos. 3 Para que a gestão de custos consiga cumprir com o seu propósito e atuar efetivamente em um contexto estratégico, deve acompanhar e gerenciar informações de todos os níveis produtivos, além de conhecer com profundidade as atividades e os processos das organizações. Com base nessas informações geradas, a instituição deve ter clareza em relação à margem de lucro praticada por produto ou serviço vendido, identificar se o preço de venda adotado está ou não adequado, qual é a contribuição no resultado por cada unidade de negócio ou departamento, dos índices de perdas produtivas, entre muitas outras informações do negócio. TEMA 1 – ABORDAGENS INICIAIS DE CUSTOS PARA PLANEJAMENTO E CONTROLE Para que as organizações consigam cumprir seus objetivos com níveis de eficiência e eficácia adequados, as atividades são divididas e estruturadas em funções administrativas. Essas funções são classificadas em planejamento, organização, direção e controle. A gestão de custos corresponde a uma das partes dessas funções, vamos descobrir de que forma? 1.1 O que significa planejamento? Planejar é definir com antecedência as ações a serem desenvolvidas e a forma como serão estruturadas as atividades para que a empresa consiga atingir os seus objetivos. Drucker (2006) diz que “plano é uma direção”. Nesse sentido, são analisados os possíveis cenários futuros para se definir o melhor caminho a ser seguido a fim de alcançar o resultado esperado. Na fase de planejamento, a alta administração das empresas define o resultado ou a rentabilidade que se espera para os períodos analisados. A partir desses dados, a gestão de custos tem a responsabilidade de atuar junto das demais equipes da empresa para analisar a capacidade produtiva e a força de vendas disponível, e definir, por exemplo, os volumes de produção, as horas de trabalho necessárias para conseguir atender a demanda esperada, bem como gerar informações detalhadas e precisas dos custos e margens de lucro individualizados de cada produto ou processo. Utilizando ferramentas de gestão, ocorrerá que, no orçamento, por exemplo, na fase de planejamento, serão definidos os volumes de venda de cada 4 item da empresa e, para conseguir atender a essa demanda, a quantidade de matéria-prima, mão de obra e demais insumos e estrutura necessários. Vamos utilizar como exemplo uma confeitaria. Na fase de planejamento, é definida a quantidade de bolos, por sabor, que se pretende vender em determinado período, para que se consiga atingir a lucratividade esperada. Com base nessa informação, é necessário apurar quantos confeiteiros precisarão trabalhar nessa atividade, os turnos de trabalho, a quantidade de equipamentos para produção e armazenamento, além, da matéria-prima e dos insumos (ingredientes para produção) que devem ser adquiridos a cada período para viabilizar a demanda de venda prevista. 1.2 E depois do planejamento, qual é o próximo passo? Uma vez que a empresa já definiu os objetivos a serem atingidos, é necessária uma estruturação nos processos e nas atividades para que isso, de fato, possa ser alcançado. Essa é a fase a que se refere à Organização. Nesse momento, trabalha-se de forma integrada e consultiva com todas as áreas da empresa, tendo em vista que os processos das diferentes áreas acabam se interligando uns aos outros e influenciando seus resultados. Nesse momento, entramos no aspecto diretivo, ou seja, a função de Direção, que tem o propósito de gerir as atividades em si, direcioná-las como o próprio nome indica, para garantir que os processos sejam desenvolvidos de acordo com a estruturação e definição realizadas. Essas atividades são desenvolvidas por cada departamento ou área em si, de acordo com as responsabilidades que foram previamente estabelecidas na fase de organização. Depois vem a fase de controle, que, para Martins (2010, p. 305), “significa conhecer a realidade, compará-la com o que deveria ser, tomar conhecimento rápido das divergências e origens e tomar atitudes para correção”. Esse é o momento em que a equipe responsável pela gestão de custos das organizações mais atua, pois fica constantemente acompanhando se aquilo que foi previsto e pré-definido como meta efetivamente foi realizado. Identificadas as divergências, são estabelecidas medidas tempestivas para correção dos desvios. Ainda de acordo com Martins (2010), por mais completo que seja o sistema de custeio, sempre serão identificadas divergências entre o realizado e o previsto, porque ocorrem influências do mercado que não são controláveis pela empresa. Porém, é essencial que esses desvios sejam identificados de forma 5 rápida e que se atue para correção, evitando, assim, perdas e prejuízos desnecessários. TEMA 2 – CUSTOS POR PRODUTO VERSUS CUSTOS POR DEPARTAMENTO Como pudemos constatar, a atividade de controle é um dos pontos vitais para uma adequada gestão de custos. Nesse sentido, ao se implementar um sistema de custeio, é preciso analisar as várias possibilidades de estruturação das informações para garantir que, efetivamente, contribuam com o controle e a gestão. Uma das visões de custo que deve ser definida diz respeito ao sistema de acumulação por produto ou por departamento. Sistema de acumulação de custos representa a forma com que os custos são transferidos aos produtos. (Portal de auditoria, S.d.) Saiba mais Leia mais sobre sistemas de acumulação de custos em <http://www.portaldeauditoria.com.br/tematica/contabilidade-gerencial_sistema- acumulacao-custos.htm>. Entendemos como departamento, em contabilidade de custos, “uma unidade operacional representada por um conjunto de homens e/ou máquinas de características semelhantes, desenvolvendo atividades homogêneas dentro de uma mesma área”(Perez Junior; Oliveira; Costa, 2008, p. 50). Essa definição tem relação direta com a responsabilização, porque, para cada departamento, deve haver um responsável com poder de gestão sobre os custos dessa unidade operacional. Segundo Martins (2010), normalmente, um Departamento é um centro de custos, porque nele são acumulados os custos para posterior alocação aos produtos ou a outros Departamentos. Qual o melhor cenário, dentro dessas duas visões: produto ou departamento? Na apuração do custo dos produtos para avaliação de estoques, uma das possibilidades é o de apropriar os custos diretos diretamente nos produtos ou serviços, e os custos indiretos, nos departamentos para, depois, passarem a compor o custo do produto ou serviço em si. 6 Quando se opta pelo enfoque mais centrado no custo por produto, deve- se ter em mente que esse produto passa por diversos departamentos, até que esteja disponível para venda, ou seja, o custo será acumulado pelas diferentes fases de produção, não havendo necessariamente uma responsabilidade única identificável por ele, o que poderia dificultar a atividade de controle. Isso ocorre porque, para determinar o custo de cada produto, a acumulação ocorre pelos setores, departamentos e fases de produção e, posteriormente, é rateada ou alocada para cada quantidade produzida. Ratear significa alocar os custos acumulados de forma proporcional aos produtos ou aos centros de custo. Por outro lado, a análise dos custos por departamento simplifica o sistema de apuração porque, de acordo com Martins (2010), ocorre numa fase do processo normal. Nesse sistema de acumulação, tanto os custos diretos quanto os indiretos são alocados ao departamento e somente depois são apropriados ao produto. Vamos a um exemplo: a empresa Delta apurou, no mês de setembro/20XX, os custos de produção apresentados a seguir para compor os custos dos produtos em estoque: Figura 1 – Exemplo de custos de produção Fonte: Adaptado de Martins, 2010, p. 307. 7 Da tabela apresentada, verificamos que o custo total de produção do período foi de R$ 5.700.000,00, além disso, há custos que podem ser identificados diretamente no Departamento Alfa (R$ 2.460.000,00) e há custos que foram gerados em outros departamentos e não são gerenciáveis ou controlados pelo Departamento Alfa (R$ 240.000,00 e R$ 3.000.000,00). Nesse cenário, a empresa Delta pode fazer as seguintes opções de análise: 1. Cada setor faz o controle e a gestão dos custos incorridos diretamente no seu departamento. Assim, haveria relatórios com a informação dos custos gerenciáveis pelo Departamento Alfa (R$ 2.460.000,00) e outros dos custos a serem rateados (R$ 240.000,00), analisados no departamento de origem (administrativo, almoxarifado, manutenção etc.). Ao optar por essa visão, as análises dos custos incorridos com as projeções são realizadas em cada um dos departamentos. Caso sejam identificadas distorções significativas, a identificação da origem e responsabilidade fica facilitada. A vantagem que podemos destacar nessa forma de controlar os custos é de que a apuração não sofre influência de critérios de rateio muitas vezes arbitrários. 2. Outra opção seria a de analisar os custos em sua totalidade, somando, nos relatórios, os custos gerados diretamente no Departamento Alfa com os custos gerados por outros departamentos e rateados ao Departamento Alfa (R$ 2.460.000,00 + R$ 240.000,00). Em relação a essa opção, a vantagem é a de que seriam analisados, de fato, todos os custos consumidos, porém, o nível de assertividade nesse modelo dependerá da identificação e escolha dos direcionadores de custos adequados e reais (critérios de rateio). Se isso não for possível, a primeira opção trará uma qualidade melhor das informações. TEMA 3 – CUSTOS POR RESPONSABILIDADE E CUSTOS CONTROLÁVEIS Como vimos, sob o enfoque de controle e nível de identificação de responsabilidades da gestão de custos, o sistema de acumulação por departamento permite uma gestão mais facilitada. Dentro desse contexto, é possível detalhar e qualificar ainda mais as informações geradas, classificando os custos como controláveis e não controláveis. 8 Esse detalhamento não gera um novo sistema de acumulação, mas sim, dentro do sistema escolhido (por exemplo, departamentalização), relatórios auxiliares com a abertura da classificação em custos controláveis e não controláveis. Os custos não controláveis são aqueles gerados no departamento, em função de decisões tomadas por nível hierárquico diferente do gestor direto da unidade operacional em análise (Martins, 2010). Esse é o caso, por exemplo, dos custos com depreciação. A depreciação corresponde ao reconhecimento da perda de vida útil dos bens, por obsolescência ou desgaste. O investimento nesses bens, como é o caso das máquinas e equipamentos, é definido pela alta administração, cabendo ao gestor direto do departamento somente a utilização desses equipamentos na produção. Nesse caso, a depreciação é uma consequência de uma decisão tomada por outra gestão e inevitável dentro do departamento. Os custos controláveis, por sua vez, de acordo com Martins (2010, p. 309), são os que estão diretamente sob responsabilidade e controle de determinada pessoa cujo desempenho se quer analisar e controlar. Um exemplo de custos efetivamente controláveis no departamento são as matérias-primas e os insumos utilizados na produção. Nesse exemplo, o gestor tem gerência direta sobre quando e como consumir esses custos, influenciando diretamente sobre a eficiência e eficácia desse consumo. A abertura das informações nos níveis mencionados caracteriza o Custeio por Responsabilidades, ou seja, é a separação dos custos pelos diferentes níveis de responsabilidade (Martins, 2010). TEMA 4 – BASES PARA COMPARAÇÃO E ESTIMATIVAS DE CUSTOS Seguindo na mesma linha de gestão de custos sob o enfoque de controle e responsabilização, uma vez definidos os sistemas de acumulação e as classificações dos custos incorridos, é essencial acompanhar de forma tempestiva o desempenho de cada departamento e dos centros de custos com os planejamentos e objetivos previstos. Uma das maneiras de avaliar o desempenho atual é confrontar o resultado de determinado período (mês, semestre, ano) com o realizado em períodos anteriores, ou com a média do desempenho dos períodos anteriores, por exemplo: 9 O Departamento Delta apurou os custos controláveis e não controláveis do mês de novembro/20XX e confrontou o resultado por unidade com o desempenho no mês imediatamente anterior: Figura 2 – Exemplo de apuração de custos Fonte: Adaptado de Martins, 2010. Como podemos constatar no exemplo apresentado, o foco maior da análise das variações está nos custos controláveis, uma vez que o departamento apresenta gestão sobre eles para implementar ações corretivas necessárias. Caso sejam identificadas variações significativas e desproporcionais por meio da base comparativa, é possível realizar ação assertiva para implementar medidas corretivas. Além disso, para que a base comparativa seja de fato efetiva, é preciso levar em consideração também a estimativa dos custos, que corresponde a uma projeção dos recursos necessários para a produção em períodos futuros. Essa estimativa é elaborada considerando as expectativas de alteração nos volumes de produção, as mudanças previstas nos projetos dos produtos ou até mesmo dos materiais utilizados, a implementação de novas tecnologias, entre outros aspectos. Um ponto importante a ser destacado quando se trata de comparações de informações é o de que se deve adotar sempre o mesmo critério e/ou métrica para apuração dos valores (passados, atuais e estimados). Dessa forma, se garantirá que a análise será realizada sempre com a mesma base de informações. Nas próximas aulas, falaremos maisa respeito de como essa estimativa é elaborada. DEPARTAMENTO DELTA REALIZADO PLANEJADO DIFERENÇA REALIZADO por unidade PLANEJADO por unidade DIFERENÇA por unidade REALIZADO por unidade PLANEJADO por unidade DIFERENÇA por unidade CUSTOS CONTROLÁVEIS 2.200.000R$ 2.105.960R$ 94.040R$ Materiais - Compras Diretas 1.800.000R$ 1.728.000R$ 72.000R$ 250R$ 240R$ 10-R$ 235R$ 240R$ 5R$ Mão-de-obra Direta 150.000R$ 161.250R$ 11.250-R$ 200R$ 215R$ 15R$ 216R$ 215R$ 1-R$ Despesas Variáveis 250.000R$ 216.710R$ 33.290R$ 150R$ 130R$ 20-R$ 145R$ 140R$ 5-R$ CUSTOS NÃO CONTROLÁVEIS 180.000R$ 180.000R$ -R$ Depreciação 50.000R$ 50.000R$ -R$ Aluguel 80.000R$ 80.000R$ -R$ Manutenção preventiva definida pelo departamento Beta 50.000R$ 50.000R$ -R$ CUSTOS TOTAIS DO DEPARTAMENTO 2.380.000R$ 2.285.960R$ 94.040R$ NOVEMBRO / 20XX OUTUBRO / 20XX 10 TEMA 5 – INFLAÇÃO DA EMPRESA Outra forma de medir o desempenho da empresa em determinado período é calcular a inflação interna gerada pela empresa. De acordo com Padoveze (2010, p. 454), “a inflação da empresa é a variação média ponderada dos preços dos custos e despesas em determinado período”. Para que se consiga apurar esse índice, é necessário que a empresa apresente um sistema de custos bem detalhado, porque o cálculo deve ser inicialmente realizado item a item e, depois, consolidado em grupos maiores dos quais esses custos e despesas fazem parte (materiais diretos, mão de obra direta etc.). 5.1 Qual é a finalidade desse índice? A utilização da inflação da empresa é interessante para fins comparativos com os índices oficiais do país ou do setor onde atua, ou seja, compara-se a inflação da empresa com a inflação geral do mercado econômico em que a empresa está inserida. A partir dessa análise, é possível avaliar se (Francischetti; Padoveze; Farah, 2006): a. O aumento ou a manutenção dos preços de venda está acompanhando a desvalorização do dinheiro. b. O aumento ou a manutenção dos preços de venda está acompanhando o aumento dos custos dos produtos. c. O aumento dos preços de venda é maior do que o aumento médio ponderado dos custos e despesas da empresa. Para que essa comparação seja assertiva e tempestiva, é recomendada a apuração mensal da inflação interna e a acumulação em períodos maiores, para que se tenha uma visão, além da mensal, anual e semestral, por exemplo. 5.2 Cálculo da inflação da empresa O primeiro passo para calcular a inflação é definir o escopo da análise que se pretende realizar. Esse escopo, conforme Padoveze (2010), pode ser da inflação geral da empresa, de um departamento ou uma divisão, por linha de produtos etc. 11 Para facilitar a compreensão do cálculo da inflação da empresa, iniciamos com um exemplo simples. Vamos utilizar somente uma matéria-prima para esse cálculo, de acordo com os dados apresentados a seguir: Preço unitário pago em outubro/20XX (Preço Médio Ponderado) R$ 3,00. Preço unitário pago em novembro/20XX (Preço Médio Ponderado) R$ 3,30. Inflação Interna = [(R$ 3,30 – R$ 3,00 ) / R$ 3,00] . 100. Em nosso exemplo, a Inflação interna apurada no mês foi de 10%. Como você pode notar, o cálculo é relativamente simples, porém, torna- se mais complexo quando aplicado a todos os demais custos e as despesas da empresa. Nesse caso, é necessário considerar o índice de participação dos materiais no todo para que a análise esteja mais próxima da realidade, ou seja, efetua-se a ponderação, também, dos custos e despesas. Para ficar mais claro, vamos exemplificar o cálculo da inflação dos materiais diretos, considerando hipoteticamente que essa empresa utiliza três tipos de materiais diretos na sua produção, conforme a imagem apresentada a seguir: Figura 3 – Cálculo da inflação Fonte: Adaptado de Martins, 2010. A partir das informações apresentadas na imagem, podemos calcular a inflação interna desses materiais, considerando a variação de preços e o peso que cada material tem no valor total despendido. 12 Figura 4 – Inflação interna Fonte: Adaptado de Martins (2010). Como você pode verificar no desenvolvimento do exemplo, a inflação interna dos materiais diretos dessa empresa no mês de novembro foi de 5%. Sendo a variação no preço calculada da mesma maneira que no primeiro exemplo apresentado e o percentual de participação do material no total adquirido no mês calculado considerando: % Participação = (valor total de cada material / valor total) . 100 Para calcular a inflação geral da empresa, é possível utilizar a metodologia demonstrada no nosso exemplo, ou, conforme Padoveze (2010), considerar a participação de cada produto no mix de vendas. Para que o índice apurado efetivamente represente a empresa, é importante garantir que as informações estejam bem estruturadas e que espelhem, de fato, a realidade da empresa. Quando ocorrer uma variação muito significativa nos custos e nas despesas, é prudente fazer uma avaliação da acurácia do percentual apurado. Outro cuidado destacado por esse autor diz respeito ao repasse do índice inflacionário ao preço de venda, porque há uma variável que também precisa ser considerada, a produtividade. Enquanto a inflação aumenta o custo dos produtos, a produtividade o diminui, por isso, precisa ser considerada proporcionalmente no cálculo final do preço de venda. TROCANDO IDEIAS Ao longo desta aula, conseguimos perceber que, quando se trata de gestão de custos nas organizações, não há, necessariamente, um modelo que possa ser considerado melhor ou pior, uma vez que todas as empresas têm especificidades e características próprias, por isso o acompanhamento e o 13 controle são fundamentais. Existem várias ferramentas que podem ser utilizadas para que o controle ocorra de maneira mais assertiva e tempestiva possível e que, quando for identificado algum desvio significativo do que havia sido previsto, as ações corretivas sejam implementadas. Compartilhe com seus colegas as metodologias que você conhece nessa gestão dos custos e mencione os pontos positivos e negativos desse modelo. Saiba mais Caso você não tenha experiência ou conhecimento sobre esse tipo de ferramentas, você pode conhecer alguns modelos nos links a seguir: O uso do orçamento na gestão de custos: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/orcamento-de- custos-como-instrumento-de-planejamento-e-controle-da-empresa/16359>. O uso do PDCA na gestão de custos: <http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/as-contribuicoes-do- metodo-pdca-no-gerenciamento-de-custos-e-riscos-de-projetos/82512/>. O uso de dashboards de indicadores-chave na gestão de custos: <https://pmisp.org.br/document-repository/15sigp/179-15sigp-proposta-de- dashboard-aplicado-a-operacao-de-indicadores-de-custo-e-prazo-em- gerenciamento-de-projetos-de-engenharia-com-aplicacao-de-um-estudo-de- caso/file>. NA PRÁTICA Imagine-se como responsável pela definição do sistema de acumulação de custos de determinada empresa do ramo alimentício e que apresenta os seguintes dados para apuração de custos: Figura 5 – Dados para apuração de custos Fonte: Adaptado de Martins, 2010. 1.1. Custos Diretos 270.000,00R$ Matérias-primas (ingredientes) 100.000,00R$ Embalagens 20.000,00R$ Mão-de-obra direta (cozinheiros e assistentes de cozinha) 150.000,00R$ 1.2. Custos Indiretos 17.000,00R$ Depreciação (forno, geladeira, congelador, etc) 5.000,00R$ Consumo de materiais Indiretos (limpeza, manutenção, etc) 12.000,00R$ 1.1. CustosDiretos 270.000,00R$ Matérias-primas (ingredientes) 100.000,00R$ Embalagens 20.000,00R$ Mão-de-obra direta (cozinheiros e assistentes de cozinha) 150.000,00R$ 1.2. Custos Indiretos 17.000,00R$ Depreciação (forno, geladeira, congelador, etc) 5.000,00R$ Consumo de materiais Indiretos (limpeza, manutenção, etc) 12.000,00R$ 1.1. Custos Diretos 270.000,00R$ Matérias-primas (ingredientes) 100.000,00R$ Embalagens 20.000,00R$ Mão-de-obra direta (cozinheiros e assistentes de cozinha) 150.000,00R$ 1.2. Custos Indiretos 17.000,00R$ Depreciação (forno, geladeira, congelador, etc) 5.000,00R$ Consumo de materiais Indiretos (limpeza, manutenção, etc) 12.000,00R$ 1.1. Custos Diretos 270.000,00R$ Matérias-primas (ingredientes) 100.000,00R$ Embalagens 20.000,00R$ Mão-de-obra direta (cozinheiros e assistentes de cozinha) 150.000,00R$ 1.2. Custos Indiretos 17.000,00R$ Depreciação (forno, geladeira, congelador, etc) 5.000,00R$ Consumo de materiais Indiretos (limpeza, manutenção, etc) 12.000,00R$ 14 Quais seriam os possíveis direcionadores de custos (critérios de rateio) que poderiam ser utilizados para alocar o custo ao produto em relação aos valores comuns a todos os itens produzidos de forma que o valor do custo do produto seja o mais próximo do real? FINALIZANDO Ao longo desta aula, vimos a importância da gestão de custos nas funções de planejamento e controle das organizações, auxiliando a tomada de decisão por meio do fornecimento de informações úteis e tempestivas de seu desempenho econômico-financeiro, previsto e realizado. Vimos, ainda, que, para cumprir com esse propósito, há diferentes formas para promover a acumulação de custos, podendo, por exemplo, ser por departamento ou por produto. A escolha dependerá da realidade de cada empresa frente à robustez do sistema de controle vigente e do nível de responsabilização por ela já utilizado. Essa definição impactará na eficiência da análise e tomada de decisão, que deve ser realizada frente às variações identificadas daquilo que foi previsto para o atingimento dos objetivos estratégicos das empresas e do que, de fato, foi realizado. Outro aspecto importante tratado no tema 5 diz respeito à inflação interna gerada, que é uma opção interessante de análise, frente ao desempenho da empresa com ela mesma e com o mercado de forma geral, uma vez que os índices oficiais do país tratam essa inflação de forma genérica, sem levar em consideração as particularidades de cada empresa. Assim, a inflação interna espelha exatamente o comportamento das variações de preços dos insumos especificamente dessa organização. 15 REFERÊNCIAS BORNIA, A. C. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas. 3. ed. São Paulo: Altas, 2010. DRUCKER, P. HSM Management. São Paulo, n. 54, ano 10, v.1, jan.-fev. 2006. FRANCISCHETTI, C. E.; PADOVEZE, C. L.; FARAH, O. E. Porquê e como calcular a inflação interna da empresa. Disponível em: <http://www.redalyc.org/html/2737/273720539003/>. Acesso em: 13 nov. 2017. MARTINS, E. Contabilidade de Custos. 10 ed. São Paulo: Altas, 2010. PADOVEZE, C. L. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010. PEREZ JR., J. H.; OLIVEIRA, L. M. de; COSTA, R. G. Gestão Estratégica de Custos. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2008. REDAÇÃO Indústria Hoje. O que são custos diretos e indiretos de produção? Disponível em: <https://www.industriahoje.com.br/o-que-sao-custos-diretos-e- indiretos-de-producao>. Acesso em: 20 nov. 2017. SCHIER, C. U. da C. Gestão de Custos. 2 ed. Curitiba: Ibpex, 2011. SISTEMAS de acumulação de custos. Portal de auditoria. Disponível em: <http://www.portaldeauditoria.com.br/tematica/contabilidade-gerencial_sistema- acumulacao-custos.htm>. Acesso em: 10 abr. 2018. TÉCNICAS AVANÇADAS DE ANÁLISE DE CUSTOS AULA 2 Profª Neide Borscheid Mayer 2 CONVERSA INICIAL Olá! Seja bem-vindo à aula 2 da disciplina de Técnicas Avançadas de Análise de Custos. Ao longo desta aula, você será apresentado a uma metodologia de controle gerencial dos custos das organizações chamada custo-padrão, que tem o propósito de servir como uma meta viável dos custos de produção como um todo. Além disso, essa metodologia tem foco na análise das variações identificadas em relação ao custo real e na responsabilização e correção daqueles pontos que não seguiram à meta pré-definida. Como você pode perceber, o objetivo desta disciplina é gerar em você habilidades e competências que permitam a sua formação como tomador de decisão e como analista das informações geradas por meio da contabilidade. Bons estudos! CONTEXTUALIZANDO Na aula 1, vimos que a gestão e o controle de custos das organizações cumprem um papel essencial porque contribuem para o alcance de seus objetivos e resultados estratégicos. Ao longo da aula 2, estudaremos a metodologia chamada de Custo- Padrão, que representa a informação do custo mais adequado que se espera atingir em determinado volume e nas condições de produção previamente definidos. Na literatura, você encontrará a menção a duas metodologias diferentes de custo-padrão, uma chamada Ideal, que podemos entender como uma metodologia em desuso, e a que chamamos de Corrente, sobre a qual refletiremos ao longo desta aula. O custo-padrão ideal não é recomendado, porque, segundo Martins (2010), trata-se de um custo que leva em consideração um cenário perfeito, no qual a empresa sempre trabalharia com 100% de sua capacidade, sem paradas não programadas, com a manutenção preventiva ocorrendo de maneira perfeita e com base em estudos precisos de tempos e movimentos, utilizando como referência, por exemplo, o funcionário mais eficiente do processo e o montante mínimo de perdas. A utilização desse custo-padrão ideal traria à organização a 3 sensação de uma meta inatingível e, por consequência, não seria respeitada pelos gestores responsáveis pelos processos. E do que se trata, então, esse custo-padrão corrente? Veremos esses e demais pontos nos próximos 5 temas da aula, esperamos que aproveite e consiga extrair o melhor deste conteúdo. TEMA 1 – CUSTO-PADRÃO: CONCEITOS DE CUSTO-PADRÃO, FINALIDADES E UTILIDADES DO CUSTO-PADRÃO O custo-padrão tem como objetivo principal auxiliar a gestão no processo de controle e planejamento de custos, porque se trata de um custo normativo, um custo objetivo, ou seja, um custo que se deseja alcançar (Padoveze, 2010). Por meio desse método, a empresa consegue compreender e fornecer um padrão de comportamento para os custos, bem como utilizar esse referencial para compará-lo aos custos reais incorridos no período. Não se trata de um método ou critério de contabilização de custos, como é o caso do de Absorção ou Variável, mas sim uma técnica auxiliar (Martins, 2010). Nesse contexto, os objetivos principais estão associados a (Padoveze, 2010, p. 407): a. Determinação do custo devido, ou seja, o custo correto. b. Definição de responsabilidades e obtenção do comprometimento dos responsáveis por cada atividade padronizada. c. Avaliação de desempenho e eficácia operacional. Isso se deve pelo fato de que o controle somente será efetivo quando houver uma ação gerencial para correção das distorções identificadas e de medidas inibidoras de repetições de erros ou problemas incorridos. Quanto mais tempestivo e assertivo for esse processo, melhores serão os resultados alcançados pela organização (Bornia, 2010). Considerando que o custo-padrão pode ser compreendido como uma meta a ser atingida, é importante garantir que se consiga um efeito psicológico positivo dos gestores envolvidos no processo, ou seja, que elesse sintam motivados e engajados a, de fato, trabalhar no sentido de alcançá-la. Martins (2010) entende que esse efeito somente será alcançado com uma construção adequada dessa meta, de forma que ela seja desafiadora, porém, que apresente um alvo possível de ser atingido. Essas metas normalmente são definidas para 4 um período de curto e médio prazos e sofrem revisões periódicas sempre que for identificada alguma distorção ou alteração do processo. Ainda nesse sentido, é essencial haver seriedade no tratamento e saneamento das distorções identificadas entre o Padrão e o Real, de modo que essa postura deve partir da alta administração e ser disseminada a todos os demais níveis das empresas. Na sequência, veremos como deve ser realizada a fixação e apuração do custo-padrão. TEMA 2 – FIXAÇÃO DO PADRÃO A fixação do custo-padrão, com o detalhamento de informações que permita a identificação das origens das distorções, deve ser definida em quantidades (por exemplo, quilos) e em valores (por exemplo, preço por quilo e total), porque, por vezes, a variação pode ser originada de uma perda de material ou alteração na composição do produto em si (quantidade), por exemplo, e, em outras, por algum acréscimo de custo na aquisição de determinado material, seja por troca de fornecedor ou algum evento externo da organização. Nesse cenário, o custo real, que será utilizado para comparação com o custo-padrão, também deve seguir essa mesma estruturação. Isso se aplica a todo os tipos de custos, como mão de obra, horas-máquina, quilowatts etc., por isso, recomenda-se que essa definição ocorra em conjunto com as equipes técnicas, de engenharia e contabilidade (Martins, 2010). A construção do custo-padrão, de acordo com Padoveze (2010), é realizada por tipo de material, como detalharemos na sequência. 2.1 Materiais diretos Os materais diretos são aqueles que fazem parte da composição do produto, como é o caso da matéria-prima e das embalagens. As quantidades e os tipos de materiais necessários para produzir cada um dos produtos são definidos no que chamamos de estrutura do produto, ou ficha técnica do produto. A estruruta do produto, ou ficha técnica, pode ser entendida como a “receita” para produção desse produto, com o detalhamento de tipo de material a ser utilizado com as suas respectivas quantidades. Essa estrutura é definida pela equipe de desenvolvimento do produto ou engenharia. 5 Como no processo produtivo há, normalmente, uma quantidade inevitável de perda ou refugo de materais, dentro de condições técnicas ou científicas já conhecidas, esse montante também é considerado na ficha técnica para cômputo do material a ser consumido (Padoveze, 2010). Em relação ao preço padrão, deve-se sempre utilizar um preço livre de encargos, ou seja, negociado na condição de pagamento à vista e, de acordo com Padoveze (2010), aqueles obtidos em boas negociações de compra. A atualização periódica do referido valor pode levar em consideração a inflação interna da empresa. 2.2 Mão de obra direta Mão de obra direta é aquela relacionada aos colaboradores que trabalham diretamente no processo de fabricação do produto. A apuração da quantidade de horas despendidas para cada fase do processo, assim como a quantidade de colaboradores necessários, dependerá do nível tecnológico e automatizado do processo produtivo. Há situações em que essas informações podem ser obtidas por meio de sistemas computadorizados e, em outras, é necessária a apuração de tempos e movimentos com base em estudos de cada processo envolvido (Padoveze, 2010). O valor da hora de mão de obra direta leva em consideração a remuneração e os encargos dos trabalhadores, de forma genérica (Padoveze, 2010), por exemplo, apurando-se o custo médio horário de cada processo ou atividade. 2.3 Custos indiretos variáveis Os custos indiretos variáveis são aqueles utilizados diretamente na produção, porém não fazem parte do produto em si. São classificados como variáveis, porque aumentam proporcionalmente ao volume de produção. Podemos citar como exemplo o consumo de energia elétrica. A apropriação desse tipo de custo se dá por meio de rateio e o critério de apropriação deve ser definido de acordo com a atividade desenvolvida. Padoveze (2010, p. 410) afirma que “a atividade a ser escolhida como base para construção das taxas pré determinadas de custos indiretos variáveis deve ter 6 uma relação causal com os diversos custos indiretos variáveis”. Além disso, deve ser de fácil compreensão para posterior responsabilização, para fins de controle (por exemplo: horas máquinas trabalhadas, quantidade de produto final etc.). 2.4 Custos indiretos fixos Custos indiretos fixos, da mesma forma, são gerados na produção, porém seu montante não varia em função do volume de produção, assim como não fazem parte diretamente do produto. Como exemplo, podemos citar a depreciação do prédio da fábrica. Assim como acontece com os custos indiretos variáveis, os custos indiretos fixos são alocados aos produtos por meio de rateio e os critérios são normalmente atribuídos, de acordo com Padoveze (2010), em função da capacidade produtiva e não em função de volumes realizados. 2.5 Periodicidade de construção do custo-padrão A prática mais utilizada para elaboração do custo-padrão se dá a partir de uma data-base. “A elaboração do custo-padrão leva em consideração as metas projetadas dentro de um período de seis meses a um ano, por exemplo” (Padoveze, 2010, p. 412). Em função do nível de detalhamento e do grau de complexidade da informação, o custo-padrão não precisa necessariamente ser definido para a empresa como um todo no momento da sua implantação, mas ser iniciado nas áreas e nos processos mais relevantes e críticos. Gradualmente, o escopo pode ser ampliado junto com o amadurecimento no sistema de controle e gestão. Além disso, é importante que se realize uma revisão periódica sempre que houver alguma alteração significativa que possa afetar o custo de produção (aumento de matéria-prima, alteração no processo fabril etc.). TEMA 3 – CUSTO-PADRÃO: CUSTO-PADRÃO E ORÇAMENTO, INFLUÊNCIA DAS VARIAÇÕES DE PREÇO, CONTABILIZAÇÃO DO CUSTO-PADRÃO Quando se trata de controle, as organizações utilizam vários tipos de ferramentas como apoio. Uma das mais comuns e importantes é o Orçamento, em que as empresas estabelecem os custos que efetivamente devem incorrer, com base no volume de vendas e na produção do período. “Os custos orçados 7 têm por base antecipar os gastos que deverão ser consumidos e que afetarão o custeamento dos produtos” (Padoveze, 2010, p. 405). 3.1 Mas qual a diferença para o custo-padrão? O custo-padrão também pode ser entendido como um tipo de orçamento, “a diferença é que essa meta tende a forçar o desempenho da produção por ser normalmente fixado com base na suposição de melhoria contínua de aproveitamento dos fatores de produção” (Martins, 2010, p. 318). Em virtude disso, é necessário que se tenha em mente que o custo-padrão sempre é mais rigoroso do que de fato deve ser orçado. Por outro lado, a utilização do custo-padrão para elaboração do orçamento pode trazer um nível de assertividade maior nas projeções orçamentárias, porque fornece informações mais adequadas por se basear nos melhores parâmetros de eficiência e acaba gerando um atributo de confiabilidade das metas estabelecidas (Monzo; Pagnani, 2003). A utilização orçamentária pressupõe uma gestão tempestiva e assertiva das variações identificadas ao longo do ano, de forma a identificar as reais causas que as geraram. Nesse sentido, o custo-padrão deve servir como elemento facilitador para compreensão da origem do problema, viabilizando a tomada de decisão eficaz e rápida e que permitirá a empresa realinhar as operações aos seus objetivos estratégicos,quando for o caso, ou, até mesmo, rever as definições orçamentárias que podem não estar mais adequadas em função de uma alteração significativa dos custos e processos. 3.2 Custo-padrão: influência das variações de preços O custo-padrão pode ser utilizado como elemento inicial para a formação de preços de venda, porque “ele traz os elementos necessários para parametrizar um preço de venda ideal” (Padoveze, 2010, p. 408), por mais que depois possa sofrer algum ajuste devido às exigências do mercado. Porém, o aspecto de que trataremos nesse tópico diz respeito à definição do preço de venda, que será considerado para fixação do padrão, e à análise da variação em relação ao real. Há um elemento importante que precisa ser considerado caso a empresa viva em um período de alta inflação: se o preço estabelecido para o custo-padrão 8 partir de uma estimativa para o ano todo, possivelmente os valores considerados para os meses iniciais serão maiores do que os efetivamente praticados. Por outro lado, no segundo semestre, os valores serão menores que os preços praticados, de modo que “sempre existirá um erro na previsão dessa oscilação de preços, além da necessidade de se estudar o que provavelmente mudará no preço de cada fator de produção” (Martins, 2010, p.320). Para corrigir esses erros, a empresa pode utilizar, como forma de adoção dos preços, aquele fixado na data em que é elaborado (final do ano anterior, por exemplo) e ao realizar a comparação com o real, desconsiderar ou deduzir as variações ocorridas em função da inflação, com isso, as variações que restarão serão efetivamente aquelas a serem analisadas para correção (Martins, 2010). 3.3 Contabilização do custo-padrão Como a utilização do custo-padrão ocorre numa esfera de contabilidade gerencial e controladoria, não há, necessariamente, a obrigatoriedade de sua contabilização (Martins, 2010). É possível trabalhar com as bases por meio de relatórios complementares ou especiais (utilizando o Excel, por exemplo) para confrontar o custo-padrão com o custo real. A sua gestão e seu tratamento podem seguir o mesmo método utilizado pela empresa para utilização do orçamento, porém, a forma adotada deve permitir o acompanhamento frente às contas contábeis utilizadas (Padoveze, 2010). Por meio da padronização contábil às normas internacionais, é permitido o uso do custo-padrão como valoração contábil dos estoques, desde que o valor apurado seja próximo ao valor real dos custos. Essa definição foi realizada pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, pelo Pronunciamento Técnico CPC 16, que estabelece: Outras formas para mensuração do custo de estoque, tais como o custo-padrão ou o método de varejo, podem ser usadas por conveniência se os resultados se aproximarem do custo. O custo- padrão leva em consideração os níveis normais de utilização dos materiais e bens de consumo, da mão-de-obra e da eficiência na utilização da capacidade produtiva. Ele deve ser regularmente revisto à luz das condições correntes. As variações relevantes do custo- padrão em relação ao custo devem ser alocadas nas contas e nos períodos adequados de forma a se ter os estoques de volta a seu custo. Nessa situação, a empresa deve realizar a contabilização completa de todos os valores do custo-padrão, já registrando, por exemplo, as compras e a 9 folha de pagamento com as diferenças identificadas registradas em contas especiais (Martins, 2010). Como já havíamos visto nos temas anteriores desta aula, para ser considerado custo para valoração dos estoques, o custo-padrão deve sofrer uma revisão periódica para, de fato, espelhar a realidade da produção frente aos níveis normais de eficiência de utilização dos insumos e da utilização da capacidade produtiva. Há, também, a possibilidade de a contabilização para valoração dos estoques ocorrer de forma mista. Martins (2010) traz como o exemplo a forma de contabilização de parte considerar o custo real e outra o custo-padrão, em que os custos alocados à produção poderiam se dar a partir do real e àqueles considerados para os produtos acabados e em elaboração, serem valorados a custo-padrão. 3.3.1 E o que fazer com as diferenças identificadas entre o custo real e o padrão? As diferenças identificadas e contabilizadas em contas especiais devem ser tratadas de forma que sejam eliminadas. Seguindo as premissas dos Princípios Contábeis Geralmente Aceitos, esses valores acabam sendo incorporados ao custo do estoque, para que ele de fato espelhe o custo real da empresa (Martins, 2010). A melhor forma de registro e controle do custo-padrão dependerá da realidade de cada empresa frente ao nível de requinte do sistema de controle adotado. TEMA 4 – PADRÃO VERSUS CUSTO REAL Como vimos, o custo-padrão é o custo que se deseja alcançar, ou seja, uma meta. Então, para que de fato ele cumpra seu propósito, após a apuração do custo real é fundamental comparar esse real com o custo-padrão para verificar se houve variações e, caso isso seja confirmado, analisar as diferenças para adoção de medidas de correção. Quando tratamos de análises de materiais, elas normalmente se fundamentam na equação de custos, que é o resultado da multiplicação do preço unitário dos fatores de custo pelas quantidades utilizadas desses insumos industriais (Padoveze, 2010, p. 413). Ou seja: 10 Custo do Insumo = Preço do Insumo x Quantidade de Insumo Utilizada No entanto, para que possamos ser assertivos na análise e tomar as medidas corretivas adequadas, é importante saber se a diferença se originou no preço ou no volume consumido. Em função disso, Padoveze (2010, p.414) apresenta um esquema genérico de análise que apresentamos a seguir: Figura 1 – Esquema de análise Fonte: Padoveze, 2010. Sendo: A = Quantidade Real x Preço Real B = Quantidade Real x Preço-padrão C = Quantidade-padrão x Preço-padrão Para compreender melhor, vamos exemplificar: digamos que determinada empresa apurou os seguintes resultados no mês em relação ao desempenho de custos exclusivamente em relação aos materiais diretos de fabricação: Quadro 1 – Composição do custo-padrão para os materiais diretos Fonte: Padoveze, 2010. MATERIAIS DIRETOS QUANTIDADE- PADRÃO PREÇO UNITÁRIO PADRÃO (R$) CUSTO- PADRÃO (R$) Material A 4.250 101,00 429.250 Material B 100.000 3,50 350.000 CUSTO COM MATERIAIS DIRETOS 104.250 104,50 779.250 11 Quadro 2 – Composição do custo real para os materiais diretos Fonte: Padoveze, 2010. Nos quadros apresentados, a empresa já apurou os custos padrão e real, agora, basta confrontar os dois para apurar as variações: Quadro 3 – Composição das variações no confronto do custo-padrão com o custo real para os materiais diretos Fonte: Padoveze, 2010. Quadro 4 – Quantidade estimada para produção pelo custo-padrão e a quantidade efetivamente produzida no período Fonte: Padoveze, 2010. A partir das informações obtidas, vamos analisar a origem das variações, como demonstramos a seguir: Análise das variações – Material A: A = Quantidade Real x Preço Real A = 4.325 x R$ 102 A = R$ 439.420 B = Quantidade Real x Preço-Padrão B = 4.325 x R$ 101 B = R$ 436.825 MATERIAIS DIRETOS QUANTIDADE REAL PREÇO UNITÁRIO REAL (R$) CUSTO REAL (R$) Material A 4.325 101,60 439.420 Material B 101.950 3,00 305.850 CUSTO COM MATERIAIS DIRETOS 106.275 104,60 745.270 12 C = Quantidade-Padrão x Preço-Padrão C = 4.250 x R$ 101 C = R$ 429.250 Análise de Variação de preço do Material A: (A – B) = R$ 439.420 – R$ 436.825 (A– B) = R$ 2.595 Análise de Variação da quantidade do Material A: (B – C) = R$ 436.825 - R$ 429.250 (A – B) = R$ 7.575 Variação total desfavorável do Material A = R$ 2.595 + R$ 7.575 = R$ 10.170. Em nosso exemplo hipotético de análise do Material A, constatamos que o custo real foi maior do que havia sido previsto pelo custo-padrão, o que demonstra uma situação desfavorável. Essa variação originou-se tanto no consumo do volume de material quanto no preço previsto. Como temos a informação de que foi produzida uma quantidade maior de produtos acabados do que havia sido previsto, podemos concluir que foi por esse motivo que houve a diferença identificada no volume. A variação do preço, por sua vez, precisaria ser investigada e analisada junto ao setor responsável para que se possa tomar a decisão adequada no processo. Na sequência, apresentamos exemplos de situações que geram tais variações. Há situações em que as variações ocorrem tanto em relação ao preço quanto na quantidade consumida, o que Martins (2010) classifica como variação mista, por isso é importante identificar a variação de cada uma dessas variáveis de forma isolada, bem como a materialidade de cada uma delas, para, posteriormente, tomar as medidas corretivas quando necessário. O motivo dessa separação se deve à atribuição de responsabilidades, porque, como vimos em Martins (2010), quem responde pelas variações de quantidades consumidas refere-se a uma área diferente daquela que responderá pelas variações de 13 preço. Normalmente, a primeira deve ser respondida pela equipe de produção e, a segunda, pela de compras ou suprimentos. Nem sempre é fácil identificar a causa que gerou a variação, que é o fator- chave a ser descoberto. Podemos elencar alguns exemplos que podem vir a ocorrer. Quando se trata de variação no volume de materiais consumidos, isso pode ocorrer, por exemplo, pelos seguintes motivos (Martins, 2010): A máquina utilizada para produção não estar calibrada e estar gerando uma perda superior a aceitável. Baixa qualidade do material utilizado, o que gera um consumo maior do que o previsto. Mão de obra não qualificada, o que levou a um aumento no consumo de materiais. Já quando se trata de variações de preços, Martins (2010) elenca alguns exemplos, que demonstramos a seguir: Inclusão de novo fornecedor para que a empresa não fique na dependência dos atuais. Compra mal realizada por ineficiência da equipe responsável pelas compras. Compra emergencial para atender à demanda e impedir a parada de linha de produção. Nas variações identificadas no consumo de materiais, para algumas situações serão viáveis medidas de correção e regularização de processo, para outras, pode ser necessária a realização de adequação do custo-padrão para o exercício seguinte. TEMA 5 – TRATAMENTO CONTÁBIL DAS VARIAÇÕES, INFLAÇÃO E CUSTO- PADRÃO Como vimos, a incorporação do custo-padrão à contabilidade não é obrigatória, porém, possível, como estabelece o CPC 16. Há diferentes formas para realizar tais registros, detalharemos uma dessas possibilidades na sequência. 14 No formato que detalharemos, todos os custos incorridos, sejam diretos, indiretos, fixos e variáveis, são alocados ao custo de produção em processo, derivados das aquisições de materiais e utilização de mão de obra, entre outros, e à medida que os produtos acabados são transferidos ao estoque ou aos clientes, em caso de produção por encomenda, baixados pelo custo-padrão. (Martins, 2010). Dessa forma, as variações originadas pela diferença entre o custo real e o custo-padrão são mantidas na conta de produção em processo até a data da realização do fechamento do balanço patrimonial, momento em que sofrem os ajustes contábeis necessários de acordo com os padrões e princípios contábeis. Em função da grande quantidade de itens a serem analisados, a análise dessas variações é realizada em controle paralelo, fora da contabilidade. A conta de Produtos Acabados permanece com o valor do produto avaliado de acordo com o custo-padrão e, em virtude disso, o CPV também é registrado de acordo com o padrão, até a data do balanço Patrimonial. Como fiscalmente o custo-padrão não é aceito para apuração do imposto de renda e contribuição social pelo regime de Lucro Real, é importante lembrar que o valor do CPV, nesses casos, deve ser ajustado no Livro de Apuração do Lucro Real de acordo com a legislação vigente, nos períodos necessários. Para ficar mais claro esse modelo de contabilização, exemplificaremos a partir de dados hipotéticos. Quadro 5 – Detalhamento da apuração do custo real e do custo-padrão de determinado período Fonte: Padoveze (2010). Para simplificar a explicação e facilitar o entendimento, partimos do princípio de que todo o estoque adquirido no período foi consumido na produção do período em análise. Além disso, consideraremos que, das 800 unidades 15 produzidas, 650 unidades foram vendidas durante o mês, e as demais permaneceram em estoque. A partir dos dados apresentados no quadro, a contabilização seria realizada da seguinte forma: 1º Lançamento para alocação à conta contábil de Produção em Processo utilizando o valor do custo real: D – Produção em Processo R$ 305.000 C – Estoque materiais diretos R$ 185.000 C – Estoque materiais indiretos R$ 26.000 C – Mão de obra R$ 94.000 2º Transferência do custo dos produtos acabados pelo valor do custo-padrão: D – Produtos Acabados R$ 290.000 C – Produção em Processo R$ 290.000 A partir desses lançamentos, as contas contábeis de Produção em Processo e Produtos Acabados ficam com os seguintes saldos: Quadro 6 – Saldo Fonte: Padoveze (2010). Como você pode observar, na conta contábil Produção em Processo, manteve-se um saldo equivalente a R$ 15.000, que se originou da variação desfavorável entre o custo real em relação ao custo-padrão. Como o custo-padrão total dos produtos acabados foi de R$ 290.000 e a quantidade produzida foi de 800 unidades, sabemos que o custo por unidade é de R$ 362,50 (R$ 290.00 / 800 = R$ 362,50). Com essa informação, já podemos calcular o valor do Custo dos Produtos Vendidos (CPV), que será apropriado ao resultado nesse período, ou seja, à quantidade vendida (650 unidades) 16 multiplicada pelo custo-padrão unitário (R$ 362,50), então o valor do CPV a ser contabilizado é de R$ 235.625: D – Custo dos Produtos Vendidos R$ 235.625 C – Produtos Acabados R$ 235.625 Quadro 7 – Custo dos produtos vendidos Fonte: Padoveze (2010). Agora, você deve estar se perguntando qual é o tratamento que daremos às variações que permaneceram registradas na conta de Produção em Processo. Ao final do período contábil, momento em que é realizado o Balanço Patrimonial da empresa, essa diferença deve ser direcionada às contas adequadas. Nesse sentido, seguindo as definições dos princípios contábeis, em nosso exemplo hipotético, parte dessa diferença deve ser direcionada à conta de Produtos Acabados, proporcionalmente aos produtos que permanecem em estoque, o restante deve ser alocado à conta de Custo dos Produtos Vendidos. D – Produtos Acabados R$ 2.813 D – Custo dos Produtos Acabados R$ 12.187 C – Produção em Processo R$ 15.000 Quadro 8 – Custo dos produtos vendidos Fonte: Padoveze (2010). 17 Utilizando esse formato de contabilização, o Custo dos Produtos Vendidos permanece avaliado pelo custo-padrão ao longo do exercício, que pode ser um ano ou um trimestre, por exemplo, e ajustado ao custo real para fins de elaboração do balanço patrimonial (Martins, 2010). 5.1 Inflação e custo-padrão A inflação representa o índice de aumento geral de preços do país. Em função disso, em períodos de inflação muito alta, a análise da performance de custos das organizações, a partir do custo-padrão,
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