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MODULO – B FASE 2 – G.P.I. (Gestão da Produção Industrial) Matéria: Gestão de custos industriais. (uta projetos e produção de produtos – B 2016 – Fase 2 [91480]) Resumo aula teórica 6: Tema1: Formação do preço de venda. 1º podemos considerar que a empresa tem certo nível de poder de mercado para impor seu preço de venda aos clientes, nesse caso, as ferramentas que serão vistas servem para definir o que será praticado. 2º o mercado é que define qual é o preço de venda e, por isso, nós utilizamos do mesmo instrumental para agora analisarmos se somos ou não capazes de atender tal imposição. No método de precificação por meio do Custo/Volume/Lucro (C/V/L), o valor de venda que se obtém pelo uso do método é o limite mínimo que deve ser respeitado para a empresa não incorrer em prejuízo (contábil e/ou econômico) dado os gastos que uma determinada quantidade orçada para a venda impõe à empresa. Sua fórmula deriva diretamente da forma clássica do Ponto de Equilíbrio, como demonstra a Tabela 01. Percebe-se que o preço de venda no C/V/L é constituído pelo Gasto Fixo Médio por produto e pelo gasto variável unitário (o GVu, pela óptica geral, considera tanto o custo como a despesa variável): Portanto, o preço de venda obtido nesse método representa o menor valor que uma transação pode ser realizada considerando uma unidade de produto para que, segundo a quantidade orçada e os dispêndios apurados, não haja nem lucro, nem prejuízo. Convém ressaltar que é possível acrescentar, no caso de uma análise econômica, uma margem de lucro desejada no gasto, a título de custo de oportunidade da empresa. Nesse sentido, o preço de venda de equilíbrio seria o menor valor permitido para compensar os sacrifícios dos gastos e das oportunidades perdidas pela escolha desse projeto. Mark up (MK) Este se trata de um método que utiliza um “multiplicador” para aumentar o valor de um número que serve de base de valor (geralmente, o custo industrial) transformando-o em preço de venda; portanto, basicamente, sua fórmula é: valor de base x MK = Preço. Existem duas formas para aplicar o Mark-up, detalhando em preço de venda sem impostos e com impostos (MK-1 e MK-2) e realizando a análise de forma ampla, isto é, alcançado o preço com impostos diretamente (MK-Geral ou apenas MK). No primeiro caso, temos que preço de venda “com impostos” é obtido do preço de venda “sem impostos”, o qual, por sua vez, surge a partir do custo industrial. No segundo caso, usamos apenas um multiplicador para transformar o custo em preço de venda. A) Encontro do MK – 1: 1º Etapa: a participação das despesas e do lucro no preço sem imposto Determinaremos a participação das “despesas e lucro” sobre o preço de venda sem impostos. Para tanto, devemos realizar um planejamento orçamentário definindo as despesas administrativas, comerciais e financeiras, bem como o valor desejado de retorno para a operação (= custo de oportunidade + prêmio de risco). Exemplo: 14,4% + (Comerciais) 07,6% + (Administrativas) 01,8% + (Financeiras) 07,5% + (Lucro desejado) ____________________________ 31,3% = (Despesa + lucro) Nesse caso, as despesas e lucros são tratados como itens a serem absorvidos pelo produto de venda. Ou seja, esses são valores representam a participação percentual desses itens em relação ao preço de venda sem impostos. 2º Etapa: a participação do custo industrial no preço sem imposto Nessa etapa, vamos obter qual é a participação percentual do custo industrial sobre o preço de venda sem impostos. Para tanto, partiremos do valor calculado na primeira etapa. Exemplo: 100,0% + (Preço de venda sem impostos) 31,3% - (Despesa + lucro) ____________________________ 68,7% = (Custo Industrial) A lógica é a seguinte, se o preço de venda é 100% e as despesas e lucro são 31,3%, então a diferença somente pode ser o Custo industrial (aquele que, por sinal, pode ser obtido via custeio por absorção). 3º Etapa: estabelecer o valor do MK-1 Para finalizarmos o MK-1, precisamos apenas encontrar qual é a proporção entre o preço de venda “sem impostos” e o custo industrial. Ou seja, o MK-1 é um multiplicador do custo industrial para se chegar ao preço de venda sem impostos. Exemplo: 100,0% (Preço sem impostos) 68,7% ÷ (Custo industrial) ____________________________ 1,4556 = (MK-1) MK1. Custo indústria apurado = Preço de venda Dito de outra forma, se pudermos considerar que a participação relativa das despesas e do lucro se mostram relativamente constantes em relação ao custo industrial, o preço de venda sem impostos poderá ser obtido ao multiplicarmos o MK-1 ao valor corrente do custo. Exemplo: Custo industrial de R$ 50,00/ peça x MK1 de 1,4556 = R$ 72,78 preços sem imposto. Qual a vantagem desse preço sem imposto? Imagine uma empresa que atende a diferentes Estados, onde a carga tributária diverge de território para território. Então, saber o preço de venda líquido dos impostos significa saber qual é o valor do bem que realmente pertence à empresa. Pode ter certeza que essa informação é bem útil em processo gerencial. B) Encontro do MK – 2: 4º Etapa: a participação dos tributos no preço com impostos A primeira coisa que precisamos fazer é identificar o valor da participação dos impostos de venda sobre o preço final para calcular o MK2. Exemplo: 18,00% + (ICMS) 01,65% + (PIS) 07,60% + (Cofins) ____________________________ 27,25% = (Imposto venda) Trata-se de um orçamento da carga tributária que irá compor o valor final de venda de um produto. O procedimento é muito parecido com a etapa 1 do MK-1, a única diferença é que aqui as taxas são menos subjetivas. 5º Etapa: a participação do preço sem impostos no preço com impostos Agora vamos calcular o valor em % do preço de venda sem os impostos em relação ao preço com impostos, simplesmente subtraindo os valores. Exemplo: 100,00% + (Preço com impostos) 27,25% - (Impostos venda) ____________________________ 72,75% = (Preço sem impostos) A lógica é a mesma do MK-1, isto é, se o preço de venda é 100% e os impostos são 27,25%, então a diferença somente pode ser a participação do Preço sem impostos no valor final (ver etapa 3). 6º Etapa: estabelecer o valor do MK-2 Bem, somente nos falta obter o valor do MK-2, o multiplicador para a obtenção do preço de venda com impostos a partir do preço líquido de impostos. E como fizemos no MK-1, basta encontrar a razão entre as variáveis (ver etapas 1 e 3). Exemplo: 100,00% (Preço com impostos) 72,75% ÷ (Preço sem impostos) ____________________________ 1,3746 = (Mark-up 2) Agora com o MK-2 temos como converter o valor do “preço sem impostos” obtido pelo MK-1 em preço de venda com impostos: MK2. Preço sem impostos = Preço de venda com impostos Exemplo: Custo industrial de R$ 50,00/peça x MK 1 de 1,4556 = R$ 72,78 preços sem imposto. Preço sem imposto de R$ 72,78 x MK 2 de 1,3746 = R$ 100,04 preços com imposto. C) Encontrando o MK – Geral: Para obter o mark-up geral, o qual, nada mais é do que um único multiplicador que converte o “custo industrial” em preço de venda com impostos, basta multiplicar os valores de MK-1 e MK-2 Exemplo: 1,4556 (Mark-up - 1) 1,3746 x (Mark-up - 2) _______________________________ 2,0009 = (Mark-up-Geral=MKG) Resultado: Custo industrial ($). MKG= Preço de venda No caso nosso exemplo: R$ 50,00/peça x MKG de 2,0009 = R$ 100,045 preços com imposto. Tema2: Alavancagem operacional. Para entendermos o que é uma Alavancagem Operacional, primeiro precisamos relembrar o que é o lucro operacional segundo o custeio variável. Nesse sistema de mensuração, os dispêndios são separados em elementos fixos e variáveis. Isto é, aqueles que sofrem alteração com a quantidade transacionada (as variáveis) e os que não sofrem alterações(os fixos). Pois bem, o lucro operacional então seria aquele valor que resultaria do confronto entre a receita total auferida e o dispêndio total (gasto fixo + gasto variável), o que, por sua vez, nos leva novamente à curva neoclássica do lucro que foi trabalhada nas aulas 1 e 5 (Figura 01) Portanto, o comportamento do lucro dependente tanto da curva da receita como da curva do custo, sendo maior ou menor conforme o distanciamento existente entre essas duas curvas. Nesse sentido, se isolarmos e ampliarmos apenas a curva do lucro que é vista na Figura 01 na curva azul, poderemos entender melhor o que significa uma alavancagem operacional (Figura 02): Conforme demostra a Figura 02, à medida que a quantidade de produto transacionado aumenta, temos uma variação do lucro. Em síntese, temos que à medida que a quantidade vai aumentando o mesmo ocorre com o lucro, inicialmente em proporções maiores que vão caindo gradativamente. Portanto, fica evidente que temos a necessidade de analisar quanto que o incremento da quantidade de venda impulsiona o lucro da empresa e, além disso, quanto é esse grau de alavancagem. Para tanto usamos um cálculo que considera as variações da quantidade e do lucro em escala percentual. Por quê? Simplesmente, para evitarmos as possíveis distorções que surgirem devido ao uso de escalas diferentes na mensuração. Dito de outra forma, quando tratamos ambos os elementos em base métrica de 100 unidades, temos uma melhor compreensão sobre o impacto de uma variável em relação a outra, nesse caso, como a variação percentual da quantidade pode alavancar percentualmente o lucro. AO = Δ L% / Δ Q% Onde: AO: Alavancagem Operacional Δ L%: Variação % do lucro => (L2 – L1) / L1 x 100 Δ Qt: Variação % da Quant. => (Q2 –Q1) / Q1 x 100 Portanto, a Alavancagem Operacional nos apresenta o impacto percentual que a variação de 1% na quantidade de venda pode gerar de variação percentual no lucro da empresa. Bem, bacana, não acha? Ainda mais agora que já sabemos que, embutido nesse valor, está o comportamento de toda uma estrutura de custo que foi planejada para gerar valores estrategicamente favoráveis à empresa, mas é nesse ponto que precisamos ter muito cuidado porque muitas vezes ao buscarmos esse cenário favorável na gestão dos custos, infelizmente, nos distanciamos dele. O motivo? Porque muitas vezes não enxergamos as restrições que nos cercam quando estamos em uma operação sistêmica. Tema3: Teoria das restrições. A Teoria das Restrições, ou TOC (Theory of Constraints), nos apresenta que a restrição em um processo é um fenômeno que impede, parcial ou totalmente, que a empresa alcance seus objetivos. E ela pode se apresentar sob diferentes formas, como: • Internas ao sistema produtivo – aquela que restringe a produção, isto é, os gargalos de produção. • Externas ao sistema produtivo – aquelas que restringem a venda, como demanda e/ou política de preço. Ou seja, as restrições podem ser tanto um fenômeno de natureza física (máquinas, instalações etc.) como também de natureza institucional/política (procedimentos, cultura etc.). Vamos tentar entender, olhando o problema pela óptica interna do sistema produtivo. Nesse caso, a restrição da operação é denominada de gargalo e ela significa que todo o sistema será tão eficiente quanto à eficiência do gargalo presente na operação. Pense bem, aquela parte da fábrica que é mais fraca, em relação às fases que lhe são precedentes, irá acumular estoques que não conseguem processar, sendo assim, as operações que vêm em seguida terão seu ritmo ditado pelo que esse gargalo consegue fornecer. Sendo assim, como garantir, sem atos inúteis ao processo, melhorias na eficiência antes do gargalo? Com planejamento e ação sistêmica. Veja os passos que devem ser feitos para melhorar um processo com gargalo: Passo 1: Identificar a restrição. Passo 2: Explorar a restrição (tornar-se familiar a ela). Passo 3: Subordinar o fluxo operacional à restrição (enquanto não resolvê-la). Passo 4: Reduzir/sanar a restrição identificada. Passo 5: Retornar ao passo 01, pois a cada restrição resolvida outra se torna visível. O que é um overhead? Ele é um desperdício, é o excesso de bens ou serviços que são consumidos sem agregar valor ao produto final. Por exemplo, excessos de estoques consomem recursos humanos e de máquinas em atividades de movimentação e controle que não agregam valor ao cliente, sendo assim, se não existisse esse excesso de estoque, não existiria tais custos. Tema 4 – Medidores de desempenho e processo de controle. Como medir e controlar o desempenho de todo esse processo? Pois bem, avaliar um desempenho é atribuir um conceito/emitir um juízo de valor e, sendo assim, podemos ter diversas dimensões na avaliação de desempenho, como: tempo, amplitude, qualidade, natureza (econômica, financeira, operacional) etc. E a forma de aplicar essa avaliação na gestão de custo exige a utilização daqueles medidores que vimos na Aula 05, como: custo meta, estimado e padrão. Os quais, por sua vez, são utilizados dentro do conceito quantificação, base/padrão, parecer, propósito, os quais foram debatidos em praticamente todas as aulas que antecedem este momento. Sendo assim, o que nos resta agora é incrementar esse conhecimento já adquirido dando-lhe uma nova roupagem, nesse caso, abordando essa pauta com o ciclo do controle apresentado por Crepaldi (2011). Observe, a seguir, o Ciclo do Controle por Crepaldi (2011). Sem objetivo não há planejamento, sem planejamento não há projeto. Conhecidas as atividades, via planejamento, torna-se possível determinar os recursos que serão necessários para a sua realização ao mesmo tempo em que são levantados os dispêndios monetários para aquisição. Quando aprovadas as atividades e os gastos que lhes são inerentes, tem-se as etapas de execução e, logicamente, de controle. Um controle que somente é possível pela possibilidade da comparação. Mas que comparação? Entre o que foi realizado e o que foi orçado com relação às atividades, recursos de capital, qualidade, metas e objetivos. E assim se inicia o ciclo, buscando constantemente a melhoria do desempenho da empresa. Algo que somente se realizará mediante à conscientização de todos os membros que dela participam, quanto aos temas relevantes e passíveis de serem controlados. Ou seja, a empresa somente será o locus do sucesso se existir uma “gestão estratégica dos custos industriais” efetiva.
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