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MODULO – C FASE 1 – G.P.I. (Gestão da Produção Industrial) Matéria: Metrologia (91555). (uta medição e qualidade – C 2016 – Fase 1) Resumo aula teórica 2: Tema 1 – Grau de conformidade. A qualidade, no contexto do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – INMETRO, compreende o grau de conformidade de um produto, processo, serviço ou ainda um profissional a requisitos mínimos estabelecidos em normas ou regulamentos técnicos, ao menor custo possível para a sociedade. Ainda, segundo o INMETRO, a avaliação da conformidade é um processo sistematizado, acompanhado e avaliado, de forma a propiciar adequado grau de confiança de que um produto, processo ou serviço, ou ainda um profissional, atende a requisitos preestabelecidos em normas e regulamento. Esta atividade começou no Brasil, de forma estruturada, na década de 80. A Avaliação da Conformidade busca atingir dois objetivos fundamentais: Em primeiro lugar, deve atender preocupações sociais, estabelecendo com o consumidor uma relação de confiança de que o produto, processo ou serviço está em conformidade com requisitos especificados. Por outro lado, não pode tornar-se um ônus para a produção, isto é, não deve envolver recursos maiores do que aqueles que a sociedade está disposta a investir. Para entendermos o significado da expressão “grau de conformidade”, vamos conceituar resumidamente três elementos importantes: Qualidade: é o grau com que características inerentes atende aos requisitos; Requisito: necessidade ou expectativa que é expressa geralmente de forma implícita ou obrigatória. Condição ou capacidade que deve ser atendida por um sistema, produto ou serviço para satisfazer necessidades, desejos e expectativas quantificados e documentados pelo patrocinador do projeto, pelo cliente e outras partes interessadas. Grau: categoria ou classificação utilizada para diferenciar itens que possuam a mesma utilidade funcional (por exemplo, uma chave fixa ou de boca) mas que não têm os mesmos requisitos de qualidade (diferentes graus de bitolas de parafusos e diferentes graus de força de aperto). Neste contexto, grau é aquilo que faz um produto ser considerado de “primeira linha” ou “ alto padrão”: são diferenciações de características técnicas entre produtos com utilização similar. Para se obter um resultado confiável da avaliação da conformidade é necessário a realização de ensaios. Estes, por sua vez, precisam ser confiáveis para atender de forma clara e precisa as necessidades do consumidor. E aí é que entra a metrologia O objetivo é se chegar ao grau de conformidade entre produtos reais e sua especificação de projeto. Como exemplo, numa produção seriada, uma das medidas mais importantes para avaliação da conformidade e da capacidade de um processo é o desvio-padrão do processo. Tema 2: Desvio padrão do processo. O termo desvio padrão, em estatística, significa uma estimativa de variação ou dispersão existente em um conjunto de elementos em relação a sua média. Como exemplo, extraído do livro “Sistemas de Medição e Metrologia”, de José Carlos de Toledo, temos que o valor numérico do desvio-padrão observado para uma determinada característica de qualidade de peças manufaturadas (diâmetro de um eixo mecânico) consiste na composição entre: o desvio real da peça (produto), associado ás diferenças reais entre os diâmetros desta quantidade de peças; O desvio devido a erros inerentes ao sistema de medição é utilizado para obtenção dos valores das medidas das peças reais. Simplificando, o desvio em razão do sistema de medição está relacionado à repetitividade, isto é, à variabilidade inerente aos equipamentos ou instrumentos de medição (um paquímetro, por exemplo), e à reprodutibilidade, que é a variabilidade inerente às pessoas que realizam a medição. Antes de mostrar um exemplo prático com um número maior de amostras, vamos rever resumidamente um cálculo de desvio-padrão (da amostra) conforme abaixo: Valores das amostras: 10, 20, 12, 17 e 16. 1º passo: calcular a média simples: (∑ xi) / n = 75 / 5 => 15 Onde: Xi = valor da amostra; N = tamanho da amostra 2º passo: calcular a variância (S²) através da fórmula: S² = ∑ (xi – ẋ)² / (n – 1) (ver tabela abaixo para melhor entendimento) Portanto variância: S² = 64 / (5 – 1) => 16 3º passo: Calcular o desvio-padrão conforme abaixo: S = Ѵs² = Ѵ16 => 4 Pode-se eventualmente calcular o desvio-padrão em uma única fórmula, conforme veremos no exemplo seguinte. Suponhamos que há uma amostra de 30 peças usinadas por uma determinada máquina. Uma característica importante dessa peça é o seu diâmetro externo. Os diâmetros das 30 peças foram medidos em milímetros conforme dados abaixo: Valores dos diâmetros das peças. Seguindo a sequência baseado no exemplo anterior, temos: 1.Média das amostras (∑ xi) / n = 10,003 2.Desvio Padrão (fórmula condensada): S = √∑(x−x)2(n−1)∑(x−x)2(n−1) Portanto o valor do desvio-padrão (da amostra) das 30 peças corresponde a 0,017646, isto é, a estimativa de variação em milímetros para cima e para baixo da média. Deste valor total do desvio-padrão: 1.Uma parcela (por exemplo 65%) pode ser proveniente da variação real das peças, que é inerente ao processo de fabricação; 2.A outra parcela (os 35% restantes) pode ser proveniente do sistema de medição, que neste caso estaria envolvendo: O instrumento de medição (neste caso o paquímetro); Os operadores de inspeção; O método utilizado para inspeção. Vale destacar que, ao se reduzir a variabilidade dos sistemas de medição (neste caso exemplo, os 35%) ao menor valor possível, estaremos efetivamente controlando a variabilidade do processo, que é um dos objetivos principais de uma empresa de manufatura. Para finalizar este tópico, é de suma importância a precisão na aquisição de dados para análise de um processo. Neste aspecto, duas condições podem acarretar consequências danosas para uma empresa: O sistema de medição acusa erros no processo que não são do processo, mas do próprio sistema. Neste caso peças consideradas boas são refugadas e ou retrabalhas e informações erradas são enviadas para correção do processo. O sistema de medição não acusa a não conformidade de um produto que por sua vez pode chegar ao cliente final, ocasionando desgastes, custos de reposição e até um possível “idealmente” recall”. Portanto, um sistema de medição é considerado de melhor qualidade em relação a outro quando a medida de tendência central (média) do primeiro estiver mais próxima do padrão de referência que o segundo, e a dispersão (o desvio-padrão) for inferior. Tema 3: Confiabilidade e qualidade de um sistema de medição. Os sistemas de medição devem ser melhorados continuamente, para que se possa minimizar de maneira eficaz os erros provenientes do próprio sistema, que é composto de variáveis como as pessoas, os instrumentos de medição, os dispositivos, os métodos e as condições do ambiente de medição. Portanto, muitas decisões sobre a qualidade de produtos e processos dependem fundamentalmente de informações provenientes de inspeções e ensaios. A liberação (aprovação ou rejeição) de um lote de produtos depende diretamente das informações do sistema de medição. Tema 4: Crescimento da metrologia no Brasil e no mundo. Conforme o INMETRO (2013b), a importância da metrologia no Brasil e no mundo cresceu significativamente nos últimos anos, principalmente devido aos seguintes fatores: Alta complexidade; Inovação; Direitos; Globalização; Meio ambiente. Ainda conforme o INMETRO (2013b), esta crescente importância da metrologia gerou demandas em novas áreas de desenvolvimento, tais como a metrologia química, a metrologia de materiais, a metrologia de telecomunicações e a metrologia no campo da saúde.
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