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Ponto 7 Resumão (150p.) TRF5 2016

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DIREITO CONSTITUCIONAL
Funções essenciais à justiça. Do Ministério Público. Da Advocacia e da Defensoria Pública. Da Advocacia-Geral da União. Da Administração Púbica. Princípios e Disposições Gerais. Dos servidores civis e militares. Acumulação remunerada. Garantias. Responsabilidade jurídica das pessoas públicas.
	Funções Essenciais à Justiça. A expressão pode ser vista sob dois aspectos: 1) entes orgânicos responsáveis pela provocação do Poder Judiciário; 2) entes responsáveis pela cooperação para obtenção da “Justiça” em sentido amplo, não apenas através do processo jurisdicional (veja-se, a propósito, que MP e DP possuem ampla atuação extrajudicial).
	São Funções Essenciais à Justiça: Ministério Público, Advocacia Pública, Advocacia e Defensoria Pública.
	Ministério Público. “O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis” (art. 127, CR). Por se falar em permanente, há doutrina que defende que se trata de cláusula pétrea. Trata-se de órgão constitucional independente e, bem por isso, seus membros são considerados agentes políticos.
	Autonomia administrativa e financeira do MP: “Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento” (art. 127, § 2º, CR). Trata-se de garantia para que a instituição não sofra pressão e possa, com isso, desempenhar suas funções com absoluta isenção.
	Funções do MP: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia; III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição; V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva; VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior; VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais; IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.
	Princípios que regem o MP: 1) unidade: embora haja divisões internas, o MP é um só, motivo pelo qual o ato praticado por qualquer membro é um ato da própria instituição, sendo certo que essa unidade há de ser vista em relação a cada MP (MPE/MG, MPE/ES, MPF, MPT etc); 2) indivisibilidade: os membros do Ministério Público não se vinculam aos processos nos quais atuam, podendo ser substituídos uns pelos outros sem que haja qualquer interferência à representação da entidade; 3) independência funcional: no exercício de sua atividade-fim o membro do MP não se subordina a qualquer autoridade, estando adstrito apenas à CF, às leis e à sua consciência jurídica, tendo liberdade para decidir como atuar; todavia, no exercício da atividade-meio (administrativa), não há falar em independência funcional.
	Princípio do promotor natural: não está previsto expressamente nos artigos que tratam do MP, mas tem sido extraído do art. 5º, LIII, da CR que fixa que “ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”, bem como da independência funcional e da inamovibilidade dos membros do MP. Trata-se da exigência de que a escolha do promotor para atuar em determinado caso seja fixada por regras prévia e abstratamente estabelecidas, afastando-se a possibilidade de designações casuísticas pelo chefe da instituição. De se notar que este princípio não impede designações em casos previstos em lei, como no caso do art. 28 do CPP, na designação para atuar por delegação do PGJ, impedimento/suspeição de outro membro, coordenação de áreas temáticas específicas e a pedido do próprio promotor natural, como se dá, freqüentemente, nas “forças tarefas”.
	Conflito de atribuições entre MP’s. Atenção: STF decidia, até então, que seria da sua competência decidir o conflito de atribuições entre os diferentes MP’s, mas, neste ano de 2016, modificou sua jurisprudência e passou a entender que cabe ao PGR decidir a respeito.
	MP é quarto poder? Prevalece que não. Trata-se de instituição autônoma e independente, com funções definidas constitucionalmente, mas que não representaria poder autônomo, a despeito de efetivamente usufruir de várias prerrogativas.
	Ramos do MP. O Ministério Público Abrange: o MPU e os MPE’s. O MPU, por sua vez, se subdivide em MPF, MPT, MPDFT e MPM. Cada MP terá o seu respectivo Procurador-Geral. 
	Sobre o PGR. O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução (sucessivas, não há limite expresso). A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal. Embora a Constituição não exija expressamente, entende-se que o PGR deva ser um membro do MPF e tem sido assim desde 1988. Veja-se que a lista tríplice elaborada pelos membros do MPF para indicação do PGR é um mero costume – e não uma imposição constitucional.
	Sobre os PGJ’s. Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução. Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva.
	Garantias dos membros do MP: 1) vitaliciedade: após dois anos de exercício, não podem perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado; 2) inamovibilidade: não podem ser compulsoriamente removidos, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; 3) irredutibilidade de subsídios: não podem ter os subsídios reduzidos, valendo lembrar que, aqui, se aplica a regra geral de que a irredutibilidade é meramente nominal (e não real) e também a possibilidade de modificação de regime jurídico, inclusive tributário.
	Vedações aos membros do MP: a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais; b) exercer a advocacia; c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério; e) exercer atividade político-partidária, salvo exceções previstas na lei; e) exercer atividade político-partidária; f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicasou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. 
	OBS: Há uma norma de transição do ADCT (artigo 29), que estabelece que os membros que ingressaram antes da CF/88 poderiam optar pelo regime anterior, no qual o MP poderia exercer atividade político-partidária. Há duas correntes: 1a. NÃO: proibição absoluta 2a. SIM: com fundamento no art. 29, § 3o, ADCT, (HUGRO NIGRO MAZZILI e ALEXANDRE DE MORAES).
Questões jurisprudenciais relevantes:
o MP não pode defender o contribuinte, porque há disponibilidade;
mensalidades escolares legitimam o MP, porque há interesse social, que não vale para as questões tributárias;
STJ admite que o MP interponha ação civil pública para a defesa de direitos individuais homogêneos quando os interesses defendidos tenham forte conotação social ou repercussão no interesse público;
No caso de investigação acerca do desvio de verbas públicas o STF decidiu, em conhecido acórdão, pela inexistência de sigilo e, portanto, pela possibilidade de pedido direto por parte do Ministério Público;
PODER INVESTIGATÓRIO DO MP : O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por prazo razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas profissionais de que se acham investidos, em nosso País, os advogados (Lei 8.906/1994, art. 7º, notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuízo da possibilidade – sempre presente no Estado democrático de Direito – do permanente controle jurisdicional dos atos, necessariamente documentados (Enunciado 14 da Súmula Vinculante), praticados pelos membros dessa Instituição. (...) O Tribunal asseverou que a questão em debate seria de grande importância, por envolver o exercício de poderes por parte do Ministério Público. A legitimidade do poder investigatório do órgão seria extraída da Constituição, a partir de cláusula que outorgaria o monopólio da ação penal pública e o controle externo sobre a atividade policial. O “parquet”, porém, não poderia presidir o inquérito policial, por ser função precípua da autoridade policial. Ademais, a função investigatória do Ministério Público não se converteria em atividade ordinária, mas excepcional, a legitimar a sua atuação em casos de abuso de autoridade, prática de delito por policiais, crimes contra a Administração Pública, inércia dos organismos policiais, ou procrastinação indevida no desempenho de investigação penal, situações que, exemplificativamente, justificariam a intervenção subsidiária do órgão ministerial. Haveria, no entanto, a necessidade de fiscalização da legalidade dos atos investigatórios, de estabelecimento de exigências de caráter procedimental e de se respeitar direitos e garantias que assistiriam a qualquer pessoa sob investigação — inclusive em matéria de preservação da integridade de prerrogativas profissionais dos advogados, tudo sob o controle e a fiscalização do Poder Judiciário. 14.5.2015. (RE-593727)
	MP junto aos Tribunais de Contas. A Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União criou um MP especial para o Tribunal de Contas da União. O STF julgou a lei constitucional, afirmando que o MP que atua em TC é um MP especial. Sua atividade é meramente administrativa, não podendo instaurar ação judicial, porque se trata de um parecerista. Mas o STF, ao julgar a ADI 789/DF, manifestou-se que esse MP é DESTITUÍDO DE AUTONOMIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA. E mais: não dispõe de nenhuma autonomia institucional, já que se encontra na intimidade da corte de contas. Os membros têm prerrogativas, mas os órgãos não têm uma instituição própria. Deve existir um concurso específico para o concurso de MP do Tribunal de Contas, mas quem organiza é o próprio TRIBUNAL DE CONTAS. Esse MP ingressa na estrutura do próprio tribunal. Os membros têm independência funcional, mas não têm autonomia institucional.
	Advocacia Pública: “Incumbe à Advocacia Pública, na forma da lei, defender e promover os interesses públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, por meio da representação judicial, em todos os âmbitos federativos, das pessoas jurídicas de direito público que integram a administração direta e indireta” (art. 182 do novo CPC).
 	AGU. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada. Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. 
	Carreiras da AGU. Advogados da União (representam a União), Procuradores Federais (representam autarquias e fundações públicas federais), Procuradores da Fazenda Nacional (representam a União em questões tributárias) e Procuradores do BACEN (representam o Banco Central). Possuem procuração ex lege, razão pela qual não precisam apresentá-la em juízo.
	Procuradoria Estadual. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas. Aos procuradores é assegurada a estabilidade após três anos de efetivo exercício no cargo, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias. O STF entendeu inconstitucional a criação de cargos em comissão para assessores jurídicos do Governador e dos Secretários de Estados, entendendo que tal competência é privativa dos procuradores do Estado, concursados mediante certame de provas e títulos. Por outro lado, o STF entendeu que o Procurador-Geral do Estado não precisa ser da carreira, embora a Constituição Estadual possa determinar que ele deva sê-lo.
	Advocacia de Estado versus Advocacia de Governo. Questão bastante em voga na atualidade, especialmente por força do cenário político conturbado. A Advocacia de Estado assume o desafio de defender a execução das políticas públicas, dentro dos primados do Estado Democrático de Direito, notabilizando-se como essencial à consecução da Justiça. A defesa do Estado não se confunde com a defesa do governo, que é transitório. Como função essencial à Justiça, o dever principal do advogado público é a manutenção e o aperfeiçoamento da ordem jurídica (interesses primários), embora também desenvolvam atividades de natureza jurídica ou administrativa voltadas à sustentação de medidas governamentais, à assessoria jurídica e à direção de corpos jurídicos.
	Independência funcional? o Procurador do Estado tem independência funcional, assim como o membro do MP? No âmbito da atuação judicial, NÃO tem independência, porque equivaleria à ausência de defesa do Executivo; o que ele pode ter é a liberdade de escolha da tese jurídica que melhor seja aplicada para a defesa do ente público. Mas nem isso é regra, porque há casos em que o próprio Procurador-Geral determina qual é a tese que deve ser defendida. Entretanto, no âmbito administrativo, o procurador tem independência funcional, porque atua na tarefa administrativa de prestar consultoria jurídica, não pode dar parecer por encomenda. Assim, o procurador deve ter independência para poder garantir o cumprimento da lei na atuação do Executivo. Há casos (SP) em que caso a autoridade não obedeça ao parecer, cabe recurso para o chefe do Executivo.
	Responsabilidadedo parecerista: “a obrigatoriedade ou não da consulta tem influência decisiva na fixação da natureza do parecer, fez-se a distinção entre três hipóteses de consulta: 1) a facultativa, na qual a autoridade administrativa não se vincularia à consulta emitida; 2) a obrigatória, na qual a autoridade administrativa ficaria obrigada a realizar o ato tal como submetido à consultoria, com parecer favorável ou não, podendo agir de forma diversa após emissão de novo parecer; e 3) a vinculante, na qual a lei estabeleceria a obrigação de “decidir à luz de parecer vinculante”, não podendo o administrador decidir senão nos termos da conclusão do parecer ou, então, não decidir. Ressaltou-se que, nesta última hipótese, haveria efetivo compartilhamento do poder administrativo de decisão, razão pela qual, em princípio, o parecerista poderia vir a ter que responder conjuntamente com o administrador, pois seria também administrador nesse caso” MS 24631/DF, rel. Min. Joaquim Barbosa, 9.8.2007. (MS-24631) 
	Contratação de advogado fora dos quadros: É possível, porém, a outorga de mandato “ad judicia” para causas especiais deve ser interpretada restritivamente, vez que se trata de hipótese excepcional. Barroso consignou que a contratação direta de escritório de advocacia deveria observar os seguintes parâmetros: a) necessidade de procedimento administrativo formal; b) notória especialização do profissional a ser contratado; c) natureza singular do serviço; d) demonstração da inadequação da prestação do serviço pelos integrantes do Poder Público; e e) cobrança de preço compatível com o mercado para o serviço.”
	Prazo em dobro e intimação. O Novo CPC traz regras importantes, tais como: 1) A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal; 2) a intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico; 3) não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público.
	Responsabilidade do advogado público. “O membro da Advocacia Pública será civil e regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções” (art. 184 CPC)
	Autonomia funcional e administrativa: o STF já entendeu que os órgãos de advocacia pública não podem ter autonomia funcional e administrativa, sob pena de o Executivo ficar sem defesa.
	Convênio entre Procuradorias: o art. 75, §4º, do Novo CPC dispõe que “Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procuradorias”. Assim, é possível que o Procurador de um Estado atue na defesa de outro em caso de Carta Precatória ou sustentação oral perante Tribunais.
	Advocacia. O advogado é um profissional habilitado para o exercício da capacidade postulatória, ou seja, o direito de postular em juízo. Conforme art. 133 da CF, “o advogado é indispensável à administração da Justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”.
	Jus postulandi. A capacidade postulatória dos advogados, porém, não é absoluta, pois há casos em que a lei confere a possibilidade de a própria pessoa, sem advogado, se dirigir a juízo, como no HC, na Revisão Criminal e nos Juizados.
	Imunidade do advogado. Também não se trata de direito absoluto, pois haverá excesso punível se a ofensa for gratuita, desvinculada do exercício profissional e não guardar pertinência com a discussão da causa. De se notar que a expressão “desacato”, prevista no Estatuto da OAB, foi declarada inconstitucional pelo STF, motivo pelo qual a conduta do advogado pode, sim, configurar desacato, restando afastadas apenas a injúria e a difamação.
	Advogado e processo disciplinar. “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição” (SV 5 STF).
	Advogado e cela especial. O advogado possui direito de ser recolhido em sala de Estado-Maior (assim considerada aquela que não possui grades, como se fosse uma sala feita para reuniões). A inexistência de estabelecimento adequado ao recolhimento prisional do Advogado confere-lhe, neste caso, o direito de beneficiar-se do regime de prisão domiciliar.
	Exame da OAB. STF considerou constitucional, especialmente por se tratar de exercício de profissão que repercute na esfera de terceiros.
	Atendimento de advogados independentemente de senhas. STF possui informativo noticiando que “é direito do advogado, no exercício de seu múnus profissional, ser recebido no posto do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, independentemente de distribuição de fichas, em lugar próprio ao atendimento”. Todavia, à vista de um completo remodelamento do atendimento em diversos órgãos públicos (dentre eles o INSS), com agendamento do jurisdicionado para atendimento, parece descabida a possibilidade de o advogado ser prontamente atendido, especialmente em casos em que não há urgência, sob pena de violação do princípio da isonomia. Por isso, seria prudente que o STF revisitasse o tema, à luz dessa nova realidade.
	Defensoria Pública. A Defensoria Pública é instituição permanente e essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. Conceito dado pela EC 80/2014. 
	O que são necessitados? Grande polêmica diz respeito ao conceito de necessitados, para fins de justificação da atuação da Defensoria. Para alguns, o conceito seria meramente econômico. Outros, porém, aceitam o necessitado “organizacional”, assim entendido como aquele que se enquadre em situação de vulnerabilidade na sociedade por características não financeiras. Tem prevalecido que tanto necessitados econômicos como organizacionais podem ser tutelados pela Defensoria. STJ: A expressão "necessitados" (art. 134, caput, da Constituição), que qualifica, orienta e enobrece a atuação da Defensoria Pública, deve ser entendida, no campo da Ação Civil Pública, em sentido amplo, de modo a incluir, ao lado dos estritamente carentes de recursos financeiros – os miseráveis e pobres –, os hipervulneráveis (isto é, os socialmente estigmatizados ou excluídos, as crianças, os idosos, as gerações futuras), enfim todos aqueles que, como indivíduo ou classe, por conta de sua real debilidade perante abusos ou arbítrio dos detentores de poder econômico ou político, "necessitem" da mão benevolente e solidarista do Estado para sua proteção, mesmo que contra o próprio Estado.
	Princípios institucionais da DP: unidade, indivisibilidade e independência funcional. Mesmos princípios que regem o MP, que seguem, portanto, as mesmas diretrizes.
	Autonomia administrativa e financeira, com iniciativa legislativa. AS DPE’s conquistaram sua autonomia com a EC 45/2004. Depois, a EC 74/2013 estendeu a autonomia à DPU è a DPDF. Finalmente, com a EC 80/2014, restou assegurada uma ampla autonomia defensorial, inclusive com extensão parcial do regime jurídico previsto para a magistratura (“aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal”). Justo por isso, a inclusão do órgão dentre as secretarias do Executivo estadual afronta essa autonomia (STF).
	PEC Defensoria para Todos. Com aprovação da PEC, que gerou a EC 80/2014, restou previsto no art. 98 do ADCT que o número de defensores públicos na unidade jurisdicional deverá ser proporcional à efetiva demanda pelo serviço da Defensoria Pública e à respectivapopulação, e que no prazo de 8 (oito) anos, a União, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com defensores públicos em todas as unidades jurisdicionais, observado o disposto no caput deste artigo. Durante o prazo acima fixado, a lotação dos defensores públicos ocorrerá, prioritariamente, atendendo as regiões com maiores índices de exclusão social e adensamento populacional.
	Prazo em dobro e vista pessoal. Na forma da LC 80/1994, os defensores públicos têm prerrogativa de prazo em dobro e de vista pessoal dos autos, com a respectiva carga, isso em qualquer grau de jurisdição, judicial ou extrajudicialmente. Aos procuradores dos Estados no exercício da assistência judiciária é reconhecida a prerrogativa do recebimento de intimação pessoal em qualquer processo ou grau de jurisdição, porque investidos em função de defensor público. Aos defensores dativos se estende a intimação pessoal, mas não o prazo em dobro. Atenção: no Juizado não aplica o prazo em dobro. OBS: A intimação da Defensoria Pública, a despeito da presença do defensor na audiência de leitura da sentença condenatória, se aperfeiçoa com sua intimação pessoal, mediante a remessa dos autos
	Defensoria e pessoa jurídica. Súmula 481 STJ: Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais”.
	Defensoria e honorários: 1) “Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria pública no exercício da curadoria especial, visto que essa função faz parte de suas atribuições institucionais” (STJ); 2) “não são devidos honorários advocatícios à Defensoria Pública quando atua contra a pessoa jurídica de direito público da qual é parte integrante. A contrario sensu, reconhece-se o direito ao recebimento dos honorários advocatícios se a atuação se dá em face de ente federativo diverso” (STJ).
	Defensoria e ACP: A Defensoria Pública tem legitimidade para a propositura de ação civil pública em ordem a promover a tutela judicial de direitos difusos e coletivos de que sejam titulares, em tese, as pessoas necessitadas.
	Administração Pública: conjunto de agentes, serviços e órgãos instituídos pelo Estado com o objetivo de realizar a função administrativa.
	Administração pública em sentido subjetivo e objetivo. Subjetivo: é o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado. Objetivo: é a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve para a consecução dos interesses coletivos 
	Regime jurídico administrativo: princípios implícitos da indisponibilidade do interesse público e da supremacia do interesse público. Enquanto o último assegura prerrogativas ao exercício do poder de império pela administração, o primeiro fixa limitações ao exercício desse poder
	Princípios expressos (art. 37, CR): 1) legalidade: a administração só pode fazer aquilo que a lei permite, diferentemente do particular que pode fazer tudo o que não está proibido, sendo interessante notar que, atualmente, tal princípio é encarado sob a foram de juridicidade, ou seja, observância não apenas da lei, mas de todo o ordenamento jurídico; 2) impessoalidade: pode ser encarada sob três aspectos; o primeiro no sentido de que a atividade deve ser isonômica (tratar os administrativos de forma igualitária); o segundo significando que a atividade administrativa deve observar a finalidade pública; o terceiro indicando que o ato praticado por um agente estatal não é dele, mas sim da administração (proibição de promoção pessoal do agente público, inclusive em campanhas governamentais; 3) moralidade: a atividade administrativa deve se pautar em uma moralidade jurídica, observando não apenas a lei, mas a ética e a justiça, com padrões de probidade, devendo ainda se considerar que moralidade jurídica não se confunde com moral comum (OBS: SV 13 extraiu a vedação do nepotismo diretamente do princípio da moralidade); 4) publicidade: os atos administrativos em regra são públicos e deve se viabilizar o conhecimento de seu conteúdo por parte dos administrados; 5) eficiência: introduzido pela EC 19/98, determina que se alcance o maior resultado com o menor custo, com aperfeiçoamento da administração, sendo demonstração da superação de um modelo burocrático de gestão pública para um modelo gerencial.
	Outros princípios administrativos (não expressamente constitucionais): proporcionalidade, razoabilidade, autotutela, continuidade do serviço público, motivação, segurança jurídica.
	Princípio da instranscendência subjetiva das sanções: O princípio da intranscendência subjetiva impede que sanções e restrições superem a dimensão estritamente pessoal do infrator e atinjam pessoas que não tenham sido as causadoras do ato ilícito. Assim, o princípio da intranscendência subjetiva das sanções proíbe a aplicação de sanções às administrações atuais por atos de gestão praticados por administrações anteriores.	
	Questões diversas com relevância sobre o tema:
	SV 43: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido (princípio do concurso público).
	É incabível a exigência de concurso público para admissão dos contratados sob o regime trabalhista pela OAB, pois se trata de serviço público independente, não integrante da administração público;
	o direito de greve dos servidores será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica. O STF, ante a omissão legislativa, entendeu, em sede de mandado de injunção, por aplicar aos servidores a lei que rege o direito de greve na iniciativa privada. OBS: a possibilidade de desconto dos dias parados ainda é tema não pacificado.
	Os servidores têm direito a revisão geral anual de sua remuneração, preceito que não vem sendo observado. O STF, em sede de ADO, decidiu tratar-se de norma constitucional que impõe ao Presidente da República o dever de desencadear o processo legislativo de elaboração da lei anual de revisão geral da remuneração dos servidores da União.
 Teto Constitucional: a) o teto constitucional somente se aplica às empresas públicas e sociedades de economia mista se estas receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral; b) verbas indenizatórias não se inserem no teto; c) trata-se de norma autoaplicável; d) o subteto fixado para os magistrados estaduais foi tido por inconstitucional, dada a unidade da magistratura nacional.
	Não há direito adquirido a regime jurídico, de modo que é plenamente possível que se altere o estatuto dos servidores públicos, com aplicação inclusive àqueles que ingressaram antes da alteração, resguardados, por certo, os direitos que já haviam sido adquiridos na vigência das regras anteriores.
	A irredutibilidade de vencimentos ou subsídios se refere apenas à questão nominal e não ao valor real (poder de compra).
	A criação de subsidiárias das entidades da administração indireta, segundo a CF, depende de “autorização legislativa, em cada caso”. O STF entendeu que a própria norma que cria ou autoriza a criação da entidade pode ser a lei autorizadora, não exigindo a edição de lei para criação de cada subsidiária.
	Licitação simplificada na PETROBRAS: As empresas públicas e sociedades de economia mista também se submetem à necessidade de licitação quanto às suas atividades-meio (não se aplica à atividade-fim). Todavia, a CF prevê a criação, por lei, de um procedimento licitatório específico para essas entidades, o que ainda não ocorreu. Foi criado, por Decreto, um regime simplificado para a PETROBRAS. O STF concluiu que a submissão da Petrobrás a regime diferenciado de licitação estaria, à primeira vista, justificado (constitucional, pois), tendo em conta que, com o advento da EC 9/95, que flexibilizaraa execução do monopólio da atividade do petróleo, a ora requerente passara a competir livremente com empresas privadas, não sujeitas à Lei 8.666/93.
	Servidores públicos: A disciplina constitucional direcionada aos servidores públicos encontra-se dividida em relação aos servidores civis e militares. Com a EC 18/98, a Seção II passou a ser denominada DOS SERVIDORES PÚBLICOS e a Seção III DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS, sendo que a disciplina dos servidores militares federais passou a ser esmiuçada no art. 142, com a inserção de diversos preceitos pela referida emenda. A supressão da expressão "CIVIS" da intitulação da Seção II não nos faz concluir pela total generalização de seus preceitos, agora, aos servidores civis e militares.
	Regime jurídico único: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. Trata-se de regime jurídico único para os servidores civis, pois os militares possuem o próprio. Houve EC suprimindo a exigência do RJU, todavia, por questões formais foi declarada inconstitucional em medida cautelar em ADI, havendo efeito repristinatório, com retorno da redação anterior, que exigia o RJU.
	OBS: A maior parte do ponto relativo à Administração Pública no Direito Constitucional está prevista em regras contidas nos artigos da própria Constituição, que, por questões de otimização, não foram aqui transcritos. Os que sentirem necessidade deverão ler os artigos 37-41.
	Estabilidade: direito de o servidor público ocupante de cargo público, após três anos de efetivo exercício e aprovação em avaliação de desempenho, somente perder o cargo em um das três hipóteses: 1) sentença transitada em julgado; 2) processo administrativo disciplinar; 3) avaliação periódica de desempenho, com ampla defesa, conforme dispuser lei complementar. OBS-1: há outra hipótese de perda do cargo por parte do servidor estável, no art. 169 da CF, que trata da redução de despesas com pessoal para observância do limite estabelecido na LRF, mas, para tanto, é preciso que, antes, sejam reduzidas pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e funções em confiança e exonerados os servidores não estáveis, sendo que a extinção do cargo do servidor estável impede a criação de cargo, emprego ou função com atribuições semelhantes pelo prazo de quatro anos. OBS-2: prevalece o entendimento de que, se não houver a avaliação especial no prazo de três anos, o servidor ainda assim adquire a estabilidade, sob pena de esse direito ficar à mercê da boa vontade da administração.
	Acumulação de cargos públicos: é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários, nos seguintes casos: a) dois cargos de professor; b) um cargo de professor com outro, técnico ou científico; c) cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde com profissões regulamentadas. OBS-1: A EC 77/2014 estendeu aos militares a possibilidade de acúmulo de cargo na hipótese da alínea C, “na forma da lei e com prevalência da atividade militar”. OBS-2: a CF prevê que a acumulação deveria observar o teto, todavia o STF tem entendido que o teto há de ser considerado em relação a cada cargo (vide Min. Gilmar Mendes que recebe subsídio como Ministro e remuneração como professor da UNB). OBS-3: lembrar que a proibição de acumular cargos estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. OBS-4: essa proibição se dá em relação à acumulação em atividade, pois, em relação aos inativos, é viável a acumulação de proventos de aposentadoria e remuneração de atividade nos seguintes casos: a) cargos acumuláveis; b) cargos eletivos; c) cargos em comissão; d) regra de transição do art. 11 da EC 20/98: “A vedação prevista no art. 37, § 10, da Constituição Federal, não se aplica aos membros de poder e aos inativos, servidores e militares, que, até a publicação desta Emenda, tenham ingressado novamente no serviço público por concurso público de provas ou de provas e títulos, e pelas demais formas previstas na Constituição Federal, sendo-lhes proibida a percepção de mais de uma aposentadoria pelo regime de previdência a que se refere o art. 40 da Constituição, aplicando-se-lhes, em qualquer hipótese, o limite de que trata o § 11 deste mesmo artigo”. OBS-5: A acumulação de proventos de aposentadoria (inatividade e inatividade) é vedada, salvo nos casos de cargos acumuláveis em atividade. OBS-6: Não é possível a acumulação de dois cargos públicos quando a soma da carga horária referente aos dois cargos ultrapassar o limite máximo de 60 horas semanais. Assim, é vedada a acumulação de um cargo de professor com outro técnico ou científico quando a jornada de trabalho semanal ultrapassar o limite máximo de 60 horas semanais. (STJ. 2ª Turma. REsp 1.565.429-SE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 24/11/2015)
	Militares: A EC/98 estabeleceu a separação constitucional do tratamento conferido aos militares estaduais e aos federais, que já possuíam estatuto jurídico diverso (a exemplo, o ingresso nas Forças Armadas dá-se pela via compulsória do recrutamento oficial ou pelo concurso de ingresso nos cursos de formação de oficiais, enquanto que o ingresso dos servidores militares das polícias militares apenas por concurso).
	Militares dos Estados: A CF estabelece que os servidores militares dos Estados, do DF e dos Territórios são os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares (instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina). No geral, seu estatuto jurídico é disposto em legislação infraconstitucional, mas por expressão constitucional do art. 42 a eles são aplicados: 1) o militar alistável é elegível, atendidas as condições de que: se contar com menos de dez anos de serviço, deve afastar-se da atividade; se contar com mais de dez anos de serviço, é agregado pela autoridade superior e, uma vez eleito, passará automaticamente, quando de sua diplomação, para a inatividade; b) o tempo de contribuição federal, estadual ou municipal é contado reciprocamente para efeito de aposentadoria, e o tempo de serviço para fins de disponibilidade; c) não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares; d) a jurisprudência vem entendendo que a impossibilidade de controle do ato através de “habeas corpus”, se limita ao mérito do ato punitivo, podendo ser levantada a questão da legalidade do mesmo; e) concessão de pensão por morte de valor reduzido (apenas 70% do que superar o teto do RGPS); f) garantia de atualização do valor dos benefícios para garantir a preservação de seu valor real, conforme a lei; g) remuneração por subsídio.
	Militares das Forças Armadas: a) patentes, com prerrogativas, direitos e deveres inerentes, concedidas pelo Presidente da República, asseguradas aos oficiais da ativa, reserva ou reforma, sendo privativos dos mesmos os títulos e postos e, juntamente com os demais militares, o uso dos uniformes das Forças Armadas; b) o militar em atividade que tomar posse (aqui também se aplica aos militares dos estados): b.1) em cargo ou emprego público civil permanente: é transferido para reserva, nos termos da lei; b.2) cargo, emprego ou função pública civil temporária (não eletiva, pois nesse caso o disciplinamento é o do art. 14), fica agregado ao quadro e enquanto assim permanecer somente pode ser promovido por antigüidade. O tempo de serviço, enquanto assim perdurar, conta-se apenas para promoção por antigüidade e para transferência para reserva. Após 2 anos nessa situação (contínuos ou não) é transferido para reserva; c) proibição de sindicalização e greve; d) proibição de filiação a partidos políticos enquanto em serviço ativo. Para que exerça sua capacidade eleitoralpassiva, considera-se suprida a necessidade da prévia filiação pelo registro da candidatura apresentada pelo partido e autorizada pelo candidato (o TSE já decide nesse sentido). Daí, do registro da candidatura até a diplomação ou o candidato afasta-se (- de dez anos) ou fica agregado (+ de dez anos). Aplica-se aqui, também, o art. 14, assim como para os militares dos estados, cf. acima mencionado; e) o oficial somente perde o posto e a patente se julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível por tribunal militar permanente, em tempo de paz, ou tribunal especial, em tempo de guerra; f) condenado na justiça comum ou militar, com transito em julgado, a pena privativa de liberdade superior a 2 anos, é submetido ao julgamento supracitado.
	Responsabilidade das pessoas jurídicas públicas. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos (concessionárias, permissionárias) responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável no caso de dolo ou culpa. Tal preceito foi estabelecido desde a Constituição de 1946. Trata-se de responsabilidade objetiva, com base na teoria do risco administrativo. Em regra, não é integral, ou seja, admite as excludentes do nexo de causalidade (como força maior, caso fortuito, culpa exclusiva da vítima). Em caso de ato omissivo, o STJ entende que a responsabilidade é subjetiva, pautada em uma culpa anônima ou publicista (falta do serviço: o serviço não funcionou, funcionou mal ou funcionou atrasado), enquanto o STF vem se inclinando pela responsabilidade objetiva, desde que presente uma omissão específica (no meu entendimento, estão dizendo a mesma coisa, com palavras diferentes, pois omissão específica é, a bem da verdade, uma conduta culposa). Merece nota ainda a teoria da dupla garantia, segundo a qual esse dispositivo assegura que o servidor responda somente perante o Estado em eventual ação de regresso, não podendo o particular acionar diretamente o servidor na Justiça, nem mesmo em litisconsórcio com o Estado (o que reforçaria a impessoalidade da administração pública).
	Responsabilidade do Estado em caso de morte de detento: Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88, o Estado é responsável pela morte de detento (STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 30/3/2016 - repercussão geral)
	Responsabilidade do Estado por atos praticados por foragidos: questão está com repercussão geral reconhecida, ainda não tendo sido decidida. “Possui repercussão geral a controvérsia acerca da responsabilidade civil do Estado em face de dano decorrente de crime praticado por preso foragido, haja vista a omissão no dever de vigilância por parte do ente federativo” (RE 608880)
	Responsabilidade do Estado por dano moral decorrente de superpopulação carcerária está em curso de julgamento pelo STF. A última movimentação ocorreu no Inf. 784: (...) Em voto-vista, o Ministro Roberto Barroso proveu o recurso, para reconhecer o direito do recorrente a ser indenizado pelos danos morais sofridos, mediante remição de parte do tempo de execução da pena. Entendeu haver responsabilidade civil do Estado pelos danos morais comprovadamente causados aos presos em decorrência de violações à sua dignidade, provocadas pela superlotação prisional e pelo encarceramento em condições desumanas ou degradantes. Nesse sentido, o descumprimento do dever estatal de garantir condições dignas de encarceramento estaria diretamente relacionado a uma deficiência crônica de políticas públicas prisionais adequadas, que atingiria boa parte da população carcerária e cuja superação seria complexa e custosa. Enfatizou não ser legítima a invocação da cláusula da reserva do possível para negar a uma minoria estigmatizada o direito à indenização por lesões evidentes aos seus direitos fundamentais. O dever de reparação de danos decorreria de norma constitucional de aplicabilidade direta e imediata, que independeria da execução de políticas públicas ou de qualquer outra providência estatal para sua efetivação. Por outro lado, diante do caráter estrutural e sistêmico das graves disfunções verificadas no sistema prisional brasileiro, a entrega de uma indenização em dinheiro conferiria resposta pouco efetiva aos danos morais suportados pelos detentos, além de drenar recursos escassos que poderiam ser empregados na melhoria das condições de encarceramento. Assim, seria preciso adotar mecanismo de reparação alternativo, a conferir primazia ao ressarcimento “in natura” ou na forma específica dos danos, por meio da remição de parte do tempo de execução da pena, em analogia ao art. 126 da LEP. A indenização em pecúnia deveria ostentar caráter subsidiário, cabível apenas nas hipóteses em que o preso já tivesse cumprido integralmente a pena ou em que não fosse possível aplicar-lhe a remição. Por fim, enunciou a seguinte tese, para fins de repercussão geral: “O Estado é civilmente responsável pelos danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos presos em decorrência de violações à sua dignidade, provocadas pela superlotação prisional e pelo encarceramento em condições desumanas ou degradantes. Em razão da natureza estrutural e sistêmica das disfunções verificadas no sistema prisional, a reparação dos danos morais deve ser efetivada preferencialmente por meio não pecuniário, consistente na remição de um dia de pena por cada três a sete dias de pena cumprida em condições atentatórias à dignidade humana, a ser postulada perante o juízo da execução penal. Subsidiariamente, caso o detento já tenha cumprido integralmente a pena ou não seja possível aplicar-lhe a remição, a ação para ressarcimento dos danos morais será fixada em pecúnia pelo juízo cível competente”. Em seguida, pediu vista dos autos a Ministra Rosa Weber. RE 580252/MS, rel. Min. Teori Zavascki, 6.5.2015. (RE-580252).
	Responsabilidade em relação a não-usuários do serviço: A responsabilidade de concessionário prestador de serviços só vinha sendo entendida como objetiva, na hipótese de usuário dos serviços e não em relação a terceiros. Ocorre que desde o julgamento do RE 591874, o STF passou a entender que a responsabilidade também é objetiva em relação a terceiros.
	Responsabilidade do Estado em relação a atos da ditadura militar: “É imprescritível a pretensão de recebimento de indenização por dano moral decorrente de atos de tortura ocorridos durante o regime militar de exceção” (REsp 1.374.376-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 25/6/2013)
DIREITO ADMINISTRATIVO
Ato administrativo. Conceito. Regime jurídico. Espécies. Elementos e requisitos. Vícios dos atos administrativos. Principais classificações dos atos administrativos. Processo administrativo. Fundamentos constitucionais. Controle dos atos da Administração. Controle administrativo e jurisdicional. Limites do controle jurisdicional. O controle da Administração Pública pelos Tribunais de Contas. Formas, características e limites. Mandado de segurança. Ação Popular. Ação Civil Pública. Improbidade administrativa.
	Ato administrativo: declaração unilateral do Estado, no exercício de prerrogativas públicas, com a finalidade de produção de efeitos jurídicos, tendo em vista o interesse público. Estado, no caso, abrange todos os Poderes, pois o Legislativo e o Judiciário também exercem, atipicamente, função administrativa.
	Teoria dos fatos jurídicos: Os fatos da vida podem ser jurídicos (repercutem no Direito) ou não-jurídicos (não interferem no Direito, como um raio que cai no meio do mar). Os fatos jurídicos se subdividem em fato jurídico em sentido estrito (eventos da natureza com efeitos jurídicos) e atos jurídicos em sentido amplo (manifestações de vontade). Os atos jurídicos em sentido amplo se subdividem em negócios jurídicos (manifestação de vontade que delimita os efeitos jurídicos que dela advirão, observadas balizas legais) e atos jurídicosem sentido estrito (manifestação de vontade com efeitos já previstos na lei, inalteráveis a critério daquele que manifesta). Ato administrativo é, portanto, ato jurídico em sentido estrito.
	Ato administrativo versus fato administrativo. No ato administrativo há manifestação de vontade da Administração, sendo a finalidade dele a criação do efeito. O fato administrativo também cria efeitos jurídicos, mas estes não decorrem da manifestação da Administração, sendo um evento alheio à vontade da Administração (como na situação de colisão de um veículo oficial com um particular). OBS-1: Celso Antônio aponta fato administrativo como silêncio ou inércia da Administração que produz efeitos jurídicos (exemplo: decadência do direito de anular ato viciado). 
	Ato administrativo versus atos da administração: atos da administração é mais amplo, pois também abrangem os atos de direito privado, os atos materiais da Administração, atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor (atestados, certidões, pareceres, votos), atos políticos (ou atos de governo), contratos administrativos, atos normativos da administração e, enfim, também os atos administrativos propriamente ditos.
	Requisitos do ato administrativo: competência, finalidade, forma, motivo e objetivo (elementos extraídos da lei de ação popular). São requisitos de validade do ato, que, se não observados, ensejam a nulidade do ato (salvo competência e forma, que são convalidáveis e, bem por isso, causam a anulabilidade do ato. 
Competência: o agente, para editar o ato, deve ter atribuição (poder-dever) prevista em lei para tanto. Trata-se de elemento vinculado. Fonte primária da competência é a definição no primeiro plano legal (CF, leis, por exemplo). Fonte secundária é a definição, no plano interno do órgão ou entidade, para indicar exatamente o sujeito responsável pela prática do ato (regulamentos). A competência é obrigatória (poder-dever), irrenunciável, não admite transação nem modificação pela vontade do agente, não prescreve e não se prorroga. A delegação, quando ocorre, é do exercício e não da titularidade, até porque o órgão que delega não perde sua competência, passando a existir competência concorrente, podendo ainda revogar a delegação (ato discricionário). A delegação, em regra, é admitida, inclusive para órgãos não subordinados hierarquicamente, salvo nas seguintes hipóteses, em que fica vedada: a) delegação de todas as atribuições (a delegação há de ser parcial; b) edição de atos normativos; c) decisão de recursos administrativos; d) matérias de competência exclusiva do órgão. De se notar que o ato praticado pela autoridade delegada é considerado ato seu, inclusive para fins de fixação de competência em MS. Já a avocação, que pressupõe hierarquia, é temporária e excepcional, somente permitida em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados.
Vícios de incompetência: a) excesso de poder: prática de ato fora ou além da esfera de competência (não se confunde com abuso de poder, que é desvio de finalidade); b) função de fato: o agente foi investido no cargo, mas há vício nessa investidura, o que, com base na teoria da aparência, faz com que o ato seja válido; c) usurpação de função: a função é exercida por quem sequer se investiu na função e não tem qualquer relação com o poder público, constituindo crime e tornando o ato inexistente; d) impedimento ou suspeição, que são as hipóteses, previstas em lei, com bastante similaridade com CPC, nas quais um agente está proibido de agir, sendo hipótese de atos anuláveis. Prevalece o entendimento de que, no excesso de poder, o ato é nulo se a incompetência for material (fora das atribuições do órgão) e anulável se apenas praticado por autoridade diversa do mesmo órgão, podendo ser convalidado pela competente. 
Finalidade: elemento sempre vinculado, inclusive nos atos discricionários, que diz respeito ao objetivo que se tem com a prática do ato administrativo. O ato tem uma finalidade geral, que é sempre o interesse público, e uma finalidade específica, relativa a cada ato administrativo específico. O desvio de poder ou desvio de finalidade torna o ato nulo, como na hipótese de remoção para punição.
Forma: é o meio pelo qual há a exteriorização da vontade. Há controvérsia sobre ser elemento vinculado ou discricionário, especialmente por força do art. 22 da Lei 9784/99 (“os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir”). Registre-se, porém, que se a lei expressamente indicar alguma forma, o elemento será evidentemente vinculado. OBS-1: o art. 60, parágrafo único da Lei 8.666/93 estabelece que “é nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento (...) feita em regime de adiantamento”, quando não ultrapasse o valor de R$ 4.000,00. OBS-2: a motivação, quando exigida pela lei, integra a forma do ato. OBS-3: o silêncio administrativo, segundo a doutrina, é um nada jurídico, salvo se a lei expressamente indicar algum efeito – o que, porém, não impede que o Judiciário reconheça a omissão administrativa, caso em que determinará a prática do ato (e não editará, ele próprio, o ato – salvo se se tratar de ato vinculado, pois, nessa situação, a vontade já é da própria lei). De se notar que é possível que o administrado ingresse no Judiciário contra o silêncio administrativo, pois é dever da administração dar resposta aos pleitos que lhe são formulados (direito de petição), devendo ser aplicado, subsidiariamente, o prazo de 30 dias da Lei 9784/99.
Vício de forma: em regra é passível de convalidação (apenas anulável), salvo quando a lei exigir forma específica (caso em que será nulo).
Motivo: é a situação de fato e de direito que determina ou autoriza a prática de um ato administrativo. Pode ser vinculado (lei determina) ou discricionário (lei autoriza).
Vícios de motivo: a) motivo inexistente: o fato explicitado pela administração, na verdade, não ocorreu; b) motivo ilegítimo (ou juridicamente inadequado): equivocada subsunção do fato à norma, ou seja, o fato ocorrido não se enquadra corretamente na norma invocada pelo administrador; c) ausência de motivação: o administrador não expressa, no ato, o motivo que o levou à prática do ato, quando a lei exige que o faça.
Motivo versus motivação: motivo é a situação de fato e de direito que determina ou autoriza a prática de um ato administrativo, enquanto a motivação é a explicitação, a fundamentação a publicidade conferida ao motivo. A motivação, como dito acima, integra a forma do ato. Em regra, a motivação deve ser anterior ou contemporânea ao ato, embora haja precedente do STJ admitindo que “é possível que o vício da ausência de motivação seja corrigido em momento posterior à edição dos atos administrativos impugnados. Assim, se a autoridade removeu o servidor sem motivação, mas ela, ao prestar as informações no mandado de segurança, trouxe aos autos os motivos que justificaram a remoção, o vício que existia foi corrigido”. Costumava-se dizer que a motivação era facultativa, mas a Lei 9784/99 exige a motivação dos atos administrativos, o que, de resto, concretiza diversos valores constitucionais (publicidade, cidadania, controle da administração pública). É possível, porém, que a própria lei dispense a motivação (caso dos cargos em comissão).
Teoria dos motivos determinantes: Uma vez enunciados os motivos do ato pelo agente, isto é, os fatos que serviram de suporte à decisão integram a validade do ato. Assim, a invocação de “motivos de fato” falsos, inexistentes ou incorretamente qualificados vicia o ato administrativo praticado. Aplica-se tanto aos atos vinculados como aos discricionários. A tredestinação é uma exceção à teoria, sendo um instituto peculiar da desapropriação, por meio do qual se autoriza a mudança de destino do bem desapropriado, se for no interesse público (D.L. 3.365/41).
Objeto: é a própria alteração nomundo jurídico que o ato provoca, é o efeito jurídico imediato que o ato produz. No ato vinculado, é elemento vinculado; no discricionário, é elemento discricionário. Celso Antônio diferencia objeto de conteúdo, sendo o primeiro o objeto sobre o que se decide e o conteúdo a decisão. O vício de objeto torna o ato nulo, como nas hipóteses de objeto juridicamente impossível ou objeto proibido pela lei, bem ainda nos casos em que se praticado ato com conteúdo não previsto em lei ou com objeto diferente daquele que a lei prevê para a situação.
		Mérito administrativo: consiste na valoração dos motivos e na escolha do objeto (conveniência e oportunidade). Tem pertinência com os atos discricionários e repousa sobre os requisitos do motivo e do objeto. Nos atos vinculados não há mérito administrativo, pois, nestes, presentes os requisitos legais, a administração está obrigada a praticá-lo, não havendo margem de escolha. O mérito administrativo somente pode ser revisto pelo Judiciário em casos de falta de razoabilidade ou proporcionalidade, hipóteses em que se tem controle de legalidade e não de mérito. O Judiciário nunca revoga atos de outros poderes, apenas os anula.
	Atributos do ato administrativo: características que diferenciam os atos administrativos dos atos particulares, que são: a) presunção de legitimidade (ou legalidade): há uma presunção júris tantum (admite prova em contrário) de que os fatos alegados pela administração efetivamente ocorreram e de que o ato foi praticado em conformidade com o ordenamento jurídico; b) imperatividade: traduz a possibilidade de a administração pública, com base em seu poder extroverso, criar, unilateralmente, obrigações para os administrados ou impor-lhes restrições, independentemente de sua anuência; c) autoexecutoriedade: possibilidade, prevista expressamente em lei ou em casos de urgência, que certos atos administrativos têm de provocar a imediata execução pela própria Administração, independentemente de ordem ou autorização judicial, sem embargo da possibilidade de controle jurisdicional sobre a legalidade do ato. Die Pietro acrescenta a tipicidade: todo ato administrativo deve corresponder a figuras previamente definidas pela lei como aptas a produzir determinados resultados. OBS-1: O único atributo presente em todos atos administrativos é a presunção de legitimidade. OBS-2: em relação á autoexecutoriedade, Celso Antônio faz a distinção entre: a) exigibilidade: qualidade em virtude da qual o Estado, no exercício da função administrativa, pode exigir de terceiros o cumprimento das obrigações que impôs; b) executoriedade: o Poder Público pode compelir materialmente, sem necessidade de recorrer-se as vias judiciais, o cumprimento da obrigação que impôs. 
	Espécies de atos administrativos: a) atos normativos: contêm comandos gerais e abstratos visando à correta aplicação da lei (como decretos, regimentos, resoluções), sem inovar o ordenamento jurídico (função reservada aos atos normativos primários, como a lei), com exceção dos decretos autônomos, editados em hipóteses taxativas previstas na CR, os quais possuem natureza de atos primários; b) atos ordinatórios: aqueles que, fundamentados no poder hierárquico, visam disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes, como nos casos de instruções, circulares, avisos, portarias, ordens de serviço, ofícios e despachos; c) atos negociais: aqueles que contêm declaração de vontade do Poder Público coincidente com a pretensão do particular, visando à concretização de negócios jurídicos públicos ou a atribuição de certos direitos ou vantagens ao interessado, como licenças, permissões e autorizações – sendo editados quando o ordenamento exige que o particular obtenha anuência da administração para a prática de atividade ou exercício de direito; d) atos enunciativos: aqueles em que a Administração se limita a certificar ou atestar um fato (certidões e atestados) ou emitir uma opinião sobre determinado assunto (parecer), sem se vincular ao seu enunciado; e) atos punitivos: aqueles que contêm uma sanção imposta a quem violar disposições legais, regulamentares ou ordinatórias dos bens ou serviços públicos. Por meio deles se impõem sanções diretamente aos servidores ou aos administrados em geral. Podem ter fundamento no poder disciplinar (alcançando servidores públicos ou particulares ligados à administração por algum vínculo específico) ou no poder de polícia (alcançando particulares em geral, não ligados à administração por vinculo jurídico específico).
	Classificação dos atos administrativos
Quanto aos destinatários: a) gerais ou regulamentares: comando abstrato e impessoal, endereçado a pessoas indeterminadas; b) individuais ou especiais: dirigidos a destinatários certos ou determinados, conferindo-lhes direitos ou impondo-lhes encargos.
Quanto ao seu alcance: a) internos: geram efeitos dentro das repartições e incidem apenas sobre órgãos e agentes públicos, motivo pelo qual não precisam ser publicados para surtirem efeitos; b) externos: alcançam os administrados, os contratantes e, em certas hipóteses, até os próprios servidores, provendo sobre seus direitos, negócios, obrigações ou condutas perante o Poder Público – e, bem por isso, a publicação é condição de eficácia.
Quanto a seu objeto: a) atos de império: aqueles que a Administração pratica se valendo de sua supremacia sobre o administrado ou servidor e lhe impõe obrigatório atendimento; b) atos de gestão: correspondem aos que a Administração pratica na qualidade de gestora de seus bens e serviços, sem fazer uso de sua supremacia sobre os destinatários. OBS: Não se admite MS contra atos de gestão; c) atos de expediente: destinam a dar andamento aos processos e papéis que tramitam pelas repartições públicas, preparando-os para a decisão de mérito a ser proferida pela autoridade competente, não possuindo, por isso, conteúdo decisório.
Quanto a seu regramento (ou grau de liberdade): a) vinculados: aqueles para os quais a lei estabelece os requisitos e condições de sua realização, sem margem de liberdade do administrador; b) discricionários: são os que a Administração pode praticar com liberdade de escolha de seu conteúdo, de seu destinatário, de sua conveniência, de sua oportunidade e do modo de sua realização, segundo expressamente permitido pela lei. A Administração verifica a oportunidade e conveniência do ato. De se notar que nenhum ato é totalmente discricionário, pois mesmo nestes há elementos vinculados (o mérito administrativo se limita ao motivo e ao objeto). Vale lembrar que discricionariedade não se confunde com arbitrariedade.
Quanto à formação (composição da vontade produtora): a) simples: só um órgão participa de sua formação, ainda que se trate de órgão colegiado; b) compostos: dependem da manifestação de vontade de mais de um órgão, sendo uma principal e outra acessória (o acessório pode ser prévio ou posterior); c) complexos: dependem da manifestação de vontade de mais de um órgão, em patamar de igualdade, não havendo relação entre principal e acessório. OBS: é constitucional lei estadual que condiciona a nomeação de dirigentes de autarquias e fundações públicas á prévia aprovação da Assembléia Legislativa, por simetria com a CF; por outro lado, se se tratar de empresa pública ou sociedade de economia mista essa exigência será inconstitucional, por ferir a separação de poderes.
Quanto à natureza da atividade: a) atos da administração ativa: visam criar, produzir, uma utilidade pública, constituindo situações jurídicas (como autorizações, licenças, nomeações); b) atos da administração consultiva: visam informar, elucidar, sugerir providências a serem estabelecidas nos atos da Administração ativa (como pareceres, informações); c) atos da administração controladora ou atos de controle: buscam impedir ou permitir a produção ou eficácia de atos da administração ativa mediante exame prévio ou posterior (como aprovações prévias, homologações); d) atos da administraçãoverificadora: visam apurar ou documentar a existência de uma situação de fato (como registro, certificação); e) atos da administração contenciosa: visam julgar certas situações, em um procedimento contraditório.
Quanto à função da vontade administrativa: a) atos negociais ou negócios jurídicos: a vontade administrativa é preordenada a obtenção de um resultado jurídico; b) atos puros ou meros atos administrativos: são manifestações de conhecimento (certidão) ou de desejo (voto num órgão colegial).
Quanto aos efeitos: a) atos constitutivos: fazem nascer uma situação jurídica, seja extinguindo ou modificando a situação anterior; b) atos declaratórios: afirmam a preexistência de uma situação jurídica.
Quanto aos resultados sobre a esfera jurídica do administrado: a) atos ampliativos: aumentam a esfera de ação jurídica do destinatário b) atos restritivos: diminuem a esfera do destinatário.
Quanto à formação do ato: a) atos unilaterais: formados por apenas uma declaração jurídica; b) atos bilaterais: formados por um acordo de vontade entre as partes.
Quanto à natureza da situação jurídica que criam: a) ato-regra: cria situações gerais, abstratas e impessoais; b) atos subjetivos: criam situações particulares e pessoais; c) atos-condição: os que alguém pratica mediante acordo com outrem, debaixo de situações criadas pelos atos-regra. 
		Formação dos Atos Administrativos: a) ato perfeito: aquele que esgotou todas as fases necessárias a sua produção, vale dizer, quando completa o ciclo de sua formação; b) ato imperfeito: o que não concluiu sua fase de formação; c) ato válido: editado em conformidade com o ordenamento jurídico; d) ato inválido: editado sem observância do sistema normativo; e) ato eficaz: aquele que está disponível para a produção dos efeitos jurídicos, vale dizer, quando os efeitos não se encontram suspenso por qualquer motivo; f) ato pendente: aquele submetido a condição, termo ou necessidade de aprovação ou homologação de outro órgão.
	Efeitos dos atos administrativos: a) efeitos próprios: correspondentes à função jurídica do ato; b) efeitos impróprios: são os efeitos anormais que o ato produz e subdividem em: b.1) preliminares ou prodrômicos: existem enquanto dura a situação de pendência do ato, ou seja, durante o período da produção do ato até o desencadeamento dos efeitos típicos (por exemplo, atos sujeitos a controle por outro órgão, sendo o efeito atípico preliminar do ato controlado acarretar para o órgão controlador o dever-poder de emitir o ato de controle); b.2) efeitos em face de terceiros ou reflexos: são aqueles que influenciam outra relação jurídica, atingindo terceiros não objetivados pelo ato (como na desapropriação de imóvel, que atinge o contrato de locação).
	Extinção do ato administrativo: a) cumprimento de seus efeitos: há esgotamento de seu conteúdo, como no gozo das férias, na execução material de uma demolição, no implemento de uma condição resolutiva ou termino final; aqui, considera-se o ato exaurido; b) desaparecimento do sujeito ou do objeto; c) retirada do ato: há o afastamento do ato do universo jurídico em virtude de uma das seguintes situações:
c.1) revogação: é a retirada do mundo jurídico de um ato válido, mas que se tornou inoportuno ou inconveniente. Trata-se de controle de mérito. É ato discricionário. Apenas atos discricionários podem ser revogados. Gera efeitos ex nunc. O Poder Judiciário não pode revogar ato de outro poder. Não há prazo para revogação, mas há atos irrevogáveis: 1) atos vinculados; 2) atos declarados pela lei como irrevogáveis; 3) atos que produziram direitos adquiridos; 4) atos de efeitos exauridos; 5) atos que integram um procedimento; 6) atos de controle; 7) meros atos administrativos; 8) atos complexos; 9) atos de decisão final do processo contencioso. 
c.2) invalidação (anulação): ocorre quando há uma ilegalidade na edição do ato. A anulação é ato vinculado e se baseia no princípio da autotutela. Tanto atos vinculados como discricionários podem ser anulados. O que não existe é anulação por questões de conveniência ou oportunidade. Anulação gera efeitos ex tunc, respeitados os direitos do beneficiário de boa-fé, que, aliás deve poder exercer o direito ao contraditório. O Poder Judiciário pode anular atos administrativos de outros poderes. Há prazo decadencial de cinco anos para anular ato administrativo, salvo comprovada má-fé.
c.3) caducidade: retirada em razão da superveniência de norma jurídica que tornou inadmissível a situação anterior.
c.4) contraposição: atos de competências diversas, mas, com efeitos contrapostos (como na exoneração de um funcionário que aniquila os efeitos do ato de nomeação).
c.5) renúncia: dos efeitos porque o beneficiário abre mão.
	Ato administrativo nos planos da existência, validade e eficácia: a) ato válido: aquele que preenche todos os requisitos previstos no ordenamento jurídico, ou seja, não tem defeito algum; b) ato inexistente: o vício contido no ato é tão grave que ele nem sequer existe e não produz efeitos; c) ato nulo: é o ato defeituoso que não admite convalidação, mas produz efeitos até ser declarado inválido; d) ato anulável: é o ato que tem defeito sanável, ou seja, admite convalidação, que pode ser feita em dois defeitos: competência e forma. Se o defeito for muito grave, não será possível a convalidação, mesmo que na forma e na competência. A convalidação é faculdade ou dever? Há divergência doutrinária, alguns pensam que se trata de um dever, porque o Estado tem que salvar o ato (majoritária), em razão do princípio da economia da administração. Mas, quando a convalidação causar mais prejuízo é melhor não convalidar; e) ato irregular: é o ato que tem uma pequena falha de uniformização, mas que não causa prejuízo algum. Não depende de revisão, por ser irrelevante. Trata-se de um defeito leve. Normalmente, estão relacionados à forma, como utilizar uma caneta preta em vez de azul, ou se valer de abreviaturas. Não serão revistos e nem convalidados, os atos continuam como estão.
	Conversão ou sanatória: ato por meio do qual a administração aproveita um ato nulo de determinada espécie, com a transformação retroativa para ato válido de outra categoria, com modificação de seu enquadramento legal, como na situação de concessão de uso feita sem licitação quando a lei exige, convertida em permissão precária em que não há tal exigência, imprimindo-se validade ao uso do bem público já consentido. Os efeitos já produzidos pelo ato originário são mantidos, como se tivessem sido produzidos pelo novo ato. A partir da conversão o novo ato continua produzindo os efeitos que lhe são próprios. Não se confunde com a convalidação, pois, nesta, o ato continua a ser o mesmo, havendo apenas correção do elemento inválido.
	Convalidação: considerando que o ordenamento brasileiro não mais se filia à teoria monista (apenas uma espécie de invalidade, qual seja, a nulidade), mas sim à dualista (há atos nulos e atos anuláveis), há possibilidade de aproveitamento do ato anulável (aquele que contém vício sanável), por meio da convalidação. Atos nulos não podem ser convalidados, ao contrário dos atos anuláveis. Convalidar, então, é o ato de corrigir um ato eivado de defeito sanável desde a origem (ex tunc), de maneira que: os efeitos já produzidos passem a ser considerados válidos e este ato permaneça apto a produzir efeitos regulares. São vícios sanáveis: competência quanto à pessoa (não quanto à forma e desde que não se trate de competência exclusiva) e vício de forma, desde que a lei não considere esta como essencial. Também é necessário que o ato não acarrete lesão ao interesse público nem a terceiros. Há controvérsia sobre ser a convalidação ato discricionário ou vinculado. Em relação ao ato vinculado, parece melhor entender que a convalidação é igualmente vinculada, se presentes os elementos queobrigam a sua prática. Caso se cuide de ato discricionário, a análise do mérito administrativo, pela autoridade competente, leva à melhor conclusão de que a convalidação seria também ato discricionário. OBS: a Lei 9784/99, ao fixar decadência para anulação de atos administrativos, acabou por criar uma espécie de convalidação tácita.
	Processo administrativo: conjunto de atos coordenados e interdependentes necessários a produzir uma decisão final a respeito de alguma função ou atividade administrativa.
	Processo versus procedimento. Procedimento é o rito, o interior do processo, a seqüência de atos. Processo é, além de vinculo entre atos, vínculo entre sujeitos, englobando direitos, deveres, poderes, faculdades, na relação processual.
	Objetivos do processo administrativo: a) resguardar o administrado: enseja ao administrado a possibilidade de interferir na decisão que irá afetá-lo; b) transparência no serviço público; c) documentação dos atos da administração pública.
	Espécies de processo administrativo: a) procedimentos internos: dizem respeito apenas à atuação interna da administração pública; b) procedimentos externos: aqueles em que há participação dos administrados, que se subdividem em: b.1) procedimentos restritivos ou ablatórios: restringem um direito do administrado, sejam meramente restritivos (apenas limitam, como na revogação de um ato) sejam sancionadores (aplicam penalidades); b.2) procedimentos ampliativos: concedem ou ampliam direitos dos administrados, podendo ser de iniciativa do próprio administrado ou da administração, ou ainda concorrenciais (há concorrência, como concurso público ou licitação) ou simples (não concorrenciais).
	Princípios do processo administrativo: a) princípio da audiência do interessado: é o direito ao contraditório; b) princípio da acessibilidade aos elementos do expediente: direito da parte de examinar toda a documentação constante dos autos; c) princípio da publicidade: o processo administrativo é público, salvo exceções legais; d) princípio da ampla instrução probatória: significa não apenas o direito de oferecer e produzir provas, mas também o de fiscalizar a produção de provas da Administração, isto é, o de estar presente, se necessário, a fim de verificar se efetivamente se efetuaram com correção ou adequação técnica devidas; e) princípio da motivação: obrigatoriedade de explicitar tanto os fundamentos normativos, quanto os fáticos das decisões; f) princípio da revisibilidade: direito do administrado recorrer da decisão que lhe seja desfavorável, salvo se esta já for proferida pela autoridade mais elevada do órgão; g) princípio da representação ou assessoramento: direito de ser assistido por profissional legalmente habilitado, o que, porém, é facultativo. OBS-1: SV 5 STF: a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a constituição. OBS-2: se o processo administrativo se referir à execução penal é indispensável a defesa técnica; h) princípio da lealdade e boa-fé: a administração, em todo o transcurso do procedimento, está adstrita a agir de maneira sincera, ficando, evidentemente, interditos quaisquer comportamentos astuciosos, ardilosos, ou que, por vias transversas, concorram para entravar a exibição das razões ou direitos do administrado; i) princípio da verdade material: a administração deve perseguir sempre a verdade substancial, independentemente do que haja sido aportado aos autos do processo, decorrendo desse princípio, inclusive, a possibilidade de reformatio in pejus no âmbito administrativo; j) princípio da oficialidade: o processo administrativo pode ser iniciado independentemente de provocação do administrado e, além disso, uma vez desencadeado, é encargo da própria administração impulsioná-lo de oficio. OBS: há entendimento de que esse princípio não se aplica aos processos ampliativos de exclusivo interesse do administrado, pois a Administração não tem o dever de prossegui-los por si própria, podendo encerrá-los, ante a inércia do interessado; k) princípio da gratuidade: proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei. OBS: SV 21 STF: é inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para a admissibilidade de recurso administrativo; l) princípio do informalismo: o processo administrativo não poderá ater-se a rigorismos formais, o que não significa que não possa ter forma, mas estas devem ser exigidas apenas quando necessárias ao atendimento do interesse público.
	Princípios previstos na Lei 9784/99: legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Também deve ser observado o seguinte: a) atuação conforme a lei e o Direito; b) atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competência, salvo autorização em lei; c) objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; d) adequação entre os meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; e) interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
	Fases do processo administrativo: a) instauração, propulsória ou de iniciativa: diz respeito ao início do processo administrativo, o que pode ocorrer de ofício ou a pedido do interessado, o que deve, em regra, ser feito por escrito, salvo casos em que a lei admite a solicitação oral. Pontue-se ser vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas, bem ainda ser possível requerimento único mesmo havendo pluralidade de interessados, salvo se houver vedação legal; b) fase de instrução: objetiva investigar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão, o que pode ser feito de ofício ou a requerimento do interessado, ao qual se assegura o direito de propor atuações probatórias, sendo que os atos de instrução devem se realizar do modo menos oneroso para este, podendo ainda o interessado, nesta fase, juntar documentos, pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações (as provas propostas pelos interessados só podem ser recusadas, fundamentadamente, quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias). Cabe ao interessado a prova dos fatos alegados, mas, quando tais fatos ou dados constarem de registros existentes na própria Administração, o órgão competente para a instrução deverá promover, de ofício, a obtenção. Ao cabo da instrução, o interessado tem o prazo de 10 dias para se manifestar. Segundo entende o STJ, não é obrigatória a intimação do interessado para apresentar alegações finais após o relatório final de processo administrativo disciplinar, à míngua de previsão legal; c) relatório: o órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final (comissão processante), elaborará um relatório indicando tudo o que ficou apurado e formulará uma proposta de decisão (conclusão), objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente, que não fica vinculada à proposta; d) decisão ou fase dispositiva: a Administração tem o dever de decidir, de modo que, concluída a instrução, a Administração tem o prazo de até 30 dias para decidir, salvo prorrogação por igual período, expressamente motivada. OBS: O STJ decidiu que o servidor que participou das investigações na sindicância e concluiu que o sindicado havia cometido a infração disciplinar, tanto que determinou a instauração do PAD, não pode, posteriormente, ser a autoridade designada para aprovar o relatório final produzido pela comissão no processo administrativo,

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