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Teoria do Estado democrático de Direito e seus princípios

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Teoria do Estado Democrático de Direito e seus Princípios
O Estado democrático de direito é um conceito que designa qualquer Estado que se aplica a garantir o respeito das liberdades civis, ou seja, o respeito pelos direitos humanos e pelas garantias fundamentais, através do estabelecimento de uma proteção jurídica. Em um estado de direito, as próprias autoridades políticas estão sujeitas ao respeito das regras de direito.
A ideia do Estado Democrático de Direito da maneira como hoje é conhecido é em decorrência de um extenso processo da evolução da forma como as sociedades foram se organizando ao longo dos séculos. A famosa carta Magna carta de João Sem-Terra, de 1215, é tida por muito como o documento que deu origem aos direitos fundamentais, pois ele já consagrava em seu texto inúmeras cláusulas de liberdade que,hoje,são direitos fundamentais, como o princípio da legalidade e da irretroatividade das leis, entre tantos outros. Já nos dias atuais tem um significado de fundamental importância no desenvolvimento das sociedades, após um amplo processo de afirmação dos direitos humanos, sendo um dos fundamentos essenciais de organização das sociedades políticas do mundo moderno.
O código de processo civil, veio concretizar o Estado Democrático de Direito - A constitucionalização do Processo segundo o artigo 5° da CF/88. Adequando o texto legislativo as garantias constitucionais. Assim, os direitos fundamentais constitucionais tem que ser exercidos pela população. A função do Processo é fazer com que todos os jurisdicionados tenham acesso a justiça, poder participar do devido processo legal independentemente de classes sociais. Vez que os direitos fundamentais para serem reconhecidos devem ser positivado através de normas jurídicas. 
No Estado Democrático de Direito as decisões trazidas ao processo judicial não podem ser antidemocráticas. Elas precisão de legitimidade democrática e precisão de participação popular. Portanto, o direito Processual atinge uma nova perspectiva democrática. 
Dessa forma continuamos no Século XXI com o objetivo de buscarmos mecanismos de aperfeiçoamentos para o modelo do Estado para que o mesmo atinja o quanto antes o equilíbrio entre a liberdade e igualdade dos seres humanos e possa proporcionar o ideal de oportunidades de desenvolvimento com saúde, segurança, habitações dignas, educação para todos.
Princípios Processuais
O vocábulo princípio se origina da palavra latina principium, e, vulgarmente, é “origem de algo, de uma ação ou de um conhecimento”, ou, ainda, “momento ou local ou trecho em que algo tem origem; começo”.
No âmbito jurídico, princípios representam as normas elementares ou requisitos primordiais instituídos com base, como alicerce de alguma coisa, revelando o conjunto de regras ou preceitos que se fixaram para servir de norma a toda espécie de ação jurídica, traçando a conduta a ser tida em qualquer operação jurídica.
Os princípios processuais são essenciais para a compreensão do processo para o direcionamento da atividade jurisdicional. Os princípios, não só no âmbito processual, mas também no âmbito jurídico terão 3 funções: Informativa, Interpretativa e Normativa. 
 Eles vão servir para informar o legislador na construção legislativa. Servirão ao aplicador do direto para interpretar a legislação, interpretar o direito e também para todas as partes e interessados e também aos julgadores como norma. Os princípios Processuais incluídos no texto constitucional e também no texto infraconstitucional vão ser considerados como status de Normas Jurídicas. Os Princípios mais relevantes para o processo Democrático são considerados:
O devido Processo Legal;
Isonomia;
Ampla defesa;
Contraditório;
 Fundamentação das decisões.
 A parti desses 5 princípios é possível estruturar todo o Direito Processual de forma democrática. Esses princípios foram incluídos no CPC/2015 na parte de Normas Gerais para serem aplicados a todo e qualquer processo de forma a garantir que estes princípios também serão observados no processo judicial e não será mera diretriz no texto constitucional – e que eles vão ser aplicados de fato.
Eles foram trazidos ao texto infraconstitucional para reforçar sua importância na atividade jurisdicional.
Princípio do Devido Processo Legal
(art. 5º da CF/88, inciso LV – “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”); Ou seja, ninguém será privado de seus bens ou de sua liberdade sem o devido processo legal.
Em uma perspectiva democrática significa que Devido Processo Legal, deve ser analisado a permitir que seja um instituto democrático – quando se diz:
LEGAL - já indica que o juiz aplicador do direito deve observar a legislação, deve observar o texto constitucional.
 O DEVIDO – significa que deve ocorrer de uma forma devida – assim o DEVIDO vai significar observância das demais garantias do processo. Então esse DEVIDO deve ser legal. Assim, quando se fala em Devido Processo Legal, essa expressão terá a mesma conotação de Estado Democrático de Direito, ou seja, vinculação legal e fiscalizadora e participativa do povo.
Dessa forma o Devido Processo Legal, vai ser tratado como um bloco aglutinante de garantias o Devido Processo Legal vai ser na verdade uma junção de todas as garantias processuais previstas no texto constitucional – é tratado como elemento essencial a estruturação de todo o processo judicial. Sem o devido processo legal não haverá processo democrático ele irá garantir a participação das partes. A partir da garantia de todos os outros princípios fundamentais. Partindo do Devido Processo Legal observamos que diversas garantias fundamentais estão vinculadas a ele.
Princípio da Isonomia
 
Vai garantir as partes o direito igual de participação. As partes irão participar de forma igualitária. Não haverá prazos e nem o direito de recorrer para uma parte e não para outra. Também não haverá produção de provas somente para uma das partes. Todas as oportunidades de defesa consideradas a uma das partes também terá que ser considerada a outra.
Na perspectiva democrática o Princípio da Isonomia irá garantir que não haja hierarquia entre juiz e Partes, os dois serão tratados dentro de um mesmo âmbito. Não há qualquer superioridade em relação a uma parte e outra. Não há qualquer diferença entre o direito de interpretação da norma. Todas as partes tem igual direito de interpretar a norma jurídica. Tem igual direito de construir a decisão judicial. O principio da isonomia será extremamente essencial ao direito processual. 
“ CPC. Art. 7o “É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.” 
 Esse artigo traz no seu texto o principio da isonomia, assegurando as partes paridade de tratamento na relação processual. Não haverá nenhuma diferença entre as partes em processo judicial, ou seja, o juiz vai ter a obrigação de zelar por essa isonomia, ele vai ter a obrigação de garantir essa igualdade de tratamento.
Princípio da Ampla Defesa
 
A defesa não é mais limitada e irrestrita desde que a atuação da parte não cause o prolongamento excessivo e desnecessário ao andamento processual. A parte terá o direito de se defender de forma ampla. Lembrando que a defesa não diz respeito somente ao réu. O direito de defesa e conferido a ambas as partes. O autor vai defender o seus interesses a sua pretensão e o réu vai resistir a essa pretensão do autor e também vai defender seus interesses.
 “art. 5º da CF/88, inciso LV – “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”.
 A Ampla Defesa nessa perspectiva constitucional vai além de um mero direito de defesa, vai ser uma extensão do Direitode Ação – Ter o direito não só de movimentar o judiciário, mas de se defender, de trazer argumentos, de trazer provas e de interpor recursos quando não se conformar com a decisão judicial.
É importante lembrar que atualmente muito se discute a respeito de celeridade processual. E esta celeridade, muitas vezes se dá em detrimento a defesa da parte. Prefere se dar rápido andamento ao processo que garantir a defesa. No Estado Democrático de Direito esta atitude não é mais viável, é muito mais importante que garanta o direito de defesa da parte, que ela possa manifestar de forma ampla e irrestrita do que um processo judicial rápido. De nada adianta um processo célere se ele não é legitimamente democrático pela participação dos interessados. Ao limitar a participação dos interessados tira-se toda a perspectiva democrática do processo. 
 A celeridade não pode servir como argumento para afastar, a se contrapor, a defesa da parte.
O que vai trazer prejuízo ao andamento processual é o que é chamado pela literatura jurídica “etapa morta do processo”, são aquelas etapas em que o processo fica completamente parado sem que haja qualquer andamento. Portanto a Ampla Defesa não vai prejudicar o andamento do processo ela vai contribuir para uma melhor decisão processual.
Princípio do Contraditório
É um dos mais relevantes e caracterizadores do Processo. É um elemento extremamente relevante dentro dessa perspectiva democrática, porque é ele que vai dar as partes o direito de se manifestarem. O Princípio do Contraditório além de dar as partes o direito de se expressarem ele ira além: 
Ele é o direito de influência;
Ele é o direito de construir o direito processual; 
Ele é o direito das partes de participarem da formação do mérito; 
Ele é o direito das partes de interferir na decisão do juiz.
 Isso significa, que o juiz no momento de proferir uma decisão ele terá que levar em conta tudo aquilo que for falado pelas partes. O juiz não mais poderá decidir sem levar em consideração o argumento das partes.
De acordo com o artigo 5°inciso – “LV da CF, o Contraditório é diretamente vinculado a Ampla Defesa. (“porque eu posso me defender” “eu posso manifestar”). E, também segundo o Art. 9º “ Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida”, ou seja, obriga que o magistrado, que escute a parte antes de decidir contrariamente aos interesses dela. Ainda no art. 10 se dá continuidade ao princípio do contraditório. Isso significa que, ainda que a matéria seja de ofício, onde há, Prescrição, Decadência e Ilegitimidade das Partes, o juiz fica obrigado a ouvir as partes antes de decidir, até para que elas (As Partes) tenham o direito de se manifestarem.
Por isso o Princípio do Contraditório vai ser significativo a partir do novo CPC vai sair do processo como relação jurídica em que o contraditório era simplesmente direito das partes em dizer e contradizer e vai se transformar em efetivo direito das partes de participar do processo. O contraditório é que vai garantir as partes a sua efetiva participação e a partir do contraditório que as partes vão poder construir a decisão judicial com suas alegações, com suas participações.
Princípio da Fundamentação das Decisões Judiciais 
Que também esta ligado ao contraditório. Princípio da Fundamentação das Decisões Judiciais, já esta previsto no art.93 inciso.CF/88 Art. 93, inciso IX., “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; ”
Ou seja, caso o magistrado não indique os motivos do seu convencimento terá nulidades aquela decisão judicial, porque deixou de observar o Princípio da Fundamentação das Decisões Judiciais. O juiz tem que indicar os argumentos jurídicos que o levaram ao seu convencimento.
Observando assim, que os argumentos jurídicos, não Meta-jurídicos, portanto, não serão aqueles escopos meta-jurídicos do processo. Não cabe ao magistrado decidir com argumentos: de justiça, de Paz social, de prejuízo econômico financeiro, de questões sociais para as partes ou para a população. Cabe ao juiz, decidir de acordo com que foi argumentado pelas partes independentemente de suas convicções sociais.
Não interessa o que o juiz acha da discussão, interessa que, - existe um direito violado - ou não existe um direito violado. E, se é necessário a tutela jurisdicional - ou que não é necessário a tutela jurisdicional.
O art. 489 do CPC, traz uma fundamentação mais detalhada; segundo o art. 489 do CPC a Decisão Judicial, seja ela sentença, acordão ou decisões interlocutórias, será divida em: 
-Relatório – Parte em que o Juiz traz os fatos contidos nos autos;
-Fundamentação – que é a parte onde ele irá discutir quais são os argumentos jurídicos que as partes trouxeram ao processo e por fim o dispositivo;
-Dispositivo – onde o juiz resume qual é a sua decisão judicial.
Jurisdição
A jurisdição – palavra que tem sua origem na composição das expressões jus, juris (direito) e dictio, dictionis (ação de dizer) – surgiu da necessidade jurídica de se impedir que a prática temerária da autodefesa, por parte de indivíduos que se vissem envolvidos em um conflito, levasse a sociedade à desordem oriunda da inevitável parcialidade da justiça feita com as próprias mãos.
 Antes falávamos em Jurisdição no aspecto do Estado Liberal que, tinha como perspectiva de dizer o direito em que o juiz trazia a lei para o caso concreto.
No Estado Social já se conferiu mais poderes ao judiciário. O judiciário era tratado como um Poder em que o Estado tinha o Monopólio da Jurisdição como um Poder de dizer o Direito. Poder de resolver os conflitos privados.
A função da jurisdição e na perspectiva do Estado Democrático de Direito esta perspectiva foi revista pois, não pode mais ser analisada como um PODER do Estado.
Tendo em vista que o Estado não pode mais se eximir de cumpri o seu DEVER jurisdicional, ele não pode se escusar de resolver os conflitos que lhe foi apresentado.
Princípios da Jurisdição 
Princípio da Investidura 
Significa que somente pode exercer a jurisdição aquele que esta devidamente investido no cargo de julgador, aquele que, ou foi aprovado de provas de títulos, para exercer a função judicial, ou que foi escolhido para compor algum Tribunal  local ou Tribunal Superior mediante os critérios de atividade e merecimento, ou pelas vagas do quinto Constitucional.
Caso a pessoa não tenha essa investidura no cargo público, não esteja autorizada a exercer a função julgadora do Estado. Também não há jurisdição.
Outro principio que vai regulamentar a atividade jurisdicional, é o:
Princípio da Inevitabilidade
Ou seja, a jurisdição é inevitável, autor e réu submetem inevitavelmente a sentença judicial. As partes diante de uma sentença judicial, que reconhecem algum direito, que determina o cumprimento de uma obrigação, elas ficam obrigadas a aceitar a decisão judicial e a cumprir. Ou seja, a função jurisdicional ela é inevitável.
Princípio Indelegabilidade 
Significa que a função jurisdicional, não será delegada em hipótese alguma, a não ser que o próprio Estado autorize que as partes busquem a arbitragem, mas isso não significa necessariamente uma delegação da função jurisdicional, mas tão somente que o Estado concede o poder de escolha as partes.
O acesso à justiça não pode mais ser compreendido como uma busca por uma decisão justa, até porque decisão justa na concepção do magistrado vai ser uma, na concepção do autor pode ser outra, e na do réu, ainda uma terceira concepção.
O conceito adequado do acesso à justiça no atual Estado Democrático de Direito seria: o direito da parte de buscar o judiciário para receber em tempo razoável a resolução dos seus conflitos, mediante sentença meritóriaproferida pelo judiciário, com a possibilidade de inicio também em tempo razoável da  atividade satisfativa em tempo razoável do direito que lhe foi reconhecido.
Princípio do Juízo Natural
Significa que no Brasil, não é possível, que um Tribunal seja criado, para julgamento de um caso específico. Precisa-se que os casos pré-existentes, sejam julgados por tribunais pré-existentes. Não é possível ser feito como foi feito na Alemanha a criação do Tribunal de Nurenberg que foi criado única e exclusivamente para o julgamento dos crimes ocorridos durante o Nazismo. 
Princípio da Inafastabilidade
Origem constitucional, previsto no art. 5, XXXV, da CF de 1988, que determina que toda lesão ou ameaça de direito não poderá ser afastada do conhecimento do Poder Judiciário.
Princípio segundo o qual a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito, garantindo o livre acesso ao Judiciário, tendo a parte direito a ver apreciadas pelo juízo competente as suas razões e a ver fundamentadas as decisões que lhes negam conhecimento. O judiciário permanece inerte até que um conflito lhe seja apresentado.
 
Princípio da aderência do território
Somente há autoridade dada aos magistrados quando dentro do território.
Princípio da Inércia
 Em regra, as partes têm que tomar a iniciativa de pleitear a tutela jurisdicional. 
Princípios Constitucionais Do Processo Civil
A nossa Carta Magna, promulgada em 05 de outubro de 1988, tem como base a democracia e, por isso, dispõem de diversos instrumentos que visam proteger a liberdade e o direito de todos. Dentre esses instrumentos podemos ressaltar que aqueles que visam tutelar os direitos fundamentais do homem tratam-se de instrumentos processuais. Os princípios constitucionais são aqueles que podemos localizar na Constituição enquanto que os princípios processuais infraconstitucionais podem ser localizados nas normas infraconstitucionais.
Princípio da Legalidade
O princípio da legalidade, conhecido por meio da expressão latina nullum crimen, nulla poena sine lege, que significa que 'não há crime, nem pena, sem lei anterior que os defina', é muito importante no estudo do Direito, sendo um norteador para leis e dispositivos. Esse princípio encontra-se em várias partes da Constituição Federal e também em códigos penais e outros documentos.
Através da lei é possível criar deveres, direitos e impedimentos, estando os indivíduos dependentes da lei. Nesse princípio, aqueles que estão dentro dele devem respeitar e obedecer a lei. Pode-se ainda dizer que esse princípio representa uma garantia para todos os cidadãos, prevista pela Constituição, pois por meio dele, os indivíduos estarão protegidos pelos atos cometidos pelo Estado e por outros indivíduos. A partir dele, há uma limitação no poder estatal em interferir nas liberdades e garantias individuais do cidadão. Assim, de modo geral, é permitido a todos realizarem qualquer tipo de atividade, desde que esta não seja proibida ou esteja na lei.
Princípio da Igualdade
O princípio da isonomia, também conhecido como princípio da igualdade, representa o símbolo da democracia, pois indica um tratamento justo para os cidadãos. É essencial dentro dos princípios constitucionais, porém complexo e para sua completa compreensão é necessário entender o contexto cultural e histórico em que foi criado. Desde muito tempo, esse princípio tem feito parte das antigas civilizações. Ao longo da história, foi muitas vezes desrespeitado, assumindo um conceito errado, por entrar em atrito com os interesses das classes dominantes.
De acordo com a Constituição Federal, o princípio da igualdade está previsto no artigo 5º, que diz que ‘Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza’. Esta igualdade é chamada de formal. De acordo com ela, é vetado que os legisladores criem ou editem leis que a violem. O princípio da igualdade garante o tratamento igualitário de acordo com a lei para os cidadãos.
A igualdade, de acordo com a Constituição Federal, possui duas vertentes:
Igualdade Material: tipo de igualdade, em que todos os seres humanos recebem um tratamento igual ou desigual, de acordo com a situação. Quando as situações são iguais, deve ser dado um tratamento igual, mas quando as situações são diferentes é importante que haja um tratamento diferenciado.
Igualdade Formal: é aquela presente na Constituição Federal e que trata da igualdade perante a lei. De acordo com o artigo 5º, isso quer dizer que homens, mulheres e todos os cidadãos brasileiros são iguais conforme a legislação.
Princípio da Simetria
O princípio da simetria constitucional é o princípio federativo que exige uma relação simétrica entre os institutos jurídicos da Constituição Federal e as Constituições dos Estados-Membros.
Este princípio postula que haja uma relação simétrica entre as normas jurídicas da Constituição Federal e as regras estabelecidas nas Constituições Estaduais, e mesmo Municipais. Isto quer dizer que no sistema federativo, ainda que os Estados-Membros e os Municípios tenham capacidade de auto organizar-se, esta auto-organização se sujeita aos limites estabelecidos pela própria Constituição Federal. Assim, por este princípio, os Estados-Membros se organizam obedecendo ao mesmo modelo constitucional adotado pela União.
Ocorre que, para a correta interpretação do “Princípio da Simetria” deve-se atentar à três pontos:
* Esse princípio não é único e absoluto. Deve ser interpretado em conjunto com as demais normas jurídicas da Constituição;
* O ponto de referência para a aplicação da simetria é a Constituição Federal e não a Constituição Estadual;
* A partir da Constituição Federal de 1988 o Brasil tem como “Forma de Estado”, o que se chama de “Federalismo de Três Níveis”, sendo os entes federados: União, Estados e Municípios – além do Distrito Federal, que
possui estrutura mista -, todos eles com autonomia administrativa, legislativa e política.
Princípio da Proporcionalidade da Lei
No Brasil, o princípio da proporcionalidade consiste em princípio implícito na Constituição de 1988. No entanto, no plano infraconstitucional, ele está expressamente homenageado, conforme se verifica do art. 2º da Lei nº 9.784/1999.
O princípio da proporcionalidade exerce função tanto de parâmetro para o controle de constitucionalidade quanto de limitação da discricionariedade administrativa. Interessante ainda lembrar que, além de vedar o excesso, o princípio da proporcionalidade ainda proíbe a atuação insuficiente.
Princípio da Liberdade
O cidadão tem o direito de ir e vir, praticar sua religião, sem ser censurado e expor suas opiniões contra alguém, desde que possua argumentos e justificativas para tal.
Liberdade consiste na escolha de uma das possibilidades da forma de pensar e agir. Assim, apesar do embate sobre amplitude axiológica desse termo, a CF/88 consagrou esse direito no rol dos direitos e garantias individuais em suas diversas modalidades. Por isso que alguns doutrinadores chegam a denominar direito às liberdades, devido à pluralidade de liberdades abordadas por nossa Carta Magna. Mas vale ressaltar a posição de Pimenta Bueno “A liberdade é sempre uma e a mesma, mas como ela pode ser considerada em diferentes relações, por isso costuma-se dividi-la ou classificá-la”.
Anna Clara Avelar
Giovanna Silva
José Matheus
Sarah Gabriella Lopes
Processo Civil I
Teoria do Estado democrático de Direito e seus princípios
Goiânia
2017

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