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IED - Resumo I (Ricardo Maurício)

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Introdução ao Estudo do Direito – IED 
Prof. Dr. Ricardo Maurício 
 
Edi Franco 
2º Aula – 10/08/16 
 
1 – Características: 
IED possui 4 (quatro) Características: 
1º Natureza Propedêutica 
2º Natureza Enciclopédica 
3º Natureza Zetética que é diferente da abordagem Dogmática 
4º Natureza Epistemológica 
 
1º Natureza Propedêutica – Porque oferece ensinamentos introdutórios e conceitos essenciais 
para a assimilação dos mais diversos ramos do direito como o Direito Constitucional, Direito 
Civil, Direto do Trabalho, Direito Internacional entre outros, pois ela oferece conceitos 
basilares. 
Latim Citação: Mutatis Mutandis (Uma vez efetuadas as necessárias mudanças). 
2º Natureza Enciclopédica – Porque se propõe a oferecer uma abordagem interdisciplinar do 
fenômeno jurídico. Sob múltiplas perspectivas de conhecimento. 
IED apresenta uma visão panorâmica do conhecimento jurídico, pois oferece uma abordagem 
filosófica, histórica, sociológica, antropológica. 
3º Natureza Zetética – Porque se propõe a refletir criticamente sobre o fenômeno jurídico, 
problematizando a norma jurídica dentro da realidade social (Exame dos valores e fatos 
sociais). 
OBS.: Diferente da abordagem dogmática, que privilegia um pensamento fechado e 
subordinado a premissas inquestionáveis: Os dogmas. 
O Dogma no conhecimento jurídico é a norma, qualquer prescrição de “Dever Ser” que oriente 
o comportamento humano, seja ela uma lei, um ato administrativo, um contrato, etc. 
Ex: A miserável Dona Maria e o roubo da maça: 
- Código Penal 
Art. 155 – Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel; 
Pena – Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
- Se ela for condenada sem analise da situação e das condições socioeconômica, a lei estará 
sendo aplicada de forma Dogmática. 
- Por outro lado, se for avaliada além da acusação, a situação de dona Maria, o direito a vida 
Art. 5º CF/88 e as condições no qual ocorreu o fato, a lei estará sendo aplicada de forma 
Zetética. 
Jurisprudência – Conjunto das decisões e interpretações das leis feitas pelos tribunais 
superiores, adaptando as normas às situações de fato. 
OBS.: O direito brasileiro está se tornando mais jurisprudencial e menos legislativo. 
EX: Guarda compartilhada: 
- Os juízes já decidiam dessa forma, só depois o legislativo colocou a guarda compartilhada 
como modelo preferencial. 
 
Latim Citação: Ubi Societas, Ibi Jus (Onde está a sociedade aí está o direito). 
 
2 – Teoria da Norma Jurídica: 
 
Sociedade – É um conjunto de seres vivos que apresentam um padrão de organização e de 
especialização funcional. 
Existem 2 (dois) Tipos de Sociedades - (HUMANA - LIBERDADE X NÃO HUMANA - DETERMINISMO) 
1º sociedade Humana – O Ser humano é essencialmente livre, sua genética não tem a 
capacidade de determinar sua ação. Necessitam da organização de um sistema de controle 
social para que haja harmonia entre as esferas de liberdade. 
Sartre: “O homem está condenado a ser livre” 
2º Sociedade não humana – São regidas pelo determinismo biológico, os agentes sociais 
sempre se comportarão do mesmo modo. Movida pelo instinto e com ação social pré-
estabelecida pela sua estrutura genética. 
 
●Controle Social – É o conjunto de instituições e normas que orientam o comportamento 
humano adequando os indivíduos aos padrões de conduta socialmente aceitos. Orienta o 
homem a se comportar, como deve ser em sociedade. 
O homem é socializado do nascimento até a morte, submetido a um processo de socialização 
para que o homo ferus possa ser domado. 
Ex: Analogia do Incrível Hulk 
Instituições – São espaços sociais de convivências. A primeira e mais importante é a família. 
 
Normas – São integrantes do sistema de controle social, elas orientam o comportamento 
socialmente aceito pela sociedade, são instâncias do “dever ser”. Na hipótese de uma infração 
elas orientam a sanção a ser aplicada. São abstratas “dever ser” e não se confundem com o 
mundo real/concreto “mundo do ser”. 
Existem 2 (dois) Tipos de Normas - (TÉCNICAS X ÉTICAS) 
1º Normas Técnicas – São normas sociais que disciplinam o comportamento humano de modo 
neutro priorizando a otimização dos resultados. Não há carga valorativa nem vinculação com 
ideia de justiça. A Técnica é cega, neutra e está comprometida com o resultado. 
EX: Curso de Tiro 
- O individuo faz o curso e aprende a atirar, uma semana depois briga com a esposa, dispara 
contra ela e acerta a cabeça. Do ponto de vista da Técnica... Boa técnica. Ele Utilizou as normas 
que regem a conduta de utilização da arma, como deve ser posto o projétil, como dever ser 
feito a mira, como deve ser apertado o gatilho, etc. 
OBS.: (Os fins justificam os meios). 
2º Normas Éticas – São normas que regulam o comportamento humano priorizando a busca 
de meios socialmente legitimo para a realização de fins, tendo em vista a orientação do 
comportamento qualificado como justo e comprometido com o respeito da dignidade da 
pessoa humana. 
EX: Curso de Tiro 
- O individuo faz o curso e aprende a atirar, uma semana depois briga com a esposa, ele pensa 
em atirar, mas por conduta moral e ética escolhe outro caminho mais justo e compatível com a 
dignidade dele e da esposa, mover uma ação de divórcio por exemplo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução ao Estudo do Direito – IED 
Prof. Dr. Ricardo Maurício 
 
Edi Franco 
3º Aula – 17/08/16 
 
Existem 3 (três) Tipos de Normas Éticas: (ETIQUETA OU CORTESIA X MORAIS X JURÍDICAS) 
1º Norma de Etiqueta ou Cortesia – São Normas que regulam aspectos éticos secundários da 
vida social, pois se referem a hábitos de educação no trato com as pessoas e as coisas. 
A violação as normas de etiquetas configuram a chamada descortesia, a qual deve ser 
sancionada através da imposição de uma sanção difusa: Sanção espontânea, porque não estão 
predeterminadas no sistema normativo e plural que brota da opinião pública, ou seja, todo e 
qualquer ator social pode aplicar ao infrator. 
EX: Pedido de autografo no livro negado pelo professor a uma aluna em plena sala de aula. 
- Haveriam diversos tipos de manifestações recriminando a atitude do professor. 
2º Normas Morais – São normas éticas que regulam valores mais relevantes para a 
convivência humana, quando comparadas, as normas de etiqueta. 
O descumprimento da Norma Moral configura uma imoralidade que deve ser também punida 
através de uma sanção difusa. 
EX: Decálogo bíblico (Os dez mandamentos da bíblia). 
OBS.: Não matarás, um dos 10 mandamentos bíblicos, é uma proibição moral e ao mesmo 
tempo jurídica. 
3º Normas Jurídicas – Constituem os chamados mínimo ético, pois o direito está situado na 
última barreira do sistema de controle social (se as normas morais e a etiqueta não “derem 
certo” o Direto entra). 
EX: Código Penal 
A ofensa às normas Jurídicas configura a chamada ilicitude, a mais grave forma de infração 
ética. 
Nas sociedades ocidentais atuais a sanção jurídica apresenta uma natureza organizada: Uma 
sanção é predeterminada e aplicada em regime de monopólio pelo estado. 
 
Observações Finais: 
●As Normas Éticas variam no tempo e no espaço (diversidade histórico-cultural). 
Diferentemente das Normas Técnicas as quais perpassam o tempo e o espaço. 
EX: O uso da navalha para barbear (Norma Técnica). 
EX: No Art. 5º da CF/88 institui-se a igualdade entre os sexos já na CF da Arábia Saudita as 
mulheres são preteridas. (Normas Éticas e Morais). 
●Existem exceções autorizadas pela ordem jurídica que conferem ao particular a possibilidade 
da aplicação de sanções jurídicas, e consequentemente o uso da força (Art. 23 Cód Penal – 
Legítima Defesa). 
EX: Um individuo parte para cima de um segundo com uma faca e para se defender o segundoacerta – o no pescoço. Ele vai ser indiciado por homicídio, mas poderá invocar a excludente da 
legitima defesa. Ela também poderá ser invocada quando o agente defende um bem jurídico 
alheio como no caso do cunhado de Ana Hickmann. 
EX: Estado de necessidade Art. 23 Cód. Penal. Duas pessoas e um único bote em um naufrágio, 
uma das pessoas mata a outra para sobreviver. 
●A maioria dos comportamentos humanos são lícitos e somente uma minoria pode ser 
enquadrada como ilícitos (tudo que não esta juridicamente proibido, está juridicamente 
permitido – Hans Kelsen). 
●A descortesia e a imoralidade são na maioria das vezes comportamentos lícitos. 
 
3 – Direito X Moral - (critérios Distintivos): 
 
1º Bilateralidade X Unilateralidade 
2º Heteronomia X Autonomia 
3º Exterioridade X Interioridade 
4º Maior Coação X Menor Coação 
5º Maior Coerção X Menos Coerção 
6º Sanção Organizada X Sanção Difusa. 
 
1º Bilateralidade X Unilateralidade – Afirma-se que o Direito é Bilateral, pois as noras jurídicas 
disciplinam necessariamente relações intersubjetivas, o que torna possível exigir-se 
institucionalmente o cumprimento de um dever jurídico, por sua vez, as Normas Morais são 
Unilaterais, pois seus preceitos se dirigem ao individuo isolado, não sendo possível, portanto, 
exigir-se institucionalmente o cumprimento de um dever Moral. 
EX: Contrato de locação de imóvel - (Direito Contratual). 
Bilateralidade – Locador que tem o Direito de Propriedade, pois é o dono do imóvel e locatário 
que tem entre outros o dever de pagar o aluguel (sujeito ativo X sujeito passivo). 
Neste sentido, o sujeito ativo poderá sempre, ao exercer o seu direto subjetivo, exigir 
institucionalmente o cumprimento de um dever jurídico pelo sujeito passivo. 
Unilateralidade – Por outro lado as Normas Morais são unilaterais, pois referem-se a 
consciência individual, não podendo ser exigida institucionalmente por terceiros. 
2º Heteronomia X Autonomia – Afirma-se que o direito é Heterônomo porque seus os 
preceitos são obrigatórios, impostos aos agentes sociais e independem da vontade dos 
destinatários. 
EX: Art 14 CF/88 estabelece a obrigatoriedade do voto. 
Heteronomia – Todos os brasileiros maiores de 18 anos são obrigados a votar. 
Autonomia – As Normas Morais são autônomas porque os seus preceitos são escolhidos 
livremente pelos seus agentes. 
3º Exterioridade X Interioridade – O Direto é exterior porque as normas jurídicas para 
incidirem necessitam de um comportamento materializado no mundo dos fatos. Por outro 
lado, as normas morais regulam a dimensão interna da consciência ética independentemente 
da realização de um comportamento no mundo exterior. 
EX: Direito Penal 
Exterioridade – Não se pune o cogitatio criminis ou cogitação do crime, se o agente estiver 
pensando em matar alguém do ponto de vista penal não é crime até que ele tente executar. 
Latim Citação: Cogitatio Criminis (Cogitação do crime). 
OBS.: Exceto para a Lei de Anti Terrorismo no Brasil que é anticonstitucional, pois ela prevê a 
punição para o ato preparatório. 
Interioridade – O indivíduo pensa em matar alguém, fica com a consciência pesada, não 
consegue dormir e se arrepende antes do consumar o fato. 
 
4º Maior Coação X Menor Coação – Coação é a manifestação concreta da força que traduz a 
imposição de um castigo através de uma sanção ética. No ocidente o Direito costuma ser mais 
coativo que a moral, pois as sanções jurídicas impõem um constrangimento pessoal e 
patrimonial muito mais intenso. 
EX: 
Maior Coação – A polícia usar o cassetete para controlar uma manifestação em praça pública 
(Const. pessoal). Execução fiscal, o sujeito sonega imposto e tem que pagar o valor devido 
mais a multa em 100% (Const. Patrimonial). 
Menor Coação – A mãe dá uma palmada no filho para que ele arrume seu quarto (Const. 
pessoal). O pai retira a mesada da filha por mau comportamento (Const. Patrimonial). 
5º Maior Coerção X Menor Coerção – Coerção nada mais é do que a ameaça de imposição de 
um castigo, que gera receio e temor na mente dos agentes sociais. No ocidente o Direito é 
mais coercitivo que a Moral porque gera um medo maior de imposição de uma sanção Ética. 
OBS.: O Direito gera mais medo que a Moral. Coerção é a ação, direito, poder ligado as 
autoridades de coagir, reprimir. 
6º Sanção Organizada X Sanção Difusa – A Sanção Jurídica apresenta uma natureza 
Organizada, enquanto a Sanção Moral apresenta uma natureza Difusa. 
 
Introdução ao Estudo do Direito – IED 
Prof. Dr. Ricardo Maurício 
 
Edi Franco 
4º Aula – 24/08/16 
 
4 – Teoria dos Círculos Éticos: 
 Moral Moral Direito Moral Direito 
 Direito 
 
 Concêntricos Separados Secantes 
 
Trata – se da parte da teoria geral do direto que estuda o padrão de relacionamento existente 
entre o direito e a moral. Ao longo da evolução do pensamento jurídico 3 (três) concepções 
foram oferecidas cronologicamente: 
1º Fase: Círculos Éticos Concêntricos – Trata-se da primeira forma de enxergar a relação do 
Direito com a Moral (Idade Antiga e Idade Média). O direito foi concebido como um mero 
apêndice do mundo moral (núcleo da moralidade), tal concepção foi desenvolvida por conta 
da grande influência do Jusnaturalismo (doutrina dos direitos naturais). 
OBS.: No Jusnaturalismo acreditava-se que o ser humano nasceria com direitos inatos, com 
código de moralidade universal. 
Crítica – Embora tal concepção tenha o mérito de demonstrar a relação entre o direito moral e 
justiça, ela pode ser criticada, pois nem sempre o direito e a moral tratam da mesma forma o 
comportamento humano. 
EX.: O aumento dos vencimentos dos ministros do STF em um momento de crise econômica 
no Brasil, se aprovarem a lei teremos uma conduta validada pelo Direito, mas condenada pela 
Moral. 
2º Fase: Círculos Éticos Separados – Trata-se da segunda fase do pensamento jurídico sob a 
influência do positivismo jurídico, o Direito foi afastado da Moral. As Normas Jurídicas se 
tornaram instrumento do estado, enquanto que as normas morais foram associadas mais ao 
campo social. 
Sustentava-se uma postura dogmática segundo a qual o Direito não poderia se contaminar 
com a subjetividade Moral dos juristas. Tal visão foi hegemônica desde o século XVI até a 
primeira metade do século XX. 
OBS.: No Positivismo a única resposta correta e racional seria a resposta obtida através da 
ciência, a qual teria que se basear pela análise objetiva e neutra dos fatos. 
Crítica – Embora essa concepção possa ser considerada adequada para a manutenção da 
segurança jurídica, o dogmatismo na aplicação do direito pode resultar na realização de 
profundas injustiças. 
EX.: A legalidade de um Nazismo. 
3º Fase: Círculos Éticos Secantes – Trata-se da concepção dominante no mundo ocidental 
contemporâneo. Após a segunda grande guerra mundial, por força do Pós-positivismo Jurídico 
ocorreu um processo de internacionalização dos direitos humanos, os quais reaproximaram a 
esperança jurídica da esfera Moral (reencontro com a ideia de justiça). 
OBS.: No Pós-positivismo critica-se o Positivismo e acredita-se que o conhecimento humano é 
baseado em conhecimentos hipotéticos. Suas suposições estão asseguradas por uma série de 
garantias que podem ser mudadas em consequência dos fatos. 
Crítica – Embora essa concepção tenha o mérito de reaproximar o Direito Moral de Justiça, 
reconhecendo uma zona de convergência e zonas autônomas, abre-se um risco para uma 
diluiçãodo Direito no mundo moral e vice versa, com os riscos do decisionismo judicial e da 
insegurança jurídica. 
Ex: Abandono afetivo da vara de família. 
- Um pai se divorcia da mãe e não participa da vida do filho, os juízes começaram a entender 
que seria possível exigir juridicamente dos pais o amor, o carinho e afeto. Condenando ao 
pagamento de valores a ausência e falta destes sentimentos afetivos. 
 
5 – Atributos da Norma Jurídica: 
1º Validade 
2º Vigência 
3º Vigor 
4º Eficácia 
5º Legitimidade 
 
●Constituição 
●Legislação 
●Administrativas 
●Contratos/Testamentos e Decisões Judiciais 
 
 Competência 
 Formal Procedimento 
Validade Material Conteúdo 
V
A
L
I
D
A
D
E 
1º Validade – É a adequação vertical de uma norma jurídica inferior com uma norma jurídica 
superior. Para identificar a validade normativa, costuma-se utilizar a pirâmide normativa 
formulada por Hans Kelsen. Grosso modo, a norma jurídica inferior só será válida se for criada 
conforme a norma jurídica superior, (Hierarquização das normas jurídicas). 
 EX: A lei da copa proibindo todo e qualquer tipo de manifestação política. Uma clara violação 
a liberdade de manifestação e pensamento, baseado neste fato o juiz concedeu uma liminar e 
declarou a lei inconstitucional. 
 
Tipos de Validades: 
1 - Validade Formal – Diz respeito a forma que a norma jurídica superior prescreve para a 
criação de uma norma jurídica inferior. Compreende tanto o requisito da competência 
(habilitação dada a um órgão para criar a norma inferior), como também o requisito de 
procedimento (conjunto de ritos que devem ser observados para a criação da norma inferior). 
1.1-Competência – Refere-se à habilitação dada a um órgão para criação de uma norma 
jurídica inferior. 
EX: CF/88 Art. 22 Inc. I – Estabelece que o Congresso Nacional é o órgão que tem a 
competência para legislar em matéria penal. No caso do Impeachment é o Senado. 
1.2-Procedimento – Refere-se ao conjunto de ritos que devem ser observados para a criação 
da norma jurídica inferior. 
EX: CF/88 Art. 59 a 69 – encontra-se o processo legislativo, onde mostra as fases do processo 
legislativo. 
2 - Validade Material – Referem-se ao conteúdo das normas jurídicas inferiores que devem ser 
compatível com o conteúdo da norma superior. 
EX: CF/88 Art. 170 – Prevê o principio da proteção ao consumidor. Em 1990 foi criado o Cód. 
de Defesa do Consumidor com base na CF/88, logo o Cód. é materialmente válido. 
EX: CF/88 Art. 5 – Não permite a lei de pena de morte, portanto se o presidente sancionasse 
tal possibilidade, esta lei não seria materialmente válida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução ao Estudo do Direito – IED 
Prof. Dr. Ricardo Maurício 
 
Edi Franco 
5º Aula – 31/08/16 
 
2º Vigência – É o tempo de validade da norma jurídica. 
 
Tipos de Vigência: 
1 - Determinada – Normas que estabelecem previamente o término de sua validade. Estão 
submetidas ao fenômeno da Caducidade: 
EX: As Medidas Provisórias que sempre tem o prazo de 60 dias conforme estabelecido na 
CF/88, podendo ser prorrogada por mais 60 dias. 
1.1-Caducidade – É o fenômeno normativo que se manifesta quando há a finalização do prazo 
da norma de vigência determinada. 
EX: A Medida Provisória caduca depois de 60 dias se não for prorrogada ou convertida em lei. 
2 - Indeterminada – Normas que não preveem o término de sua vigência, ou seja, sua 
validade. 
EX: Constituição Federal de 1988. A maioria das leis e códigos são de vigência indeterminada. 
2.1-Revogação – É o fenômeno normativo que se manifesta toda vez que uma norma de 
vigência indeterminada é substituída por outra norma jurídica, de igual ou superior hierarquia, 
que trata do mesmo tema de modo diverso. 
OBS.: Para que se tenha a revogação é necessário que haja a convergência de 3 (tês) 
elementos. 
●Precisa ter a mesma ou superior hierarquia; 
 EX: Um Ato ADM não pode revogar uma Lei, uma Lei não revoga a CF/88. 
●Precisa tratar do mesmo tema; 
●Precisa tratar do mesmo tema de modo diverso; 
 
 
 
 
Tipos de Revogação: 
1º Revogação Total; 
2º Revogação Parcial; 
3º Revogação Expressa; 
4º Revogação Tácita; 
 
2.1.1º-Revogação Total – É aquela que ocorre toda vez que os dispositivos normativos são 
totalmente modificados pelo advento de uma nova norma jurídica. 
EX: O Código Civil de 2002 revogou totalmente o Código Civil de 1916. 
2.1.2º-Revogação Parcial – Ocorre toda vez que, um novo diploma normativo altera apenas 
algumas disposições normativas anteriores. 
EX: O Código Civil de 2002 que revogou parcialmente a parte 1º do código comercial de 1850 
(Sociedades Comerciais). 
2.1.3º-Revogação Expressa – Ocorre toda vez que a nova norma modifica textualmente a 
norma jurídica anterior. 
EX: O Código Civil de 2002 Art. 2.045 revogou expressamente o Código Civil e o Código 
Comercial. 
2.1.4º-Revogação Tácita – É uma revogação não expressa que se manifesta toda vez que, 
verifica-se uma incompatibilidade lógica de uma norma jurídica anterior com uma norma 
jurídica posterior. 
EX: A Revogação Tácita da antiga Lei de Impressa criada na época da Ditadura Militar pela 
CF/88 Art 220, por conta da censura. Exige uma sensibilidade hermenêutica do Direito. 
 
●Revogação ≠ Repristinação: 
Repristinação – É a restauração dos efeitos jurídicos de uma norma revogada pela revogação 
da norma revogadora. No direito brasileiro o fenômeno da repristinação é permitido, desde 
que ocorra de modo expresso (Vide Art. 2 da LINDB - Lei de Introdução as Normas do Direito 
Brasileiro). 
EX: Embora não seja frequente, é possível encontrar exemplos de repristinação expressa de 
leis no direito tributário brasileiro (isenções fiscais). 
 
●Vigência ≠ Incidência: 
Incidência – O fenômeno da incidência não pode ser confundido com o fenômeno da vigência 
embora haja pontos comuns. 
Incidência é o fenômeno normativo que designa a relação entre o momento da publicação da 
norma e o momento de inicio da sua vigência. Existem 2 (dois) tipos de Incidência. 
Tipos de Incidência: 
1º Norma de Incidência Imediata – Quando ela inicia sua vigência no momento da publicação. 
EX: A CF/88 foi publicada em 05/10/1988, no mesmo dia foi publicada no Diário Oficial da 
União e no mesmo dia iniciou sua vigência. Não houve um lapso temporal de Vacatio Legis. 
2º Norma de Incidência Mediata – Quando a norma inicia sua vigência após a publicação, 
prevendo-se um prazo de Vacatio Legis que é o prazo de vacância normativa. 
Latim Citação: Vacatio Legis (Vacância da Lei / Lei Vaga). 
EX: Cód. Processo Civil foi publicado em março de 2015, mas apenas iniciou sua vigência em 
março de 2016, ou seja, teve 1 (um) ano de Vacatio Legis. 
OBS.: A Vacatio Legis é importante para que haja a adaptação da sociedade, da comunidade 
jurídica, etc. Em caso de incidência das leis, o Art. 1º da LINDB traz valiosa contribuição para o 
estudo do tema. Tal dispositivo estabelece que, no silêncio da lei a cerca da incidência, será ela 
considerada uma lei de incidência Mediata, com um prazo de 45 dias de Vacatio Legis para os 
brasileiros em solo nacional, bem como de 3 meses para os brasileiros que estejam 
domiciliados no exterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução ao Estudo do Direito – IED 
Prof. Dr. Ricardo Maurício 
 
Edi Franco 
6º Aula – 14/09/16 
 
3º Vigor – É a força vinculante da norma jurídica que traduz o princípio de que o tempo rege o 
ato. 
OBS.: Vigor = Força Vinculante. 
Latim Citação: Tempus Regit Actum (O Tempo Rege o Ato). 
 
2001 2002 2003 2004 
 Cód. Civil 1916 Novo Cód. Civil 
 
José ContratoMaria Vacatio Legis 
 
 Ação Judicial DECISÃO 
OBS.: Pra essa decisão o Código Civil a ser utilizado será o de 1916. 
Esta sistemática do Vigor é uma decorrência do princípio de que o tempo rege o ato, que se 
apresenta como uma dimensão da segurança jurídica. Daí advém uma importante 
consequência: A irretroatividade das leis e das normas jurídicas em geral. 
●Exceções: Existem importantes exceções a sistemática do vigor, as mais importantes são 
encontradas no Direito Penal (a lei penal retroage para alcançar situações do passado caso 
beneficie o réu), e no Direito do Trabalho (a lei trabalhista retroage para alcançar 
trabalhadores caso beneficie a classe laboral. 
EX: O indivíduo é surpreendido em uma blitz e flagrado com uma significante quantidade de 
Cannabis Sativa (maconha), é conduzido a uma delegacia e instaurado um inquérito de tráfico 
de drogas e condutas afins Art. 33 Lei de Tóxicos. Neste intervalo de tempo o Congresso 
aprova a legalização do uso da Cannabis. O advogado então atravessa uma petição informando 
que a conduta pelo qual se motivou o processo deixou de ser qualificado como crime, logo 
requero a extinção do processo. O processo será extinto, pois beneficiará o réu. 
 
 
 
4º Eficácia – É a possibilidade concreta de produção de efeitos jurídicos. Existem 2 (dois) tipos 
de eficácia a Social e a Técnica. 
 Social (Efetividade) 
Eficácia 
 Técnica (Aplicabilidade) 
 
4.1-Eficácia Social ou de Efetividade – Trata-se da adequação da norma jurídica aos fatos da 
realidade social. Norma jurídica efetiva é aquela cujo os preceitos são observados pelos 
agentes sociais. 
EX: A prisão civil pela falta de pagamento de pensão alimentícia (Art. 5º CF/88). 
EX: Por outro lado a pratica do Jogo do Bicho é um exemplo de falta de efetividade. 
 
4.2-Eficácia Técnica ou Aplicabilidade – Trada-se da relação existente entre duas normas 
jurídicas. 
●Será aplicável a norma jurídica se ela não necessitar da criação de outra norma jurídica para 
produzir os seus efeitos. 
EX: Art. 18 1º CF/88. Institui que Brasília é a Capital Federal 
●Caso a norma jurídica necessite da criação de outra norma jurídica para produzir os seus 
efeitos, não terá ela aplicabilidade. 
EX: Art. 153 Inc. 7 CF/88. Prevê ao Congresso instituir imposto sobre grandes fortunas nos 
termos de lei complementar. 
 
4º Legitimidade – É a adequação axiológica ou valorativa da norma jurídica. Será considerada 
legitima aquela norma que a sociedade qualificar como justa, através do entendimento 
majoritário de seus integrantes em um dado contexto histórico cultural. 
EX: A Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar nº 135/10). 
Legitimidade ≠ Efetividade: 
OBS.: Não se pode confundir legitimidade com efetividade, pois uma norma pode ser 
considerada efetiva, mas sem legitimidade. 
EX: A antiga Legislação Tributária da CPMF (Contribuição Provisória/Permanente sobre 
Movimentação Financeira). 
Como também a norma pode ser considerada legitima, embora desprovida de efetividade. 
EX: Estatuto do Idoso. 
 
 
6 – Classificação das Normas Jurídicas: 
 
6.1-Quanto ao Sistema: (Normas Internas, Normas Estrangeiras). 
6.1.1-Normas Internas – São normas que interagem com o Direito Internacional de um dado 
Estado Soberano. 
EX: A Constituição Federal de 1988. 
6.1.2-Normas Estrangeiras – São normas criadas fora dos limites nacionais de um Estado 
Soberano, no âmbito da sociedade internacional. 
EX: Tratado de Assunção firmado em 1991 entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai criando 
o Mercosul. 
OBS.: 
●No Direito Internacional verifica-se a aplicabilidade direta e imediata das normas de Direito 
Interno (principio da soberania). 
●No Direito Comunitário verifica-se a aplicabilidade direta e imediata das normas comunitárias 
(supranacionalidade e soberania compartilhada). 
 
6.2-Quanto a Relação com a Vontade das Partes: (Cogentes, Dispositivas). 
6.2.1-Normas Cogentes – São normas que impõem preceitos obrigatórios, 
independentemente da vontade das partes. 
EX: Obrigatoriedade do voto prevista no Art. 14 CF/88. 
6.2.1-Normas Dispositivas – São aquelas normas jurídicas que preveem a possibilidade de 
modulação dos seus efeitos pela vontade das partes. 
EX: As normas do Cód. Civil sobre os regimes patrimoniais do casamento. 
 
6.3-Quanto a Relação das Normas Entre Si: (Primárias/Conduta, Secundárias/Organização). 
6.3.1-Normas Primárias ou Norma de Conduta – São normas que regulam diretamente o 
comportamento humano, seja para permiti-lo, seja para proibi-lo. 
EX: A norma do Art. 121 do Cód. Penal que tipifica o crime de homicídio. Proibição. 
6.3.2-Normas Secundárias ou Normas de Organização – São aquelas normas jurídicas que 
regulam o processo de criação, interpretação e aplicação de outras normas jurídicas, 
alcançando indiretamente o comportamento humano. 
EX: Art. 1º LINDB (Lei de Introdução do Direito Brasileiro). 
 
 
6.4-Quanto a Sistematização Legal: (Codificadas, Consolidadas, Espaças). 
6.4.1-Normas Codificadas – São leis dotadas de grande generalidade e de coerência lógica que 
regulam amplos setores da convivência hunana na sociedade. 
EX: Cód. Civil Brasileiro. 
OBS.: O Século XIX e a primeira metade do século XX constituíram a era das grandes 
codificações. 
EX.: Código Napoleônico de 1804, Código Alemão BGB de 1896. 
6.4.2-Normas Consolidadas ou Consolidações – São leis que surgem da reunião de diplomas 
legislativos preexistentes, não apresentando o mesmo grau de sistematização lógica dos 
códigos. 
EX.: CLT – Consolidação das Leis Trabalhista. CLPS – Consolidação das Leis da Previdência Social 
6.4.2-Normas Espaças ou Extravagantes – São leis que tratam de setores mais específicos da 
convivência humana, criando os microssistemas jurídicos. 
EX.: Lai Maria da Penha 11.340, Estatuto da Criança e do Adolescente, Estatuto do Idoso. 
OBS.: Depois da Segunda Grande Guerra ocorreu um processo de descodificação com a 
formação destes microssistemas legislativos.

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