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Manual de Semiologia Ortopédica 2015.pdf

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2015 
 
MANUAL DE SEMIOLOGIA 
ORTOPÉDICA NO TRAUMA 
Curitiba-PR 
 
 
 1 
 
 
 
 
2ª edição 
 
 
 
 
 
 
MANUAL DE 
SEMIOLOGIA ORTOPÉDICA 
NO TRAUMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA-PR 
2015 
 
 
 2 
 
Médicos ortopedistas colaboradores 
 
Adilson Seidi Sugiura 
Armando Secundino 
Bruno Bonacin Moura 
Christiano Uliana Saliba 
Dalton Berri 
Ed Marcelo Zaninelli 
Elias Marcelo Batista da Silva 
Francisco Assis Pereira Filho 
Gabriel Paulo Skroch 
Giro Alberto Yoshiyasu 
Gisele Schelle 
Guilherme F. G. Gonzalez 
Ivan C. Folmann 
Jamil Faissal Soni 
João Luiz Vieira da Silva 
José Tarcio de Campos 
Leonardo Dau 
Luiz Fernando Bonaroski 
Marcel Benatto 
Marcelo Abagge 
Marcelo Zaia Oliveira 
Marcio Moura 
Mauro Albano 
Orli José Néri 
Renato Raad 
Roberto Luiz Sobania 
Sergei T. Fisher 
Sergio Skrobot 
Túlio César de Barros 
Xavier Soler i Graels 
Weverley Rubele Valen 
 
 
Residentes e voluntários colaboradores 
 
Alynson Larocca 
Ayrton Andrade Martins Neto 
Clarissa F. S. Filla 
Cyro Camargo Neto 
Daniel Gabardo 
Diego Pereira Santos 
Eduardo Gomes da Rocha 
Fabiano Rogério Palauro 
Fabiola Morosini 
Gabriel Riffel 
Heloisa Zimmermmann Faggion 
José Marcos Lavrador Filho 
Lucas D’Amico 
Rodrigo Galera 
Thiago Casas 
Thiago Fuchs 
Thiago Kitanishi 
Victor Hugo Ramos 
Vagner Messias 
 
E Voluntários da Ortopedia (2009-2014) 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
 
 
 
Prefácio 
 
 
Com pouco mais de 10 anos de funcionamento, o pronto-socorro do Hospital do Trabalhador tornou-se um dos 
mais importantes centros de atendimento ao paciente vítima de trauma em nosso estado e país. 
O vínculo direto com a Universidade Federal do Paraná traz o suporte científico que, aliado à qualidade técnica e ao alto 
nível de conhecimento dos integrantes do serviço de ortopedia e traumatologia, transformam este em um grande centro 
de atendimento médico e, principalmente, de ensino em todos os níveis desde a graduação até a residência médica e 
pós-graduação. 
O serviço de ortopedia participa da formação direta de residentes não só do Hospital de Clínicas mas também da 
Santa Casa de Misericórdia e Clínica XV. Participa também dos cursos de especialização em Coluna, Joelho e Medicina 
Esportiva, Quadril e Trauma Ortopédico da Universidade Federal do Paraná. Além disto, atua na formação dos estudantes 
de medicina da UFPR através das disciplinas de APH e Urgências Cirúrgicas e dos estudantes de outras universidades na 
orientação no Pronto-Socorro. 
Certamente um dos pontos altos do serviço está na relação de ensino com o Voluntariado em Trauma Ortopédico 
e a realização deste manual é uma prova disto. 
Parabéns aos médicos do serviço e aos integrantes do Voluntariado em Trauma Ortopédico. 
 
 
Marcelo Abagge 
Chefe do Serviço de Ortopedia do Hospital do Trabalhador 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
 
 
 
Introdução 
 
 
 Caros colegas, é com enorme satisfação que apresentamos a segunda edição deste manual. Ele é resultado do 
trabalho e dedicação de muitos e esperamos que em breve alguns de vocês possam contribuir para torná-lo ainda me-
lhor. 
 Este guia tem como propósito demonstrar alguns princípios da semiologia ortopédica. O estudo dos sinais e sin-
tomas tem uma importância particular na ortopedia, uma vez que a partir de um bom exame clínico é possível diagnosti-
car grande parte das afecções, além de colaborar de maneira decisiva para definir o tratamento e o prognóstico. 
 A alta prevalência e incidência de enfermidades do aparelho locomotor torna esses conhecimentos essenciais à 
formação de todo profissional de saúde, em especial na área médica. Este manual foi idealizado e forjado como base do 
IX Curso de Imobilizações e Semiologia Ortopédica e hoje disponibilizamos para toda a comunidade para que o conheci-
mento se espalhe de vasta forma. 
 A Liga Acadêmica de Ortopedia e Traumatologia do HT (LAOT), espera que todos vocês aproveitem essa oportu-
nidade ao máximo. Lembramos que a LAOT e o voluntariado da ortopedia estão disponíveis e aguardando todos que por-
ventura tiverem interesse em fazer parte desse importante e reconhecido local de aprendizado que é o Hospital do Tra-
balhador. 
 Bom curso e boa leitura! 
 
 
Gabriel Bonato Riffel 
Coordenador da LAOT-HT (2008-2010) 
Eduardo Gomes da Rocha 
Coordenador da LAOT-HT (2014) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
Sumário/Link para os capítulos 
 
Princípios básicos, página 6 
Semiologia da Coluna, página 13 
Semiologia do Ombro, página 23 
Semiologia do Cotovelo, página 31 
Semiologia da Mão e do Punho, página 37 
Semiologia do Quadril, página 44 
Semiologia do Joelho, página 52 
Semiologia do Tornozelo e Pé, página 60 
Semiologia Pediátrica, página 67 
Semiologia do Trauma Raquimedular, página 71 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
 
 
Princípios básicos 
 
 
Dr. Dino Kussakawa 
Dr. Luiz Fernando Bonaroski 
José Marcos Lavrador Filho (Voluntário em trauma ortopédico) 
 
 
1. Termos básicos em ortopedia 
 
Abdução: movimento de uma parte do corpo se afastando da linha média. 
Adução: movimento de uma parte do corpo na direção da linha média 
Anquilose: rigidez acentuada de uma articulação secundária a uma união óssea, cartilagem ou tecido conjuntivo. Tipicamente observada em uma 
articulação afetada por artrite em estágio terminal. 
Antálgico: que evita a dor. “Marcha antálgica” é um termo comumente utilizado que descreve a deambulação afetada por lesão às extremidades 
inferiores e condição artrítica. O lado afetado apresenta uma fase de apoio encurtada. 
Artrodese: procedimento cirúrgico que funde uma articulação. A essência do procedimento é a excisão do restante da cartilagem articular seguida 
pelo posicionamento e fixação dos ossos de modo a promover o crescimento ósseo através da articulação. Uma artrodese bem sucedida elimina o 
movimento, gera alívio da dor e estabiliza a articulação. 
Artroplastia: procedimento cirúrgico para mobilizar uma articulação. A artroplastia total tipicamente é realizada através da remoção das superfícies 
artríticas em ambos os lados da articulação, substituindo-se por implantes. 
Cápsula articular: tecido fibroso que circunda uma articulação. 
Cavo: altura excessiva do arco longitudinal do pé. 
Cifose: curvatura posterior da coluna. Pode ser fisiológica ou patológica 
Cominução: fratura que apresenta mais de dois fragmentos. 
Côndilo: um processo arredondado na extremidade de um osso longo. 
Consolidação viciosa: consolidação de uma fratura em uma posição inaceitável. 
Contração: encurtamento de um músculo para gerar movimento articular (fisiológico). 
Contratura:encurtamento fixo de um músculo, ligamento e/ou cápsula articular que resulta de uma lesão, doença ou imobilização prolongada (pato-
lógico). 
Diáfise: a parte central ou eixo de um osso longo. 
Distensão: ruptura parcial de um músculo, geralmente na junção músculo-tendínea. 
Entorse: uma ruptura parcial ou completa de um ligamento. 
Eqüino: posição de flexão plantar do tornozelo. 
Escoliose: curvatura lateral da coluna. 
Espondilólise: defeito unilateral ou bilateral na parte interarticular. Se for bilateral, pode levar a uma espondilolistese. 
Espondilolistese: um deslizamento ou subluxação de um corpo vertebral em relação ao corpo vertebral abaixo. O deslizamento pode ser anterior, 
posterior ou lateral. 
Fise: a placa de crescimento. Tecido cartilaginoso especializado entre a metáfise e a epífise de ossos longos de crianças. Gera crescimento longitudi-
nal ao osso. 
Fratura: uma solução de continuidade traumática do osso. 
Fratura exposta: quando há comunicação entre o osso e o meio externo. Pode ser através de uma lesão de pele puntiforme até esmagamentos com 
perda muscular. 
Fratura fechada: uma fratura que não rompe a pele. 
 
 
 7 
Fratura-luxação: a fratura de um osso associado à luxação de sua articulação adjacente. 
Galho verde: uma fratura incompleta que rompe somente um dos lados do osso. Este tipo de fratura é observado em crianças devido à maior plasti-
cidade de seus ossos. A cortical rompida está sob tensão no lado da lesão. 
Geno: joelho. 
Hálux: primeiro dedo do pé. 
Impactada: uma fratura na qual um fragmento é comprimido de encontro ao outro, conferindo um grau de estabilidade. 
Ligamento: tecido colagenoso especial que liga dois ossos. Os ligamentos atuam na estabilização das articulações. 
Luxação: ruptura completa no relacionamento normal de dois ossos que formam uma articulação. A direção da luxação é descrita pela posição do 
osso distal. Por exemplo, em uma luxação anterior do ombro o úmero está luxado anteriormente à escápula. 
Menisco: uma estrutura fibrocartilaginosa interposta entre cartilagens articulares que atua como um amortecedor de proteção. No joelho, os menis-
cos medial e lateral são estruturas semicirculares, em formato de cunha, na periferia da articulação que diminuem os estresses através da superfície 
articular do joelho durante a deambulação ou a corrida. 
Metáfise: a porção alargada de um osso longo. Em adultos, a metáfise está localizada na região adjacente a uma articulação. Em crianças, a porção 
alargada de osso inclui a epífise, a fise e a metáfise. 
Mielopatia: um estado patológico da medula vertebral causado por compressão ou por um processo patológico. 
Não-união (pseudo-artrose): falha de fusão de uma fratura ou osteotomia. 
Neuropatia: uma condição anormal envolvendo um nervo periférico. 
Osteomielite: infecção do osso. 
Osteotomia: procedimento cirúrgico no qual o osso é cortado e realinhado. 
Pes planus (pé plano): achatamento do arco longitudinal do pé. O pé plano valgo é um pé plano associado a um calcanhar em valgo. 
Plantar: relativo à sola do pé. 
Pseudo-artrose: uma falsa articulação produzida quando uma fratura ou artrodese não consolidam. 
Redução aberta: um procedimento cirúrgico aberto no qual as relações normais são restauradas para um osso fraturado ou articulação luxada. 
Redução fechada: manipulação de uma fratura ou luxação para a restauração de um alinhamento aceitável. Não é feita nenhuma incisão. 
Retardo de consolidação: um atraso na consolidação normal de uma fratura. Um retardo de consolidação pode progredir para uma pseudo-artrose, 
ou o reparo continuado pode progredir para uma união óssea sólida. 
Sinóvia: a fina membrana de tecido que reveste uma cápsula articular. Ela se prende ao osso na junção entre a cartilagem articular e o osso. 
Subluxação: uma perda incompleta na relação entre dois ossos que formam uma articulação. 
Tendão: um cordão de tecido colagenoso especializado que conecta o músculo ao osso. 
Tenossinóvia: a bainha ao redor de um tendão. 
Tenotomia: divisão cirúrgica de um tendão. 
Tuberosidade: uma elevação óssea ou protuberância que comumente é o local de inserção muscular ou tendinosa. A tuberosidade maior do fêmur é 
o local de inserção dos tendões do glúteo médio e mínimo. 
Valgo: angulação do osso distal que se afasta da linha média em relação ao osso proximal. Geno-valgo é uma deformidade que aproxima os joelhos. 
Varo: angulação do osso distal na direção da linha média em relação ao osso normal. Geno varo é uma deformidade em perna arqueada. 
 
2. Estrutura dos ossos 
 
Os ossos são responsáveis por diversas funções: servem de inserção para os músculos, conferem proteção para alguns órgãos, atuam comrreserva-
tórios de minerais para o corpo e ainda são um dos locais da hematopoiese. 
Os ossos apresentam-se em duas formas: 
 Ossos longos: formam-se por ossificação endocondral, com exceção da clavícula. Apresentam quatro partes: a epífise, a fise (placa de crescimen-
to), a metáfise e a diáfise. 
 Ossos planos: formam-se por ossificação intramembranácea. 
 
 
 8 
Microscopicamente os ossos também apresentam dois tipos: 
 Reticular: osso imaturo; normal em lactantes, também encontrado em calosidades e tumores. 
 Lamelar: osso maduro; bem organizado, com substâncias compacta e esponjosa normais depois de 4 anos de idade. 
Estruturalmente os ossos também apresentam uma divisão específica: 
 Cortical (compacto): 80% dos ossos, altamente organizado (osteons), irrigação sangüínea nos canais de Havers; o canal de Volkmann tem vasos que 
conectam os osteons (osteonas). 
 Esponjoso (trabecular): 20% dos ossos, estrutura em látice transversal, ciclo metabólico (turnover) ósseo mais elevado. 
 
 
3. Tipos de fratura 
 
3.1 Exposta vs fechada 
 
Na fraturas expostas a pele encontra-se aberta. Segundo Gustilo e Anderson elas são classificadas da seguinte maneira: 
 
Tipo I Ferida menor que 1 cm de comprimento. Não há evidência de contaminação profunda. 
Tipo II 
Ferida maior que 1 cm e menor que 10 cm de comprimento. Não há lesão extensa de 
tecidos moles. 
 
 
 9 
Tipo III 
a
A 
Ferida extensa (maior que 10 cm), em que as partes moles cobrem o osso. 
b
B 
Ferida extensa. Fragmentos ósseos expostos, desnudamento extenso do periósteo. Par-
tes moles não cobrem o osso. 
c
C 
Fratura exposta com lesão arterial que necessite reparo cirúrgico. 
 
 
3.2 Direção 
 
Segundo a direção, as fraturas podem ser classificadas em transversal, em espiral, oblíqua e cominutiva. 
 
 
 
3.4 Deslocamento (Desvio) 
 
As fraturas podem ser deslocadas ou não-deslocadas. Além disso a lesão na “placa” de crescimento classificadas por Salter-Harris da se-
guinte maneira: 
 
 
Tipo I: separação completa entre epífise e diáfise através da cartilagem 
calcificada (zona de crescimento) da “placa” de crescimento. Não há osso 
realmente fraturado; o periósteo pode permanecer intacto. Mais comum 
em recém-nascidos e em crianças pequenas. 
 
 
 
 10 
 
Tipo II: mais comum. A linha de separação estende-se parcialmente pela 
camada profunda da “placa” de crescimento e se estende pela metáfise, 
deixando uma parte triangularda metáfise ligada ao fragmento da epífise. 
 
 
Tipo III: incomum. Fratura intra-articular através da epífise, que cruza a 
zona profunda da “placa” de crescimento até a periferia. A redução aberta 
e a fixação, em geral, são necessárias. 
 
 
Tipo IV: a linha de fratura estende-se da face articular através da epífise, 
da “placa” de crescimento e da metáfise. Se o segmento fraturado não for 
realinhado perfeitamente com a redução aberta, podem formar-se pontes 
ósseas através da “placa” de crescimento, resultando em parada parcial do 
crescimento e em angulação articular. 
 
Tipo V: grande força de esmagamento transmitida através da epífise até a 
porção da “placa” de crescimento por pressão de abdução, adução ou 
carga axial. O deslocamento mínimo ou ausente dificulta o diagnóstico 
radiográfico; a “placa” de crescimento pode, todavia, sofrer lesão, resul-
tando em parada parcial do crescimento ou em deformidades por encur-
tamento e angular. 
 
 
Tipo VI: porção da “placa” de crescimento fragmentada ou cortada. A 
superfície lesada cicatriza pela formação de ponte óssea através da “placa” 
de crescimento, limitando o crescimento no lado afetado e resultando em 
deformidade angular. 
 
 
 
4. Estágios de consolidação da fratura 
 
4.1 Estágio da inflamação 
 
Logo após o impacto, forma-se hematoma em virtude do rompimento dos vasos sangüíneos intra-ósseos, periosteais e circundantes. O osso 
sofre necrose nas margens da fratura. Os leucócitos, macrófagos, mastócitos e fibroblastos infiltram o coágulo e começam a remover o osso morto. 
O mecanismo indutivo exato do processo de consolidação não é conhecido. 
 
4.2 Estágio de formação de calosidade (calo) mole 
 
Coágulo organizado pelas fibras de colágeno e por elementos vasculares. Ocorre neovascularização, mas a PO2 é baixa e o pH é ácido. Proli-
feram as células-mãe ósseas (osteoprogenitoras), os pré-osteócitos e os osteoblastos da camada osteogênica do periósteo e do endósteo. Os os-
 
 
 11 
teoblastos e condroblastos de origem mensequimal também aparecem no coágulo. Forma-se a calosidade mole, composta de osteóide, cartilagem e 
colágeno. 
 
4.3 Estágio de formação de calosidade (calo) dura 
O osteóide e a cartilagem da calosidade mole externa, periosteal e medular tornam-se mineralizados conforme são convertidos em osso fibroso 
(calosidade dura). 
 
4.4 Estágio de remodelação óssea 
 
A atividade osteoclástica e osteoblástica converte o osso fibroso em osso lamelar, com sistemas de Havers verdadeiros. Os contornos nor-
mais do osso são restaurados; mesmo a angulação pode ser parcial ou completamente corrigida. A PO2 volta ao normal. 
 
 
5. Síndrome compartimental 
 
 
A síndrome do compartimento é uma condição devastadora que ocorre quando a pressão em um espaço fascial fechado aumenta o suficien-
te para ocluir o fluxo sangüíneo capilar, causando a isquemia dos músculos e nervos dentro desse compartimento. Essa síndrome pode ser causada 
por uma variedade de fatores, como sangramento para um compartimento oriundo de uma lesão arterial, infiltração de líquidos, curativos muito 
apertados, edema do músculo causado por trauma, reperfusão após isquemia, queimaduras, pressão prolongada, elevação acentuada e prolongada 
da extremidade ou esforço excessivo. A síndrome do compartimento ocorre mais comumente na panturrilha e no antebraço, mas também pode 
ocorrer na coxa, nádegas, pés, mãos e braços. 
O diagnóstico precoce é essencial, porque o tratamento precoce restaura o fluxo sangüíneo e impede uma isquemia irreversível, que leva a 
uma necrose muscular e nervosa. Quando o paciente é capaz de se comunicar, o sinal mais precoce, mais consistente e mais confiável é uma dor 
profunda, constante e um tanto quanto vaga, mas progressiva, que é desproporcional à lesão e não responde às doses normais de medicamentos 
para a dor. A dor é exacerbada pela distensão passiva dos músculos envolvidos. Por exemplo, a flexão plantar do tornozelo ou dos pododáctilos 
aumenta a dor quando o compartimento anterior da perna está envolvido. O compartimento geralmente está duro ou tenso ao toque, especialmen-
te quando comparado com o membro contralateral; a pele fica tensa e brilhosa, não podendo ser enrugada. Outros sinais (por exemplo: palidez, 
parestesia, paralisia e ausência de pulso) são achados tardios ou não confiáveis. 
O tratamento da síndrome do compartimento deve ser iniciado após o diagnóstico clínico. Nos casos duvidosos, a mensuração da pressão 
no compartimento com um equipamento portátil ou manômetro adaptado pode gerar informações úteis. A mensuração da pressão também é útil 
nos pacientes obnubilados, entubados ou não-confiáveis com uma extremidade edemaciada e que não podem ser examinados. Uma variedade de 
limites de pressão foi definida, mas a despeito dos diversos estudos ainda existe discordância se a pressão do tecido além da qual a circulação capilar 
cessa e a isquemia se inicia é um valor absoluto ou se depende da pressão arterial sistêmica do paciente. Uma fórmula útil é que uma síndrome do 
compartimento geralmente está presente quando a pressão diastólica menos a pressão do compartimento é inferior ou igual a 30 mmHg. 
Na suspeita de uma síndrome do compartimento, o membro deve ser colocado em um nível igual ao do coração, e todas as imobilizações e 
curativos devem ser abertos até a pele. Quando o diagnóstico é feito, o paciente deve ser levado rapidamente a uma sala de cirurgia para uma fas-
ciotomia descompressiva. Todos os compartimentos sob compressão devem ser liberados. Na panturrilha, todos os quatro compartimentos devem 
ser liberados. A fasciotomia realizada através de incisões limitadas na pele pode comprometer os resultados através de uma liberação inadequada 
ou dano aos nervos ou vasos sangüíneos. 
 
 
 
 
 12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
Semiologia da Coluna 
Dr. Xavier Soler i Graels 
Dr. Ed Marcelo Zaninelli 
Dr. Marcel Luiz Benatto 
Dr. Orli José Néri 
Antônio Carlos Canto Tomazini (Voluntário em trauma ortopédico) 
Clarissa F. S. Filla (Voluntária em trauma ortopédico) 
 
 
COLUNA VERTEBRAL 
 
A coluna é formada por 33 vértebras, sendo 7 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 4 coccígeas. Apenas as vértebras cervicais, to-
rácicas e lombares são responsáveis pelo movimento. As vértebras sacrais são fundidas e juntamente com o cóccix formam a porção posterior da 
pelve. A unidade anatômica da coluna é a vertebra e sua unidade funcional é o complexo entre duas vértebras, disco, articulações, ligamentos e 
músculos. As vértebras são formadas por corpos vertebrais, que sustentam o peso e aumentam de tamanho proporcionalmente, e arcos vertebrais 
que coletivamente abrigam e protegem a medula espinhal. Os processos que se estendem do arco permitem fixação e alavanca para os músculos ou 
movimentos diretos entre vértebras. 
 
COLUNA CERVICAL 
 
1. Anatomia 
 
Três funções: 
1. Provê suporte e estabilidade à cabeça; 
2. Mobilidade à cabeça; 
3. Conduz e protege a medula espinhal e a artéria vertebral. 
 
Vértebras: 
 As duas primeiras (Atlas e Axis) são diferenciadas – permitem movimentos de rotação e inclinação.14 
 Da 3ª a 6ª vértebra cervical: características anatômicas semelhantes: corpo anterior, superfícies articulares laterais e posteriores, lâmina e 
processos transversos posteriormente. 
 7ª vértebra cervical: faz a transição com a coluna torácica. Seu processo espinhoso é proeminente e facilmente palpável, e a superfície in-
ferior do corpo é maior que a superior. 
 
 
 
2. Semiologia 
 
O exame da coluna cervical segue todos os princípios do exame locomotor, iniciando pela inspeção, seguida da palpação, testa-se os movimentos 
realizados por este seguimento e, finalmente, complementando com o exame neurológico dos membros superiores. 
 
2.1 Inspeção 
 
2.1.1 Inspeção estática 
 Avaliar a entrada do paciente: postura, atitude da cabeça; 
 Despir área a ser examinada; 
 Avaliar faces anterior, posterior e lateral; 
 Observar: 
o simetria de pregas cutâneas e músculos; 
o alinhamento da cabeça em relação aos ombros; 
 Observar possíveis restrições de movimentos ou atitudes de defesa; 
 Notar alterações no tegumento, altura da implantação do cabelo; 
 Observar presença de vesículas, descolorações ou cicatrizes; 
 Lembrar: no politraumatizado, ferimentos faciais, hematomas cervicais anteriores ou posteriores, desvios do eixo da traquéia ou do 
alinhamento dos processos espinhosos – possibilidade de lesões graves das vértebras cervicais. 
 
2.1.2 Inspeção dinâmica 
 Objetivo: avaliar a amplitude de cada um dos movimentos da coluna cervical; 
 Método de avaliação: pede- se ao paciente que faça os movimentos de flexão, extensão, rotação para ambos os lados e a inclinação 
lateral para ambos os lados; 
 Flexão - extensão: 50% se dá entre occipital e C1. O restante se distribui quase que uniformemente pelas outras vértebras; 
 
 
 15 
 Rotação: 50% se dá entre C1 (Atlas) e C2 (Axis). O restante se distribui igualmente pelas outras 5 vértebras. 
 
 
 
2.2 Palpação 
 
2.2.1 Palpação óssea 
 Paciente em decúbito dorsal. 
 Palpar regiões anterior e posterior. 
 Região anterior: 
o Osso hióide – C3; 
o Cartilagem tireoide – C4 e C5: 
o Primeiro anel cricóide – C6 (Lembrar que lateral ao anel cricóide encontra-se o tu-bérculo carotídeo e, conseqüentemente, 
o pulso carotídeo). 
 Região posterior: 
o Protuberância occipital; 
o Processos espinhosos, principalmente C7: 
o Ocasionalmente, osso homovertebral ou banda fibrosa presente na deformidade de Sprengel 
 
 
 
 
 16 
 
 
 
2.2.2 Palpação de tecidos moles 
Divide-se em duas zonas clinicas: face anterior (trígono anterior) e face posterior 
 Face anterior: 
o Limites: lateral – borda anterior do esternocleidomastoideo, superior – mandíbula, inferior – incisura supra- esternal; 
o Observação de dor ou tumorações ao longo do esternocleidomastoideo: podem indicar lesões em hiperextensão; 
o Palpação da glândula tireóide, das parótidas e da fossa supra-clavicular; 
o Palpação do pulso carotídeo. 
 Face posterior: 
o Paciente sentado; 
o Palpação do músculo trapézio – procurar pontos de gatilho de dor ou tumoração; 
o Palpação dos nervos occipitais maiores (ramos dorsais da raiz C2): quando espessados indicando inflamação; 
o Palpação do ligamento supra-espinhoso pode ser dolorosa em casos de rotura ligamentar traumática ou fratura dos 
processos espinhosos, podendo haver palpação de espaços vazios. 
 
2.3 Exame neurológico 
 
Realizado de acordo com a distribuição neuroanatômica dos dermátomos correspondentes às raízes que se originam da medula e formam o 
plexo braquial. Permite a identificação do nível da lesão neurológica e é realizado por meio da avaliação de sensibilidade (térmica, tátil e do-
lorosa), da motricidade e dos reflexos. 
 Principais reflexos: 
o Bicipital: integridade de C5; 
o Braquirradial: integridade de C6; 
o Tricipital: integridade de C7; 
 
 
 
 17 
 
 
 
 
 
 
 18 
 
 
 
COLUNA TORACOLOMBAR 
 
1. Anatomia 
 Principais marcos anatômicos: 
o Processos espinhosos das vértebras (C7 e T1) são mais proeminentes; 
o Presença de fóveas nas vértebras torácicas; 
o Escápulas, cristas ilíacas e os músculos paravertebrais. 
 Funções: 
1. Sustentação à porção inferior do corpo; 
2. Transmissão do peso à pelve e aos membros inferiores. 
Lembrar: coluna lombar não tem ligação com as costelas; assim, tem movimentação bastante ampla, diferentemente da coluna torá-
cica. 
 
2. Semiologia 
 
2.1 Inspeção 
 Paciente de pé e de costas para o examinador; 
 Cabeça posicionada diretamente sobre a fenda glútea; 
 Tórax despido e os pés sem sapatos; 
 Vértebras em linha reta; 
 Alinhamento da cintura escapular e cristas ilíacas; 
 Curvatura da coluna torácica: convexa; 
 Curvatura da coluna lombar: côncava; 
 Joelhos e pés alinhados com o tronco; 
 Procurar áreas de hiperemia ou marcas cutâneas estranhas (lipomas moles, sinais pilo-sos, apêndices cutâneos, etc.); 
 
 
 19 
 Observar postura para diagnóstico de colunopatias. 
 
2.2 Palpação 
 
2.2.2 Palpação óssea 
 Examinador sentado atrás do paciente e este de pé 
 Dedos sobre os pontos mais altos das cristas ilíacas e os polegares na linha média (junção de L4 e L5). 
 Palpar face posterior dos processos espinhosos deslizando o polegar num movimento de vai e vem. 
 Palpar cóccix através do toque retal 
 Examinar espinhas ilíacas súpero-posteriores, cristas ilíacas, trocânteres maiores e tube-rosidades isquiáticas; 
 FACE ANTERIOR: 
o Paciente em decúbito lateral, com joelhos fletidos 
o Lembrar: cicatriz umbilical – espaço intervertebral de L3-L4; porções anteriores dos discos e corpos de L4, L5 e S1: palpáveis 
abaixo da divisão da artéria aorta. 
 
 
2.3 Mobilidade 
 Alcance de movimentação entre as vértebras: determinado pela resistência do disco à distorção, em parte pelo ângulo e tamanho das su-
perfícies articulares entre os processos; 
 A movimentação é tanto maior quanto maiores forem as superfícies articulares; e tanto maior será a probabilidade de prolapso. (hérnias 
de disco e osteoartrites são mais frequentes na porção distal da coluna lombar do que na proximal); 
 A movimentação se compõe de flexão, extensão, inclinação lateral e rotação. 
 
1. Teste de flexão: paciente curvado para diante o máximo que conseguir, mantendo joe-lhos retos, tentando tocar os pés. 
2. Teste de extensão: de pé, ao lado do paciente; colocar a palma de uma das mãos sobre a espinha ilíaca súpero- posterior com os dedos se 
dirigindo à linha média. Em seguida, pe-ça para o paciente se curvar para trás o máximo que puder, usando uma das mãos como fulcro do 
movimento. 
 
 
 20 
3. Teste de inclinação lateral: fixa- se a crista ilíaca e pede para o paciente inclinar- se para a direita e depois para a esquerda o mais afastado 
que ele puder. Observe o máximo de inclinaçãode cada lado e as compare. 
4. Teste de rotação: atrás do paciente, fixe a pelve colocando uma das mãos sobre a crista ilíaca e a outra sobre o ombro oposto. Em seguida, 
fixe o tronco, o que será conseguido rodando a pelve e o ombro posteriormente. Repita a manobra do outro lado e compare os resultados 
 
2.4 Exame neurológico 
Permite a identificação do nível da lesão neurológica e é realizado por meio da avaliação de sensibilidade, da motricidade e dos reflexos. 
 Reflexos: 
o Cutâneo abdominal – T7 a L2; 
o Cremastérico – T12 (eferente) e L1 (aferente); 
o Adutor – L3; 
o Patelar - L4; 
o Patelar e aquileu - L5 e S1. 
 Sinais de mielopatia como hipereflexia, clônus, sinal de Hoffman, sinal de Babinski e sinal de Oppenheim também devem ser pesquisados. 
 
 
 
3. Testes especiais 
3.1 Compressão cervical 
Manobra provocativa realizada por meio de aplicação de pressão axial sobre a cabeça do paciente. O paciente apresenta dor ao nível da 
coluna cervical com irradiação de padrão radicular para membros superiores, nas situações de compressão da raiz nervosa ao nível do fo-
rame ou nas hérnias de disco. 
 
 
 21 
 
3.2 Distração cervical 
Manobra oposta à compressão cervical. Aplicação gradual de distração sobre a cabeça do paciente, ocorre alargamento do forame e des-
compressão da raiz nervosa, de modo que, o paciente apresenta alívio dos sintomas relacionados a compressão radicular. 
 
3.3 Teste de Spurling 
Realizado por meio da compressão da cabeça do paciente, com a coluna cervical na posição de extensão e rotação para o lado dos sinto-
mas da compressão radicular. O teste é considerado positivo quando os sintomas são reproduzidos por meio da compressão. 
 
3.4 Sinal de Lehrmite 
É caracterizado pelo aparecimento de dor que irradia pelo membro superior ou inferior como “choque”, e é desencadeado pela realização 
de flexão e compressão axial passiva da coluna cervical. 
 
3.5 Sinal de Hoffman 
É um reflexo patológico que se manisfesta no membro superior. A mão é segurada numa posição confortável e de repouso e a unha do 
dedo médio é resvalada, desencadeando flexão da falange distal do indicador e polegar. 
 
3.6 Teste de Nachlas 
Paciente em decúbito ventral e consiste na extensão do quadril com o joelho em flexão passiva até que o calcanhar toque a nádega. O apa-
recimento de dor na região lombar pode indicar compressão da raiz L2-L3. 
 
3.7 Teste de Brudzinski 
Paciente em decúbito dorsal, é instruído a realizar flexão ativa da coluna cervical e o teste é considerado positivo quando a e flexão da co-
luna cervical desencadeia o aparecimento dos sintomas e o paciente realiza flexão dos joelhos e quadris para aliviá-lo. 
 
3.8 Teste de Kernig 
O paciente em posição supina e com o quadril e joelhos fletidos realiza extensão do joelho. O teste é positivo quando os sintomas apare-
cem durante a extensão do joelho e são aliviadas com sua flexão. 
 
3.9 Teste de Nafziger 
As veias jugulares são comprimidas de ambos os lados por aproximadamente 10 segundos, enquanto o paciente permanece em posição 
supina. A face do paciente fica ruborizada e o médico deve pedir que ele tussa. O aparecimento da dor em região lombar causado pela tos-
se indica a presença de aumento na pressão intratecal. 
 
3.10 Manobra de Valsalva 
Com o paciente em posição sentada é solicitado a realização de expiração forçada com a boca fechada e esforço semelhante ao ato de 
evacuar. O aparecimento do agravamento da dor indica aumento na pressão intratecal. 
 
3.11 Testes para articulação de quadril e sacroilíaca 
 
 
 22 
Articulação do quadril e sacroilíaca podem ser causa de dor relatada em coluna lombar. 
o Teste de Patrick ou Fabere: é realizado na posição supina, com o quadril e o joelho flexionado e o pé apoiado sobre o joelho con-
tra-lateral. A pelve é fixada com uma das mãos, enquanto a outra exerce pressão sobre o membro, sendo o resultado do teste 
positivo quando a dor aparece ou é exacerbada. 
o Teste de Gaenslen: o paciente é posicionado em decúbito dorsal com quadris e joelhos fletidos até a face anterior do tronco. 
Com uma das nádegas sem contato com a superfície da mesa de exame, o membro inferior do lado da nádega sem apoio é solto 
em direção ao solo. O resultado é considerado positivo quando é manifestada dor na região sacroilíaca. 
 
4. Exame radiológico 
 
4.1 Radiografia de coluna cervical 
 
As incidências mais realizadas são perfil, anteroposterior e transoral. 
A incidência perfil deve possuir as 7 primeiras vértebras cervicais e o platô superior de T1. Pode-se fazer incidência do nadador quando não 
se consegue visualizar o platô de T1. A transoral é utilizada para fratura de processo odontóide ou instabilidade atlanto-occipital. 
No trauma de coluna cervical deve ser incluídas incidências AP, perfil, oblíquas direita e esquerda. No caso da transicção cérvico-torácica, in-
cluir a incidência de nadador. A TAC deve ser realizada sempre que possível para que aja um manejo cirúrgico correto. A RNM não tem 
grande importância na fase aguda, por seu alto custo, imobilidade indispensável durante o exame e duração. 
 
2.2 Radiografia de coluna toracolombar, lombosacra, sacro-coccígea 
 
São utilizadas comumente as incidências anteroposterior e perfil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
Semiologia do Ombro 
Dr. Dino Kussakawa 
Dr. Leonardo Dau 
Dr. Armando Romani Secundino 
Fábio Manoel Passos (Voluntário em trauma ortopédico) 
Rodolfo Galera (Voluntário em trauma ortopédico) 
1. Anatomia 
 
 O ombro é a articulação de maior mobilidade do corpo humano e, como conseqüência, uma das mais vulneráveis. A sua complexa estrutu-
ra anatômica é composta por: três diartroses (glenoumeral, acromioclavicular e esternoclavicular), três sistemas osteotenomioligamentares de 
deslizamento (subacromial, umerobicipital e escapulotorácico), 15 ligamentos e 19 músculos. 
 A estabilidade dinâmica do ombro é devida, em grande parte, à ação dos músculos subescapular, supra-espinal, infra-espinal e redondo 
menor, cujos tendões se fundem, em forma de coifa, constituindo o que chamamos na prática de manguito rotador. A ação dos músculos do man-
guito rotador mantém a cabeça do úmero aposta à rasa cavidade glenóide e, além de abdutores e rotadores, são seus importantes depressores e, 
também, desaceleradores do membro superior livre. Dessa forma, seu funcionamento harmônico impede que a cabeça do úmero, com os tubércu-
los maior e menor, choque-se com as estruturas osteoligamentares. 
 
 
 
 
 
 
 
Anatomia do ombro. (U) úmero; (T) grande tuberosidade; (t) 
pequena tuberosidade; (g-u) articulação glenoumeral; (a) acrô-
mio; (a-c) articulação acromioclavicular; (co) processo coracói-
de; (E) escápula; (e-f) articulação escapulotorácica; (cl) clavícu-
la; (e-c) articulação esternoclavicular; (est) esterno. 
 
 
 
 24 
2. Semiologia 
 
2.1 Inspeção 
 
A inspeção começa no momento em que o nome do paciente é chamado na sala de espera. Notar como o paciente se levanta da cadeira, 
sua marcha e o movimento da extremidade superior contralateral. 
Sempre despir ambos os ombros para o exame. A inspeção começa anterior e continuaposteriormente. Notar quaisquer flictenas, hemato-
mas, arranhões, cicatrizes ou outras alterações cutâneas patológicas. A assimetria, especialmente a atrofia muscular, é melhor revelada pela 
comparação de um lado com o outro. Ao observar e comparar a articulação acromioclavicular em ambos os lados, esteja alerta a edemas ou 
degraus resultantes da diástase ou do degrau acromioclavicular (figura A), sinal da “tecla”. Em casos de ruptura da cabeça longa do tendão 
do bíceps ocorre migração distal do ventre muscular (figura B). 
 
 
 
2.2 Palpação 
 
2.2.1 Palpação óssea 
 
A palpação é feita com o paciente sentado ou em pé. As principais estruturas a serem examinadas são: 
Articulação esternoclavicular: segure a clavícula entre o polegar e o indicador e mova-a para frente e para trás, avaliando a instabili-
dade. A sensibilidade à palpação sem instabilidade sinaliza irritação articular. Escorregue os dedos lateralmente ao longo da clavícula 
a partir da articulação esternoclavicular até a acromioclavicular. As irregularidades de uma fratura antiga serão palpáveis. 
Articulação acromioclavicular: o braço é aduzido e o cotovelo fletido. A instabilidade ou a articulação acromioclavicular frouxa pode 
ser detectada agarrando-se a clavícula entre o polegar e o indicador e movendo-a para frente e para trás. 
Processo coracóide: um ou dois dedos inferiormente e medialmente à articulação acromioclavicular. 
Escápula: espinha da escápula, bordo vertebral, ângulo inferior da escápula. 
Tubérculos maior e menor do úmero. 
 
2.2.2 Palpação de tecidos moles 
 
Devem ser atendadas a bolsa subacromial e subdeltoideana, a musculatura da cintura escapular, ou seja, romboides, trapézio, del-
toide (tônus e formato) e bíceps (tônus e tendão no sulco intertubercular). 
Além disso o manguito rotador – supra-espinhal (inserção no tubérculo maior), infra-espinhal (inserção no tubérculo maior), redon-
do menor (inserção no tubérculo maior) e subescapular (inserção no tubérculo menor) – deve ser examinado. 
 
2.3 Mobilidade 
 
Testar sempre bilateralmente e a composição do movimento. 
 
2.3.1 Mobilidade ativa total máxima 
 
 
 
 25 
Flexão e extensão 
 
 
 
 
 
 
 
A flexão e extensão são movimentos no plano sagital, com a flexão variando de 0 a 180o (figura A) e a extensão variando de 0 a 60o 
(figura B). 
 
 
Rotação interna e rotação externa 
 
A rotação interna e externa são movimentos em torno do eixo longitudinal do braço. A rotação interna necessita de certo grau de 
extensão do ombro (figura C), já a rotação externa varia de 75o e 90o (figura D). 
 
Adução e abdução 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adução e abdução são movimentos no plano coronal, com a adução variando de 0o a 75o (figura E) e a abdução variando de 0o a 90o 
(figura F). 
 
2. 4 Testes especiais 
 
2.4.1 Testes irritativos 
 
Incluem testes que irritam a bursa subacromial, reproduzindo o impacto (tubérculo maior contra o acrômio) que acontece ao se 
elevar o membro. 
 
Teste de impacto de Neer 
 
 
O membro superior em extensão e rotação neutra é elevado passiva e rapidamente no plano da escápula pelo 
examinador; nessa situação, o tubérculo maior do úmero projeta-se contra a face ântero-inferior do acrômio e 
reproduz o impacto, com a dor característica provocada pela irritação da 
bolsa serosa e do tendão do supra-espinhal. 
 
 
Teste de impacto de Hawkins 
 
 
 26 
 
 
 
 
 
Flexão horizontal do ombro é combinada com rotação interna simultânea forçada. O resultado positivo sugere 
a presença de síndrome subcoracóide. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teste de Yocum 
 
O paciente coloca a mão sobre o membro oposto, como no teste funcional “mão/ombro oposto”, e 
procura fletir o braço elevando ativamente o cotovelo, sem elevar o cíngulo escapular; nesse movimen-
to, o tubérculo maior desloca-se não só sob o ligamento coracoacromial, mas também sob a articulação 
acromioclavicular, que, se for salientada pela possível presença de osteófitos, agravará a queixa doloro-
sa; esse teste poderá, à semelhança do teste de flexão-horizontal, acusar lesão acromioclavicular. 
 
 
 
 
2.4.2 Testes de força 
 
Incluem testes que avaliam a força dos músculos do manguito rotador isoladamente. Gradua-se comparando com o lado contrala-
teral. 
 
Teste de Jobe 
 
 
 
Com o teste de Jobe é possível avaliar o músculo supra-espinal. Deve ser realizado da seguinte 
maneira: com o membro superior em rotação interna, posição que sensibiliza o tendão do supra-
espinhal, o paciente tenta elevar os braços contra a resistência. 
 
 
 
Teste de Patte 
 
 
 
O teste de Patte serve para avaliar o músculo infra-espinho. Deve ser realizado da seguinte maneira: com o membro 
superior em elevação de 900 e cotovelo em 900 de flexão, e o paciente deve forçar a rotação externa contra a resis-
tência oposta pelo examinador 
 
 
 
 
Teste de Gerber 
 
O paciente coloca o dorso da mão ao nível de L5 e procura, ativamente, afastá-la das costas; a incapacidade de 
fazê-lo ou de manter o afastamento, ou se feito apenas passivamente pelo examinador, indica lesão subescapu-
lar. 
 
 
2.4.3 Testes para instabilidade 
 
 
 27 
 
Teste da gaveta anterior e posterior 
Colocando-se por trás do paciente, que está em pé ou sentado e com o braço ao lado do corpo, o examinador fixa, com 
uma das mãos espalmada sobre o ombro, a escápula do paciente e, com a outra, segura firmemente a cabeça do úmero, 
que procura deslocar em sentido anterior e posterior; o deslocamento de menos que 25% da cabeça do úmero em rela-
ção à glenóide, se bilateral e sem queixa clínica de dor, pode ser considerado apenas uma hiperelasticidade articular; 
porém, a presença de queixa clínica específica de dor associada a deslocamentos semelhantes ou maiores indica instabi-
lidade ou frouxidão capsuloligamentar. 
 
 
 
 
Teste do sulco 
 
 
Com o paciente sentado ou em pé e o braço do ombro afetado relaxado ao longo do corpo, aplica-se tração ao eixo longitudinal 
do úmero. Isso alarga o espaço entre o acrômio e a cabeça do úmero. O sulco na pele aparece nessa região. O sinal do sulco 
positivo pode ser demonstrado na instabilidade multidirecional. 
 
 
 
 
 
Teste da apreensão anterior 
 
 
 
O teste é realizado com o paciente sentado ou em pé; o ombro afetado é colocado em 900 de abdução e 900 de rotação 
externa. Continuando com a rotação externa, aplicar pressão para frente na cabeça do úmero com o polegar, enquanto o 
paciente sente que o ombro está para luxar anteriormente. 
 
 
 
 
 
Teste da relocação 
 
O paciente é deitado em posição dorsal sobre a mesa de exames, com o braço em rotação externa 
de 900 e abduzido em 900. A continuação da rotação externa enquanto movimenta a cabeça do 
úmero (anteriormente) provoca resistência pelo paciente, em combinação com dor. A execução 
do mesmo movimento (rotação externa) enquanto se move posteriormente a cabeça do úmero é 
indolor. Esse teste diferencia o paciente com síndrome do supra-espinhal simples daqueles com 
tenossinovite nas inserções do manguito rotador, como resultado de hipermobilidade. 
 
 
 
 
2.5 Exame neurológico 
 
O exame neurológico permite a avaliação da força muscular individual ou de um grupo, testando reflexos e sensibilidade. O exame pode 
ser feito com o paciente em pé ou sentado, dependendo das condiçõesdo local e das suas necessidades. 
 
2.5.1 Sensibilidade 
 
A distribuição de nervos sensitivos é feita em dermátomo em forma de listra. A sensibilidade anormal (parestesia) pode tomar a forma de 
sensibilidade aumentada (hiperestesia), de sensibilidade diminuída (hipoestesia) ou de ausência total de sensibilidade (anestesia). 
 
 
 28 
 
2.5.2 Força muscular 
 
A força dos grupos musculares é comparada com o lado oposto. 
FLEXÃO 
Flexores primários 
- Parte anterior do músculo deltóide (Nervo axilar, C5) 
- Músculo coracobraquial (Nervo musculocutâneo, C5-C6) 
Flexores secundários 
- Músculo peitoral maior (parte clavicular) 
- Bíceps 
EXTENSÃO 
Extensores primários 
- Músculo latíssimo do dorso (Nervo toracodorsal, C6) 
- Músculo redondo maior (Nervo subescapular, C5-C6) 
Extensores secundários 
- Músculo redondo menor 
- Cabeça longa do bíceps 
ABDUÇÃO 
Abdutores primários 
- Porção média do músculo deltóide (Nervo axilar, C5-C6) 
- Músculo supra-espinal (Nervo supra-escapular, C5-C6) 
Abdutores secundários 
- Porções anterior e posterior do músculo deltóide 
- Porção posterior do músculo serrátil anterior. 
ADUÇÃO 
Adutores primários 
- Músculo peitoral maior (Nervos peitorais, C5-T1) 
- Músculo latíssimo do dorso (Nervo toracodorsal, C6-C8) 
Adutores secundários 
- Músculo redondo maior 
- Porção anterior do músculo deltóide 
 
 
3. Traumas freqüentes 
 
3.1 Luxação glenoumeral 
 
A articulação glenoumeral é considerada a mais instável do corpo humano devido ao pequeno contato de superfície articular entre a glenói-
de (que é rasa e muito pequena) e a cabeça do úmero (que tem uma superfície articular três vezes maior do que a da glenóide). O labrum é 
uma estrutura cartilaginosa que tem como função aumentar a concavidade da glenóide, criando maior estabilidade física da articulação gle-
noumeral. 
Classificação: 
Anterior: compreende cerca de 85% dos casos e pode ser de vários tipos. Ocorre por trauma direto e violento em direção póstero-anterior 
sobre o ombro (raro), ou por mecanismo de queda ao solo, acompanhado de movimento rotacional com membro superior em abdução e ro-
tação externa (muito comum) 
Posterior: de incidência mais rara, ocorre em quadros de choque elétrico ou crise epiléptica, em que a musculatura dos rotadores externos 
se contrai com maior intensidade. 
Inferior: produzida por força violenta com o braço em abdução máxima. A cabeça do úmero se alojará na axila em posição extra-articular. O 
diagnóstico clínico é facilitado pela atitude muito característica do paciente, que chega ao serviço de emergência segurando o braço em po-
sição elevada. 
Superior: para ocorrer esse tipo raro de luxação, é necessário que ocorra também a fratura do acrômio e uma provável lesão do manguito 
rotador. O efeito gravitacional do peso do braço determinará a redução da luxação. 
 
 
 29 
Diagnóstico: 
Anamnese: recorrência, mecanismo de trauma, sinais e sintomas de lesão neurovascular. 
Exame físico: observa-se o sinal da dragona, que é a ausência da cabeça do úmero do seu local anatômico, estando luxado anterior ou pos-
teriormente. Observam-se proeminência do acrômio e um “vazio” anatômico logo abaixo. A luxação anterior é de simples observação, já a 
posterior é mais difícil de constatar, porque a cabeça do úmero se localizará no meio do deltóide posterior. O exame vascular, mediante 
palpação da artéria radial e da realização do teste de Allen, é indispensável. O exame neurológico inclui a pesquisa da sensibilidade e mo-
tricidade dos nervos axilar, musculocutâneo, radial, mediano e ulnar. 
 
3.2 Luxação acromioclavicular 
 
Classificação de Rockwood: 
Grau I 
Estiramento dos ligamentos acromioclavicular e coracoclavicular, com dor e edema localizado. A articulação está 
estável 
Grau II 
Ruptura do ligamento acromioclavicular e estiramento do ligamento coracoclavicular; movimentação dolorosa; 
elevação da articulação acromioclavicular; subluxação do ombro 
Grau III 
Ruptura dos ligamentos acromioclavicular e coracoclavicular, com significativa elevação da extremidade lateral da 
clavícula 
Grau IV Mesmas características do grau III, mas com deslocamento posterior da extremidade lateral da clavícula 
Grau V Excede o grau II com deslocamento grave 
Grau VI Forma rara, com luxação da clavícula sob o acrômio, acompanhada por edema intenso. 
 
 
Diagnóstico: 
Anamnese: pesquisar o mecanismo de lesão, que, usualmente, consiste em trauma direto sobre a região póstero-lateral do ombro. O pa-
ciente apresentará dor e limitação da abdução e flexo-extensão. 
Exame físico: deve pesquisar escoriações em região posterior, deformidade local, assimetria e sinal da “tecla” 
 
3.3 Fraturas da clavícula 
As fraturas de clavícula são divididas por Neer em três grupos: 
1. Fratura no terço médio (80% de todas as fraturas) 
2. Fratura no terço lateral (15% de todas as fraturas) 
3. Fratura no terço medial (5% de todas as fraturas) 
 
4. Exame radiológico 
 
A obtenção da série trauma (raio X simples com as incidências ântero-posterior “verdadeira”, lateral da escápula e axilar) é imprescindível para o 
diagnóstico correto. 
 
 
 
 30 
4.1 Incidência ântero-posterior “verdadeira” 
 
 A escápula está angulada em 30 a 45o em relação ao eixo do tórax. Com essa relação angular, a 
articulação glenoumeral não é bem visualizada em projeção comum ântero-posterior. A Imagem ideal da 
articulação glenoumeral demanda que essa relação angular seja levada em consideração. 
 A radiografia AP “verdadeiro” pode ser tirada com o paciente em pé ou deitado. A escápula é o 
plano de referência para a articulação glenoumeral e está em um ângulo de 30 a 45o em relação ao eixo do 
corpo. O raio central na radiografia AP “verdadeiro” deve correr paralelo à superfície articular glenoumeral. 
Virar o torso do paciente, de forma que o plano da escápula fique paralelo ao filme. O ângulo entre as costas 
e o filme é de aproximadamente 30 a 45o. 
 
4.2 Incidência lateral da escápula (projeção em Y, perfil de Neer) 
 Essa incidência produz imagem lateral verdadeira da escápula e da articulação glenoumeral, demonstrando a posição da cabeça do úme-
ro em relação à cavidade glenoidal. A escápula em si aparece como um Y, com o corpo escapular formando a porção vertical. As duas porções 
superiores do Y são formadas anteriormente pelo processo coracóide e posteriormente pela espinha escapular e pelo acrômio. A cavidade glenoi-
dal fica no centro dessas três linhas; a cabeça do úmero normalmente aparece centrada dentro delas. O paciente deve ficar em pé com o ombro 
afetado contra o chassi, com o corpo e ombro afetado formando ângulo de aproximadamente 60o 
 
 
4.3 Incidência axilar 
 
Pode ser obtida com o paciente deitado ou sentado. É mais freqüentemente realizada em projeção ínfero-superior, com 
o paciente deitado. A incidência axilar é ideal para demonstrar a posição da cabeça do úmero em relação à cavidade 
glenoidal. Esta incidência avalia suspeita de luxação posterior do ombro. A incidência axilar também identifica fraturas 
do processo coracóide e do acrômio e pode documentar apófises remanescentes do acrômio. 
 
 
4.4 Incidência de Zanca da articulação acromioclavicular 
 
 
Com freqüência, a articulação acromioclavicular está obscurecida pela espinha escapular na incidênciaAP. Na inci-
dência de Zanca o raio central é direcionado na articulação acromioclavicular e angulado cranialmente em 10o. 
 
 
 
 31 
 
Semiologia do Cotovelo 
Dr. Dino Kussakawa 
Dr. Leonardo Dau 
Dr. Armando Romani Secundino 
Douglas de Souza Moraes (Voluntário em trauma ortopédico) 
 
1. Anatomia 
 
 
 
2. Semiologia 
 
2.1 Inspeção 
 
2.1.1 Ângulo de carregamento 
O ângulo lateral formado pelos eixos longitudinais do braço e antebraço = 5 a 15º (valgo); 
 
 
 32 
Avaliação deve ser bilateral; 
Analisado com o cotovelo estendido e antebraço supinado; 
Anormalidades: cubitus varus e cubitus valgus, decorrentes de fraturas ou doenças do crescimento esquelético. 
 
2.1.2 Intumescências 
Localizada: abaulamento sob a pele, sem extravasamento para tecidos vizinhos; 
Difusa: difuso podendo acarretar toda articulação, co-extravasamento para todo o cotovelo; 
Diminuição das pregas cutâneas. 
2.1.3 Cicatrizes 
Cirúrgicas, localização, retrações. 
 
2.2 Palpação 
 
2.2.1 Palpação óssea 
Localizar áreas doloridas, intumescências, aumento de temperatura local e crepitação; 
Segurar a face anterior do braço e com a mão livre promover a palpação em região posterior; 
Promover a palpação de: epicôndilo medial, crista supracondilar medial, olécrano, borda ulnar, fossa olecraniana, epicôndilo la-
teral, crista supracondilar lateral e cabeça do rádio. 
 
 
 
Observação: importante avaliar a relação entre o epicôndilo lateral, processo olecraniano e epicôndilo 
medial, pois promovem a formação de um triângulo isóscele entre eles quando em flexão. Quando em 
extensão esse triângulo se transforma em uma linha reta transversa. 
 
 
 
 
2.2.2 Palpação de tecidos moles 
 
 
 
 33 
Zona 1: Face medial 
 - Nervo ulnar (entre epicôndilo lateral e olécrano); 
 - Grupo muscular pronador-flexor (originados no epicôndilo medial) 
 - Ligamento colateral ulnar; 
 - Linfonodos supracondilianos. 
Zona 2: Face posterior 
 - Bolsa olecraniana; 
 - Músculo tríceps: porção lateral, medial e longa. 
Zona 3: Face lateral 
 - Grupo muscular extensor-supinador; 
 - Ligamento colateral radial (lateral); 
 - Cápsula articular póstero-lateral. 
Zona 4: Face anterior 
- Fossa cubital: área formada pelo braquiradial lateralmente, pronador redondo medialmente e uma linha imaginária ligando os 
epicôndilos lateral e medial. O fundo dessa fossa contém o tendão distal do bíceps, a artéria braquial e o nervo mediano. 
 - Pulsação da artéria braquial. 
 
2.3 Mobilidade 
 
2.3.1 Mobilidade ativa 
Analisa a capacidade do paciente de movimentação do cotovelo sem auxílio: 
Extensão-flexão: mobilidade normal de 0 – 1400 podendo variar 100 para mais ou para menos. 
Prono-supinação: a pronação normal varia de 0 – 700 e a supinação de 0 – 850. 
2.3.2 Mobilidade Passiva 
Avaliada quando há limitação da mobilidade ativa: avalia os mesmos movimentos da mobilidade ativa, isto é, flexo-extensão e 
prono-supinação; 
Pode avaliar se uma limitação de mobilidade é causada por bloqueio mecânico ou por contratura muscular. 
 
2.4 Testes especiais 
Estresse em valgo 
Avalia o ligamento colateral ulnar; 
Examina-se em rotação externa do ombro e em leve flexão do cotovelo (150). 
 
 
 
 
 34 
Estresse em varo 
Avalia o complexo ligamentar lateral; 
Examina-se em rotação interna do ombro e em leve flexão do cotovelo (150). 
 
Teste do Pivot Shift 
Avalia especificamente o ligamento colateral lateral ulnar; 
Examina-se com o paciente deitado. É uma manobra em que se combinam diversos movimentos: com o braço ao lado do cor-
po, cotovelo fletido entre 200 e 300 e antebraço hipersupinado, se exerce uma força em valgo e compressão axial. Nessa posição, com a 
flexão gradativa do cotovelo até 40-600, se ocorrer subluxação rádio-umeral e rotação da articulação ulno-troclear, o teste será positivo. 
Pode ser feito mais facilmente com o ombro fletido. 
 
 
2.5 Exame neurológico 
2.5.1 Sensibilidade 
 
 
2.5.2 Reflexos 
 Percutir o tendão do bíceps com martelo de reflexos, com o cotovelo fletido a 150. 
 
 
 35 
 
2.5.3 Força muscular 
Flexão: com o cotovelo fletido 900, avalia a raiz C5 e C6; 
Extensão: com o cotovelo fletido 900, avalia a raiz C7; 
Pronação: avalia o músculo pronador redondo; 
Supinação: avalia os músculos supinadores, especialmente o bíceps braquial. 
 
3. Traumas freqüentes 
 
3.1 Fratura supracondiliana 
Mais comum e mais importante na infância devido a características anatômicas; 
Menos freqüência em adultos; 
Potencialmente perigosa devido a riscos de lesão da artéria braquial; 
Mecanismo: geralmente queda com braço estendido. 
3.2 Fratura de olécrano 
Ocorre geralmente devido a trauma direto ou como uma avulsão devido a uma contratura do tríceps. 
3.3 Fratura de cabeça do rádio 
Mais comum em jovens; 
Apresenta dor à palpação da cabeça do rádio e à prono-supinação. A mobilidade do cotovelo encontra-se prejudicada; 
Mecanismo: queda com o braço estendido e com a mão espalmada, ou concomitante a luxações do cotovelo. 
3.4 Luxação de cotovelo 
Ocorre quando o cotovelo é submetido a cargas superiores à sua estabilidade intrínseca, promovida pela sua anatomia; 
É classificada de acordo com a direção da parte distal do osso. Pode ser: lateral, medial, anterior (rara), posterior (mais comum). 
3.5 Pronação dolorosa 
Comum em menores de 6 anos; 
A criança passa a não utilizar o membro comprometido. O antebraço permanece pronado, apresentando resistência a supinação; 
Mecanismo: ocorrem em crianças que são puxadas pelo punho, resultando em uma subluxação da cabeça do rádio. 
 
4. Exame radiológico 
 
4.1 Incidência Ântero-posterior (AP) 
 
 
 36 
 
4.2 Incidência em perfil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 37 
 
Semiologia da Mão e do Punho 
Dr. Roberto Luiz Sobania 
Dr. Adilson Seidi Suguiura 
Haiana Lopes Cavalheiro (Voluntária em trauma ortopédico) 
Eduardo Gomes da Rocha (Voluntário em trauma ortopédico) 
1. Anatomia 
 
 
 
 
2. Semiologia 
 
O primeiro passo da investigação do paciente com queixa localizada na região do punho ou da mão consiste em duas etapas, anamnese e exa-
me físico. 
 
2.1 Anamnese 
 
Deve buscar informações a respeito do mecanismo do trauma, início dos sinais e sintomas, evolução, atividades diárias, antecedentes de 
mão e punho. Mecanismos comuns em trauma de mão e punho: mão espalmada, trauma direto, torção, hiperextensão, hiperflexão. Os sinais e 
sintomas e sua evolução podem ser imediatos ou tardios. Quando o paciente queixar-se de dor, questionar localização precisa,intensidade, irradia-
ção, fatores de piora e melhora. 
 
2.2 Exame físico 
 
 
 38 
 
Uma vez realizada a anamnese, o passo seguinte é o exame físico. Este deve ser realizado de maneira criteriosa e detalhada. É dividido em: 
 
2.2.1 Inspeção 
 
Observação realizada pelo examinador. Deve ser realizada em ambiente claro e bem iluminado. Deve-se atentar para: lesões de 
pele e partes moles, como petéquias, equimoses, hematomas, lacerações; movimentação espontânea, tanto das mãos quanto dos mem-
bros superiores; simetria entre as mãos; posição anatômica das articulações; edema, local, extensão e volume. 
2.2.2 Palpação 
 
Palpar a pele, avaliar lesões, temperatura, consistência e edema. A pele da superfície palmar é mais espessa que a dorsal. 
Seguindo para a palpação óssea, deve-se usar as duas mãos para realizar o exame. Tomar como base os processos estilóides do 
punho: estilóide radial e ulnar. 
 
1. Processo estilóide do rádio. Integrante da articulação radio-cárpica, possui um pequeno sulco, ao longo do bordo lateral. Palpe 
esse sulco, e siga, de maneira ascendente, até a porção média do antebraço 
2. Tubérculo do rádio. Conhecido como tubérculo de Lister. Situa-se no terço médio do dorso do punho. Representa uma proe-
minência óssea longitudinal. 
3. Tabaqueira anatômica. Pequena depressão, imediatamente distal ao processo estilóide do rádio. Delimitada pelos tendões dos 
músculos extensor longo do polegar, abdutor curto e abdutor longo do polegar e, seu assoalho, é o osso escafóide. 
4. Processo estilóide da ulna. Em posição anatômica, é medial e posterior à extremidade distal da ulna. Possui um pequeno sulco, 
por onde passa o tendão do músculo extensor ulnar do carpo. 
5. Escafóide. Assoalho da tabaqueira anatômica. É o osso do carpo mais susceptível a fraturas. O desvio ulnar da mão desliza o 
escafóide para fora do processo estilóide do rádio, tornando-o palpável. 
6. Semilunar. Articula-se com o piramidal, medialmente e, escafóide, lateralmente. É o osso do carpo mais comum de ser luxado. 
Ao fletir o punho, palpa-se imediatamente distal ao tubérculo do rádio e deve estar alinhado com o capitato e o terceiro metacarpo. 
7. Piramidal. Imediatamente distal ao processo estilóide da ulna. Sua palpação é facilitada com a mão em desvio radial. 
8. Pisiforme. Pequeno osso sesamóide, localizado ântero-medialmente ao piramidal. 
9. Trapézio. Articula-se, proximalmente, com o escafóide e, distalmente, com o primeiro metacarpo. É facilmente palpável ao fle-
tir e estender o polegar. 
10. Trapezóide. Articula-se com o trapézio lateralmente, com o capitato medialmente e com o segundo metacarpo distalmente. 
11. Capitato. É o maior osso do carpo. Palpável proximalmente à base do terceiro metacarpo. 
12. Hamato. O hâmulo do hamato situa-se distal e radial ao pisiforme e, juntamente com o pisiforme, forma o túnel de Guyon, 
por onde passa o nervo e a artéria ulnar. 
13. Metacarpos. O primeiro deve ser palpado, por sua face dorsal, desde a tabaqueira anatômica até a articulação metacarpo-
falangeana. Do segundo ao quinto, todos devem ser palpados da base à cabeça, distalmente. 
14. Articulações metacarpo-falangeanas. Quando os dedos estão fletidos, os côndilos dos metacarpos ficam palpáveis e as linhas 
articulares mais evidentes. 
15. Falanges. Duas no polegar e três nos demais. Palpar articulações interfalangeanas nas faces dorsal, volar e lateral. 
 
 
2.2.3 Mobilidade 
 
O grau de mobilidade do membro deve ser feito de maneira comparativa com o contra-lateral para se determinar o grau de restri-
ção. 
 
 Mobilidade Ativa. 
 
Quando os movimentos são realizados pelo próprio paciente. 
1. Flexão e extensão do punho. Partindo da posição neutra, a flexão é de cerca de 80º, enquanto a extensão, 70º. 
2. Desvio ulnar e radial. Enquanto o ulnar representa a medialização, o radial é a lateralização. O primeiro é de, aproximadamente, 
30º e o segundo, 20º. 
3. Pronação e supinação. Com o cotovelo fletido a 90º e a palma da mão voltada para baixo, roda-se a mão para cima para supinar. O 
movimento de pronação consiste em girar a palma da mão de cima para baixo. 
4. Flexão e extensão digital. Com o punho cerrado, deve-se, então, estender os dedos e, assim, observar a sincronia do movimento. 
O movimento deve ser realizado lentamente, para que a restrição de um dedo não passe despercebida. 
5. Adução e abdução digital. Consiste em afastar e aproximar os dedos uns dos outros. A abdução deverá ser de 20º e à adução, os 
dedos deverão se tocar. 
6. Flexão do polegar. Com a extremidade distal do polegar, deve-se tocar a base do quinto dedo. Observar as flexões das articula-
ções. 
7. Extensão do polegar. Abdução radial. Movimentando o polegar para fora e lateralmente, ele deverá fazer um ângulo de 50º com o 
indicador. 
8. Adução do polegar/abdução palmar. O paciente afasta o polegar anteriormente à palma e, então, retorna a ela. O ângulo entre o 
polegar e o indicador é de 70º na abdução. Ao trazer o polegar de volta à palma, o paciente faz a adução completa. 
9. Oponência. Capacidade de tocar com o polegar a extremidade de todos os outros dedos. 
 
 
 39 
 
Mobilidade Passiva 
 
Conjunto de movimentos executados pelo examinador. 
 
1. Punho 
 
- Flexão e extensão. Flexão 80º, extensão 70º. O examinador deve isolar o punho, segurando com uma mão a parte distal do ante-
braço e com a outra segurar a mão do paciente para executar os movimentos. 
- Desvio ulnar e radial. Ulnar 30º, radial 20º. As mãos devem estar como no teste de flexo-extensão, mas realizarem o movimento em 
direção ulnar e radial. 
 
2. Dedos 
- Flexão e extensão da articulação metacarpo-falageana. Flexão 90º, extensão 30º a 45º. Com uma das mãos, segure a mão do paci-
ente, de modo que o polegar do examinador repouse sobre a superfície palmar do paciente. Com a outra mão, segure o dedo do pa-
ciente de forma a isolar a articulação metacarpo-falangeana e execute os movimentos de flexão e extensão em conjunto, e, a seguir, 
individualmente. 
 
- Articulação inter-falangeana proximal. Flexão 100º, extensão 0º. Isole a articulação mediante a fixação das falanges proximal e dis-
tal a ela e, em seguida, movimente para flexão e extensão. 
 
- Articulação inter-falangeana distal. Flexão 90º, extensão 20º. Igualmente à articulação inter-falangeana proximal. 
 
- Adução e abdução. Adução 0º, abdução 20º. Isole a articulação metacarpo-falangeana, fixando o metacarpo e a falange proximal do 
dedo a ser examinado. Em seguida, mova o dedo em adução e abdução. No teste, as articulações metacarpo-falangeanas deverão 
estar em 0º. 
 
3. Polegar 
 
- Articulação metacarpo-falangeana. Flexão 50º, extensão 0º. As articulações devem ser isoladas e o polegar fletido e estendido, va-
garosamente. 
 
- Articulação inter-falangeana. Flexão 90º, extensão 20º. A movimentação deve ser feita como na metacarpo-falangeana. 
 
- Adução (adução palmar) e abdução (abdução palmar). Adução 0º, abdução 70º. Para testar a abdução, o examinador deve colocar 
uma das mãos sobre a tabaqueira anatômica e ao processo estilóide e outra sobre o primeiro metacarpo e, então, realizar o movi-
mento de afastar o polegar da palma. Para testar a adução, basta retornar o dedo em direção à palma. 
 
- Oponência. Deve firmar o metacarpo do polegar, próximo à articulação metacarpo-falangeana. Em seguida, mova o polegar em di-
reção à superfície palmar, de modo que ele toque a extremidade dos outros dedos. 
 
 
2.3 Exame Neurológico 
 
Inclui testes que estabelecem a integridade nervosa, no que se refere à sensibilidade, força muscular e reflexos.A inervação da mão é supri-
da pelos ramos do plexo braquial, nervo radial, nervo mediano e nervo ulnar. 
 
1. Nervo Radial 
- Sensibilidade. Prega dorsal entre o polegar e o indicador, bem como superfície dorsal do polegar, indicador e médio, até as articulações in-
ter-falangeanas distais. 
- Motricidade. Extensão do punho e do polegar. Para testar os músculos extensores, estabilize o punho do paciente e peça para que ele le-
vante o mesmo. Quando totalmente estendido, tente devolver o punho do paciente à posição inicial, com a outra mão. 
 
2. Nervo Mediano 
- Sensibilidade. Porção radial da palma e superfícies palmares dos dedos polegar, indicador e médio. Supre também, o dorso das falanges 
distais desses dedos e extremidade distal do indicador. 
- Motricidade. Pinça, oponência e abdução do polegar. Para testar a pinça, peça ao paciente para encostar a ponta do polegar na ponta do 
indicador. Coloque seu indicador no arco formado pela pinça e tente separar os dedos. 
3. Nervo Ulnar 
- Sensibilidade. Face ulnar da mão, superfícies dorsal e palmar, dedos anular e mínimo. 
 
 
 40 
- Motricidade. Abdução do dedo mínimo. Peça ao paciente que abduza o dedo em extensão e force um dedo de encontro ao outro. 
 
 
 
2.4 Testes especiais 
 
1. Flexor Superficial dos Dedos. Com os dedos do paciente em extensão, exceto o que será testado, peça-lhe que faça a flexão do dedo na 
articulação inter-falangeana proximal. Se conseguir, o tendão flexor superficial dos dedos está íntegro. 
 
2. Flexor Profundo dos Dedos. Isolar a articulação inter-falangeana distal e pedir ao paciente para fletir o dedo, nessa articulação. 
 
 
3. Teste de Allen. Verifica a integridade das artérias radial e ulnar. O paciente deve abrir e fechar a mão várias vezes. Após isso, com a mão fechada, 
pressione as duas artérias, com a finalidade de ocluí-las. Quando o paciente abrir a mão – ela ficará pálida – o examinador deve liberar uma das 
artérias e a mão enrubescerá imediatamente. Repetir o teste para a outra artéria. Caso a mão não enrubescer ou o fizer lentamente, a artéria está 
parcial ou totalmente obstruída. 
 
 
 41 
 
3. Traumas freqüentes 
 
3.1 Fratura do escafóide 
 
- Comum em adultos jovens; geralmente transversal ao corpo do osso, com dois fragmentos semelhantes. 
- Mecanismo: queda sobre a mão espalmada. 
- À inspeção: edema difuso em punho, principalmente na face radial e na tabaqueira anatômica. 
- À palpação: dor em tabaqueira anatômica e face volar do punho. 
- Manobras: pistonagem positivo – dor ao realizar compressão longitudinal do polegar sobre o escafóide. 
- Dor: piora com o desvio radial do punho e melhora com desvio ulnar. 
- RX: de escafóide, em AP, com desvio ulnar, Perfil e Oblíquo 
 
3.2 Fratura do colo do 5º metacarpo 
 
- Geralmente, transversa. Ocorre no colo do metacarpo. 
- Mecanismo: impacto sobre o nó do dedo. Conhecida como Fratura do Boxeador, pois é comum após o soco. 
- Edema localizado na face ulnar do punho, desaparecimento do nó do 5º dedo, desvio rotacional. 
- Dor à palpação do colo do 5º metacarpo. 
- Limitação da flexo-extensão da articulação metacarpo-falangeana 
- RX: de mão, AP, Perfil e Oblíquo. 
 
3.3 Luxação do semilunar 
 
- O osso luxa para a face anterior do punho. Gira 90º ou mais em seu eixo horizontal, o que faz sua superfície articular distal se voltar para 
frente. Há o rompimento das inserções ligamentares posteriores e os anteriores passam a atuar como dobradiça. 
- Mecanismo: queda com a mão espalmada. 
- Edema difuso em punho, de grau moderado a acentuado. Presença de deformidade no dorso. 
- Dor à palpação da proeminência dorsal. 
- Limitação intensa da mobilidade do punho. 
- RX: de punho, AP e Perfil. 
 
3.4 Fratura da base do 1º metacarpo 
 
- Fratura transversa ou discretamente oblíqua, que não atinge articulações. 
- Fratura oblíqua, que penetra na articulação carpo-metacarpiana (Fratura luxação de Bennett). 
- Mecanismo: carga axial sobre o polegar, em extensão. 
- Edema local, com dificuldade de mobilização. Deve-se palpar toda a extensão do metacarpo. 
- RX: do polegar, AP e Perfil. 
 
3.5 Dedo em martelo 
 
- Rompimento do tendão extensor da falange distal. Pode haver fragmento ósseo avulsionado da falange. A articulação inter-falangeana está 
em flexão moderada e não pode ser estendida passivamente. 
- Mecanismo: flexão passiva brusca da articulação inter-falangeana distal. Ex: bola que atinge a ponta do dedo. 
- Observar desvio da linha do dedo com flexão da falange distal, porém, sem extensão do dedo passivamente. 
- RX: de dedo, AP e Perfil. 
 
3.6 Síndrome do túnel do carpo 
 
- O túnel do carpo contém o nervo mediano e os tendões flexores dos dedos. É limitado, proximalmente, pelos ossos escafóide e pisiforme e, 
distalmente, pelo hâmulo do hamato e trapézio. A síndrome se caracteriza pelo estreitamento do túnel e dos problemas que isso resulta. 
- O sintoma mais comum é a parestesia dos dedos. 
 
 
 42 
- Teste de Phalen: flexão máxima de um punho contra o outro, por um minuto. O teste deverá desencadear parestesia digital. 
 
- Teste de Tinel positivo: dor irradiada, tipo choque, para a região inervada pelo mediano (1º, 2º e 3º dedos), após percussão da face anterior 
do punho. 
 
- Mecanismo: estreitamento da cavidade, que pode ser resultante da luxação do semilunar, intumescimento secundário à fratura de Colles, 
gestação, hipotireoidismo, doença de Paget. 
 
3.7 Fraturas de falanges tipo placa volar 
 
- Fratura da base anterior da falange média, tipo arrancamento. O paciente se apresenta com o dedo semi-fletido. 
- Mecanismo: hiperextensão digital, após trauma direto. 
- Observar a posição do dedo e se há dor à palpação na face anterior. 
- RX: digital, em AP e Perfil. 
 
3.8 Lesão do ligamento colateral metacarpo-falangeano do polegar 
 
- A lesão do ligamento colateral ulnar metacarpo-falangeano do polegar causa instabilidade. O paciente se queixa de dor. 
- Mecanismo: trauma direto sobre o polegar em extensão. 
 
- Uma variante do teste de Allen poderá ser feita para testar a integridade das artérias digitais. O mecanismo é o mesmo, no entanto, deverá 
pressionar, com o polegar e indicador, as laterais dos dedos. Ao abrir a mão, o dedo estará mais pálido que os demais. Ele deverá enrubescer 
ao se liberar uma das artérias. 
 
 
3.9 Fraturas do rádio distal 
 
- Segunda fratura mais comum do membro superior, perdendo apenas para as fraturas de metacarpos e falanges. 
- Mecanismo: queda com a mão espalmada. 
- Para avaliar uma radiografia de punho é necessário saber que o comprimento radial é de 11 a 12 mm, que a superfície articular radiocarpial 
é inclinada anteriormente e, se vista de perfil, forma um ângulo de inclinação volar de 11°. Essa mesma superfície articular inclina-se para o 
lado ulnar, formando um ângulo de 22° em relação a linha horizontal, perpendicular ao eixo longitudinal do radio. 
 
 
3.9.1 Fratura de Colles 
- Fratura do rádio distal, geralmente com cominuição dorsal, angulação dorsal, desvio dorsal do fragmento distal e encurtamento do 
rádio. 
 
3.9.2 Fratura de Smith 
- Fratura do rádio distal com angulação e desvio volar do fragmento distal (reverso da fratura de Collles) 
 
3.9.3 Fratura de Barton 
- Fratura- luxação marginal articular instável com deslocamento do carpo junto com o fragmento articular, podendo ser volar ou dor-
sal. 
 
3.9.4 Fratura de Chauffeur 
- Fratura oblíqua da extremidade

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