Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FARMACOLOGIA FERNANDO SALA MARIN 16. VASODILATADORES Vasodilatadores são amplamente utilizados no tratamento da Insuficiência Cardíaca e Hipertensão Arterial. Os vasodilatadores na hipertensão arterial têm que dilatar o leito arterial, para que haja assim uma diminuição da resistência periférica e, consequentemente, a P.A.; na insuficiência cardíaca, os vasodilatadores são utilizados para a dilatação do leito arterial e leito venoso, com isso, diminui a carga que chega ao coração, melhorando a condição do trabalho cardíaco. Vasodilatação Arterial Se houver dilatação do leito arterial ocorre uma diminuição da resistência periférica, que leva a uma diminuição da pressão arterial, fazendo com que a pós-carga seja diminuída. No entanto, quando há uma queda da pressão arterial os barorreceptores logo percebem e realizam uma descarga simpática, que nos vasos causaria uma vasoconstrição, no entanto, como há uso de vasodilatadores essa vasoconstrição não ocorre. Vasodilatação venosa Pensando na grande circulação, com o uso de vasodilatadores, haverá uma diminuição do retorno venoso, e com isso, uma diminuição da pré-carga. Também pode haver uma hipotensão postural. Esta hipotensão necessita de um ajuste rápido por parte do organismo para não ocorrer, o que é feito pelo sistema simpático e não ocorrerá devidamente quando houver uso dos vasodilatadores, por isso, a hipotensão postural é um de seus efeitos adversos. Vasodilatadores: - Drogas anti-angiotensina II - Bloqueadores dos canais de cálcio - Nitrovasodilatadores - De ação direta - Bloqueadores α-adrenérgicos � SISTEMA RENINA – ANGIOTENSINA – ALDOSTERONA A renina é liberada no rim. Sua liberação é causada pelas células justaglomerulares devido ao fluxo renal diminuído e também estímulos simpáticos (β1). Uma vez liberada, a renina converte o angiotensinogênio (produzido pelo fígado) em angiotensina I, essa última, através da ECA (enzima conversora de Angiotensina, encontrada no endotélio de vários órgãos - principalmente nos pulmões e rins), é convertida em angiotensina II. A ECA pode atuar ainda sobre outras substâncias, como por exemplo, degradando a bradicinina nos pulmões. A Angiotensina II formada se liga aos receptores AT1 e AT2, cujas ações são antagônicas, ou seja, ao se ligar no AT1, ela estimula a vasoconstrição da arteríola eferente renal e periférica, aumento da atividade simpática FARMACOLOGIA FERNANDO SALA MARIN (liberação de NOR e ADR), aumento da liberação de ADH e aldosterona, aumento da reabsorção de sal (Na+ e Cl-) e da retenção hídrica (são efeitos que elevam a P.A.), e estimula a remodelação cardiovascular (proliferação celular do músculo liso vascular e a hipertrofia cardíaca). Ao se ligar ao receptor AT2, a Angitensina II tem ações antagônicas: é vasodilatadora e aumenta a natriurese (diminuem a P.A.) e cardioprotetora: antiproliferativa no musculo liso vascular e reduz a remodelação cardíaca. *Cerca de 95% da angiotensina II liberada se liga aos receptores AT1, por isso prevalecem as ações exercidas por este receptor, ou seja: vasoconstrição periférica, aumento da P.A. e remodelação cardíaca e vascular. Há também a Angiotensina1-7, originada a partir da angiotensina I através da ação de endopeptidases (enzimas), se liga a receptores AT1-7 e possui ação vasodilatadora, aumenta a liberação de prostaglandinas (que são vasodilatadoras), natriurética e diminui a proliferação do músculo liso vascular, portanto, também tem efeito antagonista a ação predominante da angiotensina II. A angiotensina II também pode ser convertida em angiotensina III, que possui as mesmas ações da precursora se ligando aos receptores AT1 (vasoconstrição). 1) DROGAS ANTI ANGIOTENSINA II Englobam dois subgrupos: Inibidores da ECA e os Antagonistas dos receptores AT1. 1.1) INIBIDORES DA ECA - CAPTOPRIL - ENALAPRIL - FOSINOPRIL - LISINOPRIL Mecanismo de ação: a ECA é a enzima responsável pela conversão de angiotensina I em angiotensina II e também inativa a bradicina nos pulmões a um peptídeo inativo, portanto, as drogas I-ECA causam diminuição da formação de angiotensina II e acúmulo de bradicinina e angiotensina I. As consequências diretas da diminuição da angiotensina II incluem: redução do efeito vasoconstritor, do efeito retentor de sódio (via aldosterona) e do efeito trófico na musculatura lisa de vasos, nas células miocárdicas e fibroblastos. A bradicinina é um potente vasodilatador, portanto, seu acúmulo exerce um sinergismo com a inibição da síntese de AG II e ela se relaciona ao aumento de síntese de prostaglandinas e de óxido nítrico, substâncias que também são vasodilatadoras. A AG I não sendo convertida em AG II, aumenta a conversão em Angiotensina1-7., que também é vasodilatador e protetor cardiovascular. *Todas as drogas do grupo causam o mesmo efeito, a diferença é farmacocinética, ou seja, só muda a meia vida de uma droga para outra, e consequentemente, o número de vezes que ela será administrada durante o dia. Negros e idosos não respondem bem a este medicamento. Ações Farmacológicas: - Inibe a formação de angiotensina II → vasodilatação, redução da secreção de aldosterona e inibição da remodelação cardiovascular. - Acúmulo de bradicinina → aumento na síntese de PGs e NO (vasodilatação). - Aumento na angiotensina 1-7 → vasodilatação e proteção cardiovascular. FARMACOLOGIA FERNANDO SALA MARIN Ações adicionais: - Nefroproteção → diminui a pressão de filtração, não lesionando a membrana de filtração, o rim funciona menos, porém por mais tempo (a creatinina no sangue será aumentada). - Diminuição da resistência à insulina: “Estes fármacos melhoram a sensibilidade à insulina e o controle da glicemia, além de reduzirem a incidência de novos casos de diabetes.” (Revista Factores de Risco, nº 22 Jul- Set 2011, pág. 47). - Redução da hipertrofia do ventrículo esquerdo. - Aumento da sobrevida. Uso terapêutico: - Hipertensão (1ª escolha em hipertensos diabéticos ou com: síndrome metabólica, hipertrofia ventricular esquerda); - Insuficiência cardíaca (todos com insuficiência cardíaca I a IV ou risco de desenvolvê-la, tem indicação de fazer uso de inibidores da ECA). Reações adversas: - Tosse seca intratável que acomete de 5% a 20% dos pacientes, principalmente mulheres. Essa tosse se deve ao acúmulo de bradicinina na árvore respiratória e pode aparecer nos primeiros 6 meses de tratamento; - Hipotensão severa que pode ser evitada introduzindo o IECA em doses progressivas; - Hipercalemia (devido a diminuição da secreção de aldosterona, que faz com que poupe potássio); - Teratogênico (nos 2º e 3º trimestres de gestação); - Edema angioneurótico: é uma reação de hipersensibilidade que ocorre com cerca de 1% dos pacientes e cursa com edema de instalação súbita, que pode acometer pálpebra, lábio, língua, laringe (glote). Em caso de emergência, aplica-se adrenalina. * Quem apresenta tosse seca ou edema angioneurótico é intolerante aos IECA. 1.2) ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES AT1 - LOSARTAN - VALSARTAN - OLMESARTAN Mecanismo de ação: os ARATI atuam de forma seletiva no bloqueio dos receptores do subtipo AT1 da angiotensina II, promovendo redução dos níveis de aldosterona e catecolaminas, vasodilatação arterial com consequente diminuição da resistência vascular periférica. Apresentam ainda, atividade antiproliferativa, com pouco efeito no cronotropismo (frequência cardíaca) e inotropismo (força de contração). Não interferem na degradação da bradicinina, não causando o acúmulo da mesma que leva à tosse característica dos IECAs. *Tem menos reações adversas, mas não são drogas de 1ª escolha. A 1ª escolha é IECA e os antagonistas dos receptores AT1 são 2ª escolha. Ação farmacológica: - Vasodilatação; - Ação antiproliferativa,inibição da remodelação cardiovascular e nefroproteção; - Redução da aldosterona (assim há um aumento na eliminação de sódio e água). Uso terapêutico: - Hipertensão arterial; - Insuficiência cardíaca; → Em todos aqueles pacientes que forem intolerantes aos inibidores da ECA. Reações adversas: - Hipotensão severa que pode ser evitada introduzindo fármaco em doses progressivas; - Hipercalemia (devido a diminuição da eliminação de aldosterona, que faz com poupa K+); - Teratogênico; - Edema angioneurótico (menos comum que nos IECA). * Há uma incidência extremamente baixa de reações adversas. - A associação de IECA e antagonista de AT1 pode ser feita em casos de sintomatologia muito persistente, pois um inibe a produção de angiotensina II e o outro inibe os receptores para a angiotensina II que é formada. FARMACOLOGIA FERNANDO SALA MARIN - IECA e BRA não são indicados para pacientes com estenose da artéria renal, pois diminuem a filtração glomerular, prejudicando ainda mais a função renal. Podem causar Insuficiência renal aguda e para evitar essa reação, a administração deve ser progressiva. 2) BLOQUEADORES DE CANAIS DE CÁLCIO 2.1) DIIDROPIRIDINAS: - AMLODIPINA (ANLODIPINO) - NIFEDIPINA 2.2) NÃO DIIDROPIRIDINAS: - BEZOTIAZÍDICOS: DILTIAZEM - FENILALQUILAMINAS: VERAPAMIL *O influxo de Ca2+ nos canais de cálcio voltagem-dependente tipo L cardíacos possui efeito cronotrópico e inotrópico positivos, já nos vasos, causa a vasoconstrição, aumentando a resistência periférica e elevando a P.A. Mecanismo de ação: Bloqueio de canais de cálcio voltagem-dependente tipo L. *Este bloqueio é preferencialmente no coração ou nos vasos, dependendo da classe, sendo: - DIIDROPIRIDINAS → bloqueio preferencial na vasculatura arterial (hipertensão e vasodilatação coronariana); - NÃO DIIDROPIRIDINAS → bloqueio preferencialmente cardíaco, sendo inotrópico e cronotrópico negativo. *Ocorre a redução da disponibilidade de cálcio dentro da célula, pois o bloqueio ocorre apenas em um tipo de canal. Ação farmacológica: - Em vasos sanguíneos → vasodilatação (mais sensíveis nas diidropiridinas, que causam estimulação cardíaca, sendo portanto, cronotrópicas e inotrópicas positivas); - No coração → não diidropiridinas possuem ação depressora sobre o miocárdio (reduz a força de contração, diminui a frequência cardíaca e retarda a condução do impulso ao longo do coração, ou seja, também é dromotrópica negativa). - A vasodilatação arterial: diminui a pós-carga, assim ocorre uma descarga simpática (pelo estímulo dos barorreceptores), que vai aumentar a força de contração e a frequência cardíaca. Essas drogas são bons vasodilatadores coronarianos. - Na hemodinâmica causa diminuição da pressão arterial. Uso terapêutico: - Hipertensão: os três podem ser usados, mas o mais utilizado é a diidropiridina (anlodipino); - Arritmias cardíacas (não diidropiridinas); - Síndromes coronarianas: angina estável, angina instável, angina prinzmetal e infarto agudo do miocárdio (diidropiridinas → vasodilatação coronariana). *Insuficiência cardíaca: não existe indicação de bloqueadores de canais de cálcio; a diidropiridina não deve ser utilizada, porque causa aumento da frequência cardíaca, e na insuficiência cardíaca a frequência cardíaca já está aumentada. - ATENÇÃO: Como anti-hipertensivo, a diidropiridina é melhor, pois altera com maior eficácia a resistência periférica, a associação dessas drogas com β-bloqueadores é satisfatória, porque inibe a ação estimulante no coração. Já β-bloqueadores com Verapamil e Diltiazem é uma associação arriscada, pois deprime demais o coração, podendo levar, inclusive, à uma parada cardíaca. Reações adversas: - Cefaleia (diidropiridinas); - Rubor facial (diidropiridinas); - Depressão cardíaca (não diidropiridinas); - Edema pré-tibial ou de membros inferiores (diidropiridinas). *Isquemia do miocárdio: com a diminuição da pressão arterial causada pelos diidropiridínicos, aumenta a frequência cardíaca e a força de contração, podendo levar a isquemia do miocárdio: o aumento da frequência cardíaca e da força de contração demanda FARMACOLOGIA FERNANDO SALA MARIN mais sangue (O2) para o coração, com a diminuição da P.A e diminuição do tempo de enchimento, há uma diminuição da oferta de sangue (O2) para os tecidos, com isso falta sangue para o coração. Para evitar que isto ocorra, faz-se associação com β- bloqueadores). 3) VASODILATADORES DE AÇÃO DIRETA 3.1 – HIDRALAZINA 3.2 – MINOXIDIL - Causam vasodilatação arteriolar intensa, com queda acentuada na P.A., ativando barorreceptores e então ocorre estimulo simpático reflexo que leva a taquicardia e aumenta a liberação de renina pelos rins, aumentando também a angiotensina II e aldosterona, tentando elevar novamente a P.A. (vasoconstrição e retenção de sódio e água). - A hipotensão excessiva pode causar AVC e IAM. A resposta simpática reflexa pode também provocar angina. - Devem ser utilizados em associação com diuréticos (diminuir a retenção hídrica e de sódio) e β-bloqueadores (evitar a taquicardia reflexa). 3.1 – HIDRALAZINA: tem ação direta sobre a musculatura lisa dos vasos de resistência, produzindo vasodilatação. Uso terapêutico: - Emergências hipertensivas na gestação (é o vasodilatador de escolha na eclampsia e pré- eclampsia, pois não tem efeito teratogênico. Já a metildopa é a 1ª escolha para hipertensão na gestação); - Emergências hipertensivas (E.V); - Na insuficiência cardíaca, em associação. Reações adversas: cefaleia, rubor, hipotensão excessiva, taquicardia reflexa, angina de peito, retenção de Na+ e H2O. Pode raramente causar uma reação imunológica, o “Lúpus medicamentoso” imitando os sintomas da “síndrome lúpus like” (doença autoimune que ataca o colágeno), um efeito colateral grave. 3.2 – MINOXIDIL: Mecanismo de ação: Abrem canais de potássio nas células do músculo liso, com isso ocorre efluxo de potássio devido a diferença de concentração intra e extracelular, isso faz com que a célula fique hiperpolarizada, levando-a ao relaxamento. São vasodilatadores arteriais, que agem causando a diminuição da resistência periférica (diminuição da pressão arterial e diminuição da pós-carga) e aumentando o débito cardíaco (aumentando a frequência cardíaca e aumentando a força de contração). A diminuição da pressão arterial estimula barorreceptores que farão uma descarga simpática causando o aumento do débito cardíaco. Uso terapêutico: hipertensão grave em associação com diuréticos e β-bloqueadores. É a ultima escolha, quando as outras drogas administradas são ineficazes. Reações adversas: hipotensão excessiva, taquicardia reflexa, angina de peito, cefaleia, rubor e retenção de sódio e água. Também causa hipertricose em todos os pacientes que recebem minoxidil por um longo período de tempo (esse efeito adverso constitui uma consequência da ativação dos canais de potássio): ocorre o crescimento de pêlos na face, nas costas, nos braços e nas pernas, o que é particularmente desagradável para as mulheres. *Hoje, o minoxidil tópico é comercializado para tratamento da calvície masculina; o uso tópico pode causar efeitos cardiovasculares detectáveis em alguns indivíduos. 4) NITROVASODILATADORES OU NITRATOS ORGÂNICOS - NITROPRUSSIATO DE SÓDIO - NITRATOS: NITROGLICERINA / MONONITRATO e DINITRATO DE ISOSSORBIDA FARMACOLOGIA FERNANDO SALA MARIN Mecanismo de ação: liberam óxido nítrico para os vasos. O óxido nítrico irá estimular a enzima guanilato ciclase, levando a formação de GMPc, que diminui o Ca2+ intracelular e promove o relaxamento do músculo liso do vaso (vasodilatação). Ação farmacológica: - Nos vasos sanguíneos: Dosesbaixas: causa venodilatação. Exceção: o nitroprussiato de sódio causa dilatação do leito arterial e venoso em qualquer dose. Outras doses: vasodilatação arterial e venosa. - No coração: Taquicardia reflexa e redução do consumo de O2 no coração. *O nitrato por causar venodilatação leva a uma diminuição da pré-carga, melhorando a condição do trabalho cardíaco, dessa forma o coração necessita de menos O2 para trabalhar. * Os nitratos são bons vasodilatadores coronarianos. • NITRATOS Uso terapêutico: angina estável, instável e por estresse físico (diminui o consumo de O2 pelo coração e faz vasodilatação coronariana); Insuficiência cardíaca associada a β-bloqueadores para evitar a taquicardia reflexa (diminui a pré-carga, ajuda inclusive a tratar o edema pulmonar). Vias de administração: - Sublingual: recomendada em crises de angina (não usa nifedipina pois causa mais taquicardia reflexa); - Oral: profilática (angina crônica, administração diária), efeito máximo 60-90 minutos; - Cutânea: pomadas, discos transdérmicos: angina noturna e induzida por exercícios. Reações adversas: Hipotensão arterial, síncope (hipotensão postural), cefaleia, taquicardia, tolerância e dependência física (quem faz uso constante de nitrato não pode interromper o tratamento repentinamente, deve ser de maneira progressiva, assim a tolerância reverte rapidamente). *O fármaco é fotossensível, para não perder o efeito, deve estar em embalagem que o proteja da luz. ATENÇÃO → Interação dos nitratos com inibidores da fosfodiesterase 5 (PDE5) como o Sildenafil (Viagra®) causa risco de morte! O inibidor da PDE5 atrasa a degradação do GMPc, acumulando-a no organismo. Sabe-se que o aumento de GMPc diminui o Ca2+ intracelular nos músculos lisos, causando relaxamento. A função deste fármaco é justamente essa, relaxar a musculatura lisa vascular do pênis, melhorando a função erétil. Além do Sildenafil, há o Tadalafil e Vardenafil. O uso de nitrato libera óxido nítrico, formando mais GMPc. Assim o uso de inibidor de PDE5 (Viagra®) dificulta a degradação desse GMPc que já está sendo formado em doses superiores, gerando uma vasodilatação mais intensa (hipotensão severa), diminuindo a oferta de O2 ao miocárdio, somado a este fato, o esforço físico (relação sexual), vai aumentar a demanda de oxigênio para o miocárdio e essa isquemia miocárdica pode ser grave e prolongada o suficiente para causar infarto do miocárdio e morte. *Após administração de nitrato, esperar 24 horas para tomar Sildenafil e 48 horas para tomar outros medicamentos com esse mesmo efeito. • NITROPRUSSIATO DE SÓDIO - Utilizado em emergências hipertensivas com riscos de comprometimento de órgãos alvos. Somente para uso venoso com bombas de infusão, intra-hospitalar, possui ação extremamente rápida. - Causa dilatação arterial e venosa intensa. - Também é fotossensível. - Produz metabólitos tóxicos. Uso terapêutico: Emergência hipertensiva (nitroprussiato de sódio é a 1ª escolha, porque causa vasodilação arterial e venosa em qualquer dose); não observa desenvolvimento de tolerância a esta droga. * O início da ação do nitroprussiato de sódio administrado via endovenosa ocorre em 30 segundos, sendo que seu efeito hipotensivo máximo é alcançado em 2 minutos e quando se interrompe a infusão, o efeito desaparece em 3 minutos. FARMACOLOGIA FERNANDO SALA MARIN Toxicidade e reações adversas: cefaleia intensa. Geralmente não são administrados por mais de 24 horas devido à toxicidade, que é causada pelo cianeto, que é metabolizado em tiocianato pelo fígado, uma substância bastante tóxica que causa: confusão mental (psicose tóxica), vômito, tosse, diarreia. Quando necessário utilizar por mais de 24 horas ou em doses muito elevadas, a administração concomitante de Tiossulfato de Sódio evita o acúmulo de cianeto, diminuindo o tiocianato. Esta droga se liga ao cianeto e são excretadas pelo organismo. 5) SIMPATOLÍTICOS - Ação periférica: ANTAGONISTAS α1-ADRENÉRGICOS: PRAZOSINA, DOXAZOSINA, TERAZOSINA - Ação no SN Simpático: AGONISTAS α2-ADRENÉRGICOS - β-BLOQUEADORES Estímulo simpático: - Coração: receptores β1 → efeitos inotrópico e cronotrópico positivos; - Rins: receptores β1 → ↑ liberação de renina (o que ↑ Angiotensina II → vasoconstrição); - Vasos: receptores α1→ vasoconstrição; - Pulmões: receptores β2 → broncodilatação; - SNA: receptores α2 → na membrana pré-sináptica, participa da autorregulação, ou seja, diminui a liberação de catecolaminas, diminuindo o estímulo simpático. 5.1 – ANTAGONISTAS α1-ADRENÉRGICOS (α1-BLOQUEADORES) - PRAZOSINA - DOXAZOSINA - TERAZOSINA Mecanismo de ação: bloqueio seletivo de adrenorreceptores α1. Ação farmacológica: Vasodilatação arterial e venosa. Uso terapêutico: - hipertensão (baixa eficácia em monoterapia); - hiperplasia prostática benigna. * O uso de prazosina na insuficiência cardíaca aumenta o risco de mortalidade. Doxazosina é muito utilizada na hiperplasia prostática benigna, porque o bloqueio de α1 relaxa a cápsula da próstata e mantém essa uretra sem ser pressionada. Reações adversas: hipotensão postural; taquicardia e retenção hídrica. *A principal preocupação em relação ao uso dos antagonistas dos receptores α₁-adrenérgicos na hipertensão é o denominado fenômeno de primeira dose, que pode causar hipotensão ortostática sintomática, que ocorre até 90 minutos após a dose inicial do agente ou quando se aumenta rapidamente a dose. 5.2 – AGONISTAS α2-ADRENÉRGICOS - ALFAMETILDOPA - CLONIDINA Mecanismo de ação: estimulam receptores α2 adrenérgicos, reduzindo o tônus simpático. Uso terapêutico: ALFAMETILDOPA → hipertensão na gravidez (não possui efeito teratogênico); CLONIDINA → emergências hipertensivas quando não há risco para órgãos alvo. FARMACOLOGIA FERNANDO SALA MARIN 5.3 – β-BLOQUEADORES - NÃO SELETIVOS (bloqueiam receptores β1 e β2): PROPRANOLOL - CARDIOSSELETIVOS (bloqueiam receptores β1): ATENOLOL, METOPROLOL - β-BLOQUEADORES COM ATIVIDADE α1-BLOQUEADORA (bloqueiam receptores β1, β2 e α1): CARVEDILOL Efeitos benéficos dos antagonistas β: - proteção dos miócitos contra o efeito tóxico direto das catecolaminas; - diminuem a liberação de renina (diminui a vasoconstrição); - diminuem a frequência cardíaca. Usos terapêuticos: hipertensão e ICC, combinado com outros agentes. Contraindicações: - Pessoas com asma ou DPOC, pois os β-bloqueadores não seletivos e os cardiosseletivos em altas doses causam broncoconstrição; - Pacientes bradicárdicos graves (FC<50bpm), pois estas drogas são cronotrópicas negativas. Reações adversas: - alteram o perfil lipídico (principalmente quando associados aos diuréticos); - elevam os níveis de glicose. *Usar com cautela em diabéticos ou com colesterol elevado/aterosclerose. *Estes efeitos são mais comuns com os β-bloqueadores de 1ª e 2ª geração, por isso prefere-se utilizar o CARVEDILOL, que é 3ª geração.
Compartilhar