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Compete ao CONAMA: I - Estabelecer, mediante proposta do IBAMA, critérios para o licenciamento de atividades eletiva ou potencialmente psicológicas a ser concedidos pelo estado e supervisionado pelo IBAMA; II - Determinar, quando julgar necessário a realização de estudos das alternativas e das possíveis consequências ambientais de projetos públicos ou provados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional; III - Decide, como última instância administrativa em grau de recurso, mediante depósito prévio, sobre as multas e outras penalidades impostas pela IBAMA; (Revogado pela lei 12.941/2009) IV - Vetado; V - Determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; VI - Estabelecer, privativamente, norma e padrões nacionais de controle da poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes; VII - Estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos; ATOS PRATICADOS PELO CONAMA: Resoluções: Quando se tratar de deliberação vinculada a diretrizes e normas técnicas, critérios e padrões relativos à proteção ambiental e ao uso dos recursos ambientais; Moções: Quando se tratar de manifestação de qualquer natureza, relacionada com a temática ambiental; Recomendações: Quando se tratar de manifestação acerca da implementação de políticas, programas públicos e normas com repercussão na área ambiental, inclusive sobre os termos de parceria. Proposições: Quando se tratar de matéria ambiental a ser encaminhada ao Conselho de Governo ou ás comissões do Senado Federal e da Câmara dos Deputados; INTRODUÇÃO AO DIREITO AMBIENTAL Antropocentrismo: defende a centralidade indiscutível do ser humano e valoriza a natureza de um ponto de vida instrumental. Econcentrismo: Defende o valor não instrumental dos ecossistemas, e da própria ecosfera, cujo equilíbrio se revela preocupação maior do que a necessidade de florescimento de cada ser vivo em termos individuais. O homem é apenas um dos componentes da natureza. Biocentrismo: Sustenta a existência de valor nos demais seres vivos, independentemente da existência do homem. A vida é considerada um fenômeno único, tendo a natureza valor intrínseco, e não instrumental, o que gera uma consideração aos seres vivos não humanos. A defesa dos direitos animais foi inspirada nessa teoria. Em 27.08.2015, em Bruxelas, a UNESCO proclamou a Declaração Universal dos Direitos dos Animais. O ordenamento jurídico brasileiro não confere aos animais o título de sujeitos de direitos, mas sim objetos de direito. Há uma proteção especial: art. 32. Lei 9605/98). De acordo com as teorias estudadas, como se dá o consumo de carne animal? Antropocentrismo: decorre da liberdade de escolha. Ecocentrismo: Natureza carnívora; cadeia alimentar Biocentrismo: Não pode, pois a vida do animal tem o mesmo valor da humana. Definição e espécies de meio ambiente: Para o Dicionário Aurélio da língua portuguesa, ambiente é o “que cerca ou envolve os seres vivos ou as coisas, por todos os lados”. Por isso, alguns entendem que a expressão meio ambiente é redundante, podendo se referir à ambiente. Lei 6938/81, Art. 3° - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: 1°- meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. Espécies de Meio ambiente: natural, cultural, artificial e do trabalho; Meio ambiente natural: é a espécie de meio ambiente que compõem basicamente os 3 elementos naturais (ar, água e solo) e as espécies de vida (fauna e flora); Meio ambiente artificial: espaço urbano construído, considerando as edificações e os equipamentos públicos, ruas, praças, ou seja, é a ação do homem consistente em transformar o meio natural em artificial; Meio ambiente cultural: abrange as obras de arte, imóveis históricos, museus, tudo que possa contribuir para o bem estar e a felicidade do ser humano, ou aquilo que possui valor histórico, artístico, arqueológico, turístico, paisagístico; Meio ambiente laboral ou do trabalho: aquele que envolve as condições do local onde é prestado o serviço pelo trabalhador, observada a sua saúde; no meio ambiente laboral, é observada a salubridade no processo de produção e que envolvem fatores químicos, biológicos e físicos; Definição, Autonomia e objetivo do direito ambiental Para Frederico Amado é o “ramo do direito público composto por princípios e regras que regulam as condutas humanas que afetem, potencial ou efetivamente, direta ou indiretamente, o meio ambiente, quer o natural, o cultural ou o artificial” Objetiva o Direito Ambiental no Brasil especialmente o controle da poluição, a fim de mantê-la dentro dos padrões toleráveis, para instituir um desenvolvimento econômico sustentável, atendendo as necessidades das presentes gerações sem privar as futuras da sua dignidade ambiental. Art. 170. CRFB, A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios. VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; Autonomia do Direito Ambiental: É certa a autonomia didática deste novo ramo jurídico, uma vez que goza de princípios peculiares não aplicáveis aos demais, que serão estudados em capitulo próprio. Conquanto já existissem leis ambientais anteriores, a exemplo do Código de Águas, do Florestal antigo, de Pesca e da Lei de Proteção à Fauna, entende-se que a “certidão de nascimento” do Direito Ambiental no Brasil foi a edição da Lei 6.938/1981, pois se trata do primeiro diploma normativo nacional que regula o meio ambiente como um todo, e não em partes, ao aprovar a Política Nacional do Meio Ambiente, seus objetivos e instrumentos, assim como o Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, que tem a missão de implementá-la. Antes, apenas existiam normas jurídicas ambientais setoriais, mas não um Direito Ambiental propriamente dito, formado por um sistema harmônico de regras e princípios. MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL: Artigo 182 CF; Lei 10.257-2001 (estatuto da cidade) MEIO AMBIENTE NATURAL Artigo 225 CF Lei complementar 140/20xx (regula as competências ambientais comuns entre as entidades politicas); Lei 6.938/1981 (politica nacional do meio ambiente); Lei 5.197/1967 (proteção a fauna); Lei 9.433/1997 ( politica nacional de recursos hídricos); Lei 9.603/1998 (crimes e infrações ambientais); Lei 9.983/2000 (sistema nacional das unidades de conservação); MP 2.186/2001 ( Regulamenta a conservação da diversidade biológica e dispõe sobre o conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético); Lei 11.105/205 (Biossegurança); Lei 11.284/2006 (gestão de florestas publica); Lei 11.428/2006 (bioma mata atlântica); Lei 11.959/2009 (politica nacional de desenvolvimento sustentável da aquicultura e da pesca); Lei 12.187/2009 (politica nacionalde mudança do clima); Lei 12.305/2010 (politica nacional de resíduos sólidos); 12.651/2012 (novo código florestal), alterada pela lei 12727-2012; Resolução 237/1997- CONAMA (licenciamento ambiental); Resolução 01/1986 – CONAMA (EIA-RIMA); RESOLUÇÃO 09/1987 – Conama (audiência publica em EIA-RIMA); Direito intertemporal ambiental: Uma questão sempre polemica e que tem contornos próprios no direito ambiental é a aplicabilidade da nova lei ambiental no tempo, mormente no que concerne a situações consolidadas ou em execução ambiental. É certo que a lei nova não poderá retroagir para prejudicar o ato jurídico perfeito e o direito adquirido, mas a interpretação destas garantias constitucionais não é nem um pouco pacifica. Nesse diapasão, quando a reserva florestal legal foi majorada de 50% para 80% na Amazônia Legal, nas áreas de floresta nativa, por meio da MP 2.166-67 2001, os proprietários rurais que desmataram 50% de seus prédios rústicos comumente se recusaram a majorar a limitação administrativa ao direito de propriedade em 30% alegando direito adquirido. A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL E O NASCIMENTO DO DIREITO FUNDAMENTAL AO MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO: Há uma crescente tendência mundial na positivação constitucional das normas protetivas do meio ambiente, notadamente após a realização da Conferencia Das Nações Unidas Sobre O Meio Ambiente - CNUMA (Estocolmo, 1972) pela ONU. Logo, começaram a nascer as constituições “verde” (Estado Democrático Social de Direito Ambiental), a exemplo da Portuguesa (1976) e da espanhola (1978), que tiveram influência direta na elaboração da Constituição Da Republica Federativa Do Brasil de 1988, notadamente na redação do artigo 255, principal fonte legal do patrimônio ambiental natural. Hoje, no Brasil, toda a base do Direito Ambiental se encontra cristalizada na Lei Maior: competências legislativas (artigo22, IV, XII e XXVI, 24 VI,VII e VIII, 30, I e II); competência administrativa (artigo 23, III, IV, VI, VII e XI) Ordem econômica Ambiental (artigo 170, VI); Meio ambiente Artificial ( artigo 182); meio ambiente Natural (artigo 225), entre outras disposições esparsas não menos importante, formando o denominado Direito Constitucional Ambiental. COMO DIREITO FUNDAMENTAL QUE É, POSSUI AS SEGUINTES CARACTERÍSTICAS: Historicidade (decorre de conquistas por lutas dos povos em prol da defesa do meio ambiente); Universalidade (são dirigidos a toda a população mundial, muito embora existam variações entre as legislações das nações); Irrenunciabilidade (o povo não poderá abrir mão do direto ao equilíbrio ambiental); Inalienabilidade (está fora do comércio); Limitabilidade (são direitos relativos, pois nenhum direito fundamental é absoluto, podendo ceder, no caso concreto, em razão de outro direito fundamental inconciliável na hipótese, mediante o juízo de ponderação, norteada pela proporcionalidade; COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS AMBIENTAIS *FEDERALISMO DE COOPERAÇÃO *é sabido que o Brasil adota na Lei Maior vigente um federalismo de cooperação, na forma do seu artigo 18, núcleo intangível, que prevê, além de competências materiais exclusivas e privativas, as concorrentes (legislativas) e comuns (materiais) entre as entidades políticas, à luz do princípio da Preponderância do Interesse, incluindo os municípios, que pioneiramente no Brasil foram elevados à condição de entidades políticas, não sendo simples entes administrativos. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO: há dúvida, desconhece-se o risco. Há dupla fonte de incerteza, o perigo, ele mesmo considerado, e a ausência de conhecimento científico, sobre o perigo; Ou seja, se determinado empreendimento poderá causar danos ambientais sérios e irreversíveis, contudo inexiste certeza científica quanto aos efetivos danos e sua extensão, mas há base científica razoável fundada em juízo de probabilidade não remota da sua potencial ocorrência, o empreendedor deverá ser compelido a adotar medidas de precaução para inibir ou reduzir os riscos ambientais para a população. PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO: o risco e o impacto são conhecidos pela ciência. parte-se do binômio conhecer e prevenir; já se tem base científica para se prever os danos ambientais decorrentes de determinada atividade lesiva ao meio ambiente, devendo-se impor ao empreendedor condicionantes no licenciamento ambiental para mitigar ou elidir os prejuízos; ele se volta a atividade de vasto conhecimento humano (risco certo, conhecido ou concreto), em que já se definiram a extensão e a natureza dos danos ambientais, trabalhando com boa margem de segurança; assim, o princípio da prevenção trabalha com a certeza científica, sendo invocado quando a atividade humana a ser licenciada poderá trazer impactos ambientais já conhecidos pelas ciências ambientais em sua natureza e extensão, não se confundindo com o princípio da precaução. A diferença está na forma de confrontar o dano material: se não há certeza sobre ele, estar-se-á tratando do princípio da precaução; se as consequências danificadoras são conhecidas, trata-se do princípio da prevenção. No entanto, ambas impõem medidas para evitar ou minimizar o resultado danoso ao meio ambiente. PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL OU ECODESENVOLVIMENTO: o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas necessidades; Tem previsão implícita na cabeça do artigo 225, combinado com o artigo 270, VI, ambos da Constituição Federal e expressa no Princípio 04 da Declaração do Rio: “Para se alcançar um desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental deve constituir parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada separadamente”, tendo sido plantada a sua semente mundial na Conferência de Estocolmo de 1972. Deveras, as necessidades humanas são ilimitadas (fruto de um consumismo exagerado, incentivado pelos fornecedores de produtos e serviços ou mesmo pelo Estado), mas os recursos ambientais naturais não, tendo o planeta terra uma capacidade máxima de suporte, sendo crucial buscar a SUSTENTABILIDADE. Este princípio decorre de uma ponderação que deverá ser feita casuisticamente entre o direito fundamental ao desenvolvimento econômico e o direito à preservação ambiental, à luz do Princípio da Proporcionalidade. Outras vezes esse conflito já vem solucionado especificamente por regras jurídicas, a exemplo do percentual de reserva legal dos imóveis rurais, nos moldes do artigo 12 da Lei 12.652/2012 (novo Código Florestal), pensando mais na Floresta Amazônica, a preservação ao meio ambiente (reserva legal de 80% do total do imóvel), e, de outro vértice, prevalece o desenvolvimento econômico nas demais vegetações fora da Amazônia Legal (20% da área). PRINCÍPIO DO POLUIDOR (OU PREDADOR) – PAGADOR OU DA RESPONSABILIDADE: garantir a internacionalização dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, considerando o critério de que, em princípio, quem contamina deve arcar com os custos da descontaminação. Por este princípio, deve o poluidor responder pelos custos sociais da degradação causada por sua atividade impactante das chamadas externalidades negativas, devendo-se agregar esse valor ao custo produtivo da atividade, para evitar que se privatizem os lucros e se socializem os prejuízos. Ele se volta principalmente aos grandes poluidores. PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO RETROCESSO ECOLÓGICO: De acordo com este princípio, especialmente voltado ao Poder Legislativo, é defeso o recuo dos patamares legais de proteção ambiental, salvo temporariamente, em situações calamitosas, pois a proteção ambiental deve ser crescente, não podendoretroagir, principalmente quando os índices de poluição no Planeta Terra crescem a cada ano. Decorre da natureza fundamental do direto ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, vez que uma de suas características é a proibição ao retrocesso. OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: Em inegável avanço, conquanto editada ainda em período de exceção, a Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA foi instituída pela Lei 6.938/1981, regulamentada pelo Decreto 99.274/1990, tendo como objetivo geral a preservação, a melhora e a recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, com os seus princípios arrolados no artigo 2º: I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; VIII - recuperação de áreas degradadas; (Regulamento) IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: a PNMA visará: I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais; V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE: proteção ambiental de áreas urbanas e rurais, regulando medidas administrativas que deverão ser cumpridas pelos proprietários de imóveis para o seu usufruto. Já se fala atualmente em função socioambiental da propriedade, uma vez que um dos requisitos para que a propriedade rural alcance a sua função social é o respeito à legislação ambiental (art. 186, II, da CRFB), bem como a propriedade urbana, pois o plano diretor deverá necessariamente considerar a prevenção ambiental, a exemplo da instituição de áreas verdes. *Art. 1.228, § 1º, CC: “§ 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas”. PRINCÍPIO DO PROTETOR-RECEBEDOR: Outro importante princípio ambiental é do protetor-receptor ou recebedor, que seria a outra face da moeda do princípio do poluidor-pagador, ao defender que as pessoas físicas ou jurídicas responsáveis pela preservação ambiental devem ser agraciadas com benefícios de alguma natureza, pois estão colaborando com toda a coletividade para a consecução do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. *No Brasil, ainda são tímidas as medidas nesse sentido, mas é possível identificar a sua presença quando o art. 10, § 1º, II da Lei 9.393/95, exclui da área tributável do Imposto Territorial Rural alguns espaços ambientais especialmente protegidos. PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE INTEGRACIONAL OU EQUIDADE: como representante da geração presente temos o direito de usufruir os recursos naturais e o de preservá-los para as gerações futuras, daí o termo “integracional”, ou seja, entre gerações. Por este princípio, que inspirou a parte final do caput do art. 225 da CRFB, as presentes gerações devem preservar o meio ambiente e adotar políticas ambientais para a presente e as futuras gerações, não podendo utilizar os recursos ambientais de maneira irracional de modo que prive seus descendentes do seu desfrute. *Na realidade, o princípio do desenvolvimento sustentável busca a realização deste. Há um pacto fictício com as gerações futuras, que devem também ter acesso aos recursos ambientais para ter uma vida digna, razão pela qual as nações devem tutelar com maior intensidade os animais e vegetações ameaçados de extinção. PRINCÍPIO DA NATUREZA PÚBLICA (OU OBRIGATORIEDADE) DA PROTEÇÃO AMBIENTAL: Este princípio inspirou parcela do caput do art. 225 da CRFB, pois é dever irrenunciável do poder público promover a proteção do meio ambiente, por ser um bem difuso (de todos, ao mesmo tempo), indispensável a vida humana sadia e também da coletividade. *deverá o Estado atuar como agente normativo e regulador da Ordem Econômica Ambiental, editando normas jurídicas e fiscalizando de maneira eficaz o seu cumprimento. *por essa razão, entende-se que o exercício do poder de polícia ambiental é vinculado (em regra), inexistindo conveniência e oportunidade na escolha do melhor momento e maneira de sua exteriorização. Outrossim, pelo bem ambiental ser indispensável e autônomo, em regra não poderá ser objeto de transação judicial. PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO ENTRE OS POVOS: sabe-se que o meio ambiente não conhece fronteiras políticas, sendo curial (conveniente, apropriado; compatível com as normas, regras) uma mútua cooperação entra as nações. Fenômenos poluidores geralmente ultrapassam as divisas territoriais de uma nação e atingem o território de outra, a exemplo da emissão de poluentes na atmosfera que venham a causar o efeito estufa e a inversão térmica. *nesse caminho, o tratado que instituiu a Comunidade Europeia prevê, em termos de proteção ambiental, que “a comunidade e os Estados-Membros cooperam no âmbito das respectivas competências, com os países terceiros e as organizações internacionais” (art. 175, item 4). PRINCIPIO DO USUÁRIO-PAGADOR: aquele que se utiliza ou usufrui de um determinado recurso natural deverá arcar com os custos necessários a tornar possível esse uso. Não se trata de mera reprodução do princípio do poluidor-pagador. Por ele, as pessoas que utilizam recursos naturais devem pagar pela sua utilização, mesmo que não haja poluição, a exemplo do uso racional da água. Veja-se que difere do princípio do poluidor-pagador, pois neste há poluição e a quantia para pelo empreendedor funciona também como sanção social ambiental, além de indenização. No Brasil, juridicamente, nos termos do art. 3º, III, da Lei 6.938/81, considera-se como poluição a degradação da qualidade ambiental (alteração adversa das características do meio ambiente) resultante de atividadesque direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente o conjunto de todos os seres vivos de uma região; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente ou lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. ALGUNS INTEGRANTES DO PLENÁRIO DO CONAMA *o Ministro de Estado do Meio Ambiente, que o presidirá; *o Secretário-Executivo do Ministério do Meio Ambiente, que será o seu Secretário-Executivo; *um representante do IBAMA; *um representante da Agência Nacional de Águas-ANA; *um representante de cada um dos Ministérios, das Secretarias da Presidência da República e dos Comandos Militares do Ministério da Defesa, indicados pelos respectivos titulares; *um representante de cada um dos Governos Estaduais e do Distrito Federal, indicados pelos respectivos governadores; *oito representantes dos Governos Municipais que possuam órgão ambiental estruturado e Conselho de Meio Ambiente com caráter deliberativo, sendo:um representante de cada região geográfica do País;um representante da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente-ANAMMA;dois representantes de entidades municipalistas de âmbito nacional; *vinte e dois representantes de entidades de trabalhadores e da sociedade civil, sendo:dois representantes de entidades ambientalistas de cada uma das Regiões Geográficas do País;um representante de entidade ambientalista de âmbito nacional;três representantes de associações legalmente constituídas para a defesa dos recursos naturais e do combate à poluição, de livre escolha do Presidente da República; (uma vaga não possui indicação); um representante de entidades profissionais, de âmbito nacional, com atuação na área ambiental e de saneamento, indicado pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental-ABES;um representante de trabalhadores indicado pelas centrais sindicais e confederações de trabalhadores da área urbana (Central Única dos Trabalhadores- CUT, Força Sindical, Confederação Geral dos Trabalhadores-CGT, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria-CNTI e Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio-CNTC), escolhido em processo coordenado pela CNTI e CNTC;um representante de trabalhadores da área rural, indicado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura-CONTAG;um representante de populações tradicionais, escolhido em processo coordenado pelo Centro Nacional de Desenvolvimento Sustentável das Populações Tradicionais- CNPT/IBAMA;um representante da comunidade indígena indicado pelo Conselho de Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Brasil-CAPOIB;um representante da comunidade científica, indicado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência-SBPC;um representante do Conselho Nacional de Comandantes Gerais das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares-CNCG;um representante da Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza-FBCN; *oito representantes de entidades empresariais; e *um membro honorário indicado pelo Plenário; *integram também o Plenário do CONAMA, na condição de Conselheiros Convidados, sem direito a voto:um representante do Ministério Público Federal;um representante dos Ministérios Públicos Estaduais, indicado pelo Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Justiça; eum representante da Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias da Câmara dos Deputados. O Ministério do meio Ambiente – MMA, Antiga Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, planeja, coordena, supervisiona e controla a execução da PNAM e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, autarquia federal em regime especial, criado pela Lei 7.735/89, vinculado ao MMA, a quem compete exercer o poder de polícia ambiental na esfera federal e ações supletivas. O IBAMA possui um presidente e cinco Diretores designados em cargo em comissão pelo Presidente da República, nos termos do seu regimento interno, aprovado pelo Decreto 6.099/2007, tendo a seguinte estrutura organizacional:Art. 3º I – órgão colegiado: Conselho gestor; II – órgão de assistência direta e imediata ao Presidente: Gabinete; III – órgãos seccionais: a- Procuradoria federal especializada; b- Auditoria Interna; c- Corregedoria; e d- Diretoria de Planejamento, Administração e Logística; O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBIO, autarquia federal criada pela Lei n. 11.516/2007, artigo 34, retirou do IBAMA a tarefa da conservação ambiental, mediante a gestão das unidades de conservação federais. Compete ao ICMBIO, de acordo com o artigo 1º da citada norma: I–executar ações de política nacional de unidades de conservação da natureza, referentes às atribuições federais relativas à proposição, implantação, gestão, proteção, fiscalização e monitoramento das unidades de conservação instituídas pela União; II–executar as políticas relativas ao uso sustentável dos recursos naturais renováveis e ao apoio ao extrativismo e às populações tradicionais nas unidades de conservação de uso sustentável instituídas pela União; III–fomentar e executar programas de pesquisa, proteção, preservação e conservação da biodiversidade e de educação ambiental; IV–exercer o poder de polícia ambiental para a proteção das unidades de conservação instituídas pela União; e V–promover e executar, em articulação com os demais órgãos e entidades envolvidos, programas recreacionais, de uso público e de ecoturismo nas unidades de conservação, onde estas atividades sejam permitidas. Parágrafo Único: O disposto no inciso IV do caput deste artigo não exclui o exercício supletivo do poder de polícia ambiental pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. Os Órgãos Seccionais serão definidos pelos estados-membros e Distrito Federal, a exemplo da Secretaria do Meio Ambiente – SEMA, do Conselho Estadual do Meio Ambiente – CEPRAM e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – INEMA, no Estado da Bahia. São compostos pelos órgãos ou entidades estaduais (e por analogia do Distrito Federal) responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental. Deveras, nos termos do artigo 8º, da LC 140/2011, compete aos Estados executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a Política Nacional do Meio Ambiente e demais políticas nacionais relacionadas à proteção ambiental, bem como exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições. O ZONEAMENTO AMBIENTAL: pode ser chamado de zoneamento ecológico-econômico (ZEE), é um dos instrumentos para a efetivação da política nacional do meio ambiente, consoante previsto no inciso II, do artigo 9º, da Lei 6.938/1981. A definição do ZEE vem estampada no artigo 2º do Decreto 4.297/2002, sendo o instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas, estabelecendo medidas e padrões de proteção ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população. ZONEAMENTO INDUSTRIAL: No que concerne ao zoneamento ambiental industrial nas áreas críticas de poluição, mesmo antes do advento do vigente sistema constitucional, já vigorava a Lei 6.803/1980, que disciplina a matéria, ante a necessidade do controle da poluição causada pelas indústrias. O zoneamentodeverá ser aprovado por lei, observada a seguinte divisão: zonas de uso estritamente industrial, zonas de uso predominantemente industrial, zonas de uso diversificado e zonas de reserva ambiental. *Zonas de uso estritamente industrial: destinam-se, preferencialmente, à localização de estabelecimentos industriais cujos resíduos sólidos, líquidos e gasosos, ruídos, vibrações, emanações e radiações possam causar perigo à saúde, ao bem estar e à segurança das populações, mesmo depois da aplicação de métodos adequados de controle e tratamento de efluentes, nos termos da legislação vigente; *Zonas de uso predominantemente industrial: destinam-se, preferencialmente, à instalação de indústrias cujos processos, submetidos a métodos adequados de controle e tratamento de efluentes, não causem incômodos sensíveis às demais atividades urbanas e nem perturbem o repouso noturno das populações. *As zonas de uso estritamente industrial e as de uso predominantemente industrial deverão ser classificadas em não saturadas, em vias de saturação e saturadas, de acordo com os padrões e normas ambientais em vigor, o que definirá a formulação das políticas públicas ambientais em cada área. *Zonas de uso diversificado: destinam-se à localização de estabelecimentos industriais, cujo processo produtivo seja complementar das atividades do meio urbano ou rural que se situem, e com elas se compatibilizem independentemente do uso de métodos especiais de controle da poluição, não ocasionando, em qualquer caso, inconvenientes à saúde, ao bem-estar e à segurança das populações vizinhas. *Zonas de reserva ambiental: nas quais, por suas características culturais, ecológicas, paisagísticas, ou pela necessidade de preservação de mananciais e proteção de áreas especiais, ficará vedada a localização de estabelecimentos industriais. É largamente difundido em direito administrativo o conceito legal do poder de policia dado pelo artigo 78 do CTN. Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. PODER DE POLÍCIA E TAXA: Registre-se que o efetivo exercício do poder de polícia ambiental poderá ser considerado como hipótese de incidência de taxa, tributo vinculado a uma atuação estatal instituído por todos os entes políticos. Na seara federal, a lei 10.165/2000 instituiu a taxa de controle e fiscalização ambiental – TCFA 4, inserindo os arts. 17-B a 17-I, todos na lei 6. 938/1981, cuja hipótese de incidência é o exercício do poder de polícia pelo IBAMA para controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais, autarquia que também detém a capacidade tributária ativa por delegação da união. EXECUTORIEDADE DE ALGUNS ATOS DE POLÍCIA AMBIENTAL: Cláusula de reserva de jurisdição (é a competência constitucional exclusiva dos órgãos do poder judiciário para a prática de determinados atos). Medidas administrativas cautelares PECULIARIDADES DA LICENÇA AMBIENTAL: é certo que a autorização é ato administrativo discricionário e precário, ao passo que a licença é vinculada e não precária. Inexistindo, nesse caso, para a administração pública, conveniência (melhor caminho) e oportunidade (momento que atende ao interesse público) para a sua concessão via alvará, bastando que o administrado preencha os requisitos legais, haja vista a ausência de margem de balizamento na configuração de todos os elementos constitutivos do ato (competência, forma, finalidade, objeto e motivação). Pode ocorrer que a licença ambiental tenha o regime jurídico similar ou idêntico ao da autorização administrativa, em razão da possibilidade de alteração ulterior do interesse ambiental, da certa margem de discricionariedade e da presença constante de conceitos abertos na legislação ambiental (conceitos jurídicos e ajurídicos indeterminados), muitos ligados a outras ciências, a exemplo da biologia, engenharia florestal e oceanografia, fato que obriga o profissional do direito que atue na área ambiental a ter noções básicas dos outros campos, quando for imprescindível a assessoria técnica de um profissional da área afim. REVOGAÇÃO E ANULAÇÃO DA LICENÇA AMBIENTAL: É certo que a licença ambiental não gera direito adquirido ao seu titular, podendo a qualquer momento ter o seu regime jurídico alterado, a exemplo da incidência de nova legislação mais restritiva, ou da descoberta de impactos negativos não previstos anteriormente. Ou seja, inexiste direito adquirido de poluir. No que tange à anulação da licença ambiental, inexiste prazo para sua fulminação, quer administrativa, quer judicial, uma vez que não se sujeita à preclusão administrativa, a exemplo do lustro instituído no âmbito federal, pelo artigo 54 da lei 9.784/1999, justamente pela temporariedade que lastreia o seu regime jurídico. DEFINIÇÃO DE LICENÇA AMBIENTAL: é uma obrigação legal prévia à instalação de qualquer empreendimento ou atividade potencialmente poluidora ao meio em que vivemos. Nos termos do art. 1°, II, da resolução CONAMA 237/1997 “ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.” ESPECIES DE LICENÇA AMBIENTAL: Em regra, as licenças ambientais são de três espécies (podem ser concedidas isoladas ou sucessivamente, de acordo com a natureza, característica e fase do empreendimento ou atividade). Licença prévia (LP): concedida preliminarmente, apenas aprovando o projeto, atestando a sua viabilidade ambiental e os respectivos condicionantes e requisitos básicos para as próximas fases de sua implementação, a LP tem prazo de validade de até cinco anos, não podendo ter lapso de tempo inferior ao necessário para a elaboração dos programas técnicos. Licença instalação (LI): autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivos determinantes; autoriza a instalação do empreendimento, impondo condicionantes que deverão ser observados, a LI não poderá ter validade superior a seis anos. Licença de operação (LO): permite o início das atividades de acordo com o projeto aprovado, apontando medidas ambientais de controle e os condicionantes. Já os prazo da LO variarão entre quatro a dez anos, a critério do órgão ambiental, sendo que sua renovação deverá ser requerida com a antecedência mínima de cento e vinte dias do seu vencimento, ficando automaticamente renovada até a manifestação do ente licenciante. Destarte, é possível que a legislação ambiental preveja licenças especificas para determinados empreendimentos, a depender das suas especificidades, a exemplo do licenciamento petrolífero, em que a resolução CONAMA 23/1994 instituiu duas licenças prévias, a de perfuração (LPper) e a produção para pesquisa (LPpro), respectivamente no artigo 5°, I e II.FUNDAMENTOS E DEFINIÇÃO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL: é mais um dos importantes instrumentos para a consecução da Política Nacional do Meio Ambiente, listado no inciso IV, do art. 9° da lei 6.938/1981, sendo corolário da determinação constitucional direcionada ao poder público para controlar a poluição (art. 225, § 1°, V). Art. 10, lei 6.938/1981 “A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental.” O processo de licenciamento ambiental terá as seguintes etapas, nos termos do artigo 10, da resolução CONAMA 237/1997: I - Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser requerida; II - Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade; III - Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA , dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando necessárias; IV - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios; V - Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente; VI - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, decorrentes de audiências públicas, quando couber, podendo haver reiteração da solicitação quando os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios; VII - Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico; VIII - Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida publicidade. EXIGIBILIDADE DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL: Os moldes do artigo 2º, da resolução CONAMA 237/ 1997, estarão sujeitas ao licenciamento ambiental as atividades relacionadas no anexo I, da citada Resolução, que traz um rol não taxativo. COMPETÊNCIA PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL: Cumpre observar que dois são os principais critérios definidores da competência material para promover o licenciamento ambiental que predominam em nosso ordenamento jurídico, a saber: o critério da dimensão do impacto ou dano ambiental, que decorre do princípio constitucional da preponderância do interesse, e o critério da dominialidade do bem público afetável. Art. 7°, inciso XIV, LC 140/2011 competências licenciatórias, exercidas através do IBAMA: Art. 7º da LC 140/2011 – são ações administrativas da União: (...)XIV - promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades: a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva; c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas; d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados; f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme disposto na Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999; g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); ou h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento; Competência Municipal: impacto local – assim considerado o que não ultrapassa as fronteiras do território de um município. Competência Estadual: impacto estadual – assim considerado o que ultrapassa o território de um município, mas fica adstrito às fronteiras de um Estado da federação. Competência Federal (IBAMA) impacto regional ou nacional – assim considerado o que ultrapassa o território de um Estado, abarcando uma região ou mesmo todo o território brasileiro. No caso do DF, que não é dividido em municípios, este ente político sui generis irá licenciar nas hipóteses de impacto que não ultrapasse as suas fronteiras, mesmo que apenas local.
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