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GÊNEROS LITERÁRIOS
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GÊNEROS LITERÁRIOS
	A LITERATURA É A ARTE QUE SE MANIFESTA PELA PALAVRA, SEJA ELA FALADA OU ESCRITA. 
 Quanto à forma, o texto pode apresentar-se em prosa ou verso. Quanto ao conteúdo, estrutura, e segundo os clássicos, conforme a "maneira de imitação", podemos enquadrar as obras literárias em três gêneros: Lírico, Épico e Dramático.
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	Esta divisão tradicional em três gêneros literários originou-se na Grécia clássica, com Aristóteles, quando a poesia era a forma predominante de literatura. 
	No final da Idade Média, começaram a surgir alguns gêneros narrativos em prosa, como o romance e a novela, que passaram a ganhar cada vez mais prestígio com o declínio da epopeia, no final do séc. XVI.
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	De modo geral, pode-se dizer que os gêneros narrativos modernos (romance, novela, conto, crônica, roteiro de cinema, etc) são da família do gênero épico, pois se prestam a contar uma história ficcional. 
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Gênero Lírico
Por Você (trecho)
	Composição: Frejat
	Por Você! Eu dançaria tango no teto Eu limparia Os trilhos do metrô Eu iria a pé Do Rio à Salvador... Eu aceitaria A vida como ela é Viajaria a prazo Pro inferno Eu tomaria banho gelado No inverno... 
	
Por Você! Eu deixaria de beber Por você! Eu ficaria rico num mês Eu dormiria de meia Prá virar burguês... Eu mudaria Até o meu nome Eu viveria Em greve de fome Desejaria todo o dia A mesma mulher... Por Você! (...)... 
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	Amor é fogo que arde sem se ver
	 Luis de Camões
	Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; 
	É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; 
	É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. 
	Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo amor? 
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Gênero Lírico
Seu nome vem de lira, instrumento musical que acompanhava os cantos dos gregos. Por muito tempo, até o final da Idade Média, as poesias eram cantadas; separando-se o texto do acompanhamento musical, a poesia passou a apresentar uma estrutura mais rica. A partir daí, a métrica (a medida de um verso, definida pelo número de sílabas poéticas), o ritmo das palavras, a divisão em estrofes, a rima, a combinação das palavras foram elementos cultivados com mais intensidade pelos poetas.
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Ocorrência do gênero lírico
	Dá-se quando um "eu" nos passa uma emoção, um estado; centra-se no mundo interior do Poeta apresentando forte carga subjetiva. A subjetividade surge, assim, como característica marcante do lírico. O Poeta posiciona-se em face dos "mistérios da vida".
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Gênero Dramático
Texto: Zé-do-Burro 
	      Zé — (Olhando a igreja.) É essa. Só pode ser essa. (Rosa pára também, junto aos degraus, cansada, enfastiada e deixando já entrever uma revolta que se avoluma.) 
	      Rosa — E agora? Está fechada. 
	      Zé —É cedo ainda. Vamos esperar que abra. 
	      Rosa — Esperar? Aqui? 
	      Zé — Não tem outro jeito. 
	      Rosa — (Olha-o com raiva e vai sentar-se num dos degraus. Tira o sapato.) Estou com cada bolha d’água no pé que dá medo. 
	      Zé — Eu também. (Contorce-se num ríctus de dor. Despe uma das mangas do paletó.) Acho que os meus ombros estio em carne viva. 
	      Rosa — Bem feito. Você não quis botar almofadinhas, como eu disse. 
	      Zé — (Convicto) Não era direito. Quando eu fiz a promessa, não falei em almofadinha. 
	   Rosa — Então: se você não falou, podia ter botado; a santa não ia dizer nada. 
	   Zé — Não era direito. Eu prometi trazer a cruz nas costas, como Jesus. E Jesus não usou almofadinhas. 
	   Rosa — Não usou porque não deixaram. 
	 Zé — Não, esse negócio de milagres, é preciso ser honesto. Se a gente embrulha o santo, perde o crédito. De outra vez o santo olha, consulta lá os seus assentamentos e diz: — Ah, você é o Zé-do-Burro, aquele que já me passou a perna! E agora vem me fazer nova promessa. Pois vá fazer promessa pro diabo que o carregue, seu caloteiro duma figa! E tem mais: santo é como gringo, passou calote num, todos os outros ficam sabendo. 
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	  Rosa — Será que você ainda pretende fazer outra promessa depois dessa? Já não chega? ... 
	 Zé — Sei não ... a gente nunca sabe se vai precisar. Por isso, é bom ter sempre as contas em dia. (Ele sobe um ou dois degraus. Examina a fachada da igreja à procura de uma inscrição.) 
	  Rosa — Que é que você está procurando? 
	 Zé — Qualquer coisa escrita, pra a gente saber se essa é mesmo a igreja de Santa Bárbara. 
	  Rosa — E você já viu igreja com letreiro na porta, homem? 
	  Zé —É que pode não ser essa... 
	 Rosa — Claro que é essa. Não lembra o que o vigário disse? Uma igreja pequena, numa praça, perto duma ladeira... 
 	 Zé — (Corre os olhos em volta.) Se a gente pudesse perguntar a alguém... 
	 Rosa — Essa hora está todo mundo dormindo. (Olha-o quase com raiva.) Todo o mundo ... menos eu, que tive a infelicidade de me casar com um pagador de promessas. (Levanta-se e procura convencê-lo.) Escute, Zé... já que a igreja está fechada, a gente podia ir procurar um lugar para dormir. Você já pensou que beleza agora uma cama? ... 
	 Zé — E a cruz? 
	 Rosa — Você deixava a cruz aí e amanha, de dia ... 
	 Zé — Podem roubar ... 
	 Rosa — Quem é que vai roubar uma cruz, homem de Deus? Pra que serve uma cruz? 
	 Zé — Tem tanta maldade no mundo. Era correr um risco muito grande, depois de ter quase cumprido a promessa. E você já pensou: se me roubassem a cruz, eu ia ter que fazer outra e vir de novo com ela nas costas da roça até aqui. Sete léguas. 
	Rosa — Pra quê? Você explicava à santa que tinha sido roubado, ela não ia fazer questão. 
      GOMES, Dias. O pagador de promessas. São Paulo, Tecnoprint, [s. d.1. p. 14-8]. 
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Gênero Dramático
	Drama, em grego, significa "ação". Ao gênero dramático pertencem os textos, em poesia ou prosa, feitos para serem representados. Isso significa que entre autor e público desempenha papel fundamental o elenco (incluindo diretor, cenógrafo e atores) que representará o texto.
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O gênero dramático compreende as seguintes modalidades:
Tragédia: é a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era "uma representação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror".(*)
Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil, em geral criticando os costumes. Sua origem grega está ligada às festas populares, celebrando a fecundidade da natureza.(*)
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Tragicomédia: modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário.(*)
Farsa: pequena peça teatral, de caráter ridículo e caricatural, que crítica a sociedade e seus costumes; baseia-se no lema latino Ridendo castigat mores (Rindo, castigam-se os costumes). 
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Ocorrência do gênero dramático
	Dá-se quando os "atores, num espaço especial, apresentam, por meio de palavras e gestos, um acontecimento". Retrata, fundamentalmente, os conflitos humanos.
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Gênero Épico
	Os Lusíadas - Canto I (trecho)
	1 As armas e os barões assinalados, Que da ocidental praia Lusitana, Por mares nunca de antes navegados, Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados, Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram; 2 E também as memórias gloriosas Daqueles Reis, que foram dilatando A Fé, o Império, e as terras viciosas De África e de Ásia andaram devastando; E aqueles, que por obras valerosas Se vão da lei da morte libertando; Cantando espalharei por toda parte, Se a tanto me
ajudar o engenho e arte. 
	3 Cessem do sábio Grego e do Troiano As navegações grandes que fizeram; Cale-se de Alexandro e de Trajano A fama das vitórias que tiveram; Que eu canto o peito ilustre Lusitano, A quem Neptuno e Marte obedeceram: Cesse tudo o que a Musa antígua canta, Que outro valor mais alto se alevanta. 4 E vós, Tágides minhas, pois criado Tendes em mim um novo engenho ardente, Se sempre em verso humilde celebrado Foi de mim vosso rio alegremente, Dai-me agora um som alto e sublimado, Um estilo grandíloquo e corrente, Porque de vossas águas, Febo ordene Que não tenham inveja às de Hipoerene
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Gênero Épico
	A palavra "epopéia" vem do grego épos, ‘verso’+ poieô, ‘faço’ e se refere à narrativa em forma de versos, de um fato grandioso e maravilhoso que interessa a um povo. É uma poesia objetiva, impessoal, cuja característica maior é a presença de um narrador falando do passado (os verbos aparecem no pretérito). O tema é, normalmente, um episódio grandioso e heróico da história de um povo.
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Ocorrência do gênero Épico
	Dá-se quando temos uma narrativa de fundo histórico; são os feitos heróicos e os grandes ideais de um povo o tema das epopéias. O narrador mantém um distanciamento em relação aos acontecimentos (esse distanciamento é reforçado, naturalmente, pelo aspecto temporal: (os fatos narrados situam-se no passado). Temos um Poeta-observador voltado, portanto, para o mundo exterior, tornando a narrativa objetiva. A objetividade é característica marcante do gênero épico.

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