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etica pessoal e profissional 2016 2 0

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GRADUAÇÃO
 2016.2
ÉTICA PESSOAL E 
PROFISSIONAL 
— SEM HIPOCRISIA
AUTOR: GABRIEL LACERDA
COLABORADOR: PROFESSOR THIAGO BOTTINO
Sumário
Ética Pessoal e Profissional — Sem Hipocrisia
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................... 3
PLANO DE AULAS ................................................................................................................................................ 6
ANEXO I — ÉTICA GERAL E JURÍDICA: PROBLEMAS PARA DISCUSSÃO EM AULA .................................................................. 9
ANEXO II — CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB ................................................................................................. 21
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 3
INTRODUÇÃO
OBJETIVO E INFORMAÇÕES BUROCRÁTICAS
O objetivo deste curso é permitir que os alunos formem, não exatamente 
um conceito, mas uma percepção do que é ética. Em paralelo, estudar-se-á 
a aplicação desta percepção, no plano específico do direito, no exercício da 
profissão de advogado.
As aulas serão integralmente participativas. A ideia é que, através de in-
tervenções em aula, questionamento, desempenho de papeis e debates, os 
alunos entendam e sintam como e porque a adoção de uma postura ética 
coerente, diante da vida e da profissão, é não apenas necessária socialmente, 
mas também pessoalmente útil.
Em paralelo, serão examinadas e discutidas as normas objetivas aplicáveis 
especificamente à profissão de advogado com ênfase no Código de Ética e 
Disciplina da OAB, transcrito no Anexo II e também nas disposições perti-
nentes da Lei no. 8.906 de 4.7.1994, transcritas no Anexo III.
Além da apostila, será distribuído aos alunos um livro, de autoria do pro-
fessor, preparado para cursos profissionalizantes do SENAC que poderá ser-
vir de subsídio ao debate e complementará a apostila.
As aulas ocorrerão às sextas feiras 11.10 às 12.50 hs. Espera-se que, assim, 
todos os alunos possam, como previsto, apresentar-se duas vezes, não se tor-
nando necessário realizar aulas adicionais. Mais precisamente as aulas serão 
nas seguintes datas:
Agosto — 26; Setembro — 2, 9, 16 e 23; Outubro - 21 e 28; Novembro 
— 4, 11 e 18
a) Notas das participações em aula;
b) Dois trabalhos escritos.
PANORAMA GERAL
Qualquer sociedade, humana ou mesmo animal, gera padrões de conduta 
a serem seguidos por seus integrantes. Nas sociedades animais, esses padrões 
são bastante simples. Derivam diretamente das leis biológicas básicas da pre-
servação dos indivíduos e da espécie. Normalmente, são obedecidas pelos 
integrantes da sociedade, de forma automática, por simples instinto.
Já nas sociedades humanas, enormemente mais complexas, a situação é 
obviamente diferente. Os padrões de conduta das sociedades humanas va-
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 4
riam conforme a geografia, a história, a economia e a religião dos diversos 
grupos sociais. Condutas aceitas como normais no Brasil seriam consideradas 
contrárias aos padrões geralmente adotados, por exemplo, no Japão; e vice-
-versa. Pode-se até dizer que existe uma ética capitalista e uma ética socialista, 
uma ética ocidental e uma ética oriental, uma ética protestante, uma ética 
católica e uma ética muçulmana, e assim por diante.
Um exemplo, absolutamente trivial, ilustra agudamente o ponto: no Oci-
dente em geral, considera-se como inaceitável a exteriorização de ruídos ou 
emissões corporais. É de bom tom por a mão à frente da boca ao espirrar, 
tossir e mesmo bocejar. Mas já houve tempo em que era considerado sinal 
de cortesia que alguém, convidado para uma refeição, emitisse, ao terminar, 
um sonoro arroto, significando com isso um cumprimento ao anfitrião, pela 
qualidade da comida servida. No século XIX, no Brasil, uma escarradeira era 
peça necessária nas salas de visita das residências mais elegantes. Hoje, porém, 
a regra é rígida: não é polido se espirrar, arrotar, bocejar, emitir gases, cuspir 
ou mesmo tossir em sociedade.
Já na China o padrão é completamente diverso. De fato, um dos proble-
mas práticos que o país a atualmente enfrenta, ao aumentar seus contatos 
com o ocidente, é modificar a atitude milenar de aceitar como natural a emis-
são em público de flatulências barulhentas e frequentemente malcheirosas.
Esses exemplos, a rigor, poderiam ser considerados não pertinentes a ques-
tões éticas, mas a padrões de conduta de natureza diversa, normalmente cha-
mada de boa educação ou boas maneiras. Mas mesmo compreendida ética em 
seu conceito mais estreito e até com normas de natureza estritamente legal, 
acontece fenômeno análogo.
Na ética brasileira, quando algum aluno pede a um professor uma carta 
de recomendação para uma universidade, espera-se que, se o professor por-
ventura não tiver comentários favoráveis ao aluno, discretamente se desculpe 
e não escreva a carta. Mas, se aceitar escrever, o normal é que apenas elogie o 
aluno; e, mais: que mande cópia a ele do que escreveu. Já nos Estados Uni-
dos, considera-se que o solicitante tem direito a receber uma cópia da carta 
escrita sobre ele, mas sugere-se e espera-se que ele formalmente renuncie a 
esse direito e que o recomendante diga exatamente o que pensa sobre o so-
licitante, inclusive e especialmente eventuais restrições. E mais: o solicitante 
deve fornecer ao recomendante um envelope dirigido à universidade, já so-
brescritado. Escrita a carta, o recomendante deve coloca-la nesse envelope, 
fechá-lo bem fechado, e assinar transversalmente sobre a abertura.
Diferenças culturais desse tipo são ainda extremamente relevantes até mes-
mo no plano estritamente legal.No Brasil, cogita-se hoje seriamente de tipifi-
car como crime ações homofóbicas. Já em algumas outras culturas o homosse-
xualismo é moralmente reprovável, quando não ilegal, ou até criminoso.
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 5
Exatamente porque existem tantas diferenças, no tempo e no espaço, 
decidiu-se adotar para este curso uma postura formativa, muito mais que 
informativa.
O objetivo da atividade, repetindo, com outras palavras, é, assim, desper-
tar nos alunos uma sensibilidade para o tema ético, aguçar a capacidade de 
identificar questões éticas nas diversas situações da vida, sejam elas excepcio-
nais ou mesmo apenas cotidianas. Nessa trajetória espera-se também que os 
alunos absorvam naturalmente um conjunto essencial de informações objeti-
vas sobre os textos em vigor
O resultado ideal almejado é que, terminado o curso, os alunos estejam 
capacitados a conseguir traçar seus próprios padrões individuais de compor-
tamento e desenvolver o mais que for possível sua capacidade de conduzir 
as próprias condutas por meio de escolhas conscientes e livres dentro de um 
conjunto coerente.
Em paralelo, como parte necessária de sua instrução profissional, os fu-
turos bacharéis tomarão conhecimento, de forma crítica, dos padrões éticos, 
cristalizados em normas escritas, aplicáveis à profissão que escolheram.
Com isso, espera-se, finalmente, demonstrar as dificuldades intrínsecas de 
traduzir em normas abstratas um tipo de juízo que é, pela própria natureza, 
de caráter moral e de grande subjetividade e, consequentemente a necessida-
de de cada pessoa de formular para si mesma padrões próprios de conduta.
Ética, em síntese, é mais uma questão de consciência que de normas. As 
normas admitirão sempre interpretação; já a consciência, de cada um e de to-
dos, percebida como a única verdadeira liberdade, é o melhor caminho para a 
construção de uma sociedade ou qualquer organização social, mais agradável 
para os que nela vivem ou dela participam.
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 6
PLANODE AULAS
1ª AULA
Objetivos, proposta, delimitação do conteúdo.
Serão discutidas as seguintes perguntas:
Que é ética?
Para que estudar ética?
Como estudar ética?
Que parâmetros adotar como referência para construir padrões?
Notas
• Mostrar os diferentes graus de normas de conduta que orientam uma 
sociedade, classificadas diferentemente conforme o grau de ofensa que 
sua violação provoca. Correlacionar a ética a um padrão moral de cer-
to e errado. Enfatizar com exemplos a possibilidade uma conduta ser, 
ao mesmo tempo, legal e não ética, ou ilegal e ética.
• Mostrar como várias escolhas, feitas no cotidiano inconscientemente, 
representam muitas vezes, verdadeiras escolhas éticas.
Quanto ao modo de estudar há diversas opções. Ligar o estudo da ética a 
um processo de tomada de consciência.
• Salientar a necessidade um padrão externo e seu caráter inevitável. 
Mostrar com exemplos variações no tempo e no espaço. Elencar almas 
sugestões doutrinárias / filosóficas (Aristóteles, Sto. Tomaz, Nietsche, 
Hegel, Kant etc.).
2ª AULA
Discussão livre sobre uma narrativa confessional do professor, contando 
alguns dos dilemas éticos com que se defrontou ao longo de sua carreira 
como advogado, debatendo a cada passo sobre se foi ou não correta a alterna-
tiva adotada, procurando referir ao Código de Ética da OAB.
Preparação para as aulas seguintes.
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 7
3ª, 4ª E 5ª AULAS
Os alunos trarão à discussão dilemas éticos de qualquer natureza que eles 
próprios tenham enfrentado. Alternativamente o(a) aluno(a) poderá, em vez 
de trazer um problema pessoal seu, escolher algum dos exemplos menciona-
dos no livro e trazê-lo ao debate.
O(a) próprio(a) aluno(a) conduzirá o debate, servindo o professor como 
moderador.
A atuação de cada aluno(a) nessa fase resultará em uma primeira nota de 
participação.
Preparação para a fase seguinte
Entrega aos alunos do texto de trabalho escrito a ser feito em casa e trazi-
do pessoalmente na semana seguinte. O trabalho constará de duas a quatro 
questões, problemas de ética profissional ou pessoal, a serem resolvidas con-
forme a opinião pessoal de cada um. Consulta totalmente livre. 
6ª AULA
Entrega dos trabalhos com observações e discussão sobre eles.
Apresentação do Código de Ética e Disciplina da OAB e da moldura legal 
em que ele se insere.
Discussão conjunta sobre o planejamento das próximas aulas, conforme 
explicado a seguir. 
O Anexo I contém uma série de problemas específicos a respeito de ética 
jurídica. Esses problemas, em número de vinte, giram em torno de um mes-
mo contexto de fatos, imaginados pelo professor. 
A abordagem também será feita em diálogos com o professor, com a parti-
cipação da turma, em forma de dramatização. O(a) aluno(a) representará um 
personagem, sempre o mesmo, que tem uma dúvida sobre que atitude tomar 
diante de alguma situação concreta. 
O professor, por sua vez, será o interlocutor com quem o personagem 
conversa, que poderá ser seu pai, um de seus sócios, cliente ou o amigo. Em 
todos os casos, espera-se que os alunos enquadrem as soluções no Código 
de Ética, no Estatuto do Advogado, e, bem assim, em seus próprios padrões 
individuais. 
Ao final da dramatização, haverá necessariamente uma decisão, ou seja, a 
dúvida discutida (representar ou não um cliente, aceitar ou não determinada 
tarefa etc.), terá sido resolvida. A resolução de cada problema será considerada 
como um fato, quando for abordado qualquer dos problemas subsequentes.
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 8
7ª, 8ª, 9ª E 10ª — 9 DE NOVEMBRO
Apresentação de problemas. 
Explicação sobre o trabalho final, a ser impreterivelmente entregue na se-
mana seguinte, durante a semana de provas.
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 9
ANEXO I — ÉTICA GERAL E JURÍDICA: PROBLEMAS PARA 
DISCUSSÃO EM AULA
EXPLICAÇÃO
Este material contém 20 problemas de ética profissional. O primeiro deles 
é um problema típico, real e eterno, ocorrido há mais de um século. Os vinte 
outros são foram imaginados pelo professor.
Os alunos serão chamados, um a um, para encaminhar a solução desses 
problemas imaginários, que será debatida com a turma, valendo a apresenta-
ção para a nota de participação.
Para efeitos didáticos, não importa a situação imaginada, será necessário 
localizar as disposições do Código de Ética e do Estatuto do Advogado apli-
cáveis ao caso.
Utilizando os fatos de um exemplo imaginário descrito a seguir, foram 
construídos vários problemas. Esses problemas são todos de natureza ética, 
profissional e mesmo pessoal, e você deverá tentar resolvê-los, de acordo com 
o Código de Ética e o Estatuto dos Advogados e usando também sua própria 
noção de ética. Sua solução deverá ser debatida em aula, com o professor de-
sempenhando o papel de algum personagem, em diálogo com você.
Os problemas foram imaginados como ocorrendo ao longo do tempo. As 
soluções acordadas no debate em aula, serão considerados, no encaminha-
mento dos problemas seguintes, como tendo efetivamente sido adotadas.
Fatos
O Sr. José Monteiro é um velho e rico advogado. Durante muitos anos man-
teve com alguns colegas um escritório, de pequenas dimensões, mas de grande 
faturamento, que atendia a empresas nacionais de porte médio, geralmente em 
questões trabalhistas, fiscais, contratuais e, ocasionalmente, em casos criminais.
Gradualmente, o escritório foi se tornando menor, à medida em que os 
colegas do Sr. José Monteiro iam se retirando, aposentando ou morrendo.
Ao final de 2012, o Sr. José Monteiro, já rico e prestes a se aposentar, con-
vidou seu neto, José Monteiro Neto, recém formado na Escola de Direito da 
Fundação Getúlio Vargas, para integrar o escritório. Em dezembro de 2015, 
quando você também se formou na mesma escola, faleceu o último dos cole-
gas do velho Monteiro. José Monteiro Neto, ou Zeca, como você o chamava, 
então, com consentimento do avô, convidou você, R. Azevedo amigo(a) dele 
e irmã(o) da namorada dele, Josefina, a entrar para o escritório, a partir de 
Janeiro de 2016.
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 10
Você, que já tinha trabalhado durante dois anos, como estagiário em um 
grande escritório de advocacia, receberia uma quota da sociedade de advo-
gados fundada originalmente pelo velho Monteiro, que passaria a chamar-se 
então Monteiro, Monteiro e Azevedo — MMA — Advocacia.
Por seus serviços você não iria receber um salário. Tinha apenas uma reti-
rada fixa de R$ 5.000, por mês, a título de adiantamento. Sua remuneração 
seria igual a 80% dos honorários efetivamente recebidos pela MMA por ser-
viços prestados diretamente por você.
Anualmente, começando em janeiro de 2017, seria feito um acerto de 
contas. Se os honorários gerados pelos seus serviços, recebidos em 2016, não 
tivessem atingido R$ 60.000,00 (i.e., doze vezes R$ 5.000,00), que você teria 
já recebido como retirada, você ficaria devendo a diferença, a ser descontada 
em prestações mensais de sua retirada mensal, em 2017, que continuaria 
fixada no mesmo valor de R$ 5.000,00.
Já se você gerasse em honorários um valor maior do que os R$ 60.000,00 
já retirados em 2016, digamos R$ 100.000,00, teria direito a receber, como 
participação no lucro, sem imposto de renda, 80% da diferença (i.e. 80% de 
R$ 40.000,00, ou seja, R$ 32.000,00).
Nesse caso, sua retirada mensal para 2017 seria fixada em 1/12 avos do 
total de seus honorários no ano 2016 (R$ 60.000 de retirada + R$ 32.000 de 
bônus) ou seja, 1/12 de R$ 92.000,00 igual R$ 7.666,66.
O contrato inicial, firmado por você com avô e neto, tinha a duração de 3 
anos, a partir de 31/12/2015, renovável automaticamente por períodos idên-
ticos, salvo aviso escrito seu aos dois Monteiros e à sociedadeou de qualquer 
deles a você, com 90 dias de antecedência.
Você começou a trabalhar animadíssimo(a). Era muito amigo(a) de seu 
futuro cunhado, confiava inteiramente nele. O velho Monteiro anunciava 
que pretendia se aposentar em breve, mas mantinha ainda muitos contatos, 
era conceituado, e emprestava à firma sua longa e bem sucedida experiência 
profissional. As perspectivas do escritório pareciam promissoras — muitos 
clientes, muito serviço, muitos projetos.
Era, sem dúvida, para você, um excelente começo de carreira.
ANEXO I
Problemas
1. Um bom emprego?
Seu pai é funcionário público e uma pessoa bastante conservadora. Ao 
saber do convite de Zeca, para trabalhar na MMA, chamou você para uma 
conversa, procurando fazê-lo(a) mudar de ideia. Lembrou de seu projeto ori-
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 11
ginal de estudar para um concurso público, fez elogios ao escritório onde 
você tinha estagiado. E mais: fez vários comentários desabonadores sobre a 
conduta profissional do velho Dr. Monteiro.
Na aula, você será arguido(a) pelo professor, que representará o papel de 
seu pai e deverá articular e defender as razões pelas quais você aceitou o con-
vite de Zeca, a despeito das restrições.
A turma participará da discussão, deste e dos demais casos.
2. Fazer-se conhecido(a)
O velho Monteiro, também representado pelo professor, chama você e 
Zeca para uma conversa. Ele está entusiasmado com sua contratação; quer 
construir para seu neto um escritório moderno e próspero, capacitado a com-
petir com as grandes firmas que dominam o mercado. Para isso, está disposto 
a investir até mesmo quantias substanciais. Cogita de fazer uma participação 
ao público, anunciar nos jornais, preparar uma página na Internet, contratar 
um profissional para divulgar o nome da firma, escolher uma espécie de lema 
publicitário, publicar uma circular etc.
Você deverá pensar na solicitação, ajudar a aperfeiçoá-la com alguma ideia 
que você mesmo tenha, mas procurar também ver os limites impostos pelo 
Código de Ética.
O professor fará o papel do Dr. Monteiro e os demais alunos atuarão 
como Zeca.
3. Rompimento do noivado
Josefina, sua irmã, rompeu o noivado com Zeca e começou a namorar um 
outro rapaz. Zeca ficou surpreendido e muito magoado com o rompimento. 
Você teme que essa separação possa prejudicar a relação profissional com seu 
ex-futuro cunhado.
Zeca, representado pelo professor, chama você para conversar. Declara so-
lenemente que tudo continua como antes, mas você desconfia que ele não 
está sendo sincero.
Ao lado disso, você já trabalha há quatro meses no escritório, tem se es-
forçado bastante, mas ainda não tem informações concretas sobre o fluxo de 
honorários recebidos pela MMA e gerados pelo seu trabalho.
Você, no momento, não tem nenhuma outra perspectiva concreta de em-
prego mas não gostaria de ficar desempregado.
Na aula você e o professor tentarão reproduzir a conversa sua com Zeca. 
Você deverá pensar em alguma forma razoável de se garantir.
4. Novo cliente
Você está namorando sério e pretende casar em breve com um(a) rapaz 
(moça), chamado(a) Lúcio (a), Lu. Lu é filho(a) do Sr. Freitas, homem de 
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 12
origem humilde, hoje muito rico. O Sr. Freitas começou a vida como garçon, 
em um restaurante à quilo e foi subindo com esforço; atualmente é proprie-
tário de uma cadeia de seis pizzarias no Rio de Janeiro, a conhecida rede Sa-
porita. A Saporita mantém ainda uma franquia com filiais em todo o Brasil.
Você vislumbra a possibilidade de aumentar sua renda, tornando a Sapori-
ta cliente da MMA. Você sabe, por exemplo, que os restaurantes Saporita no 
Rio de Janeiro e vários franquiados em outras cidades estão tendo problemas 
trabalhistas, enfrentando ao mesmo tempo dezenas de reclamações trabalhis-
tas, patrocinadas por um escritório especializado.
Sabe também que o Sr. Freitas, pessoalmente tem contra si uma autuação 
da Receita Federal, relativamente vultosa, ainda na primeira instância admi-
nistrativa. Lu, que foi quem lhe deu a ideia, revela que tem ouvido seu pai se 
queixar algumas vezes dos patronos que o representam nesses processos.
Levando adiante seu plano, você primeiro conversa com Zeca sobre se será 
possível esperar um reflexo positivo em sua remuneração, se você trouxer o 
cliente, talvez um percentual de eventuais futuros honorários cobrados pela 
MMA ao Sr. Freitas ou à rede Saporita.
Ainda sem uma resposta definitiva de Zeca sobre o assunto, você tem uma 
primeira conversa com o Sr. Freitas.
Na aula, você tentará reproduzir sua conversa com seu futuro sogro, re-
presentado pelo professor. Na discussão, você e a turma deverão presentes as 
disposições do Código de Ética, em cotejo com seus interesses pessoais.
5. Reclamação trabalhista
Você é designado por Zeca para representar um cliente do escritório MMA 
em uma audiência trabalhista. O Reclamante, Sr. Silva, foi despedido por 
justa causa da loja do cliente, sob alegação de desfalque.
Ao lhe passar o caso, Zeca lhe disse que, na realidade, o reclamante não 
deu desfalque nenhum, mas que o cliente, Sr. Rodrigues, descrito como sen-
do um ricaço velho e cheio de manias, mandou embora o Sr. Silva, por pro-
blemas estritamente pessoais. Na verdade o Sr. Rodrigues cismou que sua 
mulher, muito mais moça que ele, estava tendo um envolvimento om o Sr. 
Silva; ficou com muita raiva e armou para deliberadamente prejudica-lo.
A instrução que você recebeu de Zeca foi:
— O cliente diz que não faz acordo de jeito nenhum; que quer “arrebentar” 
com o Sr. Silva; que não se incomoda de perder o caso, mas quer ir até o fim.
Zeca lhe deu ainda diversos documentos que provariam o suposto desfal-
que. Você sabe que, na realidade, esses documentos são ideologicamente falsos.
Aquilo deixou você revoltado; sem saber o que fazer, você disse na hora 
que sim, que iria à audiência, mas vai se aconselhar com o professor sobre 
como se conduzir.
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 13
6. Negociação de honorários
Seu futuro sogro chama você para uma conversa. Está inclinado, mas não 
decidido, a entregar à MMA algum serviço, sejam os casos trabalhistas da 
rede Saporita, seja o processo pessoal dele. Quer saber quanto o escritório 
cobraria e qual a habilitação de seus profissionais para o tipo de caso.
A essa altura, você já sabe que a MMA lhe garantiu que, se você trouxer 
o cliente, terá direito a 10% dos honorários pagos ao escritório, além, é cla-
ro, da remuneração combinada sobre os que forem atribuídos a seu próprio 
trabalho.
Você sabe também que você mesmo, que não tem experiência suficiente 
para conduzir os processos. Mas Zeca, que vem se especializando em direito 
do trabalho, poderá se incumbir com competência dos casos trabalhistas.
Zeca costuma cobrar honorários conforme o valor do caso e a situação 
financeira do cliente; normalmente, em processos trabalhistas de valor indi-
vidual não muito elevado, cobra um valor fixo mensal de R$ 50,00 por pro-
cesso, desde que, como é comum, o cliente tenha um número relativamente 
alto (20 ou mais) de casos semelhantes. Na área fiscal, quem tem realmente 
competência é o avô de Zeca, mas este cobra bem mais caro; trabalhando 
normalmente por hora, cobra à razão de no mínimo, R$ 800,00.
O professor fará o papel do seu futuro sogro na conversa.
7. Trabalho de lobby
Um dos maiores e mais antigos clientes de MMA é uma empresa de pla-
nos de saúde O escritório já atuou em vários processos de seu interesse. O 
cliente está muito preocupado porque ouviu dizer, de fonte segura, que a 
agência governamental que fiscaliza esse tipo de empresa, está cogitando em 
baixar uma norma obrigando à cobertura de despesas com o tratamento de 
diversas doenças crônicas, pré-existentesà data da contratação. O Dr. Mon-
teiro tem bons contatos dentro da agência e pede que você vá até Brasília, 
falar com um funcionário amigo dele e ver o que pode apurar. A instrução 
que você recebeu foi:
— O Eusébio é meu amigo há muitos anos e vai receber você bem. Ele é a 
segunda pessoa na agência e, se ele mexer os pauzinhos, sai o regulamento como 
a gente quer. Explique o que nosso cliente deseja e veja o que é preciso para con-
seguir. Você pode dizer que o cliente tem condições de mobilizar os concorrentes 
para um trabalho conjunto.
Você acha razoável o pedido? Como você agiria? Prepare-se para conversar 
com o Sr. Eusébio, que será representado pelo professor.
8. Cliente envolvido em escândalo
Um outro cliente importante de MMA é uma prestadora de serviços de 
informática, a Compuserv. A Compuserv planeja, compra equipamento, 
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 14
programa e instala redes de computadores em grandes empresas, privadas 
e estatais e em repartições públicas. Recentemente, a Polícia Federal iniciou 
uma operação, denominada a Operação Bom Serviço, para apurar a suspeita 
de que funcionários de uma grande empresa estatal haviam recebido propina 
para contratar diversos serviços, não especificados.
A Compuserv, marca uma reunião com o velho Dr. Monteiro, sem dizer 
qual o assunto. Zeca está no exterior e o Dr. Monteiro, sem suspeitar do que 
iria se tratar, convida você para assistir à reunião.
O representante da Compuserv, nervoso, logo ao início da reunião, desa-
bafa. Diz que está preocupadíssimo com a operação da Polícia Federal, pois 
tem na empresa estatal investigada uma das suas maiores clientes e que, in-
felizmente, a Compuserv tinha sido forçada a pagar propina a diretores não 
apenas dessa empresa, mas de duas outras estatais de menor porte e, como se 
não bastasse, em algumas repartições. E mais, que as propinas tinham sido 
pagas no exterior, com fundos provenientes de uma conta numerada, não 
revelada à Secretaria da Receita Federal, que o proprietário da Compuserv 
mantém em um banco suíço. O Dr. Monteiro, discretamente, faz sinal a você 
para que se retire da reunião e você obedece.
Você fica preocupado e, à noite, vai conversar com seu pai, papel que o 
professor representará, sobre o assunto.
9. Cliente pobre
Nos primeiros meses de seu trabalho na MMA, você já aceitou dois ca-
sos sem pagamento de honorários. O primeiro foi representar uma tia sua, 
aposentada, em uma ação contra a repartição pública em ela que trabalhou, 
pedindo um reajuste de sua aposentadoria; a segunda, uma empregada antiga 
de sua família, em uma ação de despejo movida contra ela pelo proprietário 
do imóvel no subúrbio em que mora.
Nas duas vezes, você figurou sozinho na procuração, mas teve um certo 
trabalho para convencer seu amigo Zeca que autorizasse você a usar a infraes-
trutura do escritório (secretária, estagiários, impressora, copiadora etc.) para 
os serviços.
Além desses casos, você trabalha também pro bono em um terceiro proces-
so, de interesse um ex-motorista de seu futuro sogro, Sr. Freitas. Esse caso, 
porém, foi aceito por Zeca sem dificuldade, inclusive figurando ele também 
na procuração, porque o Sr. Freitas é cliente do escritório.
Agora você foi diretamente procurado por Severino, filho de um antigo 
porteiro do prédio em que você morou, Severino foi seu amigo de infância, 
cresceu junto com você. Quando os dois já eram grandes, Severino foi feri-
do defendendo você contra um marginal que tentava assaltar você. Severino 
agora trabalha como auxiliar de porteiro em um prédio próximo àquele onde 
você mora.
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 15
Você não sabe exatamente qual é o caso, mas não pode se negar a atender 
ao pedido de seu antigo amigo para uma reunião.
O professor fará o papel de Severino na reunião. Os fatos que usará foram 
baseados em fatos reais.
10. Caso do atropelamento
Este problema foi inspirado por um dos episódios de um filme argentino, 
Relatos Selvagens.
O velho dr. Monteiro liga para sua casa um dia, às 6.30 da manhã, manda 
acordar você e pede que você vá imediatamente à casa do Sr. Alfredo Toma-
zzini. O sr Tomazzini é um cliente importante da MMA. É um empresário 
muito rico, que mora em uma enorme mansão, em um bairro nobre da ci-
dade. Rodrigo, filho do Sr. Tomazzini, rapaz de 17 anos, na noite da véspera, 
pegado escondido o carro do pai e tinha atropelado uma moça, grávida de 
sete meses, à porta de um restaurante elegante.
No caminho para a casa do cliente, você ouve, no rádio do carro, a noticia 
do fato. A moça atropelada era recepcionista do restaurante e estava saindo 
do trabalho quando foi atropelada. Ela e o filho que estava esperando mor-
reram a caminho do hospital. Os clientes do restaurante assistiram à cena, 
captada também pelas câmeras de segurança do estabelecimento. O marido 
da moça atropelada, pastor em uma igreja evangélica, entrevistado pela rádio, 
fez declarações indignadas, disse que vai conclamar os fieis de sua igreja para 
pedir justiça.
Chegando à casa do Sr. Tomazzini, este comunica a você que tem um pla-
no para livrar o filho Rodrigo do processo. O jardineiro da casa, Sr. Antônio, 
já foi convencido a, mediante uma vultosa quantia em dinheiro e a promessa 
de pagar todos os custos da defesa, confessar que foi ele que tirou o carro 
do patrão e atropelou a moça. O Sr. Tomazzini quer contratar a MMA para 
defender o jardineiro.
Na aula o professor fará o papel do Sr. Tomazzini com quem você vai 
dialogar.
11. Convite para advogado interno de um cliente
Seu futuro sogro, Sr. Freitas, acabou por contratar os serviços da MMA 
para conduzir as reclamações trabalhistas no Rio contra as pizzarias da rede 
Saporita e está satisfeito com os serviços que a firma vem prestando, tão satis-
feito que agora propôs contratar você como advogado interno. Está disposto 
a lhe pagar um fixo de R$ 5.000,00, o mesmo que sua retirada em MMA. 
Não exige dedicação integral. Basta que você passe lá todos dias pelo menos 
duas horas dentro do horário comercial e supervisione os diversos assuntos 
jurídicos da empresa.
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 16
Você discute a proposta com seu sócio Zeca que, embora não muito con-
tente, concorda em que você a aceite. Afinal, pondera Zeca, o que você ganha 
na MMA é em função de seu resultado. De modo que, se tomarem muito tempo 
seu lá na Saporita, sua remuneração aqui vai descer.
Discute também com Lu, que, no seu modo de perceber, foi quem deu a 
ideia ao pai porque quer viabilizar o casamento de vocês.
Você então aceita e assume o cargo.
Nem bem você assumiu seu novo emprego e surge um problema. O Sr. 
Freitas acredita que a Lac Laticínios, fornecedora de mozzarela para a Sapo-
rita, vendeu uma partida estragada do produto. Não chega a ter certeza, mas 
só a isso pode atribuir o fato de várias reclamações recebidas de clientes da 
Saporita que alegam ter tido complicações intestinais após refeições em uma 
das pizzarias da rede.
Um desses clientes, um conhecido advogado civilista, chegou até a mover 
contra a Saporita, uma ação de perdas e danos.
Você promete que vai estudar o assunto; primeiro você estuda a possi-
bilidade de mover ação contra a LAC. Depois pega a pasta da ação movida 
contra a Saporita para fazer a contestação.
Logo, surge um problema: você sabe que o autor da ação é diretor de uma 
empresa cliente de MMA.
Você vai conversar com Zeca, representado pelo professor, sobre como 
conduzir o assunto.
12. Caso contra empresa de plano de saúde
Um amigo do Sr. Freitas, Sr. Augusto Oliveira, procura você na MMA 
com um problema: ele precisa fazer uma cirurgia cardíaca e seu plano de saú-
de negou-se a autorizar a cirurgia, alegando que a cirurgia foi recomendada 
para corrigirum problema congênito e, por isso, é pré-existente à contratação 
do plano. O Sr. Oliveira cogita de mover uma ação contra a empresa de segu-
ros na qual mantém o plano.
A empresa de seguros não é cliente de MMA, mas, segundo informa o 
Sr. Oliveira, baseia suas alegações em uma portaria da agência reguladora, 
exatamente aquela que foi emitida em decorrência de seus contatos com Sr. 
Eusébio, o funcionário amigo do velho Azevedo
Mais uma vez, você pega procuração do Sr. Oliveira, mas antes de lhe dar 
uma orientação vai conversar com seu amigo e sócio Zeca.
13. Insulina gratuita para diabéticos
O escritório MMA foi contratado por um cliente diabético, amigo do 
velho Dr. Monteiro, para mover uma ação contra o Ministério da Saúde 
visando obter que o governo forneça gratuitamente a insulina que o cliente 
precisa tomar continuamente.
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 17
O escritório entra com uma ação e consegue uma liminar concedendo 
tutela antecipada.
O Dr. Monteiro, entusiasmado, chama você e o Zeca e diz:
— O meu amigo me fez o favor de me autorizar a entrar com esta ação em 
nome dele. A gente não está nem cobrando nada dele. Minha ideia era justamen-
te obter a liminar, que nós obtivemos, e, aí sim, sair em campo para faturar. Vocês 
sabem quantos diabéticos existem no Brasil? Quantos têm que tomar insulina 
diariamente? Acho que são uns 3 milhões. Digamos que um terço deles tope entrar 
na ação, pagando honorários fixos de R$ 50,00, teremos um ingresso de R$ 50 
milhões! Agora vocês dois vão ter que sair em campo para buscar essa grana.
Zeca responde simplesmente:
— Tudo bem, vovô. Vamos ver o que podemos favor e damos notícia.
Na aula, o professor fará o papel de Zeca, em uma conversa com você.
14. Tentativa de captar um novo cliente
Em uma festa de família, na casa dos pais de Lu, você conhece um parente 
dele(a), o Sr. Antunes, que mora em São Paulo. Informado de que você é 
advogado(a), o Sr. Antunes puxa conversa sobre um problema jurídico da 
empresa em que ele trabalha, subsidiária brasileira, com sede em São Paulo, 
de uma empresa italiana que explora no Brasil uma franquia de pizzas e está 
tendo um problema com um franquiado no Rio de Janeiro. Por conta de sua 
experiência com a empresa de seu futuro sogro, você consegue mostrar ao Sr. 
Antunes que entende do assunto e logo vislumbra na conversa a possibilidade 
de captar um novo cliente. Pensando, nisso troca cartões de visita com o Sr. 
Antunes.
No dia seguinte, você conta a conversa ao Zeca que logo redige junto com 
você uma carta ao Sr. Antunes nos seguintes termos.
Prezado Sr. Antunes,
Fazendo referência à conversa que tivemos ontem na casa de meu futuro 
sogro, tomo a liberdade de mandar-lhe em anexo um material que, acredi-
to seja do seu interesse.
Colocando-me à sua disposição para qualquer outro esclarecimento, 
subscrevo-me.
Atenciosamente
R. Azevedo
O material citado são cópias de duas decisões do STJ que você citou no 
caso de seu cliente e que parecem se adequar ao caso da empresa em que o 
Sr. Antunes trabalha. Junto vai também um luxuoso prospecto impresso da 
MMA, com os nomes e currículos dos sócios, fotografias dos sócios e das 
instalações, uma breve relação dos melhores clientes do escritório.
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FGV DIREITO RIO 18
Uma semana depois o Sr. Antunes e chama você para uma conversa, no 
escritório da empresa em que trabalha, em São Paulo. Zeca concorda em 
pagar sua passagem.
Prepare-se para essa reunião em que o professor representará o Sr. Antunes.
15. Processo disciplinar
Em uma audiência em um processo de litigioso de família, você teve um 
bate-boca com o advogado da parte contrária, um velho familista, Dr. Oro-
zimbo. O caso era uma ação em que a cliente do Dr. Orozimbo, uma senhora 
muito rica da alta sociedade cariocas, divorciada, queria retirar do ex-marido, 
seu cliente, Sr. Alfredo, o direito à guarda compartilhada dos filhos do casal, 
uma menina de 8 anos e um menino de 6. Alega que seu cliente, além de 
viciado em drogas, tinha molestado sexualmente a própria filha.
Você sabe que as alegações contra o Sr. Alfredo são absurdas; ele nunca 
molestou a filha, que adora, e, embora ocasionalmente fume um ou outro 
cigarro de maconha, não é de, forma alguma, um viciado. Ao contrário, é 
um executivo de uma pequena empresa, que paga pensão regularmente para 
o filho, nunca tomou drogas pesadas.
O Dr. Orozimbo, porém, é muito experiente, com vasta tarimba nesse 
tipo de audiência e você sente que ele está levando a melhor sobre você em 
uma sucessão de pequenos incidentes.
Você se irrita, sobretudo com o ar arrogante com que ele, sempre se diri-
gindo diretamente ao juiz, repete, em tom de mofa, que o(a) jovem colega,. 
certamente por sua inexperiência está, mais uma vez equivocado(a).
Aquilo vai deixando você cada vez nervoso(a) até que uma hora você ex-
plode e fala, bem alto, dedo em riste para o Dr. Orozimbo:
— Sou jovem mas não sou idiota. A experiência é um farol virado para trás, 
seu velho gagá.
O Dr. Orozimbo, afetando calma dirige-se em tom formal ao juiz:
— Requeiro a V.Excia, que faça constar, ipsis litteris, da assentada da audi-
ência, os termos em que o(a) jovem colega se dirigiu a mim para que eu possa 
representar contra ele(a) à Comissão de Ética e Disciplina da OAB, por falta de 
lhaneza, nos termos do Art.45 do Código de Ética.
O juiz faz que sim com a cabeça, você fica sem ação, e a audiência prosse-
gue. Seu cliente, presente à audiência, fica aborrecido.
Alguns dias depois, vem a sentença, que retira de seu cliente o direito à 
guarda compartilhada e só lhe permite ver os filhos na presença de uma go-
vernanta, contratada pela mulher e paga por ele.
O cliente fica irritado e manda você passar o caso imediatamente para um 
outro advogado cujo nome indica. No mesmo dia você recebe uma notifi-
cação do relator do processo instaurado pelo Conselho de Ética e Disciplina 
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 19
intimando você para prestar esclarecimentos a respeito da representação apre-
sentada pelo Dr. Orozimbo.
Você está sem saber o que fazer e vai conversar com o Zeca que será repre-
sentado pelo professor.
16. Negociação de honorários
A Compuserv, cliente já referida acima, acabou sendo envolvida na ope-
ração da Polícia Federal que ficou conhecida como Operação Bom Serviço. O 
dono da empresa, Sr. Almeida, foi preso temporariamente e pede a alguém do 
escritório MMA vá vê-lo. Você é designado(a) para fazer o primeiro contato.
O velho Dr. Monteiro lhe dá instruções bem diretas:
— Não sei ainda como vou conduzir o caso. Preciso estudar se vou recomendar 
uma delação premiada ou negar tudo. Sei apenas que hoje à noite já vou prepa-
rar um primeiro habeas-corpus. Mas, antes de mais nada, temos que acertar os 
honorários. Esse cara é cheio da grana. Lembra aquela reunião da qual eu discre-
tamente pedi a você que se retirasse? Pois é... Ele contou que tinha um esquema de 
propina fixa com várias estatais e repartições. Era uma praxe. Ela faturava alto, 
mas tinha que pagar, e pagava sempre, uma comissão. Eu sei que ele tem alguns 
milhões de dólares na conta dele na Suíça e mais um bocado de grana em casa 
ou em contas em nomes de laranjas. Vai lá e veja o quanto você pode tirar dele.
Com esta instrução, você vai visitar o Sr. Almeida, representado pelo pro-
fessor, na carceragem da Polícia Federal.
17. Convite para participar em um programa de televisão
A Associação de Portadores de Diabetes, uma entidade sem fins lucrativos, 
contratou a MMA para propor uma ação para obrigar o governo a fornecer 
gratuitamente insulina aos diabéticos. A ação acaba de ser julgada procedente 
em primeira instância.
A notícia sai nos jornais. A assessoria de marketing contratada peloDr. 
Monteiro consegue que a produção de um programa de televisão convide 
alguém do escritório para ser entrevistado sobre o assunto.
Você é escalado(a) para representar a MMA e vai gravar entrevista na te-
levisão.
Na aula, o professor fará o papel do entrevistador (por hipótese, Jô Soares).
18. Conflito entre dois clientes
Você acabou sendo contratado pelo Sr. Antunes, o executivo paulista que 
você conheceu em casa de seus futuros sogros, para representar a firma dele, 
(uma empresa de nome Napoletana), em uma ação contra um franquiado no 
Rio. Você fica contente, pega uma procuração para o escritório, inteira-se dos 
fatos e está já minutando a inicial quando esse mesmo franquiado, Sr. Ones-
taldo, dono de uma firma chamada Opíparo, entra em contato com o Zeca.
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 20
Você e o Zeca não sabiam, mas o Sr. Onestaldo conhece há muitos anos o 
velho Dr. Monteiro.
Sem ligar os fatos Zeca marca uma reunião com o Sr. Onestaldo e, sem 
falar com você, aceita o caso.
Logo, em uma conversa casual, os dois se dão conta do conflito.
Converse com o Zeca, representado pelo professor, sobre o que fazer nessa 
situação.
19. Prazo perdido
Um dos muitos casos que o escritório MMA entregou a você para con-
duzir, logo que você fechou contrato com eles, foi defender uma pequena 
cliente do escritório, D. Aparecida, em uma ação que lhe foi movida para 
devolver em dobro o sinal de R$ 10.000,00 que havia recebido para a compra 
de um apartamento de sua propriedade. D. Aparecida alegou que o contrato 
não se efetivou porque o comprador desistiu do negócio, não por culpa dela.
Você contesta a ação e acompanha o caso. Um dia, sai a sentença que é 
contrária à D. Aparecida.
Na ocasião, você e todo o pessoal do escritório estavam atarefadíssimos 
com um grande caso e você acabou se enganando e perdendo o prazo de 
apelação no processo de D. Aparecida.
Discuta com o Zeca como vocês devem proceder.
20. Resultados ao final do contrato
Estamos em agosto de 2017. Até o final de setembro você deverá decidir 
se vai querer ou não continuar seu contrato com a MMA. Nesse período você 
ganhou relativamente bem. Já no segundo ano, sua retirada mensal dobrou e, 
no terceiro ano atingiu R$ 14.000,00. As perspectivas para o futuro são boas. 
Você agora está casado com Lu e tem também boas perspectivas profissionais 
na firma da família dele(a). Ao mesmo tempo, durante os três anos passados 
na MMA, você conseguiu, com muito esforço, se preparar para um concurso 
público e acaba de ser aprovado, esperando para breve sua nomeação para a 
defensoria pública.
Você está indeciso sobre o que fazer e precisa tomar uma decisão. Lu é 
favorável a que você renove o contrato com a MMA. Já seu pai insiste em que 
você aceite sua nomeação para a defensoria.
Você vai conversar sobre seu dilema com o seu professor.
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ANEXO II — CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB
Publicado no Diário da Justiça, Seção I, do dia 01.03.95, pp. 4.000/4004.
O CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO 
BRASIL, ao instituir o Código de Ética e Disciplina, norteou-se por princí-
pios que formam a consciência profissional do advogado e representam im-
perativos de sua conduta, tais como: os de lutar sem receio pelo primado 
da Justiça; pugnar pelo cumprimento da Constituição e pelo respeito à Lei, 
fazendo com que esta seja interpretada com retidão, em perfeita sintonia com 
os fins sociais a que se dirige e as exigências do bem comum; ser fiel à verdade 
para poder servir à Justiça como um de seus elementos essenciais; proceder 
com lealdade e boa-fé em suas relações profissionais e em todos os atos do seu 
ofício; empenhar-se na defesa das causas confiadas ao seu patrocínio, dando 
ao constituinte o amparo do Direito, e proporcionando-lhe a realização prá-
tica de seus legítimos interesses; comportar-se, nesse mister, com indepen-
dência e altivez, defendendo com o mesmo denodo humildes e poderosos; 
exercer a advocacia com o indispensável senso profissional, mas também com 
desprendimento, jamais permitindo que o anseio de ganho material sobre-
leve à finalidade social do seu trabalho; aprimorar-se no culto dos princípios 
éticos e no domínio da ciência jurídica, de modo a tornar-se merecedor da 
confiança do cliente e da sociedade como um todo, pelos atributos intelectu-
ais e pela probidade pessoal; agir, em suma, com a dignidade das pessoas de 
bem e a correção dos profissionais que honram e engrandecem a sua classe.
Inspirado nesses postulados é que o Conselho Federal da Ordem dos Ad-
vogados do Brasil, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelos arts. 33 
e 54, V, da Lei nº 8.906, de 04 de julho de 1994, aprova e edita este Código, 
exortando os advogados brasileiros à sua fiel observância.
TÍTULO I
DA ÉTICA DO ADVOGADO
CAPÍTULO I
DAS REGRAS DEONTOLÓGICAS FUNDAMENTAIS
Art. 1º O exercício da advocacia exige conduta compatível com os pre-
ceitos deste Código, do Estatuto, do Regulamento Geral, dos Provimentos e 
com os demais princípios da moral individual, social e profissional.
Art. 2º O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor 
do Estado democrático de direito, da cidadania, da moralidade pública, da 
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 22
Justiça e da paz social, subordinando a atividade do seu Ministério Privado à 
elevada função pública que exerce.
Parágrafo único. São deveres do advogado:
I — preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profis-
são, zelando pelo seu caráter de essencialidade e indispensabilidade;
II — atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracida-
de, lealdade, dignidade e boa-fé;
III — velar por sua reputação pessoal e profissional;
IV — empenhar-se, permanentemente, em seu aperfeiçoamento pessoal 
e profissional;
V — contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das 
leis;
VI — estimular a conciliação entre os litigantes, prevenindo, sempre que 
possível, a instauração de litígios;
VII — aconselhar o cliente a não ingressar em aventura judicial;
VIII — abster-se de:
a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente;
b) patrocinar interesses ligados a outras atividades estranhas à advocacia, 
em que também atue;
c) vincular o seu nome a empreendimentos de cunho manifestamente du-
vidoso;
d) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honesti-
dade e a dignidade da pessoa humana;
e) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono consti-
tuído, sem o assentimento deste.
IX — pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação 
dos seus direitos individuais, coletivos e difusos, no âmbito da comunidade.
Art. 3º O advogado deve ter consciência de que o Direito é um meio de 
mitigar as desigualdades para o encontro de soluções justas e que a lei é um 
instrumento para garantir a igualdade de todos.
Art. 4º O advogado vinculado ao cliente ou constituinte, mediante rela-
ção empregatícia ou por contrato de prestação permanente de serviços, inte-
grante de departamento jurídico, ou órgão de assessoria jurídica, público ou 
privado, deve zelar pela sua liberdade e independência.
Parágrafo único. É legítima a recusa, pelo advogado, do patrocínio de 
pretensão concernente a lei ou direito que também lhe seja aplicável, ou con-
trarie expressa orientação sua, manifestada anteriormente.
Art. 5º O exercício da advocacia é incompatível com qualquer procedi-
mento de mercantilização.
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FGV DIREITO RIO 23
Art. 6º É defeso ao advogado expor os fatos em Juízo falseando delibera-
damente a verdade ou estribando-se na má-fé.
Art. 7º É vedado o oferecimento de serviços profissionais queimpliquem, 
direta ou indiretamente, inculcação ou captação de clientela.
CAPÍTULO II
DAS RELAÇÕES COM O CLIENTE
Art. 8º O advogado deve informar o cliente, de forma clara e inequívoca, 
quanto a eventuais riscos da sua pretensão, e das conseqüências que poderão 
advir da demanda.
Art. 9º A conclusão ou desistência da causa, com ou sem a extinção do 
mandato, obriga o advogado à devolução de bens, valores e documentos re-
cebidos no exercício do mandato, e à pormenorizada prestação de contas, não 
excluindo outras prestações solicitadas, pelo cliente, a qualquer momento.
Art. 10. Concluída a causa ou arquivado o processo, presumem-se o cum-
primento e a cessação do mandato.
Art. 11. O advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patro-
no constituído, sem prévio conhecimento deste, salvo por motivo justo ou 
para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis.
Art. 12. O advogado não deve deixar ao abandono ou ao desamparo os 
feitos, sem motivo justo e comprovada ciência do constituinte.
Art. 13. A renúncia ao patrocínio implica omissão do motivo e a continui-
dade da responsabilidade profissional do advogado ou escritório de advoca-
cia, durante o prazo estabelecido em lei; não exclui, todavia, a responsabilida-
de pelos danos causados dolosa ou culposamente aos clientes ou a terceiros.
Art. 14. A revogação do mandato judicial por vontade do cliente não o 
desobriga do pagamento das verbas honorárias contratadas, bem como não 
retira o direito do advogado de receber o quanto lhe seja devido em eventual 
verba honorária de sucumbência, calculada proporcionalmente, em face do 
serviço efetivamente prestado.
Art. 15. O mandato judicial ou extrajudicial deve ser outorgado indivi-
dualmente aos advogados que integrem sociedade de que façam parte, e será 
exercido no interesse do cliente, respeitada a liberdade de defesa.
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FGV DIREITO RIO 24
Art. 16. O mandato judicial ou extrajudicial não se extingue pelo decurso 
de tempo, desde que permaneça a confiança recíproca entre o outorgante e o 
seu patrono no interesse da causa.
Art. 17. Os advogados integrantes da mesma sociedade profissional, ou 
reunidos em caráter permanente para cooperação recíproca, não podem re-
presentar em juízo clientes com interesses opostos.
Art. 18. Sobrevindo conflitos de interesse entre seus constituintes, e não 
estando acordes os interessados, com a devida prudência e discernimento, 
optará o advogado por um dos mandatos, renunciando aos demais, resguar-
dado o sigilo profissional.
Art. 19. O advogado, ao postular em nome de terceiros, contra ex-cliente 
ou ex-empregador, judicial e extrajudicialmente, deve resguardar o segredo 
profissional e as informações reservadas ou privilegiadas que lhe tenham sido 
confiadas.
Art. 20. O advogado deve abster-se de patrocinar causa contrária à ética, 
à moral ou à validade de ato jurídico em que tenha colaborado, orientado ou 
conhecido em consulta; da mesma forma, deve declinar seu impedimento 
ético quando tenha sido convidado pela outra parte, se esta lhe houver reve-
lado segredos ou obtido seu parecer.
Art. 21. É direito e dever do advogado assumir a defesa criminal, sem 
considerar sua própria opinião sobre a culpa do acusado.
Art. 22. O advogado não é obrigado a aceitar a imposição de seu cliente 
que pretenda ver com ele atuando outros advogados, nem aceitar a indicação 
de outro profissional para com ele trabalhar no processo.
Art. 23. É defeso ao advogado funcionar no mesmo processo, simultanea-
mente, como patrono e preposto do empregador ou cliente.
Art. 24. O substabelecimento do mandato, com reserva de poderes, é ato 
pessoal do advogado da causa.
§ 1º O substabelecimento do mandato sem reservas de poderes exige o 
prévio e inequívoco conhecimento do cliente.
§ 2º O substabelecido com reserva de poderes deve ajustar antecipada-
mente seus honorários com o substabelecente.
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FGV DIREITO RIO 25
CAPÍTULO III
DO SIGILO PROFISSIONAL
1 Ver arts. 7o, II e XIX, 34, VII, e 72, § 2o, do Estatuto.
2 Ver arts. 1º, § 3o, 14, parágrafo único, 33, parágrafo único, 34, XIII, e 
35, parágrafo único, do Estatuto e Provimento n. 94/2000.
Art. 25. O sigilo profissional é inerente à profissão, impondo-se o seu res-
peito, salvo grave ameaça ao direito à vida, à honra, ou quando o advogado 
se veja afrontado pelo próprio cliente e, em defesa própria, tenha que revelar 
segredo, porém sempre restrito ao interesse da causa.
Art. 26. O advogado deve guardar sigilo, mesmo em depoimento judicial, 
sobre o que saiba em razão de seu ofício, cabendo-lhe recusar-se a depor 
como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou 
sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou tenha sido advogado, 
mesmo que autorizado ou solicitado pelo constituinte.
Art. 27. As confidências feitas ao advogado pelo cliente podem ser utili-
zadas nos limites da necessidade da defesa, desde que autorizado aquele pelo 
constituinte.
Parágrafo único. Presumem-se confidenciais as comunicações epistolares 
entre advogado e cliente, as quais não podem ser reveladas a terceiros.
CAPÍTULO IV
DA PUBLICIDADE2
Art. 28. O advogado pode anunciar os seus serviços profissionais, indivi-
dual ou coletivamente, com discrição e moderação, para finalidade exclusi-
vamente informativa, vedada a divulgação em conjunto com outra atividade.
Art. 29. O anúncio deve mencionar o nome completo do advogado e o 
número da inscrição na OAB, podendo fazer referência a títulos ou qualifi-
cações profissionais, especialização técnico-científica e associações culturais e 
científicas, endereços, horário do expediente e meios de comunicação, veda-
das a sua veiculação pelo rádio e televisão e a denominação de fantasia.
§ 1º Títulos ou qualificações profissionais são os relativos à profissão de 
advogado, conferidos por universidades ou instituições de ensino superior, 
reconhecidas.
§ 2º Especialidades são os ramos do Direito, assim entendidos pelos dou-
trinadores ou legalmente reconhecidos.
§ 3º Correspondências, comunicados e publicações, versando sobre cons-
tituição, colaboração, composição e qualificação de componentes de escri-
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FGV DIREITO RIO 26
tório e especificação de especialidades profissionais, bem como boletins in-
formativos e comentários sobre legislação, somente podem ser fornecidos a 
colegas, clientes, ou pessoas que os solicitem ou os autorizem previamente.
§ 4º O anúncio de advogado não deve mencionar, direta ou indiretamen-
te, qualquer cargo, função pública ou relação de emprego e patrocínio que 
tenha exercido, passível de captar clientela.
§ 5º O uso das expressões “escritório de advocacia” ou “sociedade de advo-
gados” deve estar acompanhado da indicação de número de registro na OAB 
ou do nome e do número de inscrição dos advogados que o integrem.
§ 6º O anúncio, no Brasil, deve adotar o idioma português, e, quando em 
idioma estrangeiro, deve estar acompanhado da respectiva tradução.
Art. 30. O anúncio sob a forma de placas, na sede profissional ou na re-
sidência do advogado, deve observar discrição quanto ao conteúdo, forma e 
dimensões, sem qualquer aspecto mercantilista, vedada a utilização de outdo-
or ou equivalente.
Art. 31. O anúncio não deve conter fotografias, ilustrações, cores, figuras, 
desenhos, logotipos, marcas ou símbolos incompatíveis com a sobriedade da 
advocacia, sendo proibido o uso dos símbolos oficiais e dos que sejam utili-
zados pela Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 1º São vedadas referências a valores dos serviços, tabelas, gratuidade ou 
forma de pagamento, termos ou expressões que possam iludir ou confundir 
o público, informações de serviços jurídicos suscetíveis de implicar, direta ou 
indiretamente, captaçãode causa ou clientes, bem como menção ao tama-
nho, qualidade e estrutura da sede profissional.
§ 2º Considera-se imoderado o anúncio profissional do advogado me-
diante remessa de correspondência a uma coletividade, salvo para comunicar 
a clientes e colegas a instalação ou mudança de endereço, a indicação expressa 
do seu nome e escritório em partes externas de veículo, ou a inserção de seu 
nome em anúncio relativo a outras atividades não advocatícias, faça delas 
parte ou não.
Art. 32. O advogado que eventualmente participar de programa de tele-
visão ou de rádio, de entrevista na imprensa, de reportagem televisionada ou 
de qualquer outro meio, para manifestação profissional, deve visar a objetivos 
exclusivamente ilustrativos, educacionais e instrutivos, sem propósito de pro-
moção pessoal ou profissional, vedados pronunciamentos sobre métodos de 
trabalho usados por seus colegas de profissão.
Parágrafo único. Quando convidado para manifestação pública, por qual-
quer modo e forma, visando ao esclarecimento de tema jurídico de interesse 
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 27
geral, deve o advogado evitar insinuações a promoção pessoal ou profissional, 
bem como o debate de caráter sensacionalista.
Art. 33. O advogado deve abster-se de:
I — responder com habitualidade consulta sobre matéria jurídica, nos 
meios de comunicação social, com intuito de promover-se profissionalmente;
II — debater, em qualquer veículo de divulgação, causa sob seu patrocínio 
ou patrocínio de colega;
III — abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e 
da instituição que o congrega;
IV — divulgar ou deixar que seja divulgada a lista de clientes e demandas;
V — insinuar-se para reportagens e declarações públicas.
Art. 34. A divulgação pública, pelo advogado, de assuntos técnicos ou 
jurídicos de que tenha ciência em razão do exercício profissional como advo-
gado constituído, assessor jurídico ou parecerista, deve limitar-se a aspectos 
que não quebrem ou violem o segredo ou o sigilo profissional.
CAPÍTULO V
DOS HONORÁRIOS PROFISSIONAIS3
3 Ver arts. 21 a 26 e 34, III, da Lei n. 8.906/94 e arts. 14 e 111 do Regula-
mento Geral.
Art. 35. Os honorários advocatícios e sua eventual correção, bem como 
sua majoração decorrente do aumento dos atos judiciais que advierem como 
necessários, devem ser previstos em contrato escrito, qualquer que seja o ob-
jeto e o meio da prestação do serviço profissional, contendo todas as especifi-
cações e forma de pagamento, inclusive no caso de acordo.
§ 1º Os honorários da sucumbência não excluem os contratados, porém 
devem ser levados em conta no acerto final com o cliente ou constituinte, 
tendo sempre presente o que foi ajustado na aceitação da causa.
§ 2º A compensação ou o desconto dos honorários contratados e de valo-
res que devam ser entregues ao constituinte ou cliente só podem ocorrer se 
houver prévia autorização ou previsão contratual.
§ 3º A forma e as condições de resgate dos encargos gerais, judiciais e 
extrajudiciais, inclusive eventual remuneração de outro profissional, advo-
gado ou não, para desempenho de serviço auxiliar ou complementar técnico 
e especializado, ou com incumbência pertinente fora da Comarca, devem 
integrar as condições gerais do contrato.
Art. 36. Os honorários profissionais devem ser fixados com moderação, 
atendidos os elementos seguintes:
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 28
I — a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questões 
versadas;
II — o trabalho e o tempo necessários;
III — a possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir em outros 
casos, ou de se desavir com outros clientes ou terceiros;
IV — o valor da causa, a condição econômica do cliente e o proveito para 
ele resultante do serviço profissional;
V — o caráter da intervenção, conforme se trate de serviço a cliente avul-
so, habitual ou permanente;
VI — o lugar da prestação dos serviços, fora ou não do domicílio do ad-
vogado;
VII — a competência e o renome do profissional;
VIII — a praxe do foro sobre trabalhos análogos.
Art. 37. Em face da imprevisibilidade do prazo de tramitação da deman-
da, devem ser delimitados os serviços profissionais a se prestarem nos pro-
cedimentos preliminares, judiciais ou conciliatórios, a fim de que outras 
medidas, solicitadas ou necessárias, incidentais ou não, diretas ou indiretas, 
decorrentes da causa, possam ter novos honorários estimados, e da mesma 
forma receber do constituinte ou cliente a concordância hábil.
Art. 38. Na hipótese da adoção de cláusula quota litis, os honorários de-
vem ser necessariamente representados por pecúnia e, quando acrescidos dos 
de honorários da sucumbência, não podem ser superiores às vantagens advin-
das em favor do constituinte ou do cliente.
Parágrafo único. A participação do advogado em bens particulares de 
cliente, comprovadamente sem condições pecuniárias, só é tolerada em cará-
ter excepcional, e desde que contratada por escrito.
Art. 39. A celebração de convênios para prestação de serviços jurídicos 
com redução dos valores estabelecidos na Tabela de Honorários implica cap-
tação de clientes ou causa, salvo se as condições peculiares da necessidade e 
dos carentes puderem ser demonstradas com a devida antecedência ao res-
pectivo Tribunal de Ética e Disciplina, que deve analisar a sua oportunidade.
Art. 40. Os honorários advocatícios devidos ou fixados em tabelas no regi-
me da assistência judiciária não podem ser alterados no quantum estabeleci-
do; mas a verba honorária decorrente da sucumbência pertence ao advogado.
Art. 41. O advogado deve evitar o aviltamento de valores dos serviços 
profissionais, não os fixando de forma irrisória ou inferior ao mínimo fixado 
pela Tabela de Honorários, salvo motivo plenamente justificável.
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 29
Art. 42. O crédito por honorários advocatícios, seja do advogado autôno-
mo, seja de sociedade de advogados, não autoriza o saque de duplicatas ou 
qualquer outro título de crédito de natureza mercantil, exceto a emissão de 
fatura, desde que constitua exigência do constituinte ou assistido, decorrente 
de contrato escrito, vedada a tiragem de protesto.
Art. 43. Havendo necessidade de arbitramento e cobrança judicial dos 
honorários advocatícios, deve o advogado renunciar ao patrocínio da causa, 
fazendo-se representar por um colega.
CAPÍTULO VI
DO DEVER DE URBANIDADE
Art. 44. Deve o advogado tratar o público, os colegas, as autoridades e os 
funcionários do Juízo com respeito, discrição e independência, exigindo igual 
tratamento e zelando pelas prerrogativas a que tem direito.
Art. 45. Impõe-se ao advogado lhaneza, emprego de linguagem escorreita 
e polida, esmero e disciplina na execução dos serviços.
Art. 46. O advogado, na condição de defensor nomeado, conveniado ou 
dativo, deve comportar-se com zelo, empenhando-se para que o cliente se 
sinta amparado e tenha a expectativa de regular desenvolvimento da deman-
da.
CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 47. A falta ou inexistência, neste Código, de definição ou orientação 
sobre questão de ética profissional, que seja relevante para o exercício da ad-
vocacia ou dele advenha, enseja consulta e manifestação do Tribunal de Ética 
e Disciplina ou do Conselho Federal.
Art. 48. Sempre que tenha conhecimento de transgressão das normas deste 
Código, do Estatuto, do Regulamento Geral e dos Provimentos, o Presidente 
do Conselho Seccional, da Subseção, ou do Tribunal de Ética e Disciplina 
deve chamar a atenção do responsável para o dispositivo violado, sem preju-
ízo da instauração do competente procedimento para apuração das infrações 
e aplicação das penalidades cominadas.
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 30TÍTULO II
DO PROCESSO DISCIPLINAR
4 Ver arts. 43, 58, III, 61, parágrafo único, “c”, 68, e 70 a 74, da Lei n. 
8.906/94, arts. 89, V e VII, 120, § 3o, 137-A e seguintes do Regulamento 
Geral e Provimento n. 83/96.
5 Ver Provimento n. 83/96 e o Manual de Procedimentos do Processo 
Ético-Disciplinar, editado pela Segunda Câmara do Conselho Federal.
CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE ÉTICA E DISCIPLINA
Art. 49. O Tribunal de Ética e Disciplina é competente para orientar e 
aconselhar sobre ética profissional, respondendo às consultas em tese, e julgar 
os processos disciplinares.
Parágrafo único. O Tribunal reunir-se-á mensalmente ou em menor perí-
odo, se necessário, e todas as sessões serão plenárias.
Art. 50. Compete também ao Tribunal de Ética e Disciplina:
I — instaurar, de ofício, processo competente sobre ato ou matéria que 
considere passível de configurar, em tese, infração a princípio ou norma de 
ética profissional;
II — organizar, promover e desenvolver cursos, palestras, seminários e dis-
cussões a respeito de ética profissional, inclusive junto aos Cursos Jurídicos, 
visando à formação da consciência dos futuros profissionais para os proble-
mas fundamentais da ética;
III — expedir provisões ou resoluções sobre o modo de proceder em casos 
previstos nos regulamentos e costumes do foro;
IV — mediar e conciliar nas questões que envolvam:
a) dúvidas e pendências entre advogados;
b) partilha de honorários contratados em conjunto ou mediante substabe-
lecimento, ou decorrente de sucumbência;
c) controvérsias surgidas quando da dissolução de sociedade de advogados.
CAPÍTULO II
DOS PROCEDIMENTOS
Art. 51. O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante represen-
tação dos interessados, que não pode ser anônima.
§ 1º Recebida a representação, o Presidente do Conselho Seccional ou 
da Subseção, quando esta dispuser de Conselho, designa relator um de seus 
integrantes, para presidir a instrução processual.
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 31
§ 2º O relator pode propor ao Presidente do Conselho Seccional ou da 
Subseção o arquivamento da representação, quando estiver desconstituída 
dos pressupostos de admissibilidade.
§ 3º A representação contra membros do Conselho Federal e Presidentes 
dos Conselhos Seccionais é processada e julgada pelo Conselho Federal.
Art. 52. Compete ao relator do processo disciplinar determinar a notifica-
ção dos interessados para esclarecimentos, ou do representado para a defesa 
prévia, em qualquer caso no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 1º Se o representado não for encontrado ou for revel, o Presidente do 
Conselho ou da Subseção deve designar-lhe defensor dativo.
§ 2º Oferecida a defesa prévia, que deve estar acompanhada de todos os 
documentos e o rol de testemunhas, até o máximo de cinco, é proferido o 
despacho saneador e, ressalvada a hipótese do § 2º do art. 73 do Estatu-
to, designada, se reputada necessária, a audiência para oitiva do interessado, 
do representado e das testemunhas. O interessado e o representado deverão 
incumbir-se do comparecimento de suas testemunhas, a não ser que prefi-
ram suas intimações pessoais, o que deverá ser requerido na representação 
e na defesa prévia. As intimações pessoais não serão renovadas em caso de 
não-comparecimento, facultada a substituição de testemunhas, se presente a 
substituta na audiência. (NR)6
6 Ver Proposição n. 0042/2002/COP (DJ, 03.02.2003, p. 574, S.1).
§ 3º O relator pode determinar a realização de diligências que julgar con-
venientes.
§ 4º Concluída a instrução, será aberto o prazo sucessivo de 15 (quinze) 
dias para a apresentação de razões finais pelo interessado e pelo representado, 
após a juntada da última intimação.
§ 5º Extinto o prazo das razões finais, o relator profere parecer preliminar, 
a ser submetido ao Tribunal.
Art. 53. O Presidente do Tribunal, após o recebimento do processo devi-
damente instruído, designa relator para proferir o voto.
§ 1º O processo é inserido automaticamente na pauta da primeira sessão 
de julgamento, após o prazo de 20 (vinte) dias de seu recebimento pelo Tri-
bunal, salvo se o relator determinar diligências.
§ 2º O representado é intimado pela Secretaria do Tribunal para a defesa 
oral na sessão, com 15 (quinze) dias de antecedência.
§ 3º A defesa oral é produzida na sessão de julgamento perante o Tribunal, 
após o voto do relator, no prazo de 15 (quinze) minutos, pelo representado 
ou por seu advogado.
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 32
Art. 54. Ocorrendo a hipótese do art. 70, § 3º, do Estatuto, na sessão 
especial designada pelo Presidente do Tribunal, são facultadas ao represen-
tado ou ao seu defensor a apresentação de defesa, a produção de prova e a 
sustentação oral, restritas, entretanto, à questão do cabimento, ou não, da 
suspensão preventiva.
Art. 55. O expediente submetido à apreciação do Tribunal é autuado pela 
Secretaria, registrado em livro próprio e distribuído às Seções ou Turmas jul-
gadoras, quando houver.
Art. 56. As consultas formuladas recebem autuação em apartado, e a esse 
processo são designados relator e revisor, pelo Presidente.
§ 1º O relator e o revisor têm prazo de dez (10) dias, cada um, para ela-
boração de seus pareceres, apresentando-os na primeira sessão seguinte, para 
julgamento.
§ 2º Qualquer dos membros pode pedir vista do processo pelo prazo de 
uma sessão e desde que a matéria não seja urgente, caso em que o exame deve 
ser procedido durante a mesma sessão. Sendo vários os pedidos, a Secretaria 
providencia a distribuição do prazo, proporcionalmente, entre os interessa-
dos.
§ 3º Durante o julgamento e para dirimir dúvidas, o relator e o revisor, 
nessa ordem, têm preferência na manifestação.
§ 4º O relator permitirá aos interessados produzir provas, alegações e arra-
zoados, respeitado o rito sumário atribuído por este Código.
§ 5º Após o julgamento, os autos vão ao relator designado ou ao membro 
que tiver parecer vencedor para lavratura de acórdão, contendo ementa a ser 
publicada no órgão oficial do Conselho Seccional.
Art. 57. Aplica-se ao funcionamento das sessões do Tribunal o procedi-
mento adotado no Regimento Interno do Conselho Seccional.
Art. 58. Comprovado que os interessados no processo nele tenham inter-
vindo de modo temerário, com sentido de emulação ou procrastinação, tal 
fato caracteriza falta de ética passível de punição.
Art. 59. Considerada a natureza da infração ética cometida, o Tribunal 
pode suspender temporariamente a aplicação das penas de advertência e cen-
sura impostas, desde que o infrator primário, dentro do prazo de 120 dias, 
passe a freqüentar e conclua, comprovadamente, curso, simpósio, seminário 
ou atividade equivalente, sobre Ética Profissional do Advogado, realizado por 
entidade de notória idoneidade.
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 33
Art. 60. Os recursos contra decisões do Tribunal de Ética e Disciplina, ao 
Conselho Seccional, regem-se pelas disposições do Estatuto, do Regulamen-
to Geral e do Regimento Interno do Conselho Seccional.
Parágrafo único. O Tribunal dará conhecimento de todas as suas decisões 
ao Conselho Seccional, para que determine periodicamente a publicação de 
seus julgados.
Art. 61. Cabe revisão do processo disciplinar, na forma prescrita no art. 
73, § 5º, do Estatuto.
CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 62. O Conselho Seccional deve oferecer os meios e suporte impres-
cindíveis para o desenvolvimento das atividades do Tribunal.
Art. 63. O Tribunal de Ética e Disciplina deve organizar seu Regimento 
Interno, a ser submetido ao Conselho Seccional e, após, ao Conselho Federal.
Art. 64. A pauta de julgamentos do Tribunal é publicada em órgão oficial 
e no quadro de avisos gerais, na sede do ConselhoSeccional, com antecedên-
cia de 07 (sete) dias, devendo ser dada prioridade nos julgamentos para os 
interessados que estiverem presentes.
Art. 65. As regras deste Código obrigam igualmente as sociedades de ad-
vogados e os estagiários, no que lhes forem aplicáveis.
Art. 66. Este Código entra em vigor, em todo o território nacional, na 
data de sua publicação, cabendo aos Conselhos Federal e Seccionais e às Sub-
seções da OAB promover a sua ampla divulgação, revogadas as disposições 
em contrário.
Brasília-DF, 13 de fevereiro de 1995.
José Roberto Batochio, Presidente
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FGV DIREITO RIO 34
ANEXO III
Lei no. 8.906 de 4 de julho de 1994
Estatuto do Advogado
Dispositivos relevantes
CAPÍTULO VIII
DA ÉTICA DO ADVOGADO
Art. 31. O advogado deve proceder de forma que o torne merecedor de 
respeito e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia.
§ 1º O advogado, no exercício da profissão, deve manter independência 
em qualquer circunstância.
§ 2º Nenhum receio de desagradar a magistrado ou a qualquer autorida-
de, nem de incorrer em impopularidade, deve deter o advogado no exercício 
da profissão.
Art. 32. O advogado é responsável pelos atos que, no exercício profissio-
nal, praticar com dolo ou culpa.
Parágrafo único. Em caso de lide temerária, o advogado será solidariamen-
te responsável com seu cliente, desde que coligado com este para lesar a parte 
contrária, o que será apurado em ação própria.
Art. 33. O advogado obriga-se a cumprir rigorosamente os deveres consig-
nados no Código de Ética e Disciplina.
Parágrafo único. O Código de Ética e Disciplina regula os deveres do 
advogado para com a comunidade, o cliente, o outro profissional e, ainda, a 
publicidade, a recusa do patrocínio, o dever de assistência jurídica, o dever 
geral de urbanidade e os respectivos procedimentos disciplinares.
CAPÍTULO IX
DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES
Art. 34. Constitui infração disciplinar:
I — exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por 
qualquer meio, o seu exercício aos não inscritos, proibidos ou impedidos;
II — manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabele-
cidos nesta Lei
III — valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos hono-
rários a receber;
IV — angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros;
V — assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim 
extrajudicial que não tenha feito, ou em que não tenha colaborado;
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 35
VI — advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé 
quando fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em 
pronunciamento judicial anterior;
VII — violar, sem justa causa, sigilo profissional;
VIII — estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do 
cliente ou ciência do advogado contrário;
IX — prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio;
X — acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulida-
de do processo em que funcione;
XI — abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias 
da comunicação da renúncia;
XII — recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando 
nomeado em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública;
XIII — fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alega-
ções forenses ou relativas a causas pendentes;
XIV — deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária e de 
julgado, bem como de depoimentos, documentos e alegações da parte con-
trária, para confundir o adversário ou iludir o juiz da causa;
XV — fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, im-
putação a terceiro de fato definido como crime;
XVI — deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada 
do órgão ou autoridade da Ordem, em matéria da competência desta, depois 
de regularmente notificado;
XVII — prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato 
contrário à lei ou destinado a fraudá-la;
XVIII — solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para 
aplicação ilícita ou desonesta;
XIX — receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados 
com o objeto do mandato, sem expressa autorização do constituinte;
XX — locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte 
adversa, por si ou interposta pessoa;
XXI — recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quan-
tias recebidas dele ou de terceiros por conta dele;47
47 Ver Provimento n. 70/89.
XXII — reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou 
em confiança;
XXIII — deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços 
devidos à OAB, depois de regularmente notificado a fazê-lo;
XXIV — incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional;
XXV — manter conduta incompatível com a advocacia;
XXVI — fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na 
OAB;
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 36
XXVII — tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia;
XXVIII — praticar crime infamante;
XXIX — praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação.
Parágrafo único. Inclui-se na conduta incompatível:
a) prática reiterada de jogo de azar, não autorizado por lei;
b) incontinência pública e escandalosa;
c) embriaguez ou toxicomania habituais.
Art. 35. As sanções disciplinares consistem em:
I — censura;
II — suspensão;
III — exclusão;
IV — multa.
Parágrafo único. As sanções devem constar dos assentamentos do inscrito, 
após o trânsito em julgado da decisão, não podendo ser objeto da publicidade 
a de censura.
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FGV DIREITO RIO 37
GABRIEL LACERDA
Advogado, formado pela PUC — RJ e mestrado pela Universidade de 
Harvard (EUA). É sócio aposentado do Escritório Trench Rossi Watanabe, 
trabalhou em outros escritórios. Trabalhou também como advogado 
interno em algumas empresas, inclusive Caemi, Brascan, Petrobrás. 
Foi professor da PUC-RJ, e responsável por cursos na Coppe/UFRJ e na 
FGV onde participou da equipe do CEP. Atualmente conduz a atividade 
complementar; Direito no Cinema na Graduação da Fundação Getúlio 
Vargas. Escreveu, os livros Direito no Cinema, Nazismo Cinema e Direito, 
Em Segredo de Justiça, Eu Tenho Direito, O Estado é Você, Agir bem é bom, 
entre outros.
ÉTICA PESSOAL E PROFISSIONAL — SEm HIPOCRISIA
FGV DIREITO RIO 38
FICHA TÉCNICA
Fundação Getulio Vargas
Carlos Ivan Simonsen Leal
PRESIDENTE
FGV DIREITO RIO
Joaquim Falcão
DIRETOR
Sérgio Guerra
VICE-DIRETOR DE ENSINO, PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
Rodrigo Vianna
VICE-DIRETOR ADmINISTRATIVO
Thiago Bottino do Amaral
COORDENADOR DA GRADUAÇÃO
André Pacheco Teixeira Mendes
COORDENADOR DO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
Cristina Nacif Alves
COORDENADORA DE ENSINO
Marília Araújo
COORDENADORA EXECUTIVA DA GRADUAÇÃO

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