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NDAT - 13 - Licitações e Contratos Administrativos

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LICITAÇÕES E CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS 
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CONCEITO
Licitação é o procedimento administrativo, exigido por lei, para que o Poder Público possa comprar, vender ou locar bens ou, ainda, realizar obras e adquirir serviços, segundo condições previamente estipuladas, visando selecionar a melhor proposta, ou o melhor candidato, conciliando os recursos orçamentários existentes à promoção do interesse público. É um ato administrativo Formal (o procedimento administrativo da Licitação).
É um certame que as entidades governamentais devem promover e no qual abrem disputa entre os interessados em com elas travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, para escolher a proposta mais vantajosa às conveniências públicas.
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FINALIDADE E ATRIBUTOS
Finalidade:
a) garantir a observância do princípio da isonomia - todos poderão participar da licitação;
b) selecionar a proposta mais vantajosa para a administração;
c) mostrar a eficiência e a moralidade nos negócios administrativos.
Atributos Constitucionais:	
	a) igualdade de condições aos concorrentes;
	b) manutenção das condições propostas;
	c) exigências técnicas e econômicas razoáveis.
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DISCIPLINA NORMATIVA
A CF disciplina no art. 37, inc. XXI a exigibilidade de licitação para obras, serviços, compras e alienações. 
No art. 175 a exigibilidade de licitação nas concessões e permissões de serviço público. 
E, o art. 173, § 1º, III estabelece que o estatuto jurídico das empresas estatais deve dispor sobre licitação.
Competência Legislativa (art. 22, XXVII da CF):
- Compete a União legislar sobre normas gerais de licitação: Lei nº 8.666/93 (alterada pela Lei nº 8.883/94) e a Lei nº 10.520/02;
- Compete aos demais Entes Federativos regulamentar o estatuto licitatório federal, sem inová-lo.
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SUJEITOS À LICITAÇÃO
A Lei nº 8.666/93, art. 1º, § único, vincula: 
- Administração Direta e Indireta, 
- fundos, 
- autarquias, 
- fundações públicas, 
- empresas públicas, 
- sociedade de economia mista 
- entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Municípios, Estados e DF (ex: organizações sociais,
organizações da sociedade civil de interesse público)‏
Os fundos especiais são:
- simples órgãos públicos;
- com natureza de fundação pública;
- simples código na lei orçamentária (com finalidade assistencial).
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OBJETO
Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública, a qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
- Só se licitam bens:
	a) homogêneos;
	b) intercambiáveis;
	c) equivalentes.
- A licitação é inexigível, se inconcebível sua realização por inviabilidade de competição:
	a) quando o objeto é singular (Ex.: selo raro, obra de arte, serviço de cirurgião especialista);
	b) quando só há 1(um) ofertante (art. 25, I, II, III).
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REQUISITOS PARA LICITAÇÃO
Obras e Serviços (art. 7º, § 2º, I a IV):	
		a)	Existência de projeto básico;
		b)	Existência de orçamento detalhado;
		c)	Existência de Recursos Orçamentários;
		d)	Previsão no Plano Plurianual.
Compras (art. 14):	
		a)	Caracterização do objeto (não pode haver a indicação da marca);
		b)	Existência de recursos orçamentários;
		c)	Condições de armazenamento compatíveis com a aquisição;
O descumprimento dos requisitos acima pode acarretar a NULIDADE dos atos (licitação e contrato) e a responsabilidade dos envolvidos; gera IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
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LICITANTE
É quem se habilitou e participa do procedimento licitatório, atendendo ao ato da convocação.
Não podem ser licitantes:
- O autor do projeto, básico ou executivo;
- A empresa responsável pelo projeto básico ou executivo;
- Servidor, dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação;
- Os membros da Comissão de Licitação.
A Comissão de Licitação, permanente ou especial, é criada pela Administração com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes. 
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DISPENSA DE LICITAÇÃO
A regra é sempre pela licitação. Só não se licita se houver certeza quanto à dispensa ou inexigibilidade.
Na dispensa, a competição é possível, todavia, o legislador previu a desnecessidade de licitar em nome de outros interesses públicos. Assim, ocorre dispensa nos casos de situações excepcionais, pois a demora seria incompatível com a urgência na celebração do contrato, contrariando o interesse público. Pode também ocorrer por desinteresse dos particulares no objeto do contrato.
Os casos de Dispensa de Licitação são TAXATIVOS (não podem ser alterados): 
	- dispensada: Art. 17, Lei 8.666/93
	- dispensável: Art. 24, Lei 8.666/93.
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DISPENSA DE LICITAÇÃO
- Licitação dispensada: Não há liberdade, não há discricionariedade, não há juízo de valor. Não pode licitar. 
A Dispensa deverá sempre ser motivada (princípio da motivação).
O art. 17 trata de alienação de bens públicos:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da Administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: 
a) 	dação em pagamento; 
b) 	doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da Administração Pública;
c) 	permuta, por outro imóvel; 
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DISPENSA DE LICITAÇÃO
II -	quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos: 
a) 	doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação; 
b)	permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública; 
c) 	venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica; 
d) 	venda de títulos, na forma da legislação pertinente; e) 	venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades; 
f) 	venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe. 
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DISPENSA DE LICITAÇÃO
- Licitação dispensável: A competição é faticamente possível, mas não precisa. Nada impede que o administrador licite, apesar de ser dispensável. A dispensa da licitação fica na competência discricionária da Administração. 
I - 	para obras e serviços de engenharia de valor até 10 % (dez por cento) do limite previsto na modalidade carta-convite (R$ 150.000,00),ou seja, até R$ 15.000,00;
II - 	para outros serviços e compras de valor até 10 % (dez por cento) do limite previsto na modalidade carta-convite (R$ 80.000,00), ou seja, até R$ 8.000,00;
III - 	nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; 
IV - 	nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa;
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DISPENSA DE LICITAÇÃO
V - 	quando não existirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas. A isto denomina-se LICITAÇÃO DESERTA;
VI - 	quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento; 
VII - 	quando as propostas apresentarem preços manifestamente superiores ou incompatíveis aos praticados no mercado nacional; 
VIII -	para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde
que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
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INEXIGIBILIDADE DA LICITAÇÃO
Na inexigibilidade existe a impossibilidade jurídica de competição entre os contratantes; geralmente ocorre pela notória especialização de renomado profissional ou pela singularidade do objeto, tornando o certame inviável. O procedimento licitatório será impossível de ser deflagrado.
Os casos de INEXIGIBILIDADE de Licitação NÃO são TAXATIVOS (podem ser alterados ou surgirem outros casos), estão no Art. 25, Lei 8.666/93.
A Inexigibilidade deverá sempre ser motivada (princípio da motivação).
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INEXIGIBILIDADE DA LICITAÇÃO
Casos de INEXIGIBILIDADE de licitação:
I - 	para aquisição de materiais, equipamentos; ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo;
II - 	para a contratação de serviços técnicos de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação; 
III - 	para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
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INEXIGIBILIDADE DA LICITAÇÃO
Para que a licitação seja possível é preciso estar presentes seus pressupostos. 
Assim,haverá inexigibilidade quando ausentes os pressupostos:
- pressuposto lógico: é a pluralidade de licitantes, caso contrário, não haverá competição. Ainda, pluralidade de
objetos. Sem pressuposto lógico a licitação se torna impossível.
- pressuposto jurídico: é o interesse público, a licitação serve para buscar o interesse público.
- pressuposto fático: significa interesse de mercado. Um contrato que não gera interesse no mercado, acarreta a
inviabilidade de objeto.
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FASES DA LICITAÇÃO
Fase Interna:	inicia-se na repartição interessada, com a abertura do processo em que a autoridade determina sua realização. É definido o objeto e indicado os recursos hábeis para a despesa.
- Faz-se a abertura do processo administrativo: autuando, protocolando e numerando-o, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e a necessidade da contratação.
- Se for uma compra verifica-se o recurso orçamentário; neste momento avalia-se a disposição do recurso ou não.
- Nomeia-se comissão de licitação.
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FASES DA LICITAÇÃO
Fase Externa:	 desenvolve-se por meio das seguintes fases para as modalidades concorrência, tomada de preço, carta-convite, concurso e leilão:
	- edital ou carta-convite; 
	- habilitação;
	- classificação e julgamento das propostas;
	- homologação e
	- adjudicação. 
	
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GARANTIAS
Para assegurar o cumprimento do contrato, e desde que prevista no instrumento convocatório da licitação, é feita uma exigência ao contratado, a qual pode ser (art. 56): 
Caução em dinheiro ou Títulos da Dívida Pública, 
Fiança Bancária, 
Seguro-garantia. 
Regra Geral: a garantia não pode exceder a 5% do valor do contrato, excepcionalmente pode chegar a 10% (grande complexidade técnica). 
Esta garantia será devolvida após a execução do contrato, exceto o seguro. Caso o contratado tenha dado causa a rescisão contratual, a Administração poderá reter a garantia a título de ressarcimento.
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DURAÇÃO E PRORROGAÇÃO
Duração:	
- vedado contratos com prazo indeterminados
- regra geral: anual, duração adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários (entre 01 jan a 31 dez) – 03 exceções (art. 57):
	a) projetos fixados no Plano Plurianual
	b) contratos de prestação de serviços contínua, limitada a sessenta meses
	c) contratos de aluguel de equipamentos e utilização de programas de informática, até 48 meses após o início da vigência do contrato.
Prorrogação ou Renovação:	
- prevista no ato convocatório e no contrato 
- exceção: art. 57 § 1º, por atender a circunstâncias excepcionais, independe de previsão
- justificar por escrito e autorização prévia.
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REVISÃO
Pode ocorrer por interesse da própria Administração ou pela superveniência de fatos novos que tornem inexeqüível o ajuste inicial.
Interesse da Administração:	
quando o interesse público exige a alteração do projeto ou dos processos técnicos de sua execução, com aumento de encargos;
Superveniência de Fatos:
quando sobrevem atos de Governo ou fatos materiais imprevistos e imprevisíveis pelas partes, o qual dificulte ou agravem a conclusão do objeto do contrato.
em qualquer destes casos, o contrato é passível de REVISÃO.
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EXTINÇÃO
Cumprimento do Objeto: as partes conseguiram o que pactuaram. É forma natural de extinção, havendo integral cumprimento das cláusulas e conclusão do objeto.  
A extinção é a cessação do vínculo obrigacional entre as partes em razão dos seguintes fatos:
- Cumprimento do Objeto;
- Decurso do Prazo;
- Impossibilidade Material ou Jurídica;
- Invalidação ou Anulação;
- Rescisão.
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EXTINÇÃO
Invalidação ou anulação: há vício de legalidade no contrato. Necessária a instauração de processo administrativo. O efeito da declaração de nulidade é retroativo (ex tunc) e não exonera a Administração do dever de indenizar pelo que foi executado e por prejuízos comprovados (art. 59).
Decurso do Prazo: é forma natural de extinção, em conseqüência do advento do termo final.
Impossibilidade Jurídica ou Material: não depende de manifestação das partes, pois decorre de um fato extintivo já previsto, que leva à rescisão do contrato de pleno direito. Ex.: a falência, o desaparecimento do objeto.
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RESCISÃO
A Lei N. 8.666 prevê, no art. 79, três tipos de rescisão: unilateral ou administrativa, amigável e judicial.
1- A amigável é feita por acordo entre as partes, sendo aceitável quando haja conveniência para a Administração. 
2- A judicial normalmente é requerida pelo contratado, quando haja inadimplemento pela Administração, já que ele não pode paralisar a execução do contrato nem fazer a rescisão unilateral. O poder público não tem necessidade de ir a juízo, já que a lei lhe defere o poder de rescindir unilateralmente o contrato, nas hipóteses previstas nos incs. I a XII e XVII do art. 78.
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RESCISÃO
3- A administrativa é determinada por ato unilateral e escrito da Administração (art. 79, inc. I), que pode ser:
a) por motivo de interesse público: A Administração, zelando pelo interesse público, considera inconveniente a sua manutenção (art. 78, inc. XII). O particular fará jus ao ressarcimento dos prejuízos, à devolução da garantia, aos pagamentos atrasados e ao pagamento dos custos da desmobilização (art. 79, § 2º).
 
OBS: as hipóteses que ensejam rescisão por fatos da Administração podem ser amigável ou judicial; mas também se aplica a essas hipóteses a rescisão unilateral, desde que caracterizado o interesse da Administração.
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RESCISÃO
b) por falta do contratado (com ou sem culpa): O art. 78, nos incs. I a XI e XVIII prevê hipóteses de rescisão por atos atribuíveis ao contratado; cabe, nesses casos, rescisão unilateral da Administração, sem prejuízo, se for o caso de inadimplemento culposo, das sanções administrativas cabíveis e da assunção do objeto do contrato pela Administração, conforme estabelece o art. 80; e sem prejuízo também da reparação dos prejuízos que disso resultar para o poder público. A mesma solução é dada para os casos de caso fortuito ou de força maior.
OBS: a rescisão por arbitragem, instituto da lei 9.307/96, no caso de lides relativas a direitos patrimoniais disponíveis, pode ser utilizada pelo Poder Público, pois não ofende os princípios da legalidade e da indisponibilidade dos bens públicos. 
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MODALIDADES DE LICITAÇÕES
	O art. 22, § 8º veda a criação de outra modalidade ou combinação das acima mencionadas. Todavia, foi criada a modalidade pregão por legislação específica (lei 10.520/02).
	O art. 23 dispõe sobre os limites para cada modalidade.
O art. 22 dispõe sobre as modalidades de licitações:
	a) concorrência;
	b) tomada
de preços;
	c) convite;
	d) concurso;
	e) leilão.
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CONCORRÊNCIA
É exigida concorrência para contratações de grande valor:
1. Para obras e serviços de engenharia acima de R$ 1.500.000,00; 
2. Para compras e serviços acima de R$ 650.000,00; 
3. Qualquer que seja o valor do seu objeto, na compra ou alienação de bens imóveis, nas concessões de direito real de uso, nas licitações internacionais, nos contratos de empreitada integral, na concessão de obra ou serviço público (art. 23, §3°). 
Modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos exigidos no edital para execução de seu objeto (art. 22, §1°). 
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TOMADA DE PREÇOS
Modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas condições exigidas para o cadastramento até o 3º dia anterior à data do recebimento das propostas (art. 22, §2°). 
É exigida Tomada de Preços para contratações de vulto médio:
1. Para obras e serviços de engenharia – até R$ 1.500.000,00; 
2. Para compras e serviços até R$ 650.000,00; 
3. Pode-se adotar Tomada de Preços nas Licitações internacionais, se a Administração possuir cadastro internacional.
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CONVITE
É a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas. Utilizado para valores pequenos.
É exigida Carta - Convite: 
1. Para obras e serviços de engenharia – até R$ 150.000,00. 
2. Para compras e serviços – até R$ 80.000,00.
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LEILÃO
É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis com valor até o limite de 650.000 ou independente do valor para móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente apreendidos, a quem possa oferecer o maior lance, igual ou superior ao da avaliação (art.22, § 5º) . 
	O leilão também pode ser utilizado para a alienação de bens imóveis, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento (art. 19, III). 
	
	Aplica-se aos semoventes a mesma regra dos bens móveis.
Permite a participação de qualquer interessado, não havendo exigência de habilitação.
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CONCURSO
É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, MEDIANTE a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores (art. 22, § 4º).
O julgamento é efetuado por comissão especial (art. 51, § 5º).
Publicidade ampla:	Prazo de 45 dias corridos, no mínimo, entre a publicação do Edital e antes da data de encerramento da entrega dos envelopes.
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PREGÃO
É a modalidade de licitação para a aquisição de bens e serviços comuns (Ex: compra de canetas, qualquer pessoa identifica o que seja uma caneta), promovida NO ÂMBITO DA UNIÃO, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS, qualquer que seja o valor estimado da contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances em sessão pública.
O Pregão não se aplica a obras e serviços de engenharia, locações imobiliárias e alienações.
No pregão o único critério de seleção é o menor preço.
Pregão pode ser:
a) Presencial
b) Eletrônico – Decreto 5.504/05
Prazo de intervalo mínimo: 8 dias úteis.
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ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO
A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá REVOGAR a licitação por RAZÕES DE INTERESSE PÚBLICO decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta.
A autoridade competente somente poderá ANULÁ-LA por ILEGALIDADE, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado. A ANULAÇÃO do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de indenizar. 
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CONTRATO ADMINISTRATIVO
Na forma do art. 2º, par. único, da Lei 8.666 de 1993, “para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada”.
Quando o ajuste for celebrado entre a Administração e entes da própria administração é necessário observar a súmula n.º 205 do TCU: é inadmissível, em princípio, a inclusão, nos contratos administrativos, de cláusula que preveja, para o Poder Público, multa ou indenização, em caso de rescisão. 
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CONTRATO ADMINISTRATIVO
Os contratos administrativos podem ser:
	- de colaboração e 
	- de atribuição.
Contrato de colaboração é todo aquele em que o particular se obriga a prestar ou realizar algo para a Administração, como ocorre nos ajustes de obras, serviços ou fornecimentos.
	
Contrato de atribuição é o em que a Administração confere determinadas vantagens ou certos direitos ao particular, tal como o uso especial de bem público. 
O contrato de colaboração é firmado no interesse precípuo da Administração,e o de atribuição, no do particular, desde que não contrarie o interesse público. 
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DISCIPLINA NORMATIVA
O contrato administrativo, no âmbito federal, está inteiramente disciplinado pelo Capítulo III da Lei N. 8.666/93, que se desdobra em cinco seções, a saber: I – Disposições Preliminares; II – Da Formalização dos Contratos; III – Da Alteração dos Contratos; IV – Da Execução dos Contratos; V – Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos.
	Os contratos administrativos regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de Direito Público, aplicando-se-lhes, supletivamente, disposições de Direito Privado (art. 54). 
	
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PECULIARIDADES
O regime jurídico administrativo caracteriza-se por prerrogativas e sujeições. 
Prerrogativas  conferem poderes à Administração, que a colocam em posição de supremacia sobre o particular.
Sujeições  são impostas como limites à atuação administrativa, necessários para garantir o respeito às finalidades públicas e aos direitos dos cidadãos.	
No que se refere às sujeições impostas à Administração, não diferem os contratos de direito privado e os administrativos; todos eles obedecem a exigências de forma, de procedimento, de competência, de finalidade. 
Já as prerrogativas estão previstas por meio das chamadas cláusulas exorbitantes ou de privilégio ou de prerrogativa.
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CARACTERÍSTICAS
- Presença da Administração Pública como poder público
- Finalidade pública.
- Obediência à forma prescrita em lei.
- Procedimento legal.
- Natureza de contrato de adesão.
- Natureza intuitu personae ou personalíssimo.
- Mutabilidade
 
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CLÁUSULAS EXORBITANTES
	Cláusulas exorbitantes são as que excedem o Direito Comum para consignar uma vantagem ou uma restrição à Administração ou ao contratado. As cláusulas exorbitantes não seriam lícitas num contrato privado, porque desigualariam as partes na execução do avençado, mas são absolutamente válidas no contrato administrativo, uma vez que decorrem da lei ou dos princípios que regem a atividade administrativa e visam a estabelecer prerrogativas em favor de uma das partes, para o perfeito atendimento do interesse público, que se sobrepõe sempre aos interesses particulares.
	As cláusulas exorbitantes podem consignar as mais diversas prerrogativas, no interesse do serviço público, tais como: a ocupação do domínio público, o poder de promover desapropriação e a atribuição de arrecadar tributos, concedidos ao particular contratado para a cabal execução do contrato. Todavia, as principais são: 
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CLÁUSULAS EXORBITANTES
	a) Exigência de garantia: a faculdade de exigir garantia nos contratos de obras, serviços e compras está prevista no art. 56, § 1º, da Lei N. 8.666, podendo abranger
as seguintes modalidades: caução em dinheiro ou títulos da dívida pública (inc. I), seguro-garantia (inc. II), e fiança bancária (inc. III).
b) Alteração unilateral: nos ajustes de Direito Público prevalece em favor da Administração o ius variandi, que autoriza a modificação unilateral do contrato sempre que o interesse público o exigir. Encontra-se prevista genericamente no art. 58, I, para possibilitar a melhor adequação às finalidades de interesse público. 
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CLÁUSULAS EXORBITANTES
c) Rescisão unilateral: prevista no art. 58, II, c/c os arts. 79, I, e 78, incs. I a XII e XVII, em casos de:
	- inadimplemento (incs. I a VIII do art. 78), abrangendo hipóteses como não cumprimento ou cumprimento irregular das cláusulas contratuais, lentidão, atraso injustificado, paralisação, subcontratação total ou parcial, cessão, transferência(salvo se admitida no edital e no contrato), desatendimento de determinações regulares de autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a execução do contrato, cometimento reiterado de faltas.
	- situações que caracterizem desaparecimento do sujeito, sua insolvência ou comprometimento da execução do contrato (incs. IX a XI do art. 78): falência, concordata, instauração de insolvência civil, dissolução da sociedade, falecimento do contratado, alteração social ou modificação da finalidade ou da estrutura da empresa. 
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CLÁUSULAS EXORBITANTES
- razões de interesse público (art. 78, XII), que devem ser fundadas e justificadas, sem falta do contratado.
- caso fortuito ou força maior (art. 78, XVII).
Nas duas primeiras hipóteses, a Administração nada deve ao contratado, já que a rescisão se deu por atos a ele mesmo atribuídos; o contratado é que fica sujeito às conseqüências do inadimplemento, se ele for culposo: ressarcimento dos prejuízos, sanções administrativas, assunção do objeto do contrato pela Administração, perda da garantia.
	Nas duas últimas hipóteses, de rescisão por motivo de interesse público, ou ocorrência de caso fortuito ou força maior, a Administração fica obrigada a ressarcir o contratado dos prejuízos regularmente comprovados e, ainda, a devolver a garantia, pagas a prestações devidas até a data da rescisão e o custo da desmobilização (art. 79, § 2º).
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CLÁUSULAS EXORBITANTES
d) Fiscalização: trata-se de prerrogativa do poder público, também prevista no art. 58, III, e disciplinada mais especificamente no art. 67, que exige seja a execução do contrato acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração, especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição. 
	O não-atendimento das determinações da autoridade fiscalizadora enseja rescisão unilateral do contrato (art. 78, VII), sem prejuízo das sanções cabíveis.
	e) Aplicação de penalidades: a inexecução total ou parcial do contrato dá à Administração a prerrogativa de aplicar sanções de natureza administrativa (art. 58, IV), dentre as indicadas no art. 87, a saber:
	“I – advertência;
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CLÁUSULAS EXORBITANTES
	II – multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
	III – suspensão temporária de participação de licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 anos;
	IV – declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública, enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação...” 
	A pena de multa pode ser aplicada juntamente com qualquer uma das outras (art. 87, § 2º). Vedada, em qualquer outra hipótese, a acumulação de sanções administrativas.
	Para exercer o direito de defesa (art. 87, caput, da Lei 8.666 e art. 5º, LV, da CF) o interessado dispõe do prazo de cinco dias, salvo na hipótese de declaração de inidoneidade, em que o prazo se eleva para dez dias (art. 87, §§ 2º e 3º).
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CLÁUSULAS EXORBITANTES
f) Anulação: a Administração Pública, estando sujeita ao princípio da legalidade, tem que exercer constante controle sobre seus próprios atos, cabendo-lhe o poder-dever de anular aqueles que contrariam a lei; é a prerrogativa que alguns chamam de autotutela e que não deixa de corresponder a um dos atributos dos atos administrativos, que diz respeito à sua executoriedade pela própria Administração. Esta decide e põe em execução a própria decisão.
	Súmula 473 do STF: “a Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.
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CLÁUSULAS EXORBITANTES
Em se tratando de ilegalidade verificada nos contratos de que é parte, a Administração tem também o poder de declarar sua nulidade, com efeito retroativo, impedindo os efeitos jurídicos que elas ordinariamente deveriam produzir, além de desconstituir os já produzidos (art. 59 da Lei 8.666). Se a ilegalidade for imputável apenas à própria Administração, não tendo para ela contribuído o contratado, este terá de ser indenizado pelos prejuízos sofridos. 
	g) Retomada do objeto (art. 80): têm por objeto assegurar a continuidade da execução do contrato, sempre que a sua paralisação possa ocasionar prejuízo ao interesse público e, principalmente, ao andamento de serviço público essencial. Trata-se, neste último caso, de aplicação do princípio da continuidade do serviço público.
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CLÁUSULAS EXORBITANTES
h) Restrições à oponibilidade da “exceptio non adimpleti contractus”: a exceção do contrato não cumprido, usualmente invocada nos ajustes de Direito Privado, não se aplica, em princípio, aos contratos administrativos quando a falta é da Administração. Com efeito, enquanto nos contratos entre particulares é lícito a qualquer das partes cessar a execução do avençado quando a outra não cumpre sua obrigação (CCB, art. 1.092), nos ajustes de Direito Público o contratado não pode usar dessa faculdade contra a Administração. 
	O princípio maior da continuidade do serviço público impede que o particular paralise a execução do contrato mediante a omissão ou atraso da Administração no cumprimento das prestações a seu cargo. Essa exceção é substituída pela subseqüente indenização dos prejuízos suportados pelo particular, ou mesmo pela rescisão por culpa da Administração. O que não se permite, em princípio, é a cessação sumária da execução do contrato, sob a invocação da falta da Administração.
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ESPÉCIES OU MODALIDADES
Embora os contratos da Administração, latu sensu, sejam em grande número, porque abrangem tanto contratos privados como os públicos, os contratos administrativos, espécie do gênero contratos públicos, compreendem número menor de modalidades, entre as mais importantes:
	- o contrato de obras,
	- o contrato de serviços,
	- o contrato de fornecimento, 
	- o contrato de concessão e permissão, 
	- alienações e locações,
	- contratos de gestão.
1. Contrato de obra pública
	Obra pública, lato sensu, é toda atividade que recai sobre imóveis exercida direta ou indiretamente, por pessoa jurídica pública, na consecução de seus próprios fins, ou seja, nas realizações materiais em imóveis, destinadas ao uso comum do povo, à fruição de determinados usuários ou à utilização das próprias repartições administrativas. 
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ESPÉCIES
2. Contrato de Serviços
	Serviço é toda a atividade destinada a conservação, reparação, conserto, transporte, operação, manutenção, demolição, publicidade, seguro, locação de bens e outras, típicas obrigações de fazer.
	Os serviços podem ser comuns, sem necessidade de específica habilitação (limpeza, pintura etc) ou serviços técnicos-profissionais (art. 13). 
3. Contrato de fornecimento
	Contrato de fornecimento é o ajuste administrativo pelo qual a Administração adquire coisas móveis (materiais, produtos industrializados, gêneros alimentícios etc.) necessárias à realização de suas obras ou à manutenção
de seus serviços.
	Os contratos de fornecimento admitem três modalidades: fornecimento integral, fornecimento parcelado e fornecimento contínuo. 
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ESPÉCIES
4. Contrato de Concessão e Permissão
O contrato de concessão é o ajuste pelo qual a Administração delega ao particular a execução remunerada de serviço ou de obra pública ou lhe cede o uso de um bem público, para que o explore por sua conta e risco, pelo prazo e nas condições regulamentares e contratuais. Pode ser: concessão de serviço público, concessão de obra pública e concessão de uso de bem público, consubstanciadas em contrato administrativo bilateral, comutativo, remunerado e realizado intuitu personae. 
	A modalidade de licitação cabível para os contratos de concessão (de uso, de serviço ou de obra pública) é a concorrência.
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ESPÉCIES
→ concessão de serviço público: tem por objeto a transferência da execução de um serviço do Poder Público ao particular, que se remunerará dos gastos com o empreendimento, ai incluídos os ganhos normais do negócio, através de uma tarifa cobrada aos usuários. É comum, ainda, nos contratos de concessão de serviço público a fixação de um preço, devido pelo concessionário ao concedente a título de remuneração dos serviços de supervisão, fiscalização e controle da execução do ajuste, a cargo deste último.
→ concessão de obra pública: é o ajuste administrativo que tem por objeto a delegação a um particular da execução e exploração de uma obra pública ou de interesse público, para uso da coletividade, mediante remuneração ao concessionário, por tarifa. 
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ESPÉCIES
→ contrato de concessão de uso de bem público: é o destinado a outorgar ao particular a faculdade de utilizar um bem da Administração segundo a sua destinação específica, tal como um hotel, um restaurante, um logradouro turístico ou uma área de mercado pertencente ao Poder Público concedente. É um típico contrato de atribuição. Pode ser remunerada ou não, apresenta duas modalidades, a saber: a concessão administrativa de uso e a concessão de direito real de uso. 
→ permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.
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ESPÉCIES
5. Alienações e Locações
	Apesar do art. 1° da Lei 8.666 inserir as alienações e locações como espécies de contratos administrativos, a doutrina dominante entende que estes são contratos privados (compra e venda, doação, permuta, dação em pagamento, locação) onde a Administração figura como uma das partes. 
6. Contratos de Gestão
	é o ajuste celebrado pelo Poder Público com órgão ou entidade da Administração Direta, Indireta e entidades privadas qualificadas como as paraestatais.

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