Buscar

Dependência Constitucional I

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

DIREITO CONSTITUCIONAL I – TEORIA
DA CONSTITUIÇÃO
Prof. Dr. Rafael Iorio
MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA
Teoria da Constituição
Conceito de Direito Constitucional
O Direito Constitucional é um ramo do Direito Público responsável pelo estudo da organização do Poder Político, do Estado, da estrutura do Estado e dos Direitos Fundamentais que controlam o exercício e o abuso deste Poder.
Constitucionalismo
Movimento jusfilosófico surgido no século XVIII com as revoluções liberais burguesas baseado na crença de que o poder político deve estar submetido à supremacia da lei, de uma Lei Maior, a Constituição escrita.
MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA
Constituição
Conceito de Constituição
A Constituição, segundo José Afonso da Silva, “consiste num sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regulam a forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e exercício do Poder, o estabelecimento de seus órgãos e os limites de sua atuação”.
Sendo assim, a Constituição é a norma jurídica suprema e basilar que estrutura juridicamente os
limites de atuação e exercício de toda a nossa sociedade política.
MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA
Conceito Material
A Constituição material significa a reunião de todas as regras, estejam ou não estabelecidas em um único texto, que abordem a estrutura do Estado, a organização, as formas de atuação e limitação do Poder Político. Refere-se ao que nós chamamos de normas materialmente constitucionais.
Conceito Formal
Constituição formal é a Constituição escrita, definindo-se como o conjunto de normas reunidas em um documento denominado Constituição e elaborado pelo Poder Constituinte Originário ou de Fato.
Para facilitar a sua compreensão, a Constituição formal é o conjunto de todas as normas que estão escritas na Constituição, sejam ou não de conteúdo tipicamente constitucional, como por exemplo, as normas previstas nos arts. 180 e 242, § 2o da CRFB/88. Por esta razão, temos normas materialmente constitucionais e formalmente constitucionais.
MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA
Tipologia Constitucional
Pode-se classificar as constituições das seguintes maneiras.
Quanto à Forma
Quanto à forma as Constituições podem ser classificadas de duas maneiras: Constituição escrita, ou seja, àquela codificada em um documento escrito; e a Constituição não escrita ou consuetudinária ou costumeira, que pode ser definida como o conjunto de leis, costumes e jurisprudências esparsos no tempo, em um determinado ordenamento jurídico, que tratem de tudo aquilo que seja considerado constitucional (forma de governo, estrutura do estado, direitos fundamentais etc).
Os constitucionalistas apontam como um grande exemplo deste tipo de Constituição a chamada “Constituição Inglesa”. Na verdade, a Inglaterra não possui um documento denominado Constituição, como é o caso do Brasil, e sim, um conjunto de normas feitas em diversos momentos da história pelo Parlamento inglês que tratam do que chamamos de normas materialmente constitucionais, ou seja, àquelas que abordam a estrutura e organização do Estado.
MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA
Quanto ao modo de elaboração
Quanto ao modo de elaboração as constituições podem ser classificadas em duas espécies:
dogmáticas e históricas.
A constituição dogmática é aquela que se origina de forma escrita e sistemática, baseada em dogmas, ou seja, princípios e ideias incontestáveis existentes no momento de sua elaboração.
Já a constituição histórica, também denominada costumeira, é a que se origina através de uma evolução de ideias no tempo, produto dos usos e costumes de determinada sociedade, baseada na tradição de um povo. São constituições compostas de vários documentos e juridicamente não-escritas.
MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA
Quanto à origem
Quanto à origem há três formas de classificação:
Diz-se promulgada, popular ou democrática a Constituição que é elaborada através de uma Assembleia Nacional Constituinte, composta de representantes eleitos pelo povo para esta finalidade. Uma vez concluída a Constituição esta Assembleia se dissolve.
Quando a Constituição é outorgada, não há participação do povo em sua elaboração, posto ser ela imposta ao povo, sendo produto exclusivo do Governante que por si só, ou por terceira pessoa, impõe à sociedade um novo ordenamento jurídico e político.
MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA
No Brasil as Constituições de 1891, 1934, 1946 e 1988 foram promulgadas e, as de 1824, 1937 e
1967 foram outorgadas.
Em relação a “Constituição de 1969” não a inserimos no rol das Constituições outorgadas, visto
que formalmente ela foi uma emenda, Emenda Constitucional n. 1 à Constituição de 1967.
A terceira forma é a Constituição Bonapartista que se caracteriza por ser uma Constituição outorgada, na qual o ditador para dar-lhe uma feição legítima convoca um referendo popular para aprová-la.
MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA
Quanto à estabilidade
Quanto a este critério estamos preocupados em saber do processo legislativo para alteração das normas constitucionais. Sendo assim, a doutrina nos aponta que as constituições podem ser de cinco tipos:
Imutáveis – não contém a possibilidade de reforma de suas normas.
Superrígidas – esta é uma classificação que alguns doutrinadores dão à Constituição de 1988, visto que esta Constituição possui um núcleo duro em seu art. 60, parágrafo 4º, conhecido como cláusulas pétreas, que exigem um processo legislativo ainda mais rígido ou dificultoso para alteração destas normas estabelecidas como pétreas, pois não poderão ser abolidas ou restringidas, podendo somente sofrer alterações para serem ampliadas.
MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA
Rígidas – são as constituições que estabelecem que qualquer alteração de suas normas deverá passar por um processo legislativo mais dificultoso do que o processo legislativo ordinário. Em nossa Constituição esse processo encontra-se no art. 60.
Semirrígidas ou Semiflexíveis – são aquelas que estabelecem para alteração de um determinado grupo de suas normas um processo legislativo mais árduo e para reforma do outro grupo de suas normas um processo legislativo ordinário ou simples. Por exemplo: Constituição Imperial de 1824.
Flexíveis – são àquelas constituições que estabelecem para alteração de suas normas o
mesmo processo legislativo previsto para as leis ordinárias.
MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA
Quanto à Extensão
Quanto a este critério estamos preocupados em analisar o tamanho da Constituição. Sendo
assim, as constituições podem ser:
Analíticas – quando possuem uma grande quantidade de artigos, que descrevem diversos
assuntos ou,
Sintéticas – quando possuem poucos artigos que estabelecem princípios e normas gerais da estrutura do Estado. Por exemplo: Constituição Norte-americana de 1787 e a Constituição dos Estados Unidos do Brasil de 1891.
MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA
Quanto à Ideologia
Quanto à ideologia, a doutrina leva em conta a que sistema de produção econômica está
atrelada a Constituição. Elas podem ser de dois tipos:
Ortodoxas – são aquelas atreladas a um única ideologia, por exemplo a Constituição da
República da antiga URSS de 1977, que estabelecia o modelo socialista;
Heterodoxas ou Ecléticas – são aquelas que estabelecem mais de uma ideologia, como a Constituição de 1988, que possui valores capitalistas como a livre iniciativa e, valores socialistas, como a valorização do trabalho (art. 170 da CRFB/88).
MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA
Quanto à Finalidade
Quanto à finalidade a Constituição pode ser de três tipos:
de garantia – os grandes exemplos são as Constituições liberais burguesas que estabelecem liberdades públicas ou os chamados Direitos Fundamentais de 1ª geração como mecanismos de controle do poder estatal, como a Constituição Norte- americana de 1787.
de balanço – como grande exemplos podemos citar a Constituição do México de 1917 e a Constituição da República de Weimar de 1919, onde encontramos direitos
sociais como também liberdade públicas, ou seja, direitos fundamentais individuais e direitos fundamentais sociais. Elas recebem esse nome porque procuram equilibrar os anseios burgueses e proletários;
MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA
3) dirigente – são aquelas que além de estabelecer direitos individuais e sociais que o Estado deveria alcançar, preveem normas conhecidas como programáticas (tipo de normas de eficácia limitada) que procuram fixar metas, programas, políticas públicas, como valores a serem perseguidos pelo ente estatal. Por exemplo: saúde para todos, moradia para todos. Como exemplo deste tipo de constituição temos a Constituição Brasileira de 1988 e a Portuguesa de 1976.
MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA
formal,
escrita,
dogmática,
Classificação da Constituição Brasileira de 1988
A	Constituição	de	1988	é	classificada	da	seguinte	forma:
promulgada, super rígida, analítica, heterodoxa e dirigente.
ESTRUTURA DA CRFB/88
PREÂMBULO
PARTE PERMANENTE
ADCT
MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA
CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO:
forma escrita
conteúdo: separação de poderes e direitos e garantias individuais
SP + DGI
DIREITO CONSTITUCIONAL I – TEORIA
DA CONSTITUIÇÃO
Prof. Dr. Rafael Iorio
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO
ORIGEM: Emanuel Sieyès - “O que é o terceiro Estado?”
TITULARIDADE: POVO
EXERCÍCIO:
Promulgada: Assembleia Nacional Constituinte
Outorgada: Autoridade
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO
CARACTERÍSTICAS (Teoria JUSPOSITIVISTA):
Revolucionário
Extraordinário
Permanente
Inicial ou inaugural (juridicamente)
Ilimitado (juridicamente)
Incondicionado (juridicamente)
PODER DE FATO
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO
“Para os jusnaturalistas, o Poder Constituinte apresenta natureza jurídica, na medida em que antes dele já existem as normas de Direito Natural que o limitam. Para essa corrente, o conjunto de normas positivadas, do qual a Constituição é a primeira, é apenas parte do Direito.” Celso Spitzcovsky.
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO
CARACTERÍSTICAS (Teoria JUSNATURALISTA):
Derivado
Limitado
Condicionado
Poder DE DIREITO
Alemanha: Otto Bachoff - Normas Constitucionais Inconstitucionais?
PODER CONSTITUINTE DERIVADO (2º GRAU, CONSTITUÍDO, INSTITUÍDO OU REFORMADOR)
TITULARIDADE: Povo
EXERCÍCIO: Congresso Nacional
CARACTERÍSTICAS:
Derivado
Limitado
Condicionado
Poder DE DIREITO
PODER CONSTITUINTE DERIVADO (2º GRAU, CONSTITUÍDO, INSTITUÍDO OU REFORMADOR)
FORMA DE EXERCÍCIO:
NORMAS CONSTITUCIONAIS DERIVADAS (Emendas à Constituição):
Emendas constitucionais (art. 60, CF) - EMC
Emendas constitucionais de revisão (art. 3o, ADCT) - ECR
PODER CONSTITUINTE DERIVADO (2º GRAU, CONSTITUÍDO, INSTITUÍDO OU REFORMADOR)
LIMITES ÀS EMENDAS CONSTITUCIONAIS:
EXPRESSOS:
Formais (art. 60, I a III, §2o, 3o, 5o, CF)
Circunstanciais (art. 60, §1o, CF)
Materiais (art. 60, §4o, CF)
IMPLÍCITOS:
Materiais (cláusulas pétreas implícitas, v.g. art.60)
PODER CONSTITUINTE DERIVADO (2º GRAU, CONSTITUÍDO, INSTITUÍDO OU REFORMADOR)
LIMITES FORMAIS:
INICIATIVA (art. 60, I a III, CF):
1/3 dos deputados federais
1/3 dos senadores
Presidente da República
+ 1/2 das Assembleias Legislativas - maioria relativa
PODER CONSTITUINTE DERIVADO (2º GRAU, CONSTITUÍDO, INSTITUÍDO OU REFORMADOR)
LIMITES FORMAIS:
CONSTITUTIVA (60, §2o, CF):
Casa Inicial e Casa Revisora
2 Turnos
Maioria de 3/5 (ou 60%) de todos os membros
Ausência de deliberação executiva (sanção e veto)
Princípio da Irrepetibilidade Absoluta (60, §5o, CF)
PODER CONSTITUINTE DERIVADO (2º GRAU, CONSTITUÍDO, INSTITUÍDO OU REFORMADOR)
LIMITES FORMAIS:
INTEGRATIVA DE EFICÁCIA (art. 60, §3o, CF):
Promulgação e publicação:
Mesa da Câmara e Mesa do Senado
PODER CONSTITUINTE DERIVADO (2º GRAU, CONSTITUÍDO, INSTITUÍDO OU REFORMADOR)
LIMITES CIRCUNSTANCIAIS (art. 60, §1o, CF):
Estado de SÍTIO
Estado de DEFESA
Intervenção FEDERAL
PODER CONSTITUINTE DERIVADO (2º GRAU, CONSTITUÍDO, INSTITUÍDO OU REFORMADOR)
LIMITES MATERIAIS (art. 60, §4o, CF):
CLÁUSULAS PÉTREAS:
Não serão objeto de abolição nem de restrição:
Forma federativa de Estado
Voto direto, secreto, universal, periódico
Separação de poderes
Direitos e garantias individuais
PODER CONSTITUINTE DERIVADO (2º GRAU, CONSTITUÍDO, INSTITUÍDO OU REFORMADOR)
LIMITES MATERIAIS IMPLÍCITOS:
TITULARIDADE E EXERCÍCIO DO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO:
Não é possível revogar o art. 60, CF para alterar o processo de reforma
Vedação ao processo da “dupla reforma ou revisão”
PODER CONSTITUINTE DERIVADO (2º GRAU, CONSTITUÍDO, INSTITUÍDO OU REFORMADOR)
EMENDAS CONSTITUCIONAIS DE REVISÃO (art. 3o, ADCT):
Limites formais
Limite temporal
Limites implícitos
Circunstanciais
Cláusulas Pétreas
PODER CONSTITUINTE DIFUSO
TITULARIDADE: Povo
EXERCÍCIO: STF
MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL (alteração informal da Constituição)
DIREITO CONSTITUCIONAL I – TEORIA
DA CONSTITUIÇÃO
Prof. Dr. Rafael Iorio
NORMAS CONSTITUCIONAIS
Classificação das Normas Constitucionais
Quando a doutrina estabelece a classificação das normas constitucionais, ela está preocupada quanto ao instituto jurídico aplicado à generalidade das normas conhecido como eficácia jurídica, ou seja, os efeitos que essas normas produzirão no ordenamento jurídico e social. Sendo assim, estabeleceremos, dentre as diversas classificações existentes, a mais famosa entre nossos doutrinadores, visto que é a adotada pelo Supremo Tribunal Federal – STF, que é de autoria de José Afonso da Silva, onde as normas constitucionais são classificadas como normas de eficácia plena, normas de eficácia contida e normas de eficácia limitada.
NORMAS CONSTITUCIONAIS
Normas de eficácia plena – são aquelas que estão aptas a produzir todos os seus efeitos desde a entrada em vigor da Constituição. Desta forma, não necessitam de regulamentação infraconstitucional e possuem aplicabilidade imediata, direta e integral. Por exemplo: art. 5º, inciso II;
Normas de eficácia contida – são aquelas que, assim como as de eficácia plena, produzem todos os seus efeitos. Entretanto, admitem serem restringidas ou contidas em seus efeitos por legislação infraconstitucional. Portanto, têm aplicabilidade imediata e direta, mas não integral, visto que admitem contenção em seus efeitos, como por exemplo a norma do art. 5º, inciso XIII;
NORMAS CONSTITUCIONAIS
3) Normas de eficácia limitada – são aquelas que para a produção ampla de seus efeitos necessitam de norma infraconstitucional que as venham complementar. Assim sendo, enquanto não existir a legislação infraconstitucional elas não produzirão efeitos
integrais, por isso, sua aplicabilidade é indireta, mediata e reduzida. Por exemplo: art.
37, inciso VII.
NORMAS CONSTITUCIONAIS
Classificação de José Afonso da Silva:
Eficácia Plena Eficácia Contida Eficácia Limitada
NORMAS CONSTITUCIONAIS
EFICÁCIA PLENA:
Aplicabilidade: DIRETA IMEDIATA INTEGRAL
EFICÁCIA CONTIDA:
Aplicabilidade: DIRETA IMEDIATA
POSSIVELMENTE NÃO INTEGRAL
NORMAS CONSTITUCIONAIS
EFICÁCIA LIMITADA:
Aplicabilidade: INDIRETA MEDIATA REDUZIDA
ESPÉCIES DE EFICÁCIA LIMITADA:
Princípio programático
Princípio institutivo
A eficácia mínima
O gradualismo eficacial
A presunção de aplicabilidade imediata
NORMAS CONSTITUCIONAIS
O Fenômeno da Superveniência de Nova Constituição
A doutrina aponta ainda como tópico importante para o estudo das normas constitucionais, o problema que é acarretado para o ordenamento jurídico em relação ao processo legislativo quando da superveniência de uma nova Constituição. Para tanto, ela aponta três possíveis fenômenos a fim de solucioná-lo. São eles: a recepção, a repristinação, e a desconstitucionalização.
NORMAS CONSTITUCIONAIS
TESE	DA	AB-ROGAÇÃO	(REVOGAÇÃO	TOTAL):
toda
Constituição
anterior	é
revogada
TESE	DA	DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO:	as	normas	da	Constituição	anterior	são
recebidas como lei ordinária havendo compatibilidade material
TESE DA REPRISTINAÇÃO
NORMAS CONSTITUCIONAIS
Desconstitucionalização – “É o fenômeno segundo o qual a Constituição derrogada, em relação àquelas normas que não se revelarem incompatíveis com a nova Carta, permanece vigente, mas com status de legislação infraconstitucional.” Celso Spitzcovsky.
NORMAS CONSTITUCIONAIS
Repristinação – “É o fenômeno que restaura a Constituição revogada por ter a Constituição que a revogou perdido a vigência sem que outra tivesse sido promulgada.” Celso Spitzcovsky.
NORMAS CONSTITUCIONAIS
constitucional
+	compatibilidade
material
RECEPÇÃO:	lei	nasceu
Constituição
NÃO-RECEPÇÃO:	lei
nasceu	inconstitucional	+	ainda	que
com	a	nova
apresente
compatibilidade material com a nova Constituição
REVOGAÇÃO: lei nasceu constitucional + incompatibilidade material com a nova Constituição
NORMAS CONSTITUCIONAIS
Recepção – “É o acolhimento, pela nova Constituição, de todas as normas da ordem jurídica anterior que com ela se mostrem compatíveis. Não existe um procedimento formal voltado a verificar a recepção, ou não, de um ato normativo pela nova Constituição.” Celso Spitzcovsky.
NORMAS CONSTITUCIONAIS
EFICÁCIA DA NOVA CONSTITUIÇÃO
RETROATIVIDADE MÁXIMA
RETROATIVIDADE MÉDIA
RETROATIVIDADE MÍNIMA
DIREITO CONSTITUCIONAL I – TEORIA
DA CONSTITUIÇÃO
Prof. Dr. Rafael Iorio
HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
CONSTITUIÇÃO POLITICA DO IMPERIO DO BRAZIL (DE 25 DE MARÇO DE 1824)
Após a dissolução da Assembleia Nacional Constituinte, convocada em 1823, o Imperador D.
Pedro I outorgou a Carta Imperial de 1824 que tinha como principais características:
Instituiu a forma unitária de governo e a forma monárquica de governo (art. 3º)
Instituiu a Religião Católica como a religião oficial do império, podendo todas as outras Religiões ter seu culto domestico, ou particular em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior do Templo. (art.5º)
HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
Fundamentada nas teorias de Benjamin Constant sobre a separação entre os poderes, estabeleceu quatro funções do Poder Político: o Poder Legislativo, o Poder Moderador, o Poder Executivo, e o Poder Judicial. (art. 10)
O Tribunal do Júri tinha atribuições penais e civis.
Existência de sufrágio censitário, sendo vedado o direito de voto àqueles que não tiverem de renda liquida anual cem mil réis por bens de raiz, indústria, comércio, ou Empregos e, em relação à capacidade eleitoral passiva, ou seja, o direito de ser eleito para ocupar algum cargo político também havia necessidade de comprovação de renda mínima proporcional ao cargo pretendido. (art. 92,V e seguintes).
HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL ( DE 24 DE FEVEREIRO DE
1891).
Após a proclamação da República, ocorrida em 15 de novembro de 1889, os representantes do povo brasileiro, reunidos em Congresso Constituinte, para organizar um regime livre e democrático, promulgaram a Constituição Republicana, que apresentava as seguintes características:
Instituiu a forma federativa de estado e a forma republicana de governo (art. 1º)
Entusiasmado pela teoria da separação entre os poderes de Montesquieu, houve a repartição
em três funções: Poder Legislativo, Executivo e Judiciário, independentes e harmônicos (art. 15).
HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
O sufrágio, embora tendente a ser universal, ainda encontrava restrições censitárias, pois
impedia o voto àqueles que eram considerados mendigos e aos analfabetos. (art. 70).
Previu-se expressamente o Habeas Corpus, onde se estabelecia que “dar-se-á o habeas corpus, sempre que o indivíduo sofrer ou se achar em iminente perigo de sofrer violência ou coação por ilegalidade ou abuso de poder” (art. 72, § 22).
Separação entre a Igreja e o Estado, não sendo mais assegurada à Religião Católica o status de religião oficial, deste modo, foi estabelecido o direito de culto externo a todas as religiões. (art. 11, § 2º).
HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL (DE 16 DE JULHO DE 1934).
Com a tomada do Poder realizada por Getúlio Vargas, o qual tinha como ideológica política as questões socioeconômicas, em confronto com a política liberal, promulga-se uma Constituição com diretrizes sociais, que apresenta as principais características:
Constitucionalizou os direitos sociais, estabelecendo um Título referente à ordem econômica e social (Titulo IV).
Criou o mandado de segurança e a ação popular no capitulo dos direitos e garantias
individuais (art. 113).
HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
Estabeleceu dois mecanismos de reforma constitucional, a revisão e a emenda, estabelecendo que a Constituição poderá ser emendada, quando as alterações propostas não modificarem a estrutura política do Estado ; a organização ou a competência dos poderes da soberania e revista, no caso contrário, estabelecendo que o processo de revisão seria mais rígido do que o processo de emenda. (art. 178).
Proibição de voto aos mendigos e analfabetos.
HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL (DE 10 DE NOVEMBRO DE 1937)
Em 10 de novembro de 1937 com um golpe liderado pelo Presidente Getúlio Vargas com fundamento na ideia da continuidade de Vargas no poder, haja vista as eleições marcadas para 1938, inicia-se o Estado Novo que iria durar até 1945. Neste período conturbado foi outorgada a Constituição de 1937, denominada de Constituição Polaca, pois foi inspirada na Carta ditatorial Polonesa de 1935, que apresenta as principais características:
Reduziu a esfera dos direitos individuais, desconstitucionalizando o mandado de segurança e a
ação popular.
Os Prefeitos Municipais passaram a ser nomeados pelo Governador de Estado.
HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
Possibilitou que o Presidente da Republica interferisse nas decisões do Judiciário, pois lhe possibilitava submeter à apreciação do Parlamento as leis declaradas inconstitucionais, podendo o Parlamento desconstituir esta declaração e inconstitucionalidade através de dois terços de seus membros (art. 9, parágrafo único).
Proibição de voto aos mendigos e analfabetos.
HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL (DE 18 DE SETEMBRO DE 1946).
A entrada do Brasil na guerra ao lado dos aliados teve efeitos irreversíveis para o Estado Novo, pois ao lutar contra o regime ditatorial nazifascista coloca em conflito a própria conservação de uma ditadura no país. Assim, em decorrência desta perda de legitimidade o Estado Novo entra em crise e tem o seu fim outubro de 1945. Após a queda de Getúlio Vargas e fim do Estado Novo, incide um período de redemocratização que irá culminar na promulgação da Constituição de 1946, que apresentava as principais características:
Reduziram-se as atribuições do Poder Executivo, que, na Constituição precedente o tornaram um verdadeiro ditador, com a interferência nos outros Poderes. Assim, na Constituição de 1946 estabelece-se o equilíbrio entre os poderes.
Constitucionaliza-se o mandado de segurança para proteger direito liquido e certo não
amparado por habeas corpus e a ação popular (art. 141)
HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
A	propriedade	foi	condicionada	à	sua	função	social,	possibilitando	a	desapropriação	por
interesse social. (art. 141, § 16º)
Continuava a proibir o voto dos analfabetos.
HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
CONSTITUIÇÃO DO BRASIL DE 1967
Nos dizeres de José Celso de Mello Filho, a Constituição republicana de 1967 foi formalmente discutida, votada, aprovada e promulgada pelo Congresso Nacional que, convocado pelo Marechal Castelo Branco, no exercício da Presidência da Republica, se reuniu extraordinariamente para este fim. Contudo, o Congresso Nacional que deliberou sobre o referido projeto, de autoria do Ministro da Justiça, não mais se apresentava como órgão revestido de legitimidade política em razão das ofensas
e arbitrariedade perpetradas pelo regime revolucionário militar. Ainda, é necessário estabelecer que ao Congresso Nacional não foi reconhecida a faculdade de substituir o projeto constitucional encaminhado pelo executivo por outro, de autoria dos próprios parlamentares. Deste modo, verdadeiramente, a promulgação deste texto constitucional pelo Congresso Nacional escondeu um verdadeiro ato de outorga constitucional . As principais características do texto constitucional são as seguintes:
HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
Concentrou poderes na União e privilegiou o Poder Executivo em detrimento dos outros
poderes.
Baseou toda a estrutura de Poder na Segurança Nacional
Reduziu a autonomia dos Municípios estabelecendo a nomeação dos Prefeitos de alguns municípios pelo Governador (art. 16 § 1º - Serão nomeados pelo Governador, com prévia aprovação: a) da Assembleia Legislativa, os Prefeitos das Capitais dos Estados e dos Municípios considerados estâncias hidrominerais em lei estadual; b) do Presidente da República, os Prefeitos dos Municípios declarados de interesse da segurança nacional, por lei de iniciativa do Poder Executivo.)
HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
Houve a criação de uma ação de suspensão de direitos políticos e individuais (art. 151, Aquele que abusar dos direitos individuais previstos nos §§ 8º, 23. 27 e 28(liberdade de pensamento, profissão e associação) do artigo anterior e dos direitos políticos, para atentar contra a ordem democrática ou praticar a corrupção, incorrerá na suspensão destes últimos direitos pelo prazo de dois a dez anos, declarada pelo Supremo Tribunal Federal, mediante representação do Procurador-Geral da República, sem prejuízo da ação civil ou penal cabível, assegurada ao paciente a mais ampla, defesa.).
Os analfabetos permaneciam sem direito a voto.
HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
EMENDA CONSTITUCIONAL N.1 DE 1969 (EDITADA EM 17/10/1969)
Em 17/10/1969 a Constituição Brasileira sofreu profundas alterações em decorrência da emenda constitucional n. 1, outorgada pela junta militar que assumiu o Poder no período em que o Presidente Costa e Silva encontrava-se doente. Para considerável parte da doutrina, na verdade, a EC n. 1 de 19679 trata-se na verdade de nova Constituição, como expende o professor José Afonso da Silva, teórica e tecnicamente, não se tratou de emenda, mas de nova constituição. A emenda só serviu como mecanismo de outorga, uma vez que verdadeiramente se promulgou texto integralmente reformado, a começar pela denominação que se lhe deu: Constituição da República Federativa do Brasil, enquanto a de 1967 se chamava apenas Constituição do Brasil.
As três principais alterações promovidas pela citada emenda constitucional foram:
HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
Estabelecimento de eleições indiretas para o cargo de Governador de Estado.
Ampliação do mandato presidencial para cinco anos.
Extinção das imunidades parlamentares.
HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 (DE 05 DE OUTUBRO DE 1988)
Em 27 de novembro de 1985, através da emenda constitucional n. 26, foi convocada a Assembleia Nacional Constituinte, com a finalidade de elaborar um novo texto constitucional que expressasse a nova realidade social, a saber, o processo de redemocratização e término do regime ditatorial. Assim, em 05 de outubro de 1988 foi promulgada a Constituição da Republica Federativa do Brasil, a qual apresenta as seguintes características principais:
HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
Após um período ditatorial, o Constituinte de 1988 tratou de assegurar princípios e objetivos fundamentais que tem a finalidade de possibilitar o integral desenvolvimento do ser - humano, tendo como base o principio da dignidade da pessoa humana. (CF, art. 1º a 4º).
Criação do Superior Tribunal de Justiça em substituição ao Tribunal Federal de Recursos.
Criou o mandado de injunção (CF, art. 5º, LXXI); mandado de segurança coletivo (CF, art. 5º,
LXX); habeas data (CF, art. 5º, LXXII).
Estabeleceu a faculdade do exercício do direito de voto ao analfabeto. http://www.vemconcursos.com/opiniao/index.phtml?page_id=1897 Antônio Henrique Lindemberg Baltazar
DIREITO CONSTITUCIONAL I – TEORIA
DA CONSTITUIÇÃO
Prof. Dr. Rafael Iorio
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
CONSTITUCIONALISMO CLÁSSICO
O pensamento dedutivo tinha na sua base a regra jurídica.
Regras jurídicas Princípios: sem efetividade
Kelsen temia a aplicação dos princípios pela jurisdição constitucional.
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
CONSTITUCIONALISMO CLÁSSICO
HERMENÊUTICA	x INTERPRETAÇÃO
"Hermenêutica consiste na teoria científica, por sua vez interpretar é indagação prática mediante o emprego de um conjunto de métodos seguidos da aplicação”.
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
CONSTITUCIONALISMO CLÁSSICO
Silogismo:	a	premissa	maior	é	a	lei	e	a	premissa	menor	e	a	sentença	o
resultado.
Hermenêutica: ciência (teorização);
Interpretação: processo prático de descoberta do conteúdo jurídico no
ordenamento
Aplicação: subsunção mecânica da norma ao caso concreto.
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
CLASSIFICAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO
Em função da Extensão ou Resultado
Declarativa (símile): palavras da norma coincidem com o seu sentido gramatical e com
o elemento lógico.
Restritiva: Decorre da contradição da interpretação lógica com a gramatical, implica na
limitação desta última.
Extensiva:	Decorre da contradição da interpretação lógica com a gramatical, implica na
ampliação desta última.
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
CLASSIFICAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO
Em função da origem
Autêntica ou pública (interpretação da lei pela própria lei:ambas as normas devem se originar da mesma fonte)
Judicial (promovida pelo Estado Juiz: súmula vinculante; o dispositivo da decisão no
controle de constitucionalidade)
Executiva
Doutrinária (entendimento de ator jurista; sociedade aberta “Peter Häberle”)
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
CLASSIFICAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO
Em função da forma
Subjetivismo: lavra da vontade do legislador. fundamento histórico (originalistas)
Objetivismo: lavra da vontade autônoma da lei (não originalistas)
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
CLASSIFICAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO
Em função dos elementos (métodos)
A interpretação literal, semântica, léxica ou gramatical: afeta aos dados de conhecimento da Filologia
(linguagem): Savigny
A interpretação histórica (originalistas / função do tempo): trabalhos preparatórios para elaboração da lei:
Savigny
A interpretação Lógica ou racional/sistemática (ratio legis – mutante e a occasio legis - fixa): Savigny (fruto da unidade do ordenamento)
A interpretação teleológica	ou sociológico: interpretação na base da finalidade da norma: Ihering
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
CLASSIFICAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO
Em função da convergência metodológica
Casos fáceis: todos os elementos metódicos convergem para a mesma solução.
Casos difíceis: os elementos métodos bifurcam entre si para soluções colidentes ou diferentes.
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
CLASSIFICAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO
Observações
Os elementos da interpretação devem ser utilizados pelo exegeta de forma concorrente, já que o
uso de um método não elimina a aplicação do outro.
Os métodos devem ser combinados e controlados reciprocamente. Não há hierarquia entre eles.
Apesar do avanço científico da hermenêutica jurídica os métodos clássicos não devem ser abandonados.
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Normas Constitucionais
Conceito de normas constitucionais: resultado de um procedimento hermenêutico.
Classificação quanto ao conteúdo, finalidade e eficácia.
Regras Constitucionais versus Princípios Constitucionais.
(Nosso estudo se limita ao modelo de normas formalmente constitucionais, aquelas que estão no texto constitucional independentemente de qualquer conteúdo – basta o manto da fundamentalidade formal).
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
Ocaso do Modelo Positivista de Segurança -	e o Aparecimento do novo Direito Constitucional de Justiça – O Neo-constitucionalismo
Transformações paradigmáticas:
Perda da predominância cêntrica do discurso axiomático-dedutivo do direito e prevalência do
discurso axiológico-indutivo.
Novos	elementos	hermenêuticos	são	incorporados	à	interpretação	constitucional	(ética;
pragmatismo; filosofia; cultura).
Efetividade dos princípios jurídicos se consolida progressivamente pela harmonização entre o
texto da lei e o sentimento constitucional voltado para a distribuição de justiça.
Reconhecimento	da	dimensão	retórica	das	decisões	judiciais	como	fator	integrante	da
normatividade do direito.
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
NEOCONSTITUCIONALISMO
Situado no pensamento axiológico-indutivo que tem na sua base o principialismo, o pensamento tópico-problemático (Theodor Viehweg: Tópica e jurisprudência), além de considerar os fatos.
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
NORMAS JURÍDICAS NO MODELO PÓS-POSITIVISTA- PRINCIPIOLÓGICO
PARA FRIEDRICH MÜLLER
“Norma não se confunde com o texto ou enunciado normativo (...) O texto de um preceito jurídico positivo é apenas a parte descoberta do iceberg normativo”.
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
PRINCIPIOLOGIA CONSTITUCINAL
Estudo que Trata dos princípios
Especificamente dotados de supremacia normativa
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
CRITÉRIOS PARA DIFERENCIAÇÃO
REGRAS	PRINCÍPIOS
MORAL DO LEGISLADOR X MORAL DO	DECISOR
•CRITÉRIO DO GRAU DE GENERALIDADE
CRITÉRIO DA DETERMINALIDADE DOS CASOS DE APLICAÇÃO
CRITÉRIO QUALITATIVO DE ROBERT ALEXY – OTIMIZAÇÃO
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
DIFERENÇAS ENTRE REGRAS E PRINCÍPIOS
Regras
Princípios
Normacombaixa graudegeneralidade etextofechado;
colisãoderegras:métodosclássicos dahierarquia,especificidade oucronologia.
Normacomalto graude generalidade etextoaberto;
conflito deprincípios:soluçãomediante
ponderação devalores.
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Regras
Princípios
altadensidadenormativa, pois indicama hipótese deincidênciae a conseqüênciajurídica;
aplicadas mediante subsunçãogerando
maiorsegurançajurídica
comandos do tipo“tudo-ou-nada”.
baixadensidadenormativa, poisapenas
indicamofimou ovaloraperseguir;
aplicados mediante uma dimensãode peso a partir deumaponderação devalores;
comandos deotimização.
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Princípios de Interpretação Constitucional
Importante ressaltar no aspecto das normas constitucionais os princípios de interpretação das
normas apontados pelos teóricos do Direito Constitucional.
1) Princípio da unidade – ao interpretar a Constituição devemos levar em conta que ela é um todo coerente e coeso, devendo o intérprete procurar harmonizar todas as suas normas de forma a não estabelecer contradições;
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Princípio da supremacia constitucional - o intérprete deve levar em conta que a Constituição está no topo do ordenamento jurídico e é o fundamento de validade de todas as outras normas, sendo assim nenhuma lei pode contrariá-la, formal ou materialmente, sob pena de ser considerada inconstitucional;
Princípio da máxima efetividade – a Constituição não estabelece normas supérfluas, todo
intérprete deve buscar o máximo dos efeitos da Constituição;
Princípio da harmonização – uma vez que todas as normas constitucionais estão no mesmo patamar hierárquico e devem ter máxima efetividade, ao interpretar a Constituição devemos buscar harmonizar antinomias aparentes de forma proporcional;
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Princípio do efeito integrador – a Constituição deve ser interpretada de forma a estabelecer
critérios e soluções que reforcem o seu papel de principal norma nas relações sociais;
Princípio da força normativa da Constituição – a Constituição deve ser interpretada da maneira mais efetiva e atual possível quando diante de um caso concreto, ou seja, a norma quando aplicada deve solucionar o problema real;
Princípio do conteúdo implícito – o interprete deve atentar que a Constituição estabelece comandos que não estão expressos explicitamente em seu texto, mas sim na coerência interna de seus objetivos e fundamentos;
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Princípio da conformidade funcional – o intérprete não pode contrariar a distribuição
explícita da repartição de funções estatais estabelecidas pelo Constituinte;
Princípio da imperatividade das normas constitucionais – uma vez que todas as normas constitucionais emanam da vontade popular e são normas cogentes ou imperativas, o intérprete deve sempre lhes dar a maior extensão possível;
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Princípio da simetria – princípio de interpretação federativo que busca adequar entre os entes os institutos da Constituição Federal às Constituições e institutos jurídicos dos Estados- Membros. Por exemplo, cabe ao Presidente da República a iniciativa de leis para o aumento do efetivo das forças armadas, caberá por simetria ao Governador os projetos de lei para aumento do efetivo da Polícia Militar, por exemplo: art. 61 da CRFB/88;
Princípio da presunção de constitucionalidade das normas infraconstitucionais – o intérprete deve dar às normas hierarquicamente inferiores à Constituição uma interpretação que as coadune com a Lei Maior, visto que foram fruto de um processo legislativo que, em tese, procurou adequá-las aos comandos constitucionais.
DIREITO CONSTITUCIONAL I – TEORIA
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Prof. Dr. Rafael Iorio
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
DIREITOS E GARANTIAS
Garantias fundamentais:
Princípios-Garantias
Remédios Constitucionais
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Conceito de Direitos Fundamentais
Segundo José Afonso da Silva “os direitos fundamentais é expressão que designa em nível do direito constitucional positivo, àquelas prerrogativas e instituições que ele concretiza em garantias de uma convivência digna, livre e igual de todas as pessoas. No qualificativo fundamental acha-se a indicação de que se trata de situações jurídicas sem as quais a pessoa humana não se realiza, não convive, e às vezes nem sobrevive; fundamentais do homem, no sentido de que a todos, por igual devem ser, não apenas formalmente reconhecidos, concreta e materialmente efetivados”.
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
A doutrina aponta sete características para os direitos fundamentais, são elas:
universalidade – eles se destinam a todos os seres humanos;
imprescritibilidade – esses direitos não se perdem pelo decurso do tempo;
inalienabilidade – esses direitos não podem ser transferidos;
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
irrenunciabilidade – esses direitos não podem ser renunciados;
concorrência – possibilidade de acumular os direitos fundamentais;
relatividade – estes direitos não são absolutos, pois podem entrar em conflito com outros
direitos fundamentais e;
historicidade – eles são direitos conquistados por revoluções políticas e tecnológicas no
decorrer da história no mundo ocidental.
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Características dos
DIREITOS FUNDAMENTAIS
HISTORICIDADE ou
GENERATIVIDADE:
1ª Geração
2ª Geração
3ª Geração
4ª Geração
5ª Geração
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS:
Historicidade (generatividade - DIMENSÕES):
Primeira Geração: Liberdades negativas ou direitos de defesa
Segunda Geração : Liberdades positivas
Terceira Geração : Direitos de solidariedade
Quarta Geração : Direitos relacionados às novas tecnologias
Quinta Geração(Paulo Bonavides): direito à paz
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Características dos DIREITOS FUNDAMENTAIS
RELATIVIDADE:
Colisão entre direitos fundamentais
Colisão entre direitos fundamentais e o interesse público (primário)
A ponderação ou balanceamento
O princípio da proporcionalidade
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Características dos DIREITOS FUNDAMENTAIS
IRRENUNCIABILIDADE:
O caso dos “anões” na França
A indisponibilidade do direito de ser tratado com
dignidade
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Características dos DIREITOS FUNDAMENTAIS
INDIVISIBILIDADE
IMPRESCRITIBILIDADE
UNIVERSALIDADE
O princípio da proibição do retrocesso social (efeito “cliquet”)
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
ESPÉCIES de DIREITOS FUNDAMENTAIS
Direitos individuais e coletivos
Direitos sociais
Direitos de nacionalidade
Direitos políticos
Partidos políticos
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
O constituinte organizou os direitos fundamentais da seguinte forma:
1)
direitos individuais, também conhecidos como liberdades públicas, direitos negativos,
liberais ou de 1a geração (art. 5o da CRFB/88) - são direitos que apresentam como principais
características terem os indivíduos como titulares e controlar os abusos de poder estatais;
2) direitos coletivos e difusos (ou de 3a geração) – os primeiros caracterizam-se por serem direitos de um grupamento humano com interesses homogêneos, por exemplo o pleito dos sindicatos. Já os difusos são direitos que pertencem a todos, ou seja, não somos capazes de identificar quem são o seus titulares, como por exemplo o meio ambiente;
3)
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
direitos da nacionalidade – caracteriza-se como vínculo jurídico-político de uma pessoa
com o Estado que nos permite dizer que esta pessoa faz parte do povo deste Estado. Ela pode ser de dois tipos: originária, que chamamos de natos, que no Brasil pode ser adquirida pelo critério misto, ou seja, pelo nascimento em nosso território (ius soli) ou pela consanguinidade (ius sanguinis) de pai ou mãe brasileiros ou; derivada, que se adquire com um pedido ao governo brasileiro atendendo aos requisitos de se for originário de país de língua portuguesa: ter visto (autorização de permanência regular no Estado Brasileiro) de permanência, residência ininterrupta por um ano e idoneidade moral e, se originário de outro país: visto de permanência, quinze anos de residência ininterrupta e nenhuma condenação penal. (art. 12 da CRFB/88);
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
4) direitos políticos – segundo Pedro Lenza “direitos políticos nada mais são do que instrumentos através dos quais a Constituição Federal garante o exercício da soberania popular atribuindo poderes aos cidadãos para interferirem na condução da coisa pública, seja direta ou indiretamente”. Esses direitos são basicamente exercidos pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto. O sufrágio (capacidade eleitoral ativa) determina o direito de eleger e ser eleito (capacidade eleitoral passiva). O voto é um direito público subjetivo que tem como características ser personalíssimo, sigiloso, obrigatório, livre, periódico e igual. Apenas para não confundir, vale lembrar que escrutínio significa a maneira pela qual se vota e que a legislação infraconstitucional referente aos direitos políticos é a Lei 4737/65;
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
5) direitos sociais – são direitos sociais ou de 2a geração, se caracterizam por terem como titulares grupos específicos de pessoas como por exemplo crianças, mulheres, trabalhadores etc. Exigem do Estado um fazer, um animus de proteção efetiva na persecução desses direitos a fim de amenizarem as desigualdades sociais.
Importante ressaltar que como já entendeu o STF o rol dos direitos fundamentais (que são cláusulas pétreas – art. 60, §4o ,inciso IV da CRFB/88) é meramente exemplificativo, visto que podemos depreender novos direitos implicitamente como também pela incorporação de tratados internacionais de direitos humanos (art. 5o §§ 2o e 3o da CRFB/88).
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
TITULARIDADE dos DIREITOS FUNDAMENTAIS
Brasileiros e estrangeiros
Residentes e não residentes
Pessoas físicas e jurídicas
A compatibilidade com a personalidade
As pessoas jurídicas de direito público
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
AS PESSOAS JURÍDICAS COMO TITULARES
Súmula 227 do STJ: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”
Súmula	365	do	STF:	“Pessoa	jurídica	não	tem	legitimidade	para	propor	ação
popular.”
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
DIREITOS FUNDAMENTAIS EXPRESSOS E IMPLÍCITOS (art. 5º, §2º, CF):
Sistema aberto de direitos e garantias
O papel da jurisprudência construtiva
DIREITO CONSTITUCIONAL I – DIREITOS
E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Prof. Dr. Rafael Iorio
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Pela	importância	do	tema	em	provas	e	para	o	exercício	da	cidadania	destacaremos	alguns
direitos estabelecidos no rol do art. 5o da CRFB/88.
isonomia jurídica – o legislador, o Juiz e o administrador público na elaboração da lei ou em sua
aplicação não pode dispensar distinções entre os indivíduos;
princípio da legalidade – somente a lei pode obrigar a conduta dos indivíduos, todos podem
fazer tudo aquilo que a lei não proíbe;
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
direito à vida – a Constituição proíbe qualquer conduta que vise à extinção da vida humana,
como a pena de morte e o aborto;
direito à opinião – a Constituição estabelece a regra da manifestação do livre pensamento; direito à expressão – é assegurado a manifestação dos valores e sentimentos artísticos; direito à informação – assegura a garantia de se receber e buscar informações;
direito à resposta – garantia de manifestação às ofensas e agravos recebidos;
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
direito à informação pública – dever do Estado e direito do cidadão de se manter ciente das
atividades públicas;
direito à intimidade – direito a ver respeitado os seus espaços privados, ou seja, suas atividades
e segredos de cunho pessoal;
direito à privacidade – garantia de manter afastado do público em geral as suas relações
privadas;
direito à honra – divide-se em duas espécies: honra subjetiva, que significa o auto reconhecimento do indivíduo e, honra objetiva, o reconhecimento do indivíduo perante a sociedade;
direito à imagem – desdobra-se em duas espécies: imagem atributo, que são os conceitos que a sociedade reúne desse indivíduo e, imagem retrato, que significa a reprodução em meios midiáticos da figura física do indivíduo;
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
inviolabilidade de domicílio – espaço físico de exercício da privacidade e da intimidade, entende o Supremo Tribunal Federal que este espaço estende-se aos locais de trabalho, como consultórios e escritórios;
liberdade de locomoção – direito de ir e vir do indivíduo que impossibilita o Estado de
incomodá-lo;
direito de reunião – direito de congregação de indivíduos para trocar interesses comuns;
direito de associação – direito de reunião de caráter permanente com o objetivo de realizar
finalidades em comum;
direito de propriedade e sua função social – direito de monopólio de um indivíduo sobre bens
que deverá dar-lhes uma função que se converta como útil ao bem geral;
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
princípio da inafastabilidade da jurisdição – direito de monopólio de jurisdição pelo Estado e de
ação pelo indivíduo;
limites	à	retroatividade	da	lei	–	princípio	que	visa	a	segurança	jurídica	das	relações	não
autorizando o desrespeito ao ato jurídico perfeito, ao direito adquirido e a coisa julgada material;
princípio do juiz natural – proibição a Juízos de Exceção, ou seja, para cada situação a ser julgada
deverá existir previamente um juízo competente predeterminado;
princípio	do	devido	processo	legal	–	o	Judiciário	deverá	respeitar	em	todos	os	casos	as
formalidades	legais.	No	seu	sentido	material	refere-se	a	necessidade	da	observância	da
ao
igualdade	na	lei.	Já	em	seu	sentido	processual	engloba	a	necessidade	ao	respeito
contraditório e a ampla defesa, ao Juiz natural e a prévia citação;
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
princípio da presunção de inocência – ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado de uma sentença condenatória;
Tribunal do Júri – direito a ser julgado pelo povo quando do cometimento de crimes dolosos
contra a vida;
Extradição - na verdade é a garantia
de não extradição de brasileiros natos e de não naturalizados, caso não tenham cometido crimes antes do processo de naturalização e não estiverem envolvidos em crimes de tráfico entorpecente. A extradição é instituto jurídico de medida compulsória de retirada de estrangeiro que tenha cometido crime em outro Estado e este o requisita ao Estado no qual este indivíduo se encontra, para que o prenda e o entregue;
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Proibição da prisão civil – não existirá prisão por inobservância de leis civis, salvo nas questões
do depositário infiel (ver súmula vinculante nº 25) e dívida de obrigação alimentar.
que	visam
assegurar
o	exercício
dos	direitos
REMÉDIOS E GARANTIAS CONSTITUCIONAIS
Os	remédios	são	instrumentos	processuais
fundamentais quando violados. São eles:
Habeas Corpus - significa tomes o corpo do delito. É uma ação gratuita que visa proteger a liberdade de locomoção, e dispensa a necessidade de advogado. Ela pode ser proposta a seu favor ou de terceiro, preventiva (quando se há ameaça à liberdade) ou repressivamente – art. 5o
, inciso LXVIII da CRFB/88;
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Mandado de Segurança – ação que pode ser individual ou coletiva que visa proteger direito líquido e certo, ou seja, aquele que pode ser provado de plano, ou seja, só pode ser provado por provas documentais irrefutáveis e apto a ser exercido no momento da impetração, que não seja protegido por habeas corpus ou habeas data quando se sofre um ilegalidade de poder por uma autoridade pública. (art. 5o, incisos LXIX e LXX da CRFB/88 e Lei 12016/09);
Habeas Data – significa tomes a informação. Segundo José Afonso da Silva “tem por objeto proteger a esfera intima dos indivíduos contra: a) usos abusivos de registro de dados pessoais coletados por meios fraudulentos, desleais ou ilícitos; b) introdução nesse registro de dados sensíveis; c) conservação de dados falsos ou com fins diversos autorizados em lei”. É uma ação gratuita. (art. 5o , inciso LXXII da CRFB/88, Lei 9507/97 e súmula 2 do STJ);
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Mandado de Injunção - remédio que objetiva garantir a toda pessoa a eficácia plena de direitos fundamentais assegurados pela Constituição de forma que busque obrigar o Poder Público a estabelecer norma regulamentadora – art. 5o, inciso LXXI da CRFB/88 e Lei 13.300/2016;
Ação Popular – ação gratuita própria de cidadão em sentido estrito que visa proteger atos lesivos ao patrimônio público ou de entidades que o Estado participe, a moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico – art. 5o , inciso LXXIII da CRFB/88 e lei 4717/65 e súmula 35 do STF;
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Ação Civil Pública – remédio cabível para defesa do patrimônio público e social, do meio ambiente e de interesses difusos e coletivos e tem a sua única previsão constitucional no art. 129, inciso III. (Lei 7347/85).
DIREITO CONSTITUCIONAL I – DIREITOS
SOCIAIS
Prof. Dr. Rafael Iorio
DIREITOS SOCIAIS
1- Os Direitos Sociais surgem, por meio de diversas Constituições, a partir do século XX, com a segunda geração de Direitos Fundamentais, que exige a prestação positiva do Estado através de políticas públicas, destinadas a reduzir as desigualdades sociais existentes e garantir uma existência humana digna.
DIREITOS SOCIAIS
Direitos fundamentais sociais - Consiste em um conjunto de direitos, mais precisamente de direitos sociais formado por bens e serviços públicos imprescindíveis a uma vida digna.
Classificação dos Direitos Sociais segundo a Constituição Federal Brasileira de 1988:
Artigo sexto: saúde, educação, alimentação, trabalho, moradia, lazer, segurança,
previdência social, proteção à maternidade e à infância,	assistência aos desamparados;
Os direitos trabalhistas elencados nos incisos do artigo sétimo;
Seguridade Social - artigos 194 a 204;
Ciência e Tecnologia - artigos 218 a 219;
Comunicação Social - artigos 220 a 224;
Meio ambiente - artigo 225;
Proteção aos índios - artigos 231 a 232;
Proteção à família, criança, adolescente e ao idoso - artigos 226 a 230.
DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º -São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
DIREITOS SOCIAIS
DIREITOS SOCIAIS
Até	o	advento	do	Estado	do	Bem-Estar	Social,	as	relações	eram	simplesmente	vistas	como
relações privadas, submetidas, desta forma, às normas de Direito Civil.
Da ruptura privatista centrada no Código Civil decorreu o surgimento do Direito do Trabalho.
DIREITOS SOCIAIS
No contexto da crise do capitalismo o Estado assume a função de proteger a parte mais fraca das relações jurídicas, por meio da criação de mecanismos protecionistas que levam ao surgimento do Direito Social.
Constituição do México de 1917, a Constituição da Alemanha (Constituição de Weimar: autonomia coletiva da vontade e reconhecimento dos acordos) de 1919 e a criação da Organização Internacional do Trabalho, no mesmo ano.
No Brasil a Constituição de 1934.
DIREITOS SOCIAIS
(Lochner v. New York)
Em 1905 foi prolatada decisão pela Suprema Corte dos EUA que pode ser utilizada para demonstrar os efeitos desta visão jusprivatista. O caso analisava a constitucionalidade de uma lei do Estado de Nova York que limitava a jornada de trabalho semanal dos padeiros (ten hours per day or sixty hours per week), em nome da proteção à saúde dos trabalhadores.
DIREITOS SOCIAIS
(Lochner v. New York) ( cont.)
Por 5 votos contra 4, decidiu-se que aquela lei violava o direito à liberdade contratual: se as partes quisessem contratar uma jornada de trabalho superior àquela prevista na legislação ordinária, elas deveriam ter o direito de fazê-lo. Nota-se aí o predomínio do princípio da autonomia da vontade – pedra de toque do Direito Civil – sobre outros valores (a saúde dos trabalhadores- “it was a labor law attempting to regulate the terms of employment, and calling it an "unreasonable, unnecessary and arbitrary interference to contract.”(“Justice Rufus Peckham pela maioria”)
DIREITOS SOCIAIS
A RESISTÊNCIA JUDICIAL AO WELFARE STATE PROLONGOU-SE ATÉ O FIM DA DÉCADA DE 30
A partir desta decisão, a Suprema Corte entraria em uma polêmica fase, na qual funcionou como um freio às políticas de bem-estar social que o Governo Federal (Poder Executivo) tentava implementar.
O atrito entre as instituições (Executivo x Judiciário) chega a um ponto quase insustentável, até que, em 1937, o Judiciário cede às transformações que levaram à crise do capitalismo liberal e começa a admitir as políticas sociais provenientes do Executivo.
DIREITO CONSTITUCIONAL I – DIREITOS
DE NACIONALIDADE
Prof. Dr. Rafael Iorio
NACIONALIDADE
CONCEITO:	vínculo	jurídico	político	que	se	estabelece	entre	um	indivíduo	e	um Estado e o torna membro do POVO.
POVO = POPULAÇÃO?
NACIONALIDADE
ORIGINÁRIA ou PRIMÁRIA: reconhecida pelo Estado desde o nascimento
DERIVADA ou SECUNDÁRIA: adquirida por ato de vontade.
Naturalização expressa e tácita
NACIONALIDADE
CRITÉRIOS CONSTITUCIONAIS:
JUS SOLI (art. 12, I, a, CF)
JUS SANGUINIS (art. 12, I, b, c, CF
NACIONALIDADE
JUS SOLI (art. 12, I, a, CF): “os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que não estejam a serviço de seu país.”
NACIONALIDADE
JUS SANGUINIS (art. 12, I, b, CF): “os nascidos no exterior, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil.”
NACIONALIDADE
JUS SANGUINIS (art. 12, I, c, CF): “os nascidos no exterior, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira.” (Em. 54, de 2007)
NACIONALIDADE
OPÇÃO:
Homologação Judicial
Jurisdição voluntária
Justiça
Federal (art. 109, inc. X, CF)
Efeitos ex tunc
NACIONALIDADE
REGIME DE TRANSIÇÃO (art. 95, ADCT acrescentado pela Emenda 54/07):
“Os nascidos no estrangeiro entre 7 de junho de 1994 e a data da promulgação desta Emenda Constitucional, filhos de pai brasileiro ou mãe brasileira, poderão ser registrados em repartição diplomática ou consular brasileira competente ou em ofício de registro, se vierem a residir na República Federativa do Brasil."
NACIONALIDADE
PROCEDIMENTO DA NATURALIZAÇÃO:
FASE ADMINISTRATIVA: Portaria do Ministro da Justiça
FASE JUDICIAL:	Entrega do certificado	de naturalização	(art.	111 e	119 da	Lei
6815/80 e art. 129, Decreto 86715/81)
NACIONALIDADE
Regime constitucional diferenciado aos estrangeiros conforme sua ORIGEM
Originários de países de língua portuguesa: residência por um ano ininterrupto
+ idoneidade moral
Demais: na forma da lei (Lei 6815/80)
NACIONALIDADE
Requisitos	legais	aplicáveis	aos	estrangeiros	não	originários	de	países	de	língua
portuguesa (art. 112, da Lei 6815/80):
- capacidade civil, segundo a lei brasileira;
- ser registrado como permanente no Brasil;
-	residência	contínua	no	território	nacional,	pelo	prazo	mínimo	de	quatro	anos,
imediatamente anteriores ao pedido de naturalização;
NACIONALIDADE
Requisitos legais aplicáveis aos estrangeiros não originários de países de língua
portuguesa (art. 112, da Lei 6815/80):
V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da
família; VI - bom procedimento;
VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a 1 (um) ano;
NACIONALIDADE
Requisitos	legais	aplicáveis	aos	estrangeiros	não	originários	de	países	de	língua
portuguesa (art. 112, da Lei 6815/80):
VIII - boa saúde.
§ 1º não se exigirá a prova de boa saúde a nenhum estrangeiro que residir no País há
mais de dois anos.
NACIONALIDADE
Art. 113. O prazo de residência fixado no artigo 112, item III, poderá ser reduzido se o
naturalizando preencher quaisquer das seguintes condições:
- ter filho ou cônjuge brasileiro;
- ser filho de brasileiro;
- haver prestado ou poder prestar serviços relevantes ao Brasil, a juízo do Ministro da Justiça;
- recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística; ou
NACIONALIDADE
V - ser proprietário, no Brasil, de bem imóvel, cujo valor seja igual, pelo menos, a mil vezes o Maior Valor de Referência; ou ser industrial que disponha de fundos de igual valor; ou possuir cota ou ações integralizadas de montante, no mínimo, idêntico, em sociedade comercial ou civil, destinada, principal e permanentemente, à exploração de atividade industrial ou agrícola.
Parágrafo único. A residência será, no mínimo, de um ano, nos casos dos itens I a III; de dois anos, no do item IV; e de três anos, no do item V.
NACIONALIDADE
Art.	114.	Dispensar-se-á	o	requisito	da	residência,	exigindo-se	apenas	a	estada	no
Brasil por trinta dias, quando se tratar:
- de cônjuge estrangeiro casado há mais de cinco anos com diplomata brasileiro em
atividade; ou
- de estrangeiro que, empregado em Missão Diplomática ou em Repartição Consular
do Brasil, contar mais de 10 (dez) anos de serviços ininterruptos
NACIONALIDADE
Regime isonômico aos estrangeiros
Residência há mais de 15 anos ininterruptos (QUINZENÁRIA) +
Ausência de condenação +
Requerimento da nacionalidade
NACIONALIDADE
Decreto 3927, 19/09/01 - Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta entre Brasil
e Portugal
NACIONALIDADE
Visto de permanente +
Reciprocidade em favor dos brasileiros
Equiparação	política:	equiparação	civil	+	residência	por	no	mínimo	3	anos	e
requerimento à Justiça eleitoral
NACIONALIDADE
Decreto 4246/02: promulga a convenção sobre o estatuto dos apátridas
NACIONALIDADE
DISTINÇÕES CONSTITUCIONAIS:
 Art. 12, §3º, CF
Art. 89, inc. VII, CF
Art. 5º, incisos LI e LII, CF
Art. 222, CF
 Art. 12, §4º, I, CF
NACIONALIDADE
ESPÉCIES DE PERDA:
PERDA-PUNIÇÃO (art. 12, §4º, I, CF)
PERDA-MUDANÇA (art. 12, §4º, II, CF)
NACIONALIDADE
PRESSUPOSTO: prática de atos nocivos aos interesses nacionais
ABRANGÊNCIA: Brasileiros naturalizados
de	competência
da	justiça
PROCESSO:	Ação	de	cancelamento	da	naturalização
federal
DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO
EFEITOS EX NUNC
REAQUISIÇÃO: Ação rescisória
NACIONALIDADE
PRESSUPOSTO: naturalização voluntária
ABRANGÊNCIA: qualquer brasileiro
PROCESSO ADMINISTRATIVO: renúncia de nacionalidade
DECRETO PRESIDENCIAL
EFEITOS EX NUNC
REAQUISIÇÃO: Decreto presidencial (art. 36, Lei 818/49)
NACIONALIDADE
HIPÓTESES:
Reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira
Imposição de naturalização pela norma estrangeira ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em território estrangeiro ou exercício de direitos civis
DIREITO CONSTITUCIONAL I – DIREITOS
POLÍTICOS
Prof. Dr. Rafael Iorio
DIREITOS POLÍTICOS
ESPÉCIES:
Direitos políticos positivos
Direitos políticos negativos
DIREITOS POLÍTICOS
A CIDADANIA
LIBERDADE DOS ANTIGOS versus LIBERDADE DOS MODERNOS
DIREITOS POLÍTICOS
O REGIME DEMOCRÁTICO:
Fundamentador de direitos fundamentais implícitos (art. 5º, §2º, CF)
Limitador da liberdade partidária (art. 17, caput, CF)
Princípio constitucional Sensível (art. 34, VII, a, CF)
DIREITOS POLÍTICOS
O REGIME DEMOCRÁTICO (art. 1º, §único, CF):
Democracia DIRETA
Democracia PARTICIPATIVA
Democracia INDIRETA REPRESENTATIVA
DIREITOS POLÍTICOS
SUFRÁGIO (art. 14, CF)
Capacidade eleitoral ativa: direito de VOTAR
Eleições
Plebiscito (Lei 9709/98)
Referendo (Lei 9709/98)
Capacidade eleitoral passiva: direito de ser VOTADO
DIREITOS POLÍTICOS
ALISTABILIDADE e VOTO (art. 14, §1º, CF):
Obrigatório
Facultativo
Direto
Secreto
Universal
Com valor igual para todos
DIREITOS POLÍTICOS
Condições de ELEGIBILIDADE (art. 14, §3º, CF):
Nacionalidade brasileira
Pleno exercício dos direitos políticos
Alistamento eleitoral
Domicílio eleitoral na circunscrição
Filiação partidária
Idade mínima (data da posse)
DIREITOS POLÍTICOS
INICIATIVA POPULAR (art. 14, inc. III, CF e Lei 9709/98):
Projeto de lei federal (art. 61, §2º, CF)
Projeto de lei estadual (art. 27, §4º, CF)
Projeto de lei municipal (art. 29, XIII, CF)
DIREITOS POLÍTICOS
AÇÃO POPULAR (art. 5º, inc. LXXIII, CF e Lei 4717/65):
CIDADÃO
ANULAÇÃO de ato lesivo: patrimônio público, de entidade que o Estado participe,
meio ambiente, moralidade administrativa e patrimônio histórico e cultural
DIREITOS POLÍTICOS
FILIAÇÃO PARTIDÁRIA (art. 17, CF e Lei 9096/95)
CIDADÃO + idade mínima 16 anos
DIREITOS POLÍTICOS
IMPEDIMENTO total da CIDADANIA (art. 15, CF):
PERDA e SUSPENSÃO de direitos políticos:
Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado
Incapacidade civil absoluta
Condenação criminal transitada em julgado enquanto durarem seus efeitos
Súmula 9, TSE: “A suspensão de direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada em julgado cessa com o cumprimento ou extinção da pena, independendo de reabilitação ou de prova de reparação de danos.”
DIREITOS POLÍTICOS
IMPEDIMENTO total da CIDADANIA (art. 15, CF):
Recusa de cumprir obrigação legal + prestação alternativa
Improbidade administrativa
DIREITOS POLÍTICOS
IMPEDIMENTO PARCIAL da CIDADANIA (art. 14, §4º a 9º, CF):
INELEGIBILIDADE:
ABSOLUTA (art. 14, §4º, CF)
RELATIVA	(art. 14, §5º a 9º, CF)
DIREITOS POLÍTICOS
INELEGIBILIDADE ABSOLUTA (14, §4º, CF):
Inalistáveis
Analfabetos
Magistrados em serviço ativo (art. 95, §único, III, CF)
Ministério Público em serviço ativo (art. 128, §6º, CF)
DIREITOS POLÍTICOS
INELEGIBILIDADE RELATIVA (14, §5º a §9º, CF):
Reeleição (art. 14, §5º, CF)
Eleição para outro cargo (14, §6º, CF)
Reflexa (art. 14, §7º, CF)
Militares (art. 14, §8º, CF)
Infraconstitucional (art. 14, §9º, CF e Lei Complementar 64/90 com as alterações
da Lei
Complementar 135/2010 – Ficha Limpa)
DIREITOS POLÍTICOS
REELEIÇÃO (art. 14, §5º, CF): “O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente.”
DIREITOS POLÍTICOS
ELEIÇÃO PARA OUTRO CARGO (art. 14, §6º, CF): “Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.”
DIREITOS POLÍTICOS
INELEGIBILIDADE REFLEXA (art. 14, §7º, CF): “São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.”
Súmula vinculante n. 18: “A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no §7º do artigo 14 da Constituição Federal.”
DIREITOS POLÍTICOS
INELEGIBILIDADE REFLEXA (art. 14, §7º, CF)
Súmula 6 do TSE: “É inelegível, para o cargo de Prefeito, o cônjuge e os parentes indicados no §7º, do art. 14, da Constituição, do titular do mandato, ainda que este haja renunciado ao cargo há mais de seis meses do pleito.”
Súmula 12 do TSE: “São inelegíveis, no município desmembrado, e ainda não instalado, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por por adoção, do prefeito do município-mãe, ou de quem tenha o substituído, dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo.”
DIREITOS POLÍTICOS
CASO	VISEU	(RESPE
24564,
Acórdão
24564,
de	01.10.2004,
Relator:	Ministro
Gilmar Mendes): “Os sujeitos de uma relação estável homossexual, à semelhança do que ocorre com os de relação estável, de concubinato e de casamento, submetem-se à regra de inelegibilidade prevista no art. 14, §7º, da CF.” Os ministros entenderam que, apesar de o Direito de Família não reconhecer como entidade familiar a relação entre pessoas do mesmo sexo, seria inegável a repercussão de tal relação na esfera eleitoral e não haver distinção entre relações afetivas de natureza homossexual e heterossexual, em virtude da presença, em ambos os casos, de interesses políticos comuns contrários ao dispositivo constitucional que impede a utilização da máquina administrativa e a perpetuação no poder por parte de uma mesma família.
DIREITOS POLÍTICOS
INELEGIBILIDADE	DOS	MILITARES	(art.	14,	§8º,	CF):	“O	militar	alistável	é
elegível, atendidas as seguintes condições:
- se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
- se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.”
DIREITOS POLÍTICOS
INELEGIBILIDADE	LEGAL	(art.	14,	§9º,	CF	e	LC	64/90	com	as	alterações	da	LC
135/10):
Proteção da probidade administrativa, moralidade para o exercício do mandato considerada a vida pregressa do candidato (ECR 4/94 regulamentada pela LC 135/10) e da normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração pública direta ou indireta
DIREITOS POLÍTICOS
“A lei que alterar o processo eleitoral entra em vigor na data da sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até 1 (um) ano da data de sua vigência.”
ADI 3685/DF julgada em 22.3.2006– Emenda 52/06 e RE 631102/PA julgado em 27.10.10 – FICHA LIMPA
DIREITOS POLÍTICOS
PERSONALIDADE JURÍDICA (art. 17, § 2º, CF)
AUTONOMIA PARTIDÁRIA (art. 17, §1º, CF e Lei 9096/95)
Supressão	da	verticalização	nas	coligações	partidárias	(EC	n.	52/01	e	ADI
3685-8, DOU de 31.3.06)
CARÁTER NACIONAL
DIREITOS POLÍTICOS
DIREITOS DOS PARTIDOS:
Fundo partidário e direito de antena (art. 17, §3º, CF)
Imunidade tributária para impostos sobre seu patrimônio, rendas ou serviços e
de suas fundações (art. 150, VI, c, CF)
DIREITOS POLÍTICOS
VEDAÇÕES AOS PARTIDOS:
Utilização de organização paramilitar (art. 17, §4º, CF)
Recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiro ou
de subordinação a estes (17, II, CF)
DIREITOS POLÍTICOS
DEVERES DOS PARTIDOS:
Prestação de contas à justiça eleitoral (art. 17, inc. III, CF)
Funcionamento parlamentar de acordo com a lei (17, inc. IV, CF)
Estatutos devem prever normas de disciplina e fidelidade partidária (art. 17,
§1º, CF)
DIREITOS POLÍTICOS
INFIDELIDADE PARTIDÁRIA
Conceito: É a desfiliação partidária sem justa causa, ou seja, quando decorre de situações que não envolvem incorporação ou fusão do partido, criação de novo partido, mudança substancial ou desvio reiterado de programa partidário e grave discriminação pessoal.”

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais