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Direitos Humanos - AULA 02

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UNIDADE I: TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS
DESENVOLVIMENTO HISTORICO DOS DIREITOS HUMANOS, DESAFIOS E PERSPECTIVAS. UNIVERSALISMO E RELATIVISMO CULTURAL
Origem: Cadernos Colaborativos, a enciclopédia livre.
	Independentemente da origem inicial, os Direitos Humanos são percebidos e afirmados na história, no plano histórico, mas é claro que isso envolve questões éticas, políticas e jurídicas. Pode-se ver ele no código de Hamurabi (escrito pelo rei da Mesopotâmia, Hamurabi, em 1700 a.C.), nas Leis das 12 Tabuas (leis aplicadas na República Romana pelos pontífices contra os plebeus, em cerca de 462 a.C.), na tradição cristã (a Era Cristã teve início com o nascimento de Jesus Cristo). 
	Dessa forma, a consagração dos direitos humanos é fruto de mudanças ocorridas ao longo do tempo em relação à estrutura da sociedade, bem como de diversas lutas e revoluções. 
	Os Direitos Humanos surgiram ha muito tempo, e em culturas direfentes, sendo que sua base ideológica ajudou a formar, orgânizar e gerir os Estados modernos. Assim, temos:
Contextos Nacionais
Seculo V a.C.- Atenas
	Alguns autores vêem nas primeiras instituições democráticas em Atenas - o princípio da primazia da lei, citando normas que emanam da prudência e da razão, e não da simples vontade do povo ou dos governantes, promovendo a participação ativa do cidadão nas funções do governo (Assembléia do Povo – Eclesia).
Cerca de 509 a.C.- Roma
	Ainda na Idade Antiga, a república romana, por sua vez, instituiu um complexo sistema de controles recíprocos entre os órgãos políticos e um complexo mecanismo que visava a proteção dos direitos individuais. 
Seculos V e XV (Idade Média) – Período de Transição entre a Baixa Idade Media para a Alta Idade Media
	Na passagem do século XI ao século XII voltava a tomar força a idéia de limitação do poder dos governantes, pressuposto do reconhecimento da consagração de direitos comuns a todos os indivíduos – do clero, nobreza e povo.
1215 - Carta Magna (Inglaterra)
	Ao rei não era permitido tirar as terras e intervir na propriedade do cidadão, senão em virtude de julgamento de seus Pares segundo as leis do país. O imperador e o papa disputavam a hegemonia suprema em relação a todo o território europeu, enquanto que os reis – até então considerados nobres – reivindicavam os direitos pertencentes à nobreza e ao clero. Nesse sentido, a elaboração da Carta Magna, em 1215, foi uma resposta a essa tentativa de reconcentração do poder (limitou a atuação do Estado). Alguns autores tratam esse momento como o embrionário dos direitos humanos. 
1689 - Bill of Rights ou Declaração de Direitos (Inglaterra)
	Novo documento visando proteção da população em face da Coroa. É ilegal a faculdade que se atribui a autoridade real para suspender as leis ou seu cumprimento.
1776 - Declaração de Virgínia (EUA)
	Reconhecimento da igualdade entre os indivíduos pela sua própria natureza e do direito à propriedade.
1789 - Declaração Universal dos direitos do homem e do cidadão (França)
	Diz-se que Os homens nascem iguais e ficam iguais. Há um princípio muito claro que é o princípio da lei que não submete ninguém a arbítrio nenhum. 
Sinteticamente temos:
	Declaração de Virgínia, 1776
	Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, 1789
	Fruto da Revolução Americana – visavam restaurar os antigos direitos de cidadania tendo em vista os abusos do poder monárquico;
	Fruto da Revolução Francesa – os franceses se viam em uma missão universal de libertação dos povos;
	Marco do nascimento dos direitos humanos na história
	Art. XVI: baseado na lição clássica de Montesquieu – teoria do governo misto combinada com uma declaração de direitos, ambas expressas em um texto escrito (a constituição)
	Reconhecimento da igualdade entre os indivíduos pela sua própria natureza e do direito à propriedade.
	Consagração dos princípios iluministas: igualdade, liberdade e propriedade.
1917 - Constituíção do México - (México, revolução Zapatista)
	Emiliano Zapata Salazar foi o lider da Revolução Mexicana de 1910. Anarquista, liderou os camponeses lutando por uma reforma agraria.
	Destacou o Direito a Trabalhar, Condições de Trabalho, Direito a greve, segurança, saúde, educação, previdência, etc. São questões novas que surgiram na pauta da sociedade a partir do Século XIX.
1918 - Declaração dos direitos do povo, dos trabalhadores e dos exploradores (Rússia)
	Em 1918 os Soviéticos depois da revolução fazem a declaração que visa abolir toda a exploração do homem pelo homem, estabelecer a organização socialista da sociedade e alcançar a vitória do socialismo em todos os países, a Assembleia Constituinte decretou também que a propriedade privada estava proibida, que era bem de todos.
1919 - Constituíção de Weimar (Alemanha)
	Na Constituição de Weimar há uma lógica social garantindo os direitos dos trabalhadores como direitos fundamentais.
1948 - Declaração Universal dos Direitos do homem ('Mundo', ONU)
	Significou um marco da consagração da universalidade dos direitos humanos.
(ATUAL) - Direitos Humanos como uma construção permanente.
	Diz respeito aos Direitos do nosso tempo, direitos que nós estamos criando em função dos avanços tecnológicos constantes, como por exemplo o Protocolo de Kyoto (Tratado Internacional com compromissos mais rígidos para a redução da emissão de gases que agravam o efeito estufa e o aquecimento global, discutido no Japão em 1997 e ratificado em 1999) e os Direitos Transgeracionais, englobando-se aqui as presentes e futuras gerações, como o Direito ao Meio Ambiente (ratificado pela CF/88 em seu artigo 225).
Art. 225: “Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e a coletividade o dever de defende-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações”.	
Contexto Internacional
Por mais que o direito humanitário e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) já indicassem a necessidade de uma proteção de direitos que se sobrepusesse aos ordenamentos internos, as atrocidades cometidas durante as Guerras Mundiais, notadamente na Segunda, deixou transparente a necessidade de se estabelecerem marcos inderrogáveis de direitos a serem obedecidos por todos os Estados no pós-Guerra. 
Nesse contexto, a elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), em 1948, significou um marco da consagração da universalidade dos direitos humanos. Tanto a DUDH, como o Pacto Internacional de Direitos Civil e Políticos e o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, ambos de 1966, serão estudados na aula referente ao Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos. Todavia, vale adiantar que a confecção dos dois pactos localiza-se em um contexto de Guerra Fria (iniciada em 1945 com o final da Segunda Guerra Mundial até 1991, com a extinção da União Sovietica. Guerra Fria, pois não houve uma guerra direta entre as duas potencias). Os dois blocos, EUA e União Sovietica estavam em conflito de ordem politica, militar, tecnologica, economica, social e ideologica, também no que tange a concepção de direitos humanos. 
O final da década de 80 foi marcado pela derrocada do socialismo real. No decorrer da década de 90, ganha força o discurso de que os direitos humanos não eram mais discursos dos blocos, mas tema que deveria compor a agenda global. Foi nesse contexto que se desenvolveram as grandes conferências da década de 90, destacando-se a Conferência de Viena de 1993, a qual consagrou os paradigmas da universalidade, indivisibilidade e interdependência dos direitos humanos.
QUESTIONAMENTOS:
O que são gerações ou dimensões de direitos? 
Quais foram os precedentes para a consolidação do Direito Internacional dos Direitos Humanos?
Leitura obrigatória:
COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. São Paulo: Saraiva, 2008. 6a ed. p. 37-68.

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