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historia da imprensa mocambicana na fase pos colonial e o advento do jornalismo revolucionario

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Ernesto Guilengue
Tema:
A História da imprensa pós-colonial e o advento do Jornalismo Revolucionário
Licenciatura em Jornalismo
1° Ano
Universidade Pedagógica
Beira
2017
Ernesto Guilengue
A História da imprensa pós-colonial e o advento do Jornalismo Revolucionário
Licenciatura em Jornalismo
1° Ano
	Trabalho de pesquisa Bibliográfica a ser entregue no departamento de Ciências de Comunicação na cadeira de História da Imprensa Moçambicana para fins de avaliação.
Docente: 
Universidade Pedagógica
Beira
2017
Índice
Objectivos 
Objectivo Geral 
Caracterizar a história da imprensa moçambicana na fase pós-colonial e o advento do jornalismo revolucionário.
Objectivos Específicos
Indicar os conceitos gerais de Imprensa e jornalismo
Descrever o surgimento da imprensa em Moçambique
Detalhar a história da imprensa a pois a Independência
Indicar o advento do jornalismo revolucionário em Moçambique
Fazer uma breve discrição da actual imprensa em Moçambique 
Introdução 
Neste presente trabalho, os autores do mesmo procuram trazer conteúdos explícitos e coerentes sobre a história da imprensa em Moçambique, especialmente na fase pós-independência. Com isto queremos dizer que, a história da imprensa em Moçambique começa mesmo na fase colonial, com o lançamento da primeira edição do Boletim Oficial em Moçambique em 1859 e que a imprensa daquela época estava ligada com o puder político, mais já em 1877 a 1909 começaram a surgir jornais independentes ou criticando o governo da época. 
Com a proclamação da independência em 1975, a FRELIMO, ao assumir o puder sobre o Pais, procurou meios de como controlar a imprensa, isto é, a imprensa só podia divulgar o que o poder político queria que se divulgasse. Mas com a promulgação da lei da imprensa em 1990, deu espaço para o desenvolvimento da imprensa com um carácter investigativo e independente de qualquer poder político, sendo que um dos pioneiros desta revolução foi a mediaFAX, dirigida pelo malogrado Carlos Cardoso. Com mais detalhes vereemos nas páginas subsequentes. 
A história da imprensa pós – colonial e o Advento do Jornalismo Revolucionário
Conceitos introdutórios 
Podemos definir a Imprensa como sedo um órgão de informação cuja actividade principal é a recolha, tratamento e a divulgação publica de informação, sob a forma de publicação gráfica, rádio, televisão, cinema ou qualquer produção de escritos, sons ou imagem destinada a comunicação social. Segundo (Araujo & de Souza, 2008), a imprensa foi o canal de expressão jornalística durante os séculos XVII, XVIII e XIX. Nessa época, o jornal foi o único de informação. [1: O jornal serve para informar ao seus leitores, podendo constituir, subsidiariamente, uma fonte de distracção e entendimento. Se a função do jornal é informar aos seus leitores, tal significa, em primeiro lugar, que a causa mais importante do jornal são as suas noticias. O jornal não serve para dar comprimentos, promover partidos, personalidades ou ideias, ganhar eleições ou empreender guerras santas. A única coisa que o jornal faz, de forma rigorosa e fundamentada, é divulgar factos atuais de interesse geral –as noticias (Anabela, 2000). ]
A imprensa foi introduzida na Inglaterra no fim dos anos 1400, os períodos denominados corantos, noticiavam assuntos de política. Devido ao intenso controlo governamental, não eram publicados com frequência. 
História da Imprensa Moçambique 
Os estudiosos do jornalismo adoptaram diferentes perspectivas para estudo da Imprensa em Moçambique. José Capela (1996) definiu dois períodos para estudar a imprensa na fase anterior à independência de Moçambique: ‘Da fundação à censura prévia’ e ‘De 1926 a 1954’. Ilídio Rocha (2000) dividiu a história da comunicação impressa em oito períodos entre 1854 e 19743. Hilário Matusse estabeleceu quatro etapas: a protonacionalista; a nacionalista; a nacional e a contemporânea. Maria Cremilda Massingue (2000) definiu quatro momentos da imprensa: regida pelas ‘regras e perfis da Metrópole’; a ‘imprensa de combate; a pós-independência e o pós-1990 (princípio da transição democrática) (Fonseca & Garcia, 2014). Os autores deste presente trabalho dividiram a história da imprensa em Moçambique em três perspectivas: fase colonial, pós-colonial e contemporânea. 
Fase colonial 
A partir de 1822 e até a regeneração (1851), Portugal foi abalado por uma série de conflitos e militares que reflectiam a disputa entre o puder radical e liberal. A revolução favorecia a emergência dos midias e o do jornalismo, e estes levaram a informações e argumentos as camadas mais alargadas da população. 
Nascia uma imprensa de opinião que teria como tendência o alinhamento com os grupos e as forcas sociais que disputavam o poder político e económico em Portugal. Em Dezembro de 1834 é instaurada a lei da liberdade de imprensa. 
Nesta dada fase a imprensa surgiu como elo de ligação entre as organizações noticiosas e forcas politicas particulares. Tal atitude que é verificada na sociedade actual, em que a imprensa esta sujeita ao governo. 
A primeira edição do Boletim Oficial em Moçambique ao 13 de Maio de 1859 é o despontar da imprensa em Moçambique, e manteve-se até 1975, e foi o mais estável, e dai a sua importância no que diz respeito a informação escrita de Moçambique durante o século XIX. 
As lutas politicas que se desenrolavam em Portugal desdobravam-se em termos locais no jornalismo que despontava, a edição única de o progresso, ao 09 de Abril de 1868, anunciava que o jornal pretendia-se religioso, instrutivo, comercial e agrícola. (Fonseca & Garcia, 2014), Embora efémera, a vida deste jornal independente teve o cunho político e de opinião que marcava o percurso da imprensa em Moçambique. Temos também nessa época em quelimane se publicou o jornal o “Africano”, sendo o primeiro jornal de oposição ao governo, devido a entrega do território da Zambézia a Paiva de Andrade para o plantio de ópio. 
A região sul do Pais também não ficou de fora, segundo (Fonseca & Garcia, 2014), a condição de vida de Lourenço Marques a partir de 1888 e os interesses económicos e políticos da sociedade de geografia de Lisboa, levaram a criação do primeiro Seminário da região Sul. O Distrito de Lourenço Marques, 1887-88, fundado por sócios da Sociedade, defendia a política colonial e teve como eixo temático a transferência da concessão do caminho-de-ferro dos britânicos para os portugueses. O jornalismo era porta-voz dos interesses das forças sociais e terá sido mesmo criado com este fim, pois quando terminou a polémica este deixou de ser publicado (Rocha, 2000) citado por (Fonseca & Garcia, 2014)
História da imprensa na fase pós-colonial 
Segundo (Chichava & Pohlman, 2010), em Moçambique uma das primeiras medidas tomadas pela Frelimo logo após assumir o poder, a 25 de Junho de 1975, foi controlar a imprensa. Num contexto que se acabava de sair de um guerra contra o colonialismo, na qual certa imprensa, sobretudo a mais importante (noticia de Lourenço Marques, noticia da Beira, tempo, Diário de Moçambique, Voz Africana) era controlada por grandes capitalistas hostis a Frelimo os próximos ao poder colonial, o controlo da imprensa era visto como essencial à defesa dos interesses nacionais do recém-independente Moçambique.
No período pós independência, tentou-se fazer acreditar que o jornalismo desta época histórica era o verdadeiro jornalismo revolucionário: “a ideia que se tentou passar era de que a independência veio melhorar o jornalismo moçambicano, porque antes tudo era mau e tudo de melhor no jornalismo estava sendo feito com o advento da independência.”.
E para fortalecer esta posição, Fernando Lima (2008) afirma que a mudança de linha editorial (adopção da linha socialista, em 1975 após a independência), não foi pacífica, houve confrontação. “Em nenhum momento toda a imprensa era acrítica, havia questionamento do regime.” Isto, elucidou, não resultava do facto de o jornalistaser uma classe especial, mas da própria natureza do regime. Isto para dizer que a censura e a sua imposição “não era de forma alguma e em nenhum momento pacífica. (Tania, 2008). 
A reunião de Macomia. Província de Cabo Delgado realizada de 26 a 30 de Novembro de 1975, iria discutir e definir as linhas gerais pelas quais a imprensa devia doravante guiar suas actividades, as quais deviam centrar-se em informar, educar, mobilizar e organizar a população. 
A informação deve desempenhar um papel fundamental na criação do Homem Novo e só pode fazê-lo se os trabalhadores da informação se engajarem na sua própria transformação, assumindo ao nível das ideias, do trabalho, da vida e do comportamento, os valores novos, os valores do homem socialista. Isto significa também que o Partido deve dar uma atenção particular ao enquadramento político dos jornalistas. Neste sentido, intensificaremos a implantação das estruturas do Partido nos órgãos de informação. (...) Além disso, é necessário efectuar o enquadramento político dos jornalistas no seu conjunto, através duma estrutura própria. Uma estrutura que promova a unidade de pensamento e de acção dos jornalistas (...) (Machel, 1977). 
Foi neste contexto que certos jornais foram encerrados e outros nacionalizados, o mesmo acontecendo com a rádio. Neste último caso, foi criada a Rádio Moçambique (doravante única estação de rádio no país e com cobertura nacional), após o encerramento das rádios da era colonial, nomeadamente a Rádio Clube de Moçambique, a Rádio Pax e o emissor Aeroclube da Beira.
De forma breve, pode-se dizer que, durante quinze anos (1975-1990), ou seja, durante a vigência do regime monopartidário, o cenário da imprensa em Moçambique foi marcado pelo controlo da imprensa pelo Partido, pela censura e autocensura. A imprensa era um instrumento do governo na busca de certos objectivos, e a liberdade de expressão e de imprensa eram vistas como meras ilusões burguesas, ameaças ao ideal socialista e revolucionário: fora do Partido -Estado, o destino da imprensa não seria a independência e a liberdade de expressão, mas o controlo por interesses capitalistas e contra-revolucionários.
No contexto de transição para a democracia multipartidária, com a promulgação da constituição pluralista e liberal de 1990 (Artigo 74) e da Lei de Imprensa (Lei no 18/91), uma série de liberdades e garantias individuais antes vistas como burguesas foram estendidas aos moçambicanos, de entre elas a possibilidade de se exprimirem livremente e de criarem uma imprensa independente, não mais sujeita às interpretações do Partido no poder, garantias estas que foram consolidadas e reafirmadas com a Constituição de 2004.
No mesmo ano, a lei da imprensa criou o CSCS (conselho superior de comunicação social). Cujo esse órgão tinha a função de assegurar a independência dos meios de comunicação social no exercício dos direitos à informação, à liberdade da imprensa, bem como os direitos da autonomia e resposta. 
A abertura política permitiu a criação de muitos jornais, rádios e televisão independentes do estado, os quais, mesmo se concentrando em Maputo e acessíveis apenas em uma pequena elite urbana renovaram em muito a esperança de um debate publico mais aberto e construtivo, e de uma imprensa mais empenhada na busca da divulgação de factos e suas visões, e não mais apenas na divulgação de uma única versão dos factos. (Chichava & Pohlman, 2010). Outro aspecto importante e preocupante em relação à imprensa diz respeito à sua parcialidade e às inclinações partidárias dos órgãos de comunicação social, principalmente em períodos eleitorais. A imprensa pública, estatal e aquela vinculada ao Estado, é acusada de favorecer o partido no poder, a Frelimo.
Advento do jornalismo revolucionário
Após a aprovação da primeira Constituição multipartidária do país em 1990 e da Lei da Imprensa em Agosto de 1991, um grupo heterogéneo que reunia jornalistas, repórteres e fotógrafos discutiu a possibilidade de criar um jornal independente em relação ao controlo estatal e governamental. O grupo, que mais tarde viria a fundar a Mediacoop, jornalistas associados, SCRL, uma cooperativa com escritura pública assinada a 6 de Fevereiro de 1992, era composto por António Elias, Alírio Chiziane, Armindo Chavana, António Gumende, Carlos Cardoso, Fernando Lima, Fernando Manuel, Fernando Veloso, Gil Lauriciano, Kok Nam, Lourenço Jossias, Naíta Ussene e Salomão Moyana. A maior parte do grupo havia pertencido aos quadros da Agência de Informação de Moçambique (AIM), da revista Tempo e do semanário Domingo e, acabada que estava a euforia pós-independência, decidiu afastar- -se dos círculos dos apoiantes do poder, passando a intervir criticamente no processo da democratização do país e a exprimir o pluralismo e a diversidade da sociedade moçambicana. O grupo, já em 1990, tinha estado muito envolvido na divulgação do documento “o direito do povo à informação”, uma contribuição assinada por 165 jornalistas para que a liberdade de imprensa figurasse na nova Constituição (Emidio, 2007).[2: Carlos Cardoso, que, como mencionado acima, era o mais destacado dos jornalistas independentes, também se destacou por se ter posicionado contra a escolha de Armando Guebuza, actual presidente de Moçambique, para suceder a Joaquim Chissano na presidência da Frelimo e, consequentemente, apresentar-se como candidato presidencial (Cardoso, 15 de Julho de 1997). A imprensa independente, contudo, teve o seu desenvolvimento freado pelo assassinato brutal de Carlos Cardoso a 22 de Novembro de 2000. À época, Cardoso investigava casos de corrupção em que estariam envolvidos políticos ao mais alto nível das estruturas do Estado e da Frelimo, e a sua morte foi vista por muitos como um aviso aos jornalistas para que não se envolvessem com casos deste porte. A morte de Carlos Cardoso pode ajudar a entender, portanto, o quase desaparecimento de um jornalismo investigativo dos desmandos do poder político no país, uma vez que suscitou temores não só no seio dos jornalistas mas na sociedade em geral, como mostra este testemunho do Centro de Integridade Pública (CIP).]
Segundo (Fernando, 2010), o “Mediafax” conquistou rapidamente um espaço nobre na imprensa moçambicana, transformando-se num título de referência e de leitura “obrigatória”. Nos primeiros anos de publicação, o “Mediafax” viveu sobretudo do carisma do seu editor, Carlos Cardoso, ex-director da Agência de Informação de Moçambique e que, tal como muitos outros jornalistas moçambicanos, se afastara do círculo dos apoiantes do poder, passada quefora a euforia pós-independência. Este estatuto de jornalista independente que Carlos Cardoso criou reflectiu-se no “Mediafax”, dando aos leitores do jornal garantias de que, na generalidade, as notícias eram verdadeiras, credíveis e não tendenciosas. [3: Fundado por 13 experientes profissionais de comunicação social, o mediaFAX revolucionou a imprensa moçambicana e cedo se tornou numa publicação de referência e leitura obrigatória, não só por ser o primeiro jornal independente do país, como também por reflectir o carisma interventivo e investigativo de Carlos Cardoso, seu primeiro editor.]
O segundo jornal-fax a surgir em Moçambique, em 1994, foi o “Imparcial”, com uma ténue ligação ao homónimo angolano, mas com uma redacção e edição completamente autónoma. Por ironia (ou talvez não), o “Imparcial” era, o mais parcial dos jornais fax moçambicanos, com uma exagerada e demasiado visível tendência pró-Renamo.
O surgimento do “Correio da Manhã”, no início de 1997, constituiu uma “lufada de ar fresco”, nomeadamente no grafismo e na distribuição alternativa por correio electrónico, mas o nível editorial baixou pouco tempo depois, com a saída do seu fundador, Leandro Paul. 
O “Diário de Negócios”, lançado em 1996, nunca se conseguiu impor. As suas lacunas e fragilidades foram sempre notórias, com destaque para o seu quadro de jornalistas, reduzido, sem experiência e de pouca qualidade. Raras vezes este jornal conseguiu divulgar verdadeiras novidades,notando-se frequentemente que era com dificuldade que preenchia o seu mínimo diário (três páginas), amiúde recorrendo a textos alheios. Como agravante, o “Diário de Negócios” enveredou por caminhos pouco recomendáveis, de uma certa xenofobia, à semelhança do que aconteceu na segunda fase do “Correio da Manhã”.
Breve análise da actual imprensa em Moçambique
Segundo (Chichava & Pohlman, 2010) Actualmente, existem sete estações de televisão com sinal livre: duas públicas e seis privadas. No primeiro grupo, encontramos a 1) Televisão de Moçambique (TVM) e 2) a Rádio e Transmissão de Portugal para África (RTP-África), de origem portuguesa e difundida a partir da antiga metrópole para todas as antigas colónias portuguesas. 
De entre as privadas, encontramos: 
STV, pertencente à Sociedade Independente de Comunicação (SOICO), de empresários moçambicanos e fundada em 2002. 
A Televisão Independente de Moçambique (TIM), criada em 2006 por empresários moçambicanos, que, para além de Maputo, emite em Tete, Cabo Delgado, Beira e Quelimane; 
TV Miramar, propriedade da Igreja Universal do Reino de Deus; 
SIRT-TV, criada em 2002 e com sede na cidade de Tete — portanto, a única com sede fora da capital —, pertencente a António Marcelino de Mello.
KTV, descendente da antiga Rádio e Televisão Klint (RTK), a primeira estação televisiva privada criada em Moçambique, então criada por Carlos Klint, antigo militante da Frelimo. 
TV Maná, com sede em Maputo, de propriedade da Associação Maná Igreja Cristã.
No que toca à imprensa escrita, existem três jornais diários, todos de circulação nacional: o Notícias, o Diário de Moçambique e O País. 
Conclusão 
A chegada da imprensa em Moçambique transporta muitas das características e das dinâmicas da trajectória política e do jornalismo em Portugal. Em 56 anos a imprensa afirmou-se como canal privilegiado de expressão das elites dirigentes e dos grupos. A imprensa foi uma aliada do sistema político, mas também contribuiu para influenciar e transformar o regime e a administração através da defesa dos ideais republicanos e da denúncia da corrupção.
Na sua origem e ao longo da Monarquia Constitucional a imprensa em Moçambique apresentou baixa circulação e propriedade dos grupos sociais; forte alinhamento político e instrumentalização; fraca profissionalização e grande intervenção do Estado12. E é com estes pilares que o jornalismo e a imprensa irão florescer em Moçambique durante a República e fortalecer o seu papel de actor político. Os receios em relação ao surgimento de uma imprensa livre não deixaram de existir e, até, nalguns casos não faltaram tentativas para dificultar, ou mesmo impedir, o seu pleno funcionamento. 
Mas apesar de muitas dificuldades, podemos afirmar se reservas que estamos vivendo os melhores momentos da imprensa em Moçambique, já que temos muitos órgãos de comunicação privados comprometidos com o jornalismo imparcial e de verdade. Resta-nos apelar as entidades governamentais para a promulgação da liberdade de imprensa, pois tem-se visto represálias sofridas por alguns órgãos de comunicação por lançarem algumas notícias que comprometem o poder político, sendo que tal atitude só retardará o crescimento da nossa imprensa.

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