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1 INSTITUIÇÕES, ORGANIZAÇÕES E GRUPOS Instituição => é um valor ou regra social reproduzida no cotidiano como estatuto de verdade, que serve como guia básico de comportamento e de padrão ético para as pessoas, em geral. Ø Se a instituição é o corpo de regras e valores, a base concreta da sociedade é a organização. Organizações => representam o aparato que reproduz o quadro de instituições no cotidiano da sociedade. Ex: Um Ministério, como, por exemplo, o Ministério da Saúde; uma Igreja, como a Católica; uma grande empresa, como a Volkswagen do Brasil. Ø Portanto, a organização é o pólo prático das instituições. Ø O elemento que completa a dinâmica de construção social da realidade é o grupo — o lugar onde a instituição se realiza. Ø Se a instituição constitui o campo dos valores e das regras (portanto, um campo abstrato), e se a organização é a forma de materialização destas regras através da produção social, o grupo, por sua vez, realiza as regras e promove os valores. Ø O grupo é o sujeito que reproduz e que, em outras oportunidades, reformula tais regras. E também o sujeito responsável pela produção dentro das organizações e pela singularidade — ora controlado, submetido de forma acrítica a essas regras e valores, ora sujeito da transformação, da rebeldia, da produção do novo. GEORGE LAPASSADE diz que todo o sistema institucional já existe, entre nós, aqui e agora. Ele existe na disposição material dos lugares e dos instrumentos de trabalho, nos horários, nos programas, nos sistemas de autoridade. O poder do Estado está presente, embora encoberto, na oficina e na sala de aula. É nesse mesmo nível que cabe situar a família, a instituição da afetividade e da sexualidade, a organização exogâmica dos sexos, a primeira divisão do trabalho, a primeira forma de relação entre as idades, entre as gerações. O grupo familiar constitui o cimento mais firme da ordem social estabelecida, o lugar em que e efetua, como mostra Freud, a interiorização da repressão, que continua na escola. O processo de institucionalização da sociedade é uma forma de garantir sua reprodução, e a sociedade se apresenta como realidade objetiva através de suas instituições. Dissemos, há pouco, que as instituições são dinâmicas, porque são 2 históricas isto é, dependem da forma como são construídas e reproduzidas pelos sujeitos dessa história. Mas, se as instituições são as responsáveis pela reprodução da realidade objetiva e, portanto, ditam as regras para as pessoas definirem sua conduta, como é que essas mesmas pessoas podem interferir nas instituições? Trata-se de um processo onde um elemento interfere no outro, e isto ocorre porque temos níveis diversos da realidade social. v Um primeiro nível é o da instituição; v Outro nível é o das organizações, e v Um terceiro é o dos grupos. A forma como esses níveis interagem e se determinam define a dinâmica entre eles e compõe a realidade social. v O nível do grupo é o nível da base, da vida cotidiana. Sua unidade é a sala de aula, uma seção de uma fábrica, a enfermaria de um hospital, a casa das pessoas. v O nível da organização, de acordo com Lapassade, é o nível da fábrica, da universidade, do hospital. De maneira geral, do estabelecimento que congrega grupos e que organiza, através de normas, a mediação entre a base (as pessoas em geral) e a Ordem Social. Caracteriza-se pela ordem burocrática. v O nível institucional é o da norma, das regras estabelecidas. É o nível que menos se vê, mas é o que mais está presente em nossas vidas. As normas de comportamento, por exemplo, estão institucionalizadas. Sabemos que tipo de roupa vestir para cada ocasião, e isso requer muita especulação. Somente quando a situação é muito nova, precisamos consultar alguém que tenha passado pela experiência. Entretanto, todos nós já passamos por situações ridículas, quando, inadvertidamente, fomos a um lugar cerimonioso com um traje inadequado, ou nos sentimos deslocados 3 numa situação inversa, quando nosso traje era muito formal e as pessoas todas estavam em trajes descontraídos. Essa sensação de deslocamento denuncia a presença de uma norma que está institucionalizada. Em última instância, podemos dizer que a institucionalização é a presença invisível da sociedade no cotidiano das pessoas. Olmsted (1970, p. 12) => entende grupo como "uma pluralidade de indivíduos que estão em contato uns com os outros, que se consideram mutuamente e que estão conscientes de que têm algo significativamente importante em comum". Ø Pode-se definir o grupo como um todo dinâmico (o que significa dizer que ele é mais que a simples soma de seus membros), e que a mudança no estado de qualquer subparte modifica o estado do grupo como um todo. Ø O grupo se caracteriza pela reunião de um número de pessoas (que pode variar bastante) com um determinado objetivo, compartilhado por todos os seus membros, que podem desempenhar diferentes papéis para a execução desse objetivo. Ø A coesão é a forma encontrada pelos grupos para que seus membros sigam as regras estabelecidas. Essa "certeza" da fidelidade dos membros é o que chamamos de coesão grupal.
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