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MODULO – A FASE 2 – G.P.I. (Gestão da Produção Industrial) Matéria: Logística empresarial (110695). (Ciclo 2 UTA Gerência da produção – A 2017 – Fase 2) Resumo aula teórica 1: Tema 1: Conceitos introdutório. A Logística é uma das grandes áreas da Administração que mais evoluiu nas últimas décadas. Isso se deve ao fato de que os gestores perceberam que para suportar todas as operações comerciais que a empresa executa, ou se envolve, é preciso ter um eficiente sistema logístico. A partir dessa constatação, a logística tornou-se o diferencial competitivo das companhias por criar valor agregado ao cliente, principalmente no quesito disponibilidade de produtos no tempo certo e no local certo. É de conhecimento geral que a logística foi utilizada como estratégia para suportar os combates nos campos de batalhas das guerras, principalmente para garantir as provisões para a linha de frente. Para os militares, o abastecimento era indispensável para que os combatentes pudessem avançar, pois de outra forma, os mesmos não tinham como atacar ou se defender de seus opositores, e isso representava o fracasso. E a conclusão que o mundo chegou foi: “uma guerra é vencida ou perdida através da eficiência da sua logística”. Tempos depois, principalmente após a Segunda Grande Guerra, empresas traduziram os conceitos utilizados pelos Generais para visão organizacional e assim passaram a desenvolver suas próprias estratégias logísticas. Fazendo um retrospecto rápido sobre os principais conceitos na área de logística, percebe-se que o principal paradigma, de que a logística era apenas “transporte”, foi quebrado! Hoje entende-se que a logística empresarial abrange todos os processos relacionados a compra e venda de mercadorias e que para que isso se concretize de forma eficiente e eficaz, ocorrem inúmeras atividades internas e externas a organização. Outra mudança interessante foi a visão dos empresários em relação aos fatores: investimentos, custos e controles das atividades logísticas. Entenderam que para ter eficiência nos processos logísticos a organização necessita investir em áreas críticas evitando os gargalos, racionalizando e controlando os custos e também acompanhando os indicadores de performance para avaliação do resultado final. Nasce assim, o conceito de Logística Empresarial. Tema2: Sistema logístico no Brasil. Partindo do pressuposto que a logística empresarial se ocupa com o gerenciamento de todas as atividades inerentes ao suporte de compra e venda de bens e serviços, o surgimento da visão de um sistema logístico foi natural. O conceito de sistema logístico pode ser compreendido como a forma com que estão organizados todos os recursos necessários para que as empresas realizem suas negociações comerciais. É como se fosse um ambiente virtual onde todos os elos da cadeia logística interagem de forma sincronizada para atender as necessidades de empresas clientes e empresas fornecedoras com o intuito de abastecer o mercado de quaisquer necessidades existentes ou vindouras. Fluxos logísticos: Fluxo de Informações: O Fluxo de Informações pode ser entendido como o mais importante, pois é a partir dele que os demais se movimentam. É possível visualizá-lo desde a análise das necessidades do mercado até a entrega do produto final ao cliente. Fluxo de Materiais: O Fluxo de Materiais pode representar desde o movimento das matérias primas, as quais são adquiridas dos fornecedores, manuseadas e transportadas por toda a cadeia de abastecimento e disponibilizadas para a produção. Representa também o produto final que segue para distribuição chegando assim ao consumidor final. Fluxo Financeiro: O Fluxo Financeiro inicia seu processo quando o cliente fecha o pedido com a empresa fornecedora, pois nasce uma necessidade de Pagamento por parte do cliente e de Recebimento por parte da empresa. Há também um movimento no sentido do pagamento das matérias primas, por isso é importante entender que o Fluxo Financeiro é muito mais amplo que apenas receber o pagamento do cliente. Fluxo Reverso: O Fluxo Reverso é uma visão um pouco mais recente dentro da Logística Empresarial. Por mais que a Logística Reversa seja hoje objeto de discussão em vários segmentos é fato que muitas empresas ainda não estão totalmente preparadas para operacionalizá- los. Entretanto é imprescindível que os gestores compreendam sua importância e o incorporem ao dia a dia das operações, pois a cobrança por parte dos órgãos competentes pelo gerenciamento do fluxo reverso é uma questão de tempo. Tema 3: A internacionalização da logística. A Logística Empresarial também foi impactada pela famosa Globalização, pois o volume de negociações em âmbito internacional expandiu expressivamente. No Brasil esse movimento se intensificou apenas nas últimas duas ou três décadas onde o desenvolvimento das negociações internacionais foi mais substancial. Esse crescimento trouxe (e de certa forma exigiu) melhorias nos processos gerenciais das organizações, na capacitação das pessoas para essa nova realidade e consequentemente na adaptação e até regionalização dos produtos para atender essas novas demandas. Isso porque inúmeras organizações de outros países abriram suas filiais no país e também empresas brasileiras se instalaram em outros países. No primeiro momento o objetivo de uma empresa em se internacionalizar está atrelado a questão de ampliação de mercado e de melhora nos ganhos financeiros. Para isso, um estudo aprofundado nas questões de localização, seja de uma nova planta, de um escritório de representação ou até mesmo de uma joint venture, deve ser realizado. E tudo isso, claro, deve ser suportado pela estrutura logística que a região oferece. A necessidade de internacionalizar a logística está vinculada ao fato de que as empresas precisam reduzir distâncias e custos para continuarem competitivas nesse cenário onde a concorrência não é necessariamente da mesma cidade, região ou país. A concorrência está em qualquer região do mundo com preços e qualidades equivalentes. Para suportar esse aumento de negociações, inúmeros investimentos têm sido realizados em várias áreas da Logística, mas o Brasil ainda está deficitário em muitas delas, principalmente no quesito multimodalidade de transporte. Como a matriz de transporte do país é predominantemente rodoviária, falta infraestrutura para os demais modais. Por conta disso, os custos de transportes praticados no Brasil tornam- se mais altos, perdendo em competitividade para os países que utilizam modais mais baratos como ferroviário e o hidroviário. A Logística eficiente depende de uma base de dados segura o suficiente para gerar informações confiáveis e úteis tanto para o cliente quanto para o fornecedor. E isso se tornou possível devido ao surgimento de Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC), tais como softwares e hardwares os quais permitem que o gestor colete, processe, armazene e transfira informações no menor tempo possível. Pode-se afirmar que o maior ganho que a tecnologia trouxe para Logística foi a melhoria do nível de serviço de atendimento ao cliente. Essa melhoria ocorreu principalmente nas atividades de: • Levantamento de dados; • Compilação e análise dos dados; • Geração de informações; • Processamento das informações; • Disponibilidade das informações em tempo real; • Facilidade na rastreabilidade e outros. Para atingir tal performance, inúmeros recursos tecnológicos são utilizados como suporte para os processos logísticos, tanto nas áreas de gerenciamento das tarefas operacionais quanto das atividades estratégicas. Observe abaixo: • Código de Barras; • GPS (Global Position System) Rastreamento por satélites; • Computadores de bordo; • Softwares de simulação; • Roteirizadores; • EDI (Electronic Date Interchange) Troca eletrônica dedados; • RFID (Radio Frequency Identification) Identificação por rádio frequência; • WMS (Warehouse Management System) Gestão de Armazéns; • TMS (Transport Management System) Gestão de Transportes; • Internet; • ECR (Efficient Consumer Response) Resposta Eficiente ao Consumidor. As ferramentas citadas acima são apenas alguns dos recursos aplicados na melhoria dos processos logísticos. É seguro que para cada tipo e tamanho de empresa há um recurso tecnológico que o auxilie a melhorar suas operações logísticas. Então de certa forma, a tecnologia aplicada na logística auxilia a empresa a criar valor para seu cliente. Internacionalizar a empresa é uma tendência ou uma necessidade? Internacionalizar é uma tendência: • os produtos se tornaram globais; • novos mercados em desenvolvimento; • Logística em evolução. Internacionalizar é uma necessidade: • pode ser uma saída para crise; • buscar novos mercados; • novas parcerias. E como se preparar? • Investir em conhecimento; • Mapear os mercados; • Buscar países que tenham necessidade do seu produto; • Ter capacidade de produção para exportar; • Ter capacidade financeira para importar; • Adequar o produto ao mercado-alvo. Tema 4: As estratégias logísticas de resposta e redução de custos. Um dos grandes objetivos da logística é criar valor ao cliente. Fazer isso de forma rápida e eficiente é o que a empresa almeja! A empresa deve se posicionar no que ela deseja ser referência no mercado e a partir disso, utilizar estratégias coerentes com esse posicionamento. Por isso o gestor de logística necessita conhecer algumas estratégias já utilizadas no momento e se atentar para as novas que surgirão, pois sempre haverá a possibilidade de fazer melhor aquilo que já faz! A logística de Resposta Rápida com o custo adequado é o novo desafio das organizações. E disponibilizar o produto no momento, no local e com o custo que o cliente deseja, é o prêmio desse desafio. Alguns caminhos alternativos para o processo logístico de uma organização conseguir atingir o status de RR (Resposta Rápida) são: Utilizar a estratégia da Postergação: Postergar é deixar para depois. No caso da logística, a utilização dessa estratégia significa que a empresa deixará parte do processo produtivo (a finalização propriamente dita) para depois. E por que isso? Para ganhar tempo! Uma organização utiliza a estratégia da postergação da produção quando o risco da produção antecipada é grande ou o custo de manter o estoque é alto: Segundo Bowersox e Closs, (2001, p. 394) “os produtos são fabricados um pedido por vez, sem nenhum trabalho preparatório nem compras de componentes até que as especificações exatas do cliente sejam totalmente conhecidas e o compromisso de compra seja firmado”. Se essa estratégia fosse utilizada exatamente conforme a citação do autor, a empresa perderia o benefício da produção em escala e ainda demoraria mais tempo para entregar o produto ao cliente. Então como estratégia de RR, a postergação da produção se caracterizou como apenas a finalização do produto, ou seja, a personalização do produto final para o cliente. Isso significa dizer que a empresa produzirá o produto até o ponto onde o mesmo não se comprometa com um modelo específico e que possa servir para outros produtos. Exemplo de Postergação da produção: Uma fábrica de camisetas de algodão. A empresa adquire as matérias primas bases de cor branca e produz camisetas brancas e mantém em estoque. Quando a empresa receber o pedido efetivo do cliente, a mesma fará a customização para a cor que cliente solicitou. Postergação logística: Para utilizar essa estratégia a empresa fabrica antecipadamente o produto e disponibiliza o mesmo em locais estratégicos (Centros de Distribuição - CDs) próximos do mercado consumidor. Dessa forma a empresa não perde a economia de escala e reduz o custo de movimentação de pequenos pedidos, transportando quantidades maiores para os CDs. Esse modelo de postergação, segundo Bowersox e Closs, (2001, p. 396) permite que o produto seja expedido direto do CD para a casa do cliente, evitando os atravessadores. Esse modelo é comumente utilizado no segmento varejista de móveis seriados e eletrodomésticos no Brasil. Mas é fato que as estratégias de postergação sob o viés da Resposta Rápida exigiriam fretes de pequenas quantidades, o que impacta diretamente no custo de transporte. Nesse caso a empresa teria economia por postergar e o aumento dos custos para entregar. Devido a esse trade off, valem os esforços propostos pelas estratégias de consolidação de fretes. A consolidação auxilia na redução dos custos do transporte, o qual geralmente é o mais representativo dos custos logísticos e a empresa pode consolidar de três formas: Consolidação por área de mercado: é a possibilidade de combinar pequenas cargas destinadas a diferentes clientes em determinada região. Consolidação por entrega programada: limitar as coletas e entregas em dias da semana pré- determinados. Para isso exige-se acordo comercial de aceitação das datas entre empresas e clientes, visando o melhor benefício custo para os envolvidos. Consolidação por entrega associada: nesse caso há o papel de uma empresa facilitadora desses trâmites, a qual organiza a consolidação de cargas de vários embarcadores que atendem a uma mesma região de mercado. Essa estratégia é intensamente utilizada na logística internacional conhecido como processo LCL (Less Container Loading). Muitas outras estratégias e ferramentas logísticas existem e são utilizadas pelas organizações tais como Just in Time, Just in Sequence, Cross Docking, Milk Run, Merge in transit, Vendor Inventory Management, entre outros. Mas o foco desse tópico foi trazer para reflexão que sempre haverá um trade off entre o nível de serviço logístico que a empresa deseja oferecer ao cliente (Resposta Rápida) e o custo que isso terá para a operação (aumento do custo de transporte), por exemplo. Tema 5: O futuro da logística. Por mais que a Logística seja a área de gestão que tem apresentado o maior crescimento nos últimos tempos, muito ainda há o que se fazer para que a mesma realmente cumpra seu papel estratégico nas organizações. E deve-se levar em consideração que a logística não é restrita aos intramuros, pois a mesma ocorre em vários sentidos interagindo com os stakeholders da companhia. Isso já é motivo suficiente para pensar sobre o futuro da logística e a logística do futuro! O futuro da logística está vinculado aos investimentos que governos e empresários farão pela melhoria principalmente no quesito multimodalidade de transporte. Além disso, o desafio da logística urbana (City Logistics) também necessitará de estratégias eficientes para manter os estabelecimentos dos grandes centros urbanos, devidamente abastecidos. Outra questão importante no futuro da logística será o foco nas competências das organizações, na melhoria dos processos e também na capacitação das pessoas. Dessa forma, pode-se dizer que o futuro da logística está sendo construído hoje! A logística do futuro por sua vez, utilizará cada vez mais automatização e exigirá que as empresas invistam em conectividade e inter-relacionamento com os elos da cadeia. Além disso, a qualificação dos colaboradores exigirá novas competências tanto para as áreas de gestão quanto para as operacionais. Outro assunto que faz parte das preocupações da logística do futuro serão as questões ambientais. Cada vez mais governos e os consumidores cobrarão das organizações medidas que garantam que o meio ambiente está sendo preservado. Além disso, a utilização da Tecnologia da Informação (TI) que já faz parte do cotidiano empresarial atualmente será mais intensa e a absorção desse conhecimento será imprescindível para a sobrevivência da companhia. Cada vez mais as empresas necessitarãode indivíduos de raciocínio lógico e rápido para acompanhar os avanços tecnológicos de suporte as estratégias logísticas. Como se preparar para a logística do futuro? • Mudanças nos cenários internacionais; • Surgirão novos países emergentes; • A sociedade estará mais atenta aos movimentos ambientais. Três pontos fundamentais: 1. Governo; 2. Empresas; 3. Pessoas. 1. Governo: • Investir em infraestrutura; • Tirar do papel o PNLT (Plano Nacional de Logística e Transportes); • Fomentar as PPPs (Parcerias Público-Privadas). 2. Empresas: • Reestruturar os processos logísticos; • Investir em parcerias de longo prazo; • Fazer parte das PPPs, sempre que possível. 3. Pessoas: • Buscar qualificação; • Estar atento às mudanças estruturais; • Se preparar para os novos cenários.
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