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Capítulo 1 Robbins

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PATOLOGIA GERAL
Aula 1 e 2 (cap 1, Robbins)
Respostas celulares ao Estresse e aos estímulos nocivos
Respostas adaptativas
Hipertrofia: aumento do tamanho das células, resultando em aumento no tamanho do órgão. Não existe a formação de novas células, apenas células maiores. Pose ser fisiológica (induzida por hormônios ou fatores de crescimento) ou patológica (associado a patologias ou deficiências no órgão).
 Fisiológica -> O útero, durante a gestação, recebe estímulos diversos de hormônios estrogênicos que agem sobre seus receptores no músculo liso, aumentando a síntese de proteínas musculares, o que resulta em um aumento no tamanho das células. 
Patológica-> No coração, quando ocorre uma sobrecarga hemodinâmica crônica, associada à hipertensão arterial ou valvas deficientes, os miócitos passam a sintetizar mais proteínas que aumentam o nº de miofilamentos na célula. Com isso, cada miócito será capaz de gerar mais força e aumentar a capacidade de trabalho do músculo como um todo. Outro exemplo é o que ocorre na bexiga quando há obstrução da ureta. Nesse caso, a carga de trabalho do músculo é aumentada, visto que ele precisa realizar mais força para expulsar a urina. O órgão, então, sofre hipertrofia por aumento da carga.
Mecanismo: a hipertrofia é resultado do aumento de produção de proteínas celulares e ela pode ser induzida por ações conjuntas de sensores mecânicos (iniciadas por aumento da carga de trabalho), fatores de crescimento (TGF-ß,IGF-1,...) e agentes vasoativos ( angiotensina II, endotelina-1,...) .Na verdade, os próprios sensores mecânicos induzem a produção de fatores de crescimento e agonistas. Esses estímulos atuam para aumentar a síntese de proteínas musculares que são responsáveis pela hipertrofia.
A hipertrofia cardíaca está associada com a reindução da expressão do gene FNA, que é um hormônio peptídico que causa secreção de sal pelo rim, reduzindo o volume sanguíneo e a pressão arterial. Portanto, atua no sentido de reduzir a carga hemodinâmica. Quando a hipertrofia alcança um limite depois do qual o aumento da massa muscular deixa de ser capaz de compensar a sobrecarga, ocorrem alterações regressivas nas fibras miocárdicas, como a lise e perda de elementos contráteis meiofibrilares , sendo a insuficiência cardíaca o resultado final dessas alterações.
Hiperplasia: aumento do número de células em um órgão ou tecido, resultando em aumento da massa dos mesmos. Pode ocorrer simultaneamente com a hipertrofia e é induzida pelos mesmo estímulos externos. A hiperplasia ocorre somente se a população celular é capaz de se reproduzir. Também pode ser fisiológica ou patológica.
Fisiológica: é divida em hormonal (aumenta a capacidade funcional de um tecido) e compensatória (aumenta a massa de tecido após uma lesão ou ressecção parcial). Na hormonal, um exemplo prático é a hiperplasia causada pela proliferação do epitélio glandular da mama feminina na puberdade e durante a gravidez, podendo ser acompanhada por hipertrofia das células epiteliais glandulares. Na compensatória o exemplo mais prático é a proliferação das células restantes de um fígado que sofreu ressecção para transplante parcial de um lobo. Essas células se proliferam de tal maneira que logo o órgão cresce e retorna ao seu tamanho original.
Patológica: é causada por um excesso de hormônios ou fatores de crescimento atuando em células alvo. Um exemplo pode ser ilustrado pela hiperplasia endometrial induzida por hormônio, onde o equilíbrio entre estrogênio x progesterona é alterado, resultando na maior estimulação das glândulas endometriais e causando sangramento menstrual anormal. Outro exemplo pode ser a hiperplasia prostática benigna, induzida por respostas ao excesso de hormônios andrógenos. Esse subtipo de hiperplasia também pode ser decorrente de certas infecções virais, como por exemplo o Papilomavírus, que faz com que nos locais afetados haja maior produção de fatores de crescimento por genes virais ou por células infectadas que podem estimular a proliferação celular.
Quando existe uma regulação celular e o processo de divisão celular permanece estável, a hiperplasia pode regredir quando a estimulação hormonal for eliminada. Porém, quando não há regulação, um “solo fértil” para o surgimento de câncer é montado posteriormente.
Mecanismo: a hiperplasia é resultado da proliferação de células maduras induzida por fatores de crescimento e, em alguns casos, pelo surgimento elevado de novas células a partir de células-tronco teciduais. Após uma hepatectomia parcial, por exemplo, fatores de crescimento são produzidos no fígado e estes se ligam à receptores nas células sobreviventes e ativam vias de sinalização que estimulam a proliferação celular. Para que isso ocorra, é preciso que a capacidade proliferativa dos hepatócitos não esteja comprometida.
Atrofia: É a redução do tamanho de um órgão ou tecido que resulta da diminuição do tamanho e do nº de células. Ela pode ser fisiológica ou patológica. A fisiológica é comum durante o desenvolvimento normal, a exemplo de algumas estruturas embrionárias como a notocorda e o útero logo após o parto. A patológica depende da causa básica e pode ser local ou generalizada. A resposta inicial da atrofia é uma diminuição do tamanho da célula e das organelas, o que reduz as necessidades metabólicas das células. No músculo atrófico, as células contém um nº reduzido de mitocôndrias e de REG. Seguem exemplo de atrofias: 
Atrofia de desuso/ redução da carga de trabalho: Ocorre após uma fratura de um osso que é imobilizado ou quando um paciente é restrito a repouso completo em um leito. Com um desuso prolongado, as fibras musculares diminuem em número (por sofrerem apoptose) e em tamanho. A redução inicial do tamanho das células é reversível quando a atividade é reiniciada. Essa atrofia pode ser acompanhada por aumento da reabsorção óssea, levando à osteoporose por desuso. 
Atrofia por desnervação: Quando ocorre uma lesão nos nervos que fazem o suprimento de certos músculos, causando atrofia das fibras musculares inervadas por eles.
Redução do suprimento sanguíneo: Pode ocorrer por consequência de uma doença oclusiva arterial que, lentamente, leva à atrofia do tecido. A aterosclerose, por exemplo, leva a uma redução do suprimento sanguíneo no cérebro em pessoas com idade adulta avançada, causando atrofia do mesmo. Esta atrofia senil também pode afetar o coração.
Nutrição inadequada: Uma desnutrição proteico-calórica profunda (marasmo) está associada ao uso do musculo esquelético como fonte de energia , após o esgotamento de outras reserva de primeira escolha (ex tecido adiposo).
Perda de estimulação endócrina e castração cirúrgica: Afeta os tecidos que respondem a hormônios, como a mama e os órgãos reprodutores. A perda da estimulação estrogênica acontece na menopausa e resulta em uma atrofia fisiológica do endométrio, epitélio vaginal e mama.
Pressão: A compressão de algum tecido por um período de tempo pode causar atrofia, que é resultado de alterações isquêmicas que ocorrem por comprometimento do suprimento sanguíneo em função da pressão exercida da massa em expansão. 
Mecanismo: A atrofia resulta da diminuição da síntese proteica e do aumento da degradação das proteínas nas células. A síntese proteica diminui em função da atividade metabólica reduzida. Em muitas situações a atrofia é também acompanhada da autofagia, com aumento do nº de vacúolos autofágicos.
Metaplasia: É uma alteração reversível na qual um tipo celular diferenciado (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tipo celular. Essa substituição é adaptativa de células sensíveis ao estresse por tipos celulares mais capazes de suportar o ambiente hostil. A metaplasia epitelial mais comum é a colunar para a escamosa, exemplo do que ocorre no trato respiratório em resposta à irritação crônica ( nos fumantes, as células epiteliais normais, colunares e ciliadas da traqueia e dos brônquios são substituídas por células epiteliais escamosas estratificadas). Além disso, a deficiência de Vit A induz metaplasiaescamosa no epitélio respiratório. Lembrar que essas metaplasias tem um “preço”, pois os importantes mecanismos de proteção contra infecções (secreção de muco e ação dos cílios do epitélio colunar) são perdidos, ou seja, essa alteração não é desejada, pois não é algo bom.
As influências que predispõe à metaplasia, se persistirem, podem iniciar a transformação maligna no epitélio metaplásico. Assim, quando células escamosas surgem em áreas de metaplasia do epiélio colunar normal para no trato respiratório, pode ser um indício de câncer.
OBS: esôfago de Barret = metaplasia do tipo escamoso para colunar ( presença de células caliciformes na porção metaplásica) que ocorre quando há presença de refluxo do ácido gástrico. Cânceres que surgem nessa área são tipicamente carcinomas glandulares, chamados adenocarcinomas.
A metaplasia do tecido conjuntivo é a formação de cartilagem, osso ou tecido adiposo em tecidos que normalmente não contêm esses elementos, por exemplo a formação de osso no músculo, designada miosite ossificante, que ocorre ocasionalmente após uma hemorragia intramuscular.
Mecanismo: A metaplasia é resultado de uma reprogramação de células-tronco que existem em tecidos normais ou de células mesenquimais indiferenciadas presentes no tecido conjuntivo. Em uma alteração metaplásica, essas células precursoras diferenciam-se ao longo de uma nova via. A diferenciação de células-tronco para uma linhagem em particular é causada por sinais gerados por citocinas, fatores de crescimento e componentes da matriz extracelular no ambiente das células. Esses estímulos externos promovem a expressão de genes que direcionam as células para uma via específica de diferenciação.

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