Buscar

Introdução a Patologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Patologia 
Introdução 
➔ A patologia se dedica ao estudo das 
alterações estruturais, bioquímicas e 
funcionais em células, tecidos e órgãos que 
constituem a base das doenças.
➔ Esse estudo é feito por meio do uso de 
técnicas moleculares, microbiológicas e 
morfológicas,
➔ Assim, a patologia tenta explicar os porquês 
e as causas dos sinais e sintomas 
manifestados pelos pacientes,
➔ Logo, fornece uma base racional para a 
terapêutica e os cuidados clínicos.
➔ O estudo da patologia é dividido em 
patologia geral e patologia sistêmica
1) Patologia geral: se preocupa com as 
reações comuns das células e tecidos aos 
estímulos nocivos. 
❏ Reações que não são específicas de 
um determinado tecido,
❏ Por exemplo: Inflamação aguda, em 
resposta às infecções bacterianas, 
produz uma reação muito 
semelhante na maioria dos tecidos.
2) Patologia sistêmica: Examina as 
alterações e os mecanismos 
subjacentes das doenças específicas 
de determinado órgão
❏ Por exemplo: 
Doença cardíaca 
isquêmica. 
Quatro aspectos de um processo de doença que 
formam o cerne da patologia:
I. Causa (etiologia),
II. Mecanismos bioquímicos e moleculares do seu 
desenvolvimento (patogenia ou patogênese), 
III. Alterações estruturais provocadas nas células e 
órgãos do corpo (alterações morfológicas) 
IV. Consequências funcionais dessas alterações 
(manifestações clínicas)
A. Etiologia ou Causa 
❏ Existem inúmeros fatores que podem 
causar a doença, no entanto, em geral, 
podem ser agrupados em duas classes:
1. Genéticos (exemplo: Mutações 
hereditárias e variantes genéticas 
associadas a doenças ou 
polimorfismos)
2. Adquiridos (exemplo: Doenças 
infecciosas, nutricionais, por agentes 
químicos ou físicos). 
Não é aplicável à maioria das doenças que um 
agente etiológico seja a causa de uma doença, 
uma vez que a maioria das afecções comuns, 
como a aterosclerose e o câncer, é multifatorial 
e surge dos efeitos de vários estímulos externos 
em um indivíduo geneticamente suscetível. 
Logo, a contribuição relativa da suscetibilidade 
hereditária e das influências externas varia nas 
diferentes doenças.
@jully.studymed
B. Patogenia
➔ A Patogenia se refere à sequência de 
eventos celulares, bioquímicos e 
moleculares que decorrem da exposição das 
células ou tecidos a um agente lesivo,
➔ Assim, consiste em um dos domínios da 
patologia!
➔ Muitos genes mutantes subjacentes a um 
grande número de doenças já foram 
identificados, mas as funções das proteínas 
codificadas e como essas mutações 
provocam a doença, ou seja, a patogenia, 
não são totalmente compreendidas.
➔ Com mais pesquisas em genômica clínica, a 
capacidade de relacionar as anormalidades 
moleculares específicas às manifestações 
das doenças e usar esse conhecimento para 
traçar novas abordagens terapêuticas.
➔ Portanto, essas “tarefas”cabe ao estudo da 
patogenia, área cientificamente 
imprescindível para o estudo médico. 
Em patologias como infecções e mutações,
 a causa inicial é conhecida, no entanto, a 
manifestação da doença se distancia por várias 
etapas da expressão da doença.
Como no caso da fibrose cística, onde somente 
conhecer o gene defeituoso e o produto gênico, 
não é o essencial, assim, é preciso conhecer os 
eventos bioquímicos e morfológicos que levam à 
formação dos cistos e fibrose nos pulmões, 
pâncreas e outros órgãos, logo, cabe ao estudo 
 da patogenia. 
C. Alterações Morfológicas
➔ Alterações morfológicas referem-se às 
alterações estruturais nas células ou 
tecidos.
➔ A patologia diagnóstica, na sua prática, 
usa a morfologia para determinar o tipo 
da doença e acompanhar sua evolução.
➔ A morfologia É peça fundamental para 
os diagnósticos, porém, suas limitações 
se tornaram evidentes ao longo dos 
anos. 
❏ Exemplo, lesões morfologicamente 
idênticas podem surgir através de 
mecanismos moleculares distintos. 
➔ Esse aspecto ocorre no casos dos 
tumores : cânceres de mama que são 
morfologicamente idênticos podem 
apresentar evolução, respostas 
terapêuticas e prognóstico diferentes 
totalmente. 
Portanto, análises moleculares por técnicas, 
como sequenciamento de última geração, 
revelam diferenças genéticas que predizem o 
comportamento dos tumores, tal como sua 
resposta a diferentes terapias. Logo, cada vez 
mais as terapias-alvo específicas com base nas 
alterações moleculares estão sendo utilizadas 
para o tratamento dos cânceres. Assim, o 
campo da patologia diagnóstica se expandiu a 
ponto de incluir biologia molecular e análise 
proteômica na análise das doenças.
@jully.studymed
D. Manifestações Clínicas 
➔ Os resultados finais das alterações 
genéticas, bioquímicas e estruturais nas 
células e tecidos são anormalidades 
funcionais, 
❏ Assim, provocam as manifestações 
clínicas (sinais e sintomas) das doenças, 
❏ e também a progressão da doença (curso 
clínico e consequências). 
➔ Logo, as correlações clinicopatológicas 
são muito importantes no estudo de 
doenças. 
Portanto, quase todas as 
formas de doenças começam 
com alterações moleculares e estruturais 
nas células. Assim, a agressão às células e 
à matriz extracelular tem como 
resultado final a lesão tecidual e 
orgânica, as quais determinam os 
padrões morfológicos e clínicos das 
doenças. 
➢ Respostas Celulares ao Estresse 
e aos Estímulos Nocivos
➔ A célula normal está limitada, em suas 
funções e estrutura, exemplo: 
➢ Limitada a uma faixa de variação 
estreita devido ao seu estado de 
metabolismo,
➢ Diferenciação e especialização 
restrita pelas células vizinhas e pela 
disponibilidade de substratos 
metabólicos. 
➔ No entanto, a célula é capaz de dar conta 
das demandas fisiológicas, mantendo a 
homeostase. 
➔ Assim, as adaptações são respostas 
estruturais e funcionais reversíveis às 
alterações fisiológicas 
➢ como exemplo: gestação
Porém, em alguns estímulos patológicos, as células 
atingem um novo estado de equilíbrio, assim, é permitindo 
a sobrevivência e a atividade funcional da célula. 
➢ A Resposta adaptativa pode 
consistir em:
I. Hipertrofia: = Aumento no tamanho das 
células e da atividade funcional celular, 
II. Hiperplasia = Aumento do número de células, 
III. Atrofia = Diminuição do tamanho e da 
atividade metabólica celular, 
IV. Metaplasia = Mudança do fenótipo das 
células.
★ Quando o estímulo é eliminado, a célula pode 
retornar ao seu estado original sem ter 
sofrido qualquer consequência danosa.
➔ Se os limites das respostas adaptativas das 
células forem excedidos,
➔ ou se as células forem expostas a agentes ou 
estímulos nocivos, privadas de nutrientes 
essenciais, 
➔ ou ficarem comprometidas por mutações que 
afetem constituintes celulares essenciais, 
★ Ocorre então a lesão celular 
@jully.studymed
➔ A lesão celular é reversível até certo 
ponto, 
❏ No entanto, se o estímulo persistir ou for 
intenso o suficiente desde o início,
❏ A célula pode sofrer lesão irreversível e, 
assim, ocorrer em morte celular. 
★ Adaptação, lesão reversível e morte 
celular podem ser os estágios de um dano 
progressivo que sucede diferentes tipos 
de agressões. 
Por exemplo, músculo cardíaco 
aumenta muito, em Resposta a uma 
sobrecarga hemodinâmica, como uma 
forma de adaptação! No entanto, 
pode sofrer lesão, se o suprimento 
sanguíneo para o miocárdio está 
comprometido ou é inadequado, 
assim, o músculo primeiramente sofre 
lesão reversível, manifestada por certas 
alterações citoplasmáticas. Porém, 
posteriormente, as células sofrem lesão 
irreversível e morrem.
➔ Morte celular 
➢ Consiste no resultado final da lesão 
celular progressiva,
➢ Logo, é um dos mais cruciais 
eventos na evolução de uma doença 
em qualquer tecido ou órgão.
➢ A morte celular é resultado de 
várias causas, 
❏ Como a isquemia (redução do 
fluxo sanguíneo)
❏ Ou infecções e substâncias 
tóxicas. 
No entanto, a Morte celular 
constitui também um processo 
normal e essencialna embriogênese, 
no desenvolvimento dos órgãos e na 
manutenção da homeostase. Logo, 
também faz parte de processos 
fisiológicos.
➔ Duas vias principais de morte celular:
I. Necrose,
II. Apoptose.
➔ A Privação de nutrientes induz uma 
resposta celular adaptativa = Autofagia, 
que pode culminar em morte celular.
➔ Diversos tipos de estímulos 
podem induzir alterações nas 
células e tecidos, diferentes das 
típicas adaptações, lesões e 
morte celulares.
➔ Os distúrbios metabólicos celulares e 
a agressão crônica subletal podem 
estar associados com acúmulos 
intracelulares de várias substâncias, 
como proteínas, lipídios e 
carboidratos.
❏ Exemplo, o cálcio é frequentemente depositado em sítios 
de morte celular, resultando em calcificação patológica. 
❏ Além disso, o processo normal de envelhecimento é 
acompanhado por alterações morfológicas e funcionais nas 
células. 
@jully.studymed
➔ Logo, existem também outros 
três processos que afetam as 
células e tecidos: 
I. Acúmulos intracelulares,
II. Calcificação patológica,
III. Envelhecimento celular.
➔ Adaptações do Crescimento e 
Diferenciação Celulares 
❏ Adaptações são alterações reversíveis no 
tamanho, número, fenótipo, atividade metabólica 
ou funções das células, em resposta a 
modificações em seu meio ambiente.1. Hipertrofia 
➔ A hipertrofia refere-se ao aumento do 
tamanho das células, 
❏ Logo, resulta no aumento do tamanho 
do órgão afetado.
➔ O órgão hipertrofiado não possui novas 
células, apenas células maiores,
➔ O tamanho aumentado das células é 
devido à síntese e à incorporação de novos 
componentes estruturais intracelulares. 
➔ Células com capacidade de divisão
 podem responder aos estímulos sofrendo
 tanto hiperplasia quanto hipertrofia, logo, 
ambos processos coexistem em muitos
 órgãos 
➔ A Hipertrofia pode ser fisiológica ou 
patológica e é causada pelo aumento da 
demanda funcional ou por estimulação de 
hormônios e fatores de crescimento. 
O estímulo mais comum para a hipertrofia 
do músculo, é o aumento da carga de 
trabalho. Exemplo: músculos avantajados 
dos praticantes de musculação Resultam do 
aumento do tamanho das fibras musculares 
individuais, em resposta ao aumento da 
demanda. 
No entanto, no coração, o estímulo para a 
hipertrofia é, em geral, uma sobrecarga 
hemodinâmica crônica, devido à hipertensão 
arterial ou a valvas deficientes. Assim, as 
células musculares sintetizam mais proteínas e 
o número de miofilamentos aumenta. 
Em síntese, aumenta-se a quantidade de força 
que cada miócito pode gerar, ampliando a 
força e a capacidade de trabalho do músculo 
como um todo. 
Esta imagem mostra a 
comparação entre um útero 
gravídico, em razão da 
hipertrofia celular entre um 
útero normal
O crescimento fisiológico do útero 
durante a gestação é o principal 
exemplo de aumento de órgão 
induzido por hormônios, resultante 
principalmente de hipertrofia das 
fibras musculares.
 ➔ Assim, a hipertrofia uterina é 
estimulada por hormônios 
estrogênicos que agem nos 
receptores de estrogênio do 
músculo liso,
➔ Logo, resulta-se em maior síntese 
de proteínas no músculo liso e em 
aumento do tamanho celular.
Diferenças histológicas entre as 
células fusiformes de músculo liso 
de um útero normal, em 
comparação com células grandes 
com amplo citoplasma do útero 
gravídico. 
@jully.studymed
Mecanismos da Hipertrofia 
➔ Hipertrofia é o resultado do aumento na 
produção das proteínas celulares,
➔ Existem três etapas básicas na patogenia 
molecular da hipertrofia cardíaca: 
1. Ações integradas de sensores 
mecânicos 
❏ Que são iniciadas por 
aumento da carga de 
trabalho,
2. Fatores de crescimento 
❏ Como TGF-β, fator de crescimento 
semelhante à insulina 1 [IGF-1], e 
fator de crescimento fibroblástico.
3. Agentes vasoativos 
❏ Exemplo: Agonistas α-adrenérgicos, 
endotelina-1 e angiotensina II.
➔ Para o processo de hipertrofia, sinais originários 
da membrana celular ativam uma rede complexa 
de vias de transdução de sinal.
➔ Duas dessas vias bioquímicas envolvidas na 
hipertrofia muscular são:
1. Via do fosfoinositídeo 3-cinase (PI3K)/Akt 
➢ Essa via é considerada a mais importante na 
hipertrofia fisiológica,
❏ Exemplo: Induzida por exercício, 
2. Via de sinalização em cascata da proteína G 
ligada a receptores 
➢ Essa via é induzida por muitos fatores de 
crescimento e agentes vasoativos
❏ Logo, é considerada como sendo a via mais 
importante na hipertrofia patológica. 
➔ Assim, essas vias de sinalização ativam um conjunto 
de fatores de transcrição como GATA4, fator nuclear 
de células T ativadas (NFAT), e fator estimulador do 
miócito 2 (MEF2). 
➔ Esses fatores de transcrição trabalham coordenadamente para aumentar a 
síntese das proteínas musculares que são responsáveis pela hipertrofia. 
@jully.studymed
A Hipertrofia pode também estar associada com uma 
troca de proteínas contráteis do tipo adultas para uma 
forma fetal ou neonatal, logo, nem sempre é de caráter 
patológico. Além disso, alguns genes, que são expressos 
apenas durante o desenvolvimento inicial, são reexpressos 
em células hipertróficas, e os produtos desses genes 
participam na resposta celular ao estresse.
 Por exemplo, o gene para o fator natriurético atrial é 
expresso tanto no átrio quanto no ventrículo do coração 
embrionário, mas reduz sua expressão após o nascimento.
Homem, 37 anos, atleta maratonista há cerca de 15 anos, faz treinamentos 
intensos para a prova de “iron man” anual. Compareceu ao atendimento para 
avaliação médica de rotina, como exigência para as competições. Apesar de 
apresentar-se aparentemente saudável, acaba por submeter seu corpo a 
condições intensas de estresse . Se o paciente permanecer submetendo a 
essas condições durante anos, o paciente poderá sofrer uma Hipertrofia 
celular no miocárdio.
➔ Caso clínico aplicado a Hipertrofia 
➔ A hipertrofia cardíaca 
está associada com o 
aumento da expressão do 
gene do fator 
natriurético atrial. Uma 
vez que o fator 
natriurético atrial é um 
hormônio peptídico que 
promove excreção de sal 
pelo rim, diminui o 
volume e a pressão 
sanguínea e, em 
consequência, reduz a 
carga hemodinâmica.
Imagem de
 uma 
Hipertrofia 
Ventricular 
Esquerda
Histologia 
cardíaca 
normal 
Histologia 
Cardíaca 
Atrofiada 
@jully.studymed
2. Hiperplasia 
➔ A hiperplasia consiste no aumento no número 
de células em um órgão ou tecido em 
resposta a um estímulo. 
❏ Embora hiperplasia e hipertrofia sejam 
processos diferentes, elas podem ocorrer 
juntas e podem ser induzidas pelos mesmos 
estímulos externos.
➔ O mecanismo de hiperplasia sozinho ocorre 
em tecidos que contêm células capazes de se 
dividir, aumentando, portanto, o número de 
suas células. 
➔ Hiperplasia pode ser de caráter fisiológico ou 
patológico. 
A. Hiperplasia Fisiológica 
➔ A hiperplasia fisiológica acontece 
devido à ação de hormônios ou 
fatores do crescimento, exemplo: 
❏ Quando há necessidade de aumentar 
a capacidade funcional dos órgãos 
hormônio sensíveis;
❏ Quando há necessidade de aumento 
compensatório após lesão ou 
ressecção.
Exemplo de Hiperplasia fisiológica 
hormonal: Quando ocorre a proliferação 
do epitélio glandular da mama feminina 
na puberdade e durante a gravidez, 
além disso, essa hiperplasia é, geralmente, 
acompanhada por aumento (hipertrofia) 
das células epiteliais glandulares.
Regeneração hepática, uma vez que, em 
indivíduos que doam um lobo do fígado para 
transplante, as células que permanecem 
proliferam de modo que o órgão cresça e 
retorne, em pouco tempo, ao seu tamanho 
original. Portanto, os modelos experimentais de 
hepatectomia parcial têm sido úteis para definir 
os mecanismos que estimulam a regeneração do 
fígado. 
Exemplo de Hiperplasia
 compensatória: 
➔ A medula óssea possui uma notável capacidade 
de sofrer rápida hiperplasia em resposta a uma 
deficiência de células sanguíneas 
completamente diferenciadas. 
❏ Exemplo, no caso de uma hemorragiaaguda ou 
de destruição prematura das hemácias 
(hemólise), as alças de feedback envolvendo o 
fator de crescimento eritropoetina são ativadas, 
estimulando o crescimento de células 
progenitoras das hemácias, promovendo um 
aumento em sua produção de até oito vezes.
@jully.studymed
B. Hiperplasia Patológica:
➔ A maioria das formas de hiperplasia 
patológica é causada pela ação excessiva ou 
inapropriada de hormônios ou fatores de 
crescimento sobre suas células-alvo. 
❏ Exemplo: Hiperplasia endometrial = Consiste 
em uma hiperplasia anormal induzida por 
hormônio.
❏ Em situações fisiológicas, após a 
menstruação, há um surto rápido de 
atividade proliferativa no endométrio que é 
estimulado por hormônios hipofisários e pelo 
estrogênio ovariano. Ela permanece até sua 
parada, pelos níveis crescentes de 
progesterona, em geral cerca de 10 a 14 dias 
antes do fim do ciclo menstrual. No entanto, 
em situações patológicas, o equilíbrio entre 
estrogênio e progesterona é perturbado, o 
que resulta em aumentos absolutos ou 
relativos na quantidade de estrogênio, logo, 
tem como consequente a hiperplasia das 
glândulas endometriais. 
➢ Além disso, a hiperplasia das glândulas 
endometriais, consiste em uma causa comum 
de sangramento menstrual anormal. 
➔ Hiperplasia Nodular prostática: 
➔ Consiste em outro exemplo comum de 
hiperplasia patológica 
➔ Acontece em decorrência da resposta ao 
estímulo hormonal androgênico.
➔ Embora essas formas de hiperplasias 
patológicas sejam anormais, o processo 
continua sendo controlado e a hiperplasia 
regride se o estímulo hormonal for retirado. 
➔ No câncer, os mecanismos de controle do 
crescimento tornam-se desregulados ou 
ineficientes devido às anormalidades 
genéticas existentes, resultando, logo, em 
proliferação incontrolável. 
Portanto, embora a hiperplasia 
seja um mecanismo diferente do 
câncer, a hiperplasia patológica 
constitui um solo fértil no qual a 
proliferação cancerosa pode, 
eventualmente, surgir. Exemplo: 
Em pacientes com hiperplasia do 
endométrio apresentam risco 
aumentado de desenvolver câncer 
de endométrio. 
➔ A Hiperplasia é uma resposta característica 
a certas infecções virais, como os 
papilomavírus, que causam verrugas 
cutâneas e várias lesões de mucosa 
compostas por massas de epitélio 
hiperplásico,
➔ Assim, os vírus produzem fatores que 
interferem com as proteínas do hospedeiro 
que regulam a proliferação celular. 
@jully.studymed
3. Atrofia
➔ Atrofia consiste na redução do tamanho 
de um órgão ou tecido,
➔ Logo, resulta na diminuição do tamanho 
e do número de células,
➔ A atrofia pode ser fisiológica ou 
patológica.
➔ Atrofia fisiológica
➔ A atrofia fisiológica é comum durante o 
desenvolvimento normal.
❏ Exemplo: Algumas estruturas embrionárias, 
como a notocorda e o ducto tireoglosso, 
sofrem atrofia durante o desenvolvimento 
fetal.
❏ Outro exemplo de atrofia fisiológica: 
Diminuição do tamanho do útero, que ocorre 
logo após o parto. 
➔ Atrofia patológica
➔ Possui várias causas para a 
atrofia ser patológica e pode ser 
de caráter local ou generalizado. 
➔ Causas comuns da atrofia 
patológica:
I. Redução da carga de trabalho
❏ Atrofia de desuso. 
quando o paciente é restrito a repouso absoluto no leito, 
logo, ocorre a atrofia dos músculos esqueléticos. A 
redução no tamanho celular é reversível quando a 
atividade motora é restaurada no início. Porém, com 
o desuso mais prolongado, as fibras musculares 
esqueléticas diminuem muito, em razão da apoptose, 
logo, a atrofia pode ser acompanhada por aumento da 
reabsorção óssea, levando à osteoporose por desuso
Atrofia de desuso ocorre, por exemplo, 
quando um osso fraturado é imobilizado 
com um molde de gesso ou
II. Perda da inervação 
atrofia por denervação
➔ O metabolismo e função normais do 
músculo esquelético é dependente de 
sua inervação.
➔ Logo, uma lesão dos nervos leva à 
atrofia das fibras musculares por eles 
inervadas.
III. Diminuição do suprimento sanguíneo. 
➔ Consiste em uma redução do 
suprimento sanguíneo para um tecido 
(isquemia),
➔ Isso ocorre em consequência de doença 
oclusiva arterial que se desenvolve 
lentamente resulta em atrofia do 
tecido. 
➔ Na senescência, o cérebro sofre atrofia 
progressiva, principalmente por causa 
da redução do suprimento sanguíneo 
causada pela aterosclerose, que afeta 
também o coração (atrofia senil)
IV. Nutrição inadequada. 
➔ Ocorre em razão de uma desnutrição proteico-calórica 
profunda (marasmo),
➔ Assim, está associada ao uso das proteínas do músculo 
esquelético como fonte de energia, após o esgotamento de 
outras reservas, como o tecido adiposo,
➔ Logo, resulta em um consumo muscular acentuado. 
@jully.studymed
A Caquexia é encontrada 
também em pacientes com 
doenças inflamatórias crônicas e 
câncer. Assim, nesses casos, a 
produção excessiva do fator de 
necrose tumoral (TNF) (uma 
citocina inflamatória), é 
responsável pela perda de apetite 
e depleção lipídica, portanto, 
culmina com a atrofia muscular. 
V. Perda da estimulação endócrina. 
➔ Muitos tecidos que respondem a hormônios, 
como a mama e os órgãos reprodutores, 
dependem da estimulação endócrina para sua 
função e metabolismo normais. 
➔ Logo, a perda da estimulação estrogênica 
após a menopausa resulta em atrofia 
fisiológica do endométrio, epitélio vaginal e 
mama.
 VI. Compressão. 
➔ A Compressão tecidual por um certo período de 
tempo pode causar atrofia. 
➔ Um tumor benigno em crescimento pode causar 
atrofia dos tecidos normais circundantes,
❏ A Atrofia nesse caso é resultado de alterações 
isquêmicas causadas por comprometimento do 
suprimento sanguíneo devido à pressão exercida 
pela massa em expansão.
➔ As alterações celulares fundamentais 
associadas à atrofia são idênticas em 
todas as situações. 
➔ A Resposta inicial consiste em uma 
diminuição do tamanho da célula e 
das organelas, 
➔ Assim, vai reduzir as necessidades 
metabólicas da célula o suficiente 
para permitir sua sobrevivência.
➔ Além disso, no músculo atrofiado, as 
células contêm menos mitocôndrias 
e miofilamentos e uma menor 
quantidade de retículo 
endoplasmático rugoso. 
➔ Portanto, na busca pela adequação 
entre a demanda metabólica da 
célula e níveis menores de 
suprimento sanguíneo, nutrição ou 
estimulação trófica, um novo 
equilíbrio é alcançado. 
➔ No início do processo de Atrofia, as 
células e tecidos atróficos têm sua 
função diminuída, no entanto, no INÍCIO, 
a morte celular é mínima.
➔ Entretanto, a atrofia causada por 
redução gradual do suprimento 
sanguíneo pode progredir até as células 
serem muito lesadas e morrem, por 
apoptose
A Morte celular por 
apoptose contribui para a 
atrofia dos órgãos 
endócrinos após privação 
hormonal
@jully.studymed
➔ Mecanismos da Atrofia
➔ A atrofia é resultado da diminuição 
da síntese proteica e do aumento 
da degradação das proteínas nas 
células. 
➔ A Síntese de proteínas diminui em 
função da atividade metabólica 
reduzida. 
➔ A degradação das proteínas 
celulares ocorre principalmente 
pela via ubiquitina-proteossomo.
➔ Assim, com a deficiência de 
nutrientes e o desuso podem ativar 
ligases de ubiquitina, que ligam o 
peptídeo ubiquitina a proteínas 
celulares, e marcam essas 
proteínas para degradação nos 
proteossomos. 
➔ A via ubiquitina-proteossomo 
também é responsável pela 
proteólise acelerada em diversas 
condições catabólicas, incluindo a 
caquexia do câncer. 
 A atrofia é também acompanhada 
por aumento da autofagia, uma vez 
que aumenta o número de vacúolos 
autofágicos. A autofagia (“comer a 
si próprio”) é o processo no qual as 
células privadas de alimento 
digerem seus próprios componentes 
na tentativa de reduzir a demanda 
nutricional igualando-a ao 
fornecimento. 
Imagem de um 
cérebro de um 
adulto jovem 
normal, sem atrofia
Imagem de uma atrofia de um cérebro de um 
homem de 82 anos de idade, com doença 
cerebrovascular aterosclerótica, resultando em 
fornecimentode sangue reduzido. Logo, 
suscitou na perda de substância cerebral, onde 
alargou os sulcos.
@jully.studymed
Metaplasia
➔ Metaplasia é uma alteração 
reversível 
➔ Ocorre quando um tipo celular 
diferenciado (epitelial ou 
mesenquimal) é substituído por 
outro tipo celular. 
A metaplasia representa uma 
resposta adaptativa, onde um
 tipo de célula sensível a um 
estímulo nocivo é substituído por 
outro tipo de célula que é mais 
capaz de suportar o ambiente 
adverso.
➔ A metaplasia epitelial mais comum é a 
colunar para escamosa 
❏ Exemplo: Acontece no trato respiratório em 
resposta à irritação crônica. 
❏ No fumante habitual de cigarros, as células 
epiteliais normais (colunares e ciliadas da 
traqueia e dos brônquios) são substituídas 
por células epiteliais escamosas 
estratificadas.
❏ Além disso, deficiência de vitamina A 
(ácido retinóico) induz metaplasia escamosa 
do epitélio respiratório.
➔ Isso ocorre, pois o epitélio escamoso 
estratificado é mais resistente, portanto, é 
capaz de sobreviver sob circunstâncias nas 
quais o epitélio colunar especializado,muito 
mais frágil não conseguiria sobreviver. 
 
Entretanto, a mudança para células escamosas afetam 
outro lado. Exemplo: No trato respiratório, embora o 
revestimento epitelial se torne resistente, os importantes 
mecanismos de proteção contra infecções, como 
secreção de muco e o movimento ciliar do epitélio 
colunar são perdidos. Logo, as influências que 
predispõem à metaplasia, se persistentes, podem iniciar 
a transformação maligna no epitélio metaplásico. 
Portanto, um tipo comum de câncer no trato 
respiratório é composto por células escamosas, que 
podem surgir nas áreas onde o epitélio colunar normal foi 
substituído pelo epitélio escamoso
Membrana 
Basal 
Epitélio 
Colunar 
Normal 
Metaplasia 
Escamosa
Essa imagem representa uma metaplasia 
de um epitélio colunar para um epitélio 
escamoso
@jully.studymed
Mecanismos 
da Metaplasia 
➔ A metaplasia é o resultado de uma 
reprogramação de células-tronco 
que existem nos tecidos normais ou 
de células mesenquimais presentes 
no tecido conjuntivo. 
➔ Portanto, em uma alteração 
metaplásica, essas células 
precursoras diferenciam-se ao longo 
de um novo caminho.
➔ Assim, a diferenciação de células 
tronco para uma linhagem particular 
é provocada por sinais gerados por 
citocinas, fatores de crescimento e 
componentes da matriz extracelular 
presentes no ambiente celular. 
➔ Em seguida, esses estímulos 
externos promovem a expressão de 
genes que dirigem as células para 
uma via de diferenciação específica. 
 Portanto, o mecanismo de Metaplasia 
acontece em razão de uma alteração no 
fenótipo das células diferenciadas, em resposta 
à irritação crônica, logo, torna-se as células 
mais capazes de resistir ao estímulo nocivo, 
induzida por alteração na via de 
diferenciação de células-tronco do tecido. No 
entanto, a metaplasia pode resultar em 
funções reduzidas ou aumento da propensão 
para uma transformação maligna. 
 
Essa imagem mostra o mecanismo de 
metaplasia do epitélio colunar para 
epitélio escamoso em um Brônquio
Homem de 47 anos foi diagnosticado 
com Esôfago de Barrett, doença 
adquirida reversível caracterizada 
por substituição do epitélio escamoso 
estratificado pelo colunar 
especializado, contendo células 
caliciformes. Resulta da agressão 
ácida crônica e está diretamente 
relacionada ao desenvolvimento do 
adenocarcinoma de esôfago. Logo, o 
paciente sofreu uma Metaplasia em 
razão do fenômeno reversível que 
ocorre quando uma célula adulta, seja 
epitelial ou mesenquimal é substituída 
por outra 
de outro tipo celular,comum na doença 
de Esôfago de Barrett.
Caso Clínico aplicado a Metaplasia. 
@jully.studymed

Continue navegando