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COMPETÊNCIA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
RICARDO ALEXANDRE 
 
 Diante da ausência de norma geral da União sobre IPVA, cada 
Estado exerceu competência legislativa plena, com base no art. 24, §3º, 
da CF/88. O STF confirmou a constitucionalidade da postura dos 
Estados-membros. 
 Lei Complementar não pode criar novas limitações ao poder de 
tributar, eis que tal matéria está afeta à própria Constituição Federal. 
Cabe-lhe, tão somente, disciplinar as limitações estabelecidas pelo 
legislador constituinte. 
 ATENÇÃO - CRITÉRIOS DO IPTU E ITR: CTN X STJ: Critério para 
incidência do IPTU: segundo o art. 32 do CTN, será a localização 
geográfica urbana, independente da destinação. Contudo, na linha da 
jurisprudência do STJ, o imóvel destinado à exploração vegetal, 
extrativa ou pecuária, caracteriza-se como rural, pelo que sobre ele deve 
incidir ITR, e não IPTU. Isso porque, segundo a Corte, antes da recepção 
do CTN como LC, o Decreto-Lei n.º 57/1966 modificou o critério de 
localização para destinação, sendo ilegítima a revogação deste ato por 
lei ordinária, pois que já estava incorporado ao sistema normativo como 
LC. 
 INSTITUIR: Indelegável 
 ARRECADAR 
 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA FISCALIZAR Delegáveis 
 (em sentido amplo) EXECUTAR 
 
 A União possui competência residual para instituir, mediante lei 
complementar, novos impostos, desde que sejam não cumulativos e não 
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na 
CF (art 154, I, CF). 
 
 
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 Os Estados possuem competência residual para instituir taxas e 
contribuições de melhoria, em razão de possuírem competências 
administrativas (fato gerador) também residuais. 
 ANOTAR NO VADE MECUM – art. 154, I, CF/88: “competência 
residual da União” 
 DISTINÇÃO – BITRIBUTAÇÃO E BIS IN IDEM: O bis in idem – ou 
bitributação econômica – não encontra no texto constitucional vedação 
genérica. Apenas é vedada à União à instituição de impostos residuais 
sobre fato gerador de outro imposto (art. 154, I, CF/88). No bis in idem, 
um ente tributa duas ou mais vezes o mesmo fato gerador, tal como 
ocorre com a CSLL e o IRPJ, cujos fatos geradores são o lucro da pessoa 
jurídica. Diferentemente, a bitributação – ou bitributação jurídica – é 
vedada pelo ordenamento constitucional, em razão da repartição rígida 
de competências tributárias. Isso porque não podem dois entes instituir 
tributos distintos sobre o mesmo fato gerador. Excepciona a regra a 
possibilidade de: 1) a União instituir Imposto Extraordinário de Guerra 
sobre qualquer outro fato gerador; 2) dois ou mais países tributarem o 
mesmo fato gerador, se não houver tratado internacional vedando tal 
hipótese (colar post-it: “bis in idem x bitributação”). 
 ATENÇÃO: somente podem ser qualificados como bitributação 
jurídica os casos em que o segundo tributo incidente sobre 
determinada riqueza é exatamente da mesma espécie do primeiro 
(por exemplo, dois impostos sobre a renda). Assim, segundo o STF, “o 
uso compartilhado de base de cálculo própria de imposto por 
contribuições não se revelaria bitributação”. 
 ATENÇÃO: não se sujeitam ao princípio da legalidade, podendo ser 
disciplinadas por meio de ato infralegal, a atualização do valor da base 
de cálculo e a fixação de prazo para recolhimento do tributo. 
 
 
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 ATENÇÃO - ART. 98 DO CTN: LEITURA DOUTRINÁRIA: A leitura 
doutrinária que se faz do art. 98 do CTN, especialmente no que toca à 
expressão “revogam ou modificam”, é no sentido de que a norma 
internacional será aplicável, em caso de conflito, em razão de ser especial 
em relação à norma interna. Não há, pois, de fato, uma revogação, mas 
simplesmente a suspensão da eficácia da norma interna naquilo em que 
for incompatível com a norma internacional, que é especial. Tanto é assim 
que, se for denunciado o tratado internacional, os efeitos da norma 
interna retornam, sem que se possa falar em repristinação, que não é 
admitida pelo Direito brasileiro na modalidade tácita. 
 ANOTAR NO VADE MECUM – art. 98 do CF/88: “suspendem a 
eficácia”, fazendo referência à expressão “revogam ou modificam”. 
 ATENÇÃO: as decisões administrativas em matéria tributária 
somente são “normas complementares” e, portanto, insertas no gênero 
“legislação tributária”, se a lei lhes atribuir eficácia normativa. Ao 
contrário não gozarão de normatividade e abstração. 
 Nos termos do art. 100, III, do CTN, “as práticas reiteradamente 
observadas pelas autoridades administrativas” são normas 
complementares. É de se pontuar, contudo, que, em matéria tributária, 
os usos e costumes têm incidência meramente interpretativa, não 
podendo jamais inovar em um espaço reservado à lei. Também é de se 
destacar que os usos e costumes não têm força normativa suficiente para 
revogar uma lei, sob a alegação de que esta teria caído em “desuso”. Isso 
porque, nos termos do art. 2º da LINDB, uma lei, não sendo temporária, 
vige até que outra a modifique ou revogue. 
 STF: é inconstitucional, por ser invasiva ao princípio da 
separação dos poderes, a exigência de submissão dos convênios 
firmados pelo Poder Executivo à ratificação do Poder Legislativo. 
CUIDADO: o STF, em julgado noticiado no informativo n.º 741, assentou 
 
 
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que os convênios que importem gravames ou compromissos ao 
patrimônio público podem ser submetidos ao crivo do Legislativo. 
 ATENÇÃO: Segundo a posição tradicional do STF, a extinção ou 
redução de isenções não se equipararia à criação ou majoração de 
impostos, motivo por que NÃO se lhes aplicaria o princípio da 
anterioridade previsto no art. 150, III, b, da CF/88. O tema, no final de 
2014, entretanto, ganhou novas luzes. Em julgado noticiado no 
informativo n.º 757, a 1ª Turma do STF decidiu que “o ato normativo 
que revoga um benefício fiscal anteriormente concedido configura 
aumento indireto do tributo e, portanto, está sujeito ao princípio 
da anterioridade tributária”. O quadro atual é, portanto, polêmico. 
Para mais informações, estude o informativo n.º 757 do STF comentado 
pelo Dizer o Direito, clicando aqui. 
 ATENÇÃO – APLICAÇÃO DE LEI MAIS BENÉFICA A FATO 
PRETÉRITO: De acordo com o art. 106, II, do CTN, a lei aplica-se a ato 
pretérito, desde que não definitivamente julgado. O STJ, assentando 
posicionamento contrário à Fazenda Pública, entende que somente se 
verifica o ato “definitivamente julgado” quando se procede aos atos finais 
de expropriação: adjudicação, arrematação ou remição. Assim, a 
improcedência dos embargos à execução não se ergue como óbice à 
aplicação de lei mais benéfica a ato ou fato pretérito, já que, nesse 
momento, ainda não estará configurado o julgamento definitivo. 
 ANOTAR NO VADE MECUM – art. 106, II, do CTN: “atos finais de 
expropriação”, fazendo referência a “definitivamente julgado”. 
 
 
 
 
 
 
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ANOTAÇÕES: 
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