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MEU CADERNO - DIREITO TRIBUTÁRIO

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RESUMO DE DIREITO TRIBUTÁRIO
18/02/19 – Segunda-feira – 1º AULA
Ao falarmos em Direito Tributário, a primeira coisa que vem à mente é a palavra IMPOSTO.
O imposto é uma espécie de tributo, assim como a taxa. Sendo assim, tributo é 
	
o gênero do qual fazem parte as espécies: imposto, taxa e, também, contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios (cobrado em situações de emergência) e contribuições especiais (financia uma atividade específica
 
	No ordenamento jurídico brasileiro existem, portanto, 5 espécies de tributos, o que evidencia a adoção da TEORIA PENTA-PARTITE/PARTIDA. Cada espécie tem sua peculiaridade que a singulariza e diferencia entre elas, mas todas possuem uma característica em comum: têm a mesma natureza jurídica, isto é, SÃO TRIBUTOS.
 O conceito central da disciplina é o conceito de TRIBUTOS;
 Mas o que é um tributo?
CONCEITO EXTRAJURÍDICO DE TRIBUTOS: “Recolhimento de dinheiro para o Estado”
Por que dinheiro? Porque tem liquidez, trata-se da for-
ma universal de expressão da riqueza no cotidiano!
ASSIM: O tributo, do ponto de vista extrajurídico, significa riqueza (na forma de dinheiro) que é transferida para o Estado. Quem exerce essa transferência é o PARTICULAR, sob o nome jurídico de “iniciativa privada” desdobrada em 
· CAPITAL
· TRABALHO.
Uma vez sendo a “iniciativa privada” a produtora de riquezas, é ela a tributada.
A FINALIDADE DO TRIBUTO é financiar o Estado, isso porque o Estado por si não produz riquezas, já que se fixa num modelo produtivo que tem na iniciativa privada sua base produtora de riquezas (CAPITALISMO).
O Estado tem no tributo, portanto, um meio de canalizar a captação de riquezas para se financiar. Num mundo ideal, o Estado serviria para autofinanciar a sociedade, provê-la dos serviços que dele se espera.
A vocação do TRIBUTO é se transformar em receita (dinheiro quando entra nos cofres públicos) – quando a quantia pecuniária que será transferida pelos particulares ao Estado ainda não entrou nos cofres ela é dita tributo. Nesse modelo, a riqueza recebe o nome de tributo, o particular recebe a nomenclatura de contribuinte e o Estado, o nome de fisco.
O Estado não produz riquezas, pois se adota o sistema capitalista no país, de modo que precisa, então, extraí-la do particular. Mas qual seria o LIMITE DE TAL EXTRAÇÃO, como ela deve ser feita pelo Estado? 
 Ela pode se dar de qualquer maneira? 
A resposta é NÃO, isto porque existe um instrumento chamado CONSTITUIÇÃO, que serve de parâmetro para a atuação do Estado. O ART. 5º da CF, no inciso que fala sobre o direito fundamental à propriedade (inciso XXII), garante que o particular (capital e trabalho) tenha direito ao excedente da riqueza produzida. A adoção do modelo da propriedade privada, portanto, assegura que a transferência de riquezas entre o particular e o Estado seja limitada – ou regulada por normas jurídicas, dado que vivemos em um Estado de Direito.
 Dessa conformação extraímos que o DIREITO TRIBUTÁRIO é o conjunto de normas jurídicas que se operam quando o objeto é o tributo.
A organização das regras jurídicas é a seguinte:
Artigos que se destacam dessa aula:
	Art. 175. CF Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
	Art. 173.CF Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:   (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;   (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;   (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública;   (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;    (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.    (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade.
§ 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular.
19/02/19 – Terça-feira – 2º AULA
	
RE CAPITULANDO
O tributo, do ponto de vista sociológico, é uma necessidade para que o Estado se mantenha; ainda, é o preço pago pela sociedade pela adoção do modo de produção capitalista.
Quanto ao conceito de tributo, juridicamente é de se apontar que existe um conceito constitucional de tributo que permanece implícito no texto constitucional. A Constituição, assim sendo, vincula o CTN (Código Tributário Nacional), de tal modo que o conceito trazido por este só será válido se estiver conforme o texto constitucional. É o que se sucede, o ART. 3º do CTN nos traz a definição de tributo segundo a Constituição.
Esse conceito trazido pelo CTN é dito NORMATIVO, ou seja, descreve o objeto (tributo), ao passo que também vincula a todos.
 ART. 3º CTN SERÁ OBJETO DE PROVA
DESTRINCHANDO O ARTIGO 3º:
I- “Tributo é uma prestação pecuniária”: o tributo deve ser recolhido em dinheiro, obrigatoriamente - a riqueza será transferida para o Estado, compulsoriamente, a título de tributo em forma de dinheiro, pois esse possui liquidez. Não se admite, desta feita, o recolhimento de tributos através de bens. Também, não se admite o recolhimento através da prestação de serviços.
II- ... compulsória: significa que o recolhimento do tributo é um dever jurídico, não há nenhum tipo de facultatividade na relação jurídica tributária – é uma obrigação IMPOSTA POR LEI, tratando-se, assim, de um dever legal. A vontade, ou não, quanto ao recolhimento é irrelevante. Uma vez sendo uma obrigação imposta por lei quem pode decidir pela tributação é o Poder Legislativo.
III- ... em moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir: significa que o tributo deve ser recolhido em real. Quanto à expressão “ou cujo valor nela se possa exprimir”, isso vem de uma época em que poderia se recolher o tributo na forma de estampilhas, selos, cheques, vale postal (ART. 162, I CTN).
IV- ... que não constitua sanção de ato ilícito: quer dizer, então, que existe uma prestação pecuniária compulsória que deve ser paga em dinheiro que constitui sanção de ato ilícito ---- essa se denomina MULTA. A multa se difere totalmente do tributo, pois esse sempre decorre de ato lícito. A lei que cria o tributo deve descrever uma conduta lícita,se a lei que cria uma prestação pecuniária descrever uma conduta ilícita, estar-se-á tratando de multa, e não mais de tributo. Eventuais condutas ilícitas não afastam o recolhimento do tributo devido (quer dizer que a prática de condutas ilícitas não afasta o dever de recolhimento de tributos). É o exemplo da propriedade rural utilizada para o plantio de maconha ---- não se isenta o proprietário do pagamento do ITR.
V- ... instituída em lei: o tributo só pode ser criado por LEI. A criação do tributo, portanto, é uma atribuição do Poder Legislativo, o que se procede por meio de Lei Ordinária, como regra. Não há tributo criado por outra coisa diferente disso.
VI- ...cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: Existe diferença entre criar um tributo e cobrar o tributo; criar um tributo é exercício de função legislativa, atividade desenvolvida pelo Poder Legislativo; A função legislativa é geral e abstrata.
cobrar tributo corresponde a um exercício de função administrativa, desenvolvida pelo Poder Executivo (Receita Federal/Estadual/Municipal). A função administrativa é singular e concreta.
Qual a função do Poder Judiciário no processo de criar e cobrar tributos? O judiciário apenas entra em cena quando os dois polos da relação entram em conflito (Estado e Particular). Assim: o Poder Judiciário NÃO COBRA TRIBUTOS, o que é diferente do processo de execução, garantindo o cumprimento das determinações.
O ART. 5º do CTN acolheu a chamada teoria tripartite, a qual sustenta que são 3 as espécies de tributos: a) impostos; b) taxas; e c) contribuições de melhoria. O ART. 145, incisos I, II e III da CF reproduz o CTN. Os ARTS. 148 e 149 da CF, no entanto, determinam que se acolha a teoria penta partite.
O ART. 4º do CTN permite identificar as diferenças entre imposto, taxa e contribuição de melhoria, assim, a teoria tripartite é relevante por possibilitar a diferenciação dessas espécies, ainda que não tenha sido a teoria adotada; por isso não podemos dizer que é irrelevante. Não há menção no ART. 4º do CTN sobre a diferenciação das outras duas espécies dos ARTS. 148 e 149 da CF.
· Artigos que se destacam dessa aula:
	Art. 3º CTN- Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
	Art. 4º CTN- A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação
	Art. 5º CTN- Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.
	Art. 145. CF- A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
	Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
25/02/2019 – Segunda-feira – 3º aula
	OBS: Lançamento tributário = atividade administrativa de cobrança do tributo;
	Conforme o ART. 5º do CTN são tributos: a) os impostos; b) as taxas; e c) as contribuições de melhoria. Tal artigo, por sua vez, está conforme o ART 145 da CF.
	Acontece, no entanto, que o ART. 5º do CTN tem um problema: não menciona as duas outras espécies de tributo, quais sejam: d) os empréstimos compulsórios; e e) as contribuições especiais. Antes da CF-88 discutia-se sobre a natureza jurídica dessas duas espécies; a Constituição cidadã acabou com as discussões conferindo-lhes o caráter de espécies de tributo, adotando de vez a teoria penta-partite.
	O ART. 5º do CTN e o 145, incisos I a III da CF configuram-se como uma reminiscência da teoria tripartite (não recepcionada) que se manteve com alguns elementos importantes.
	
OBS: contribuições especiais e empréstimos compulsórios são de competência exclusiva da União.
A natureza jurídica do tributo é a descrita no ART. 3º do CTN (natureza geral); Quando se fala em natureza jurídica específica do tributo, se quer saber sobre a diferença entre cada espécie de tributo- é disso que fala o ART. 4º do CTN.
 Mas como saber diferenciar as espécies de tributo existentes?
Resposta: O elemento que nos permite distingui-las é o FATO GERADOR da obrigação. 
Trata-se de um evento do mundo concreto (mundo do ser) que 
descreve uma conduta por parte do contribuinte que gera o dever de recolher o tributo.
Há que se destacar que existem 2 espécies de fato gerador:
· DESVINCULADO: aquela conduta praticada pelo contribuinte, à qual não se liga nenhuma atividade estatal, não tem relação com nenhuma atividade do Estado. O tributo com um fato gerador desvinculado adquire a natureza de IMPOSTO, não importa que a lei diga que se trata de outra espécie. *A destinação é irrelevante.
· VINCULADO: aquela conduta praticada pelo contribuinte, à qual corresponde, se liga, uma atividade estatal ---- o Estado direciona alguma atividade para o contribuinte (ART 145, II CF). O tributo com um fato gerador vinculado pode adquirir a natureza jurídica específica de TAXA ou CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA --- o que distingue os dois é a vinculação:
TAXA: se liga a uma atividade (Poder de Polícia ou Serviço Público)
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: decorre de obras públicas
 Em se tratando de imposto, taxa e contribuição de melhoria a destinação é irrelevante (regra do ART. 4º do CTN).
· OBS: o ART. 148, parágrafo único da CF e o ART. 4º do CTN entram em choque, de modo que esse não se mostra apto a definir o empréstimo compulsório. O ART. 4º também colide com o ART. 149, caput da CF, uma vez que por esse, o que define uma contribuição especial é o INSTRUMENTO DE ATUAÇÃO.
Nesse sentido, observa-se que o ART.4º do CTN não pode ser utilizado para definir a natureza jurídica específica de contribuição especial e empréstimo compulsório, pois seu critério de vinculação ou desvinculação do fato gerador é insuficiente para a análise dessas duas espécies tributárias ---- está aqui uma reminiscência da teoria tripartite = permite-nos diferenciar taxa, de imposto, de contribuição de melhoria. Em suma, o ART. 4º não permite a análise da natureza jurídica específica dos empréstimos compulsórios e contribuições especiais.
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA x CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA
O tributo do ponto de vista econômico é uma fração de riqueza retirada do particular e transferida para o Estado.
Quando falamos em competência tributária ligamo-nos à CRIAÇÃO DO TRIBUTO, exercício de função legislativa (Poder Legislativo).
Quando nos referimos à capacidade tributária ativa estamos nos referindo à COBRANÇA DO TRIBUTO, exercício de função administrativa (Poder Executivo).
OBS: Estado para fins tributários deve ser necessariamente um dos 4 entes federativos em relação com o particular.
· A competência tributária, sendo eles os componentes do Poder Legislativo,é dos 4 entes federativos, apenas eles possuem como atributo o Poder Legislativo, portanto a capacidade de legislar. Autarquias, por exemplo, não podem criar tributos porque são pessoas jurídicas de direito público internas que, contudo, não tem natureza política, isto é não tem capacidade legislativa.
Competência tributária (significa exercício de função legislativa) pode ser definida, portanto, como a aptidão ou faculdade/prerrogativa de que dispõem os entes federativos para criarem/instituírem, por meio de lei, os tributos que lhes são reservados pela Constituição. Isso significa que os entes federativos não podem criar os tributos que quiserem, mas sim devem seguir os ditames constitucionais e fazê-lo por lei.
 
CARACTERÍSTICAS DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA:
a) Facultatividade: o ente federativo não é obrigado a criar tributos; essa criação envolve discricionariedade política (legislativa) do ente federativo;
b) Exclusividade/privatividade: a competência tributária é um atributo exclusivo dos entes federativos porque só eles podem legislar. Ainda, se um tributo é reservado a um ente específico, todos os demais estão excluídos, proibidos de legislar sobre aquele tributo. Então diz-se que é privativa porque, na medida em que reserva um tributo a um ente, exclui os demais;
c) Incaducável: a competência tributária NÃO ESTÁ SUJEITA À DECADÊNCIA.
d) Indelegável: Dispõe o ART. 7º do CTN que a competência tributária é indelegável, não pode ser transferida de um ente federativo para outro. A indelegabilidade é uma característica inerente à competência tributária, sua desobediência pode se dizer inconstitucional, vez que violado o pacto federativo (ART. 60, §4º). O ART. 8º do CTN estabelece que o não exercício da competência tributária pelo ente federativo competente não oportuniza que outro ente federativo possa criá-lo. Trata-se, como já dito, de uma faculdade do ente federativo competente.
26/02/2019 – Terça-feira – 4º AULA
· A segunda parte do ART. 7º do CTN nos fornece o conceito de Capacidade tributária – qual seja, o exercício de função administrativa por meio da qual o ente federativo fiscaliza e arrecada (cobra) os tributos de sua competência que foram instituídos. Num primeiro momento, quem exerce a capacidade tributária (administrativa) são os próprios entes por meio de sua Administração Direta, ou seja, os próprios entes, em princípio, é quem ficam responsáveis pela cobrança do tributo por meio da Adm. Pública direta (União, estados, municípios e DF). Acontece, entretanto, que a capacidade tributária ativa, conforme o ART. 7º do CTN é
CARACTERÍSTICAS DA CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA
a) Delegável: desde que para uma pessoa de direito público encartada dentro de sua estrutura federativa (ex: município – município; autarquias e fundações).
§ 1º do ART. 7º - se o ente delega a capacidade ativa para outra pessoa jurídica de direito público (autarquia ou fundação) os privilégios processuais passam a ser dessa pessoa também.
OBS: A regra é, quem criou cobra, mas é plenamente possível que a Adm. Pública direta (entes federativos) delegue a capacidade tributária ativa para a Administração indireta (autarquias e fundações). A receita do tributo recolhido, quando da delegação, fica com o ente delegado. Sendo a delegação revogada, a cobrança do tributo, a receita, dali para frente (EX NUNC) retorna para o ente federativo que possui a capacidade tributária originária ---- isso é o que diz o §2º do ART. 7º CTN.
 §3º do ART.7º -- o verbo “arrecadar	“, aqui, tem o sentido de mera coleta, recebimento, ou seja, pessoas jurídicas de direito privado podem executar a função de coleta, mero recebimento, mas não de fiscalização e cobrança (arrecadação), as quais são funções específicas da Adm. Pública.
O exercício da competência tributária resulta na criação do tributo, portanto numa LEI – é ato legislativo;
O exercício da capacidade tributária ativa resulta no ato administrativo que se chama LANÇAMENTO – função administrativa;
O ART. 142 CTN dispõe sobre o ato administrativo de lançamento (ato vinculado).
b) Caducável: da análise do ART. 173 do CTN se extrai que a capacidade tributária ativa é caducável – se em 5 anos não for procedido o lançamento da dívida (ato administrativo que demonstra que a Administração Pública não está inerte), então a dívida caducará.
c) Exclusividade/privatividade: quanto a essas duas características, em princípio eles estão presentes, sendo a capacidade exclusiva e privativa, mas é sabido que a Administração Pública direta pode transferir sua capacidade para a Administração pública indireta.
LIMITES CONSTITUCIONAIS DO PODER DE TRIBUTAR:
· ART. 150 da CF Corresponde a uma parcela da soberania estatal.
Quem exerce a soberania estatal é a
República Federativa do Brasil.
O poder de tributar passa por um “filtro” que são a Constituição Federal e o CTN e se transforma em competência.
11/03/2019 – Segunda-feira- 5ª AULA
CONTINUA: LIMITES CONSTITUCIONAIS DO PODER DE TRIBUTAR
· ART. 150 da CF
RECAPITULANDO: Competência tributária é uma atribuição que está na ordem da AUTONOMIA dos entes federativos; ou seja, os entes são autônomos, eles têm poder, mas esse deve ser exercido nos termos da Constituição ----- competência tributária é, portanto, um atributo dos entes federativos, relacionado à sua autonomia que significa a aptidão para instituir/criar tributos que se encontram previamente reservados pelo próprio texto Constitucional.
ATENÇÃO: não confundir o ente federativo com o Estado brasileiro (República Federativa do Brasil) ---- essa goza do atributo chamado SOBERANIA: o Estado exerce um poder em seu limite territorial e não se submete ao poder de outros Estados estrangeiros.
 Soberania NÃO SE CONFUNDE com autonomia. Soberania é um atributo do Estado, enquanto a autonomia é dos entes federativos. 
	Um dos aspectos da soberania é o chamado PODER DE TRIBUTAR. Chama se de poder porque o contribuinte está sujeito ao pagamento do tributo a despeito de sua vontade ou anuência em realizar ou não a previsão; se não pagar o tributo, o Estado retira seu patrimônio.
	O que acontece é que esse PODER DE TRIBUTAR é limitado, pois o Estado se constitui como um Estado de Direito. A Constituição é a responsável por realizar a primeira limitação ao poder de tributar.
	O poder de tributar (aspecto da soberania, pertencente o Estado brasileiro) limitado pela CF e demais leis desemboca no conceito de competência tributária. Do ponto de vista tributário o particular sempre relaciona com a competência e não com o poder na sua forma “crua”, mas esse sempre está por trás dessa relação.
 Competência já é o Poder de Tributar moldado pelo direito.
O ART.150 inaugura o capítulo: LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR.
 Mas quais são as limitações do poder de tributar?
RESPOSTA: são basicamente duas: 
1-) os princípios constitucionais tributários = limitam o poder de tributar e porque limitam o poder de tributar, estabelecem os contornos da competência tributária. Os contornos da competência tributária correspondem ao âmbito (o arco) de atuação possível do ente federativo (ex: União instituir IPTU).
2-) as imunidades tributárias = regras de competência negativa
Não pode tributar
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS:
São normas amplas/genéricas que agasalham valores e limitam o poder de tributar. 	
ART 150, caput, anuncia uma série de vedações aos entes federativos. O artigo se dirige a todos os entes federativos porque são eles os dotados de competência tributária; são eles os que PODEM instituir tributos, e para fazê-lo, caso queiram, devem se atentar aos princípios constitucionais de limitação tributária.
OBS: o ART. 150 não exaure as garantias ao contribuinte!
· §1º, ART 150 – PRINCÍPIO DA (ESTRITA) LEGALIDADE TRIBUTÁRIA: como qualquer outro princípio da legalidade, o da legalidade tributária põe em destaque o Poder Legislativo (já que a ele se incumbe a criação da Lei). O Poder Executivo participa também da criação da Lei, mas apenas emmenor intensidade, quando da deliberação para sanção ou veto da criação do diploma legal que institui um tributo.
Uma interpretação literal do ART. 150,§ 1º temos que é vedado aos entes federativos: a) exigir ou b) aumentar tributos sem lei que determine (estabeleça); assim, pode-se dizer que ele não passa de um desdobramento do princípio da legalidade genérico do ART. 5º, II da CF. Nesse sentido extrai-se que o EXIGIR a que se refere o ART. 150,§1º tem o significado de CRIAR/INOVAR no ordenamento jurídico.
		
	EXIGIR = manifestação do Poder Legislativo = só se procede a criação de tributos por meio de Lei ---- REGRA
 	
ATENÇÃO: Importante ressaltar que criar um tributo NÃO SIGNIFICA CONCEDER MERA AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA, mas sim que a Lei deve descrever com razoável precisão todos os aspectos necessários para a qualificação de uma relação jurídica como relação tributária, ou seja, relação jurídica, cujo objeto é a exigência do tributo.
 
 Criar tributos significa que a lei deve descrever abstratamente os elementos/aspectos necessários à qualificação de uma relação jurídica como relação tributária. Essa descrição abstrata de todos os elementos ou aspectos necessários à qualificação de uma relação jurídica tributária é chamada HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA
		 Estar na hipótese de incidência = estar na Lei
São aspectos que devem estar contidos na hipótese de incidência:
1-) ASPECTO PESSOAL: utilizando o IPTU como exemplo
	 Sujeito Ativo = Município da cidade de Campinas (ente federativo);
	 Sujeito Passivo = proprietário do imóvel (contribuinte)
2-)ASPECTO TERRITORIAL: espaço geográfico dentro do qual pode surgir o dever de recolhimento de tributo (no exemplo, a cidade de Campinas); local onde se considera ocorrido o fato gerador.
3-) ASPECTO MATERIAL: descrição do fato gerador; descrição abstrata de um comportamento, de uma conduta que em direito tributário identificamos como fato gerador.
· A diferença entre o aspecto material da hipótese de incidência e o fato gerador é que o primeiro é a descrição abstrata do fato/conduta, enquanto que o fato gerador corresponde ao próprio comportamento em si, localizado no mundo do SER.
	Não se pode tributar as pessoas em geral, apenas as pessoas que revelem um comportamento/conduta = fato gerador apto a demonstrar riqueza, não relacionado à condição pessoal do particular. 
4-) ASPECTO QUANTITATIVO: a lei deve descrever os elementos que permitam quantificar o tributo. Esse aspecto manifesta-se por meio de dois elementos:
 Base de Cálculo Alíquota
A dimensão de valor que se vai relacionar com o aspecto material denomina-se BASE DE CÁLCULO ---- relaciona-se umbilicalmente com o aspecto material.
O segundo elemento pelo qual se manifesta o aspecto quantitativo é a ALÍQUOTA, uma fração que possibilita mensurar a base de cálculo, para parametrá-la evitando-se o confisco ou o abuso quando da instituição valorativa.
5-) ASPECTO TEMPORAL: significa o momento em que se considera ocorrido o fato gerador; corresponde ao momento em que se considera ocorrido o fato gerador.
RESUMINDO
Criar tributos significa que a Lei deve descrever os cinco 	aspectos da hipótese de incidência; ausente um desses aspectos considera-se que o tributo não foi criado, tendo-se apenas uma aparência de tributo. 
12/03/2019 – Terça-feira- 6º AULA
O princípio da estria legalidade significa a reserva absoluta da lei, não basta uma simples autorização do Poder Legislativo, a lei deve exaurir, descrever todos os elementos da hipótese de incidência.Esses aspectos/ elementos constituem-se como um espelho da relação jurídica tributária.
Ausente um dos aspectos, o tributo não pode ser conhecido como criado.
A exigência da descrição detalhada dos elementos constitui-se como um sub princípio denominado
 
 SUB PRINCÍPIO DA TIPICIDADE CERRADA/FECHADA: a norma de imposição tributária deve ser estruturada na forma de tipos - o que quer dizer, a descrição de uma conduta, à qual se liga uma consequência (qual seja, o recolhimento do tributo).Essa tipicidade confere segurança jurídica e NÃO DEVE comportar interpretações extensivas/ampliativas. Nesse sentido, tem-se que esse tipo deve ser ao máximo descritivo para limitar a margem de ação da Adm. Pública.
**OAB e PROVA: o ART. 97 do CTN desdobra, positiva essa exigência de completude da norma tributária.
- inciso I: somente por lei se pode EXTINGUIR o tributo;
- inciso II: somente por lei, também, se pode reduzir tributos;
- inciso V: afirma que também está sob reserva de lei a fixação de sanção ligada a atividade tributária.
 AUMENTAR TRIBUTO: o princípio da legalidade agasalha, além da criação, a majoração do tributo; aumento tributário significa mexer no aspecto quantitativo, portanto alterar a base de cálculo ou a alíquota, e para tanto, para que se proceda ao aumento da carga tributária é necessário recorrer ao Poder Legislativo. ---- alteração por Lei, nunca pelo Poder Executivo, menos ainda pelo Judiciário.
	Existe um instrumento de Adm. Pública chamado “Planta Genérica de Valores”, a qual estabelece de antemão o valor de base de cálculo.
 § 1º do ART. 97 do CTN: quando houver modificação da base de cálculo que importe em um aumento real (acima do índice da inflação), então a modificação na base de cálculo precisará ser feita por lei, porque se equipara ao aumento do tributo.
 § 2º do ART. 97 do CTN: não constitui majoração a aplicação do índice de correção monetária, logo, ela não importa em majoração, assim sendo, não está sob reserva legal podendo ser procedida por outra espécie de ato normativo.
OBS: LEI é ato normativo primário (que inova no ordenamento), genérico e abstrato de competência do Legislativo com coparticipação do Executivo.
	O tributo deve ser criado, como regra, por meio de lei ordinária. Excepcionalmente a CF exige que o tributo seja instituído por Lei complementar – são os tributos que estão sob reserva de lei complementar.
DIFERENÇA ENTRE LEI ORDINÁRIA E COMPLEMENTAR
 Dois são os critérios que diferenciam leis ordinárias de complementares:
· Quórum de aprovação; 
· Matéria versada.
 Mas quais são os tributos sob reserva de Lei Complementar?
1) Empréstimos compulsórios – ART. 148, CF.
2) Imposto sobre grandes fortunas – ART.153,VII
3) Impostos novos ou ditos residuais = União pode criar desde que o faça por Lei complementar – ART.154, I da CF; 
4) ART. 195,§4º = está falando de uma contribuição social para a seguridade social (previdência, assistência e saúde). A lei poderá instituir, no entanto, outras contribuições sociais, se ela for nova, inovar no ordenamento será dita contribuição social residual, assim se adequará ao ART. 154,I da CF, devendo ser instituída por meio de lei complementar.
OBS: Os tributos que estão sob reserva de lei complementar não podem ser objeto de medida provisória.
18/03/2019 – Segunda-feira – 7ª aula
· EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:	
O que significa que um tributo é exceção ao princípio da legalidade?
RESPOSTA: Significa, num primeiro momento, que a criação ou aumento de certos tributos podem se dar por outro ato normativo inferior à Lei. Como esse princípio é regulado pela CF, é ela que também regulamentará sua exceção.
O ART. 153,§1º CF nos explicita como acontece a aplicação prática disso.
O rol trazido pelo artigo supra é composto por:
a) Impostos sobre importação (II) diz-se exceção aparente
b) Impostos sobre exportação (IE) = deve ser criada por lei,
c) Impostos sobre operações financeiras (IOF) podendo haver alteração 
d) Impostos sobre produtos industrializados (IPI) por outro ato normativo 
 quanto à alíquota
 TODOS DE COMPETÊNCIA FEDERAL
Os impostos acima descritos são exceções ao princípio da legalidade na medida em que sua ALÍQUOTA (aspecto quantitativo)pode ser alterada (sofrer aumento ou diminuição) por meio de decreto do Poder Executivo. Para que se proceda a essa alteração, no entanto, existem limites máximo e mínimo.
Esses impostos são aqueles que afetam diretamente o mercado, portanto tem característica EXTRA-FISCAL.
 Todo tributo tem característica FISCAL, é a chamada fiscalidade = serve para coletar dinheiro, serve como instrumento de arrecadação. Alguns tributos possuem também a característica EXTRA-FISCAL: utiliza-se a arrecadação como forma de intervenção no mercado (forma de controle da balança comercial).
 OBS: Os ARTS. 21 e 26 do CTN não foram recepcionados pela CF no que concerne à base de cálculo (pelo poder Executivo).
Outra exceção, também aparente, nos é dada pela observação do ART. 177, §4º, I da CF que versa sobre as Contribuições (contribuição especial) de Intervenção no Domínio Econômico (C.I.D.E – combustíveis). Diz que a alíquota da C.I.D.E. combustíveis pode ser reduzida e reestabelecida por decreto. Ela não pode ser criada por decreto, apenas por LEI, que fixará os limites da alíquota. É de competência da União.
Igualmente exceção, é o versado pelo ART. 155, §4º, IV da CF – ICMS combustíveis (competência dos Estados e DF):as alíquotas são/serão DEFINIDAS POR DELIBERAÇÃO dos estados e DF, a qual assume forma de um convênio, que é adotado no âmbito do Conselho das Fazendas dos estados e DF (CONFAZ).
A alíquota do ICMS combustíveis é FIXADA pelo CONFAZ.
	Essa exceção é mais potente porque não se trata de mera modificação da alíquota, mas sim de sua determinação, portanto complementação do aspecto quantitativo da hipótese de incidência.
· MEDIDA PROVISÓRIA E CRIAÇÃO DE TRIBUTOS:
O Poder Executivo pode, por autorização da CF, exercer função legislativa atípica. Assim, por exceção, o chefe do executivo da União pode legislar atipicamente por meio de MP, a qual tem força de lei ordinária. Deduz-se isso, pois o ART. 62, §1º, III diz que é vedada a edição de MP sobre matéria reservada a lei complementar, logo elas terão força de lei ordinária quando editadas pelo Poder Executivo.
*** Da análise comparativa do ART. 150, I da CF que exige que o tributo seja criado ou aumentado por lei e do ART. 62 da CF que dispõe que a MP tem força de Lei, conclui-se que, uma vez que essa goza de força de lei, impostos PODEM ser criados ou AUMENTADOS por medida provisória, exceto aqueles sob reserva de lei complementar; também só podem os de competência federal, já que a MP é de atribuição do chefe do Executivo da União.
 É possível criar ou aumentar tributos por meio de Lei Delegada?
Sim, excetuados os tributos reservados a Lei complementar. É muito similar à criação por MP, com a diferença de que o Presidente pede autorização ao Congresso para criar a Lei.
 Não se cria, nem se aumenta tributos por resolução, mas ela tem importante função no sistema que é fixar as alíquotas máximas e mínimas de certos tributos.
 
 Decreto Legislativo: ato de competência do Congresso ---- não cria nem aumenta tributos, mas internaliza tratados internacionais.
 Emenda Constitucional até pode versar sobre a criação de tributos, mas não deve.
19/03/2019 – Terça-feira – 8ªAULA
· PRINCÍPIO DA ISONOMIA TRIBUTÁRIA: deriva do princípio geral da isonomia, previsto no ART. 5º da CF.
A isonomia é observada a partir de dois aspectos:
· ISONOMIA FORMAL = garante que todos devem receber tratamento idêntico/equânime por parte da lei, o que significa que a Lei em seu conteúdo não pode agasalhar privilégios ---- ficam vedados os privilégios odiosos*** PRINCÍPIO DOS PRIVILÉGIOS ODIOSOS.
Sob a ótica tributária observamos que a garantia da isonomia formal está assegurada no ART. 150, II segunda parte da CF (“proibida qualquer distinção”)
 SIGNIFICA QUE TODOS DEVEM ESTAR SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO!
***privilégios odiosos são aqueles infundamentados.
Acontece, no entanto, que o princípio da isonomia formal é insuficiente porque ignora que as pessoas são diferentes, daí advém o princípio da isonomia visto sob aspecto material.
· ISONOMIA MATERIAL = significa que a Lei deve tratar de maneira desigual àqueles que estão em situações diferentes e dispender tratamento equânime para aqueles que se encontram em situação de igualdade/similaridade.
(A lei precisa desigualar quem está em situação desigual, mas o deve fazer na medida das desigualdades).
 O problema que surge disso é saber: quais são as desigualdades? Como estabelecer a medida da “desigualação”?
 O princípio da razoabilidade é a chave para essas perguntas!
O direito tributário não se preocupa com as diferenças nas condições dos contribuintes, a menos que essas impliquem em alteração na capacidade para contribuir desses contribuintes.
A lei precisa trazer dentro de si, no que concerne ao aspecto pessoal da hipótese de incidência, quanto ao sujeito passivo, a discriminação para tratamento desigual/discriminatório. Para que se considere esse tratamento discriminatório constitucional é preciso que a desigualdade que incide sobre esse sujeito passivo repercuta na capacidade contributiva.
 
	
Característica/condição singular do contribuinte + repercussão na capacidade ------- não basta só a característica singular (ex: não é razoável a isenção de IR para mulheres).
 
O princípio da isonomia tributária por si só é insuficiente para a realização da Justiça tributária (que significa usar os tributos para a erradicação da pobreza). Em sendo assim, requer-se um mecanismo mais potente e objetivo, que não dependa das condições pessoais de cada contribuinte exclusivamente. O aspecto objetivo no direito tributário é a riqueza de cada indivíduo.
Derivado do princípio da isonomia retira-se o:
· PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA: 
Trata-se de uma intensificação do princípio da isonomia.
Seu objetivo não é a característica singular do contribuinte – aspecto subjetivo contemplado no princípio da isonomia, mas sim a capacidade de contribuir do indivíduo. Aqui é levado em conta o aspecto objetivo, qual seja a capacidade contributiva.
O princípio da capacidade contributiva está disposto no ART. 145, §1º.
Por sua interpretação literal, apenas os IMPOSTOS (espécie tributária) estão sujeitos a esse princípio ------ visão da OAB.
Segundo interpretação sistemática (doutrina e jurisprudência), no entanto, OS TRIBUTOS (todas as espécies) devem variar, ou seja, devem ser graduados [palavra-chave] segundo a capacidade econômica do contribuinte.
	Para o princípio da capacidade contributiva, o aspecto quantitativo, a partir do elemento base de cálculo é o que sobressai. 
Ainda, o princípio da capacidade contributiva é implementado na prática através de 3 mecanismos (maneira como a alíquota se relaciona com a base de cálculo): A- Proporcionalidade; B- Progressividade; e C- Seletividade.
25/03/2019 – Segunda-feira – 9ªAULA
	 
RECAPITULANDO
O princípio da isonomia visa IMEDIATAMENTE o legislador que vai criar o tributo; MEDIATAMENTE, ele se direciona ao contribuinte, portanto se liga ao aspecto pessoal da hipótese de incidência (aspecto subjetivo da relação), particularmente, na face passiva do aspecto subjetivo.
OBS: Diferença elementar entre o princípio da isonomia e princípio da capacidade contributiva 
 O princípio da isonomia capta o aspecto subjetivo da tributação, já o princípio da capacidade contributiva se direciona ao aspecto objetivo.
CONTINUAÇÃO: PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA
3 são os mecanismos através dos quais o princípio da capacidade contributiva é implementado:
1. PROPORCIONALIDADE = alíquotas idênticas para bases de cálculo distintas.
EX: JOSÉ -------- 100.000,00 --- 10% ARRECADAÇÃO: R$ 10.000,00
 PEDRO --------- 1000,00 --- 10% ARRECADAÇÃO: R$ 100,00
O valor arrecadado será diferente e proporcional à riqueza arrecadada.
	
A proporcionalidade NÃO REALIZA o princípio da isonomia do ponto de vista material, apenas do ponto devista formal, na medida em que trata como iguais contribuintes em situações díspares.
 Esse ponto de vista não é pacificado, constituindo-se como a corrente minoritária; a maioria dos autores vislumbra que, sim, o mecanismo da proporcionalidade realiza o princípio da isonomia porque alcança resultados diferentes. 
2. PROGRESSIVIDADE = alíquotas diferentes para bases de cálculo diferentes, alíquotas que se elevam à medida que se eleva a base de cálculo, sendo o contrário igualmente válido.
Mecanismo da REGRESSIVIDADE = alíquotas diferentes p/ bases de cálculo diferentes, alíquotas que diminuem conforme a base de cálculo aumenta. Á luz da CF, o mecanismo da REGRESSIVIDADE é inconstitucional.
O STF adotou uma interpretação muito peculiar quanto à expressão “sempre que possível” constante no § 1º do ART. 145 da CF. Nesse sentido, progressivos para o STF devem ser os IMPOSTOS PESSOAIS; mas existem outros impostos chamados IMPOSTOS REAIS (aqueles que incidem sobre uma coisa, ex: IPTU, IPVA, ITR), que segundo o STF, não revelam efetivamente a capacidade contributiva da pessoa, para esses impostos reais, porque não revelam a capacidade contributiva, realiza-se o princípio da capacidade contributiva por meio do mecanismo da proporcionalidade.
DOUTRINA: para a doutrina existe um consenso de que a diferença entre imposto pessoal e real é irrelevante, no que concerne à revelação de maior ou menor capacidade contributiva. 
Para a doutrina, como não importa se o imposto é real ou pessoal utilizam-se os mecanismos de proporcionalidade a conveniência do legislador.
	
 ESSE RACIOCÍNIO VALE PARA IMPOSTOS!! Para outras espécies tributárias essa discussão deve ser pontual.
ASSIM: 
1. O princípio da capacidade contributiva se aplica a todos os tributos;
2. Os mecanismos da proporcionalidade e da progressividade também valem para todos os tributos; 
3. O que varia de acordo com cada espécie tributária é o modo de aplicação desses mecanismos.
A CF estabelece de antemão alguns impostos que são progressivos e que nem o STF conseguiu adotar interpretação diferente:
I. ART. 153, § 2º da CF - Imposto de renda será progressivo;
II. ART. 156, §1º, I da CF – IPTU, segundo jurisprudência do STF, por ser um imposto real (incide sobre coisas) deveria ser regulado pelo mecanismo da proporcionalidade. Mas a CF dispõe nesse inciso que o IPTU, ainda que imposto real, será regulado pelo mecanismo da progressividade.
ENTÃO: De acordo com a CF, à luz da jurisprudência do STF, os impostos reais realizam o princípio da capacidade contributiva pelo mecanismo da proporcionalidade, exceto se houver disposição expressa da CF determinando a progressividade.
*** Da observação desse artigo percebe-se que o IPTU comporta duas progressividades : A-) uma em razão do valor, dita progressividade fiscal (fundada no valor do imóvel) – mera arrecadação; e B-) uma “progressividade no tempo”, dita extrafiscal. Essa progressividade no tempo pode ser observada no ART. 182, 4º, II da CF.
 A finalidade do IPTU no tempo não tem como objetivo a arrecadação, o objetivo dela é induzir (constranger indiretamente) o proprietário do imóvel urbano a adequar seu imóvel à função social da propriedade. 
	Atende a função social quando cumprido o plano diretor (ART. 182, §2º da CF).
***A progressividade no tempo funciona
com o acréscimo da alíquota, anualmente, à alíquota do IPTU no valor, CASO a propriedade não esteja cumprindo sua função social.
26/03/2019 – Terça-feira – 10ªAULA
À luz do debate travado acima, duas súmulas merecem destaque:
· Súmula 668 do STF: até a EC 29/2000 era considerada inconstitucional a lei que estabelecesse a progressividade fiscal das alíquotas para o IPTU, sendo considerada constitucional apenas a progressividade extrafiscal. Isso acontecia porque o STF, como já dito, entendia que impostos reais realizam o princípio da capacidade contributiva pela proporcionalidade, para ser diferente deveria haver determinação expressa no sentido de estabelecer a progressividade fiscal. Até 2000, a CF não possuía nenhuma previsão nesse sentido, apenas garantindo a progressividade extrafiscal, com a EC 29 passou a existir previsão explicita pela progressividade fiscal das alíquotas do IPTU.
· Súmula 656 do STF: Imposto sobre a transmissão de bens imóveis (ITBI)= esse imposto tem caráter real. Diz a súmula que é inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o ITBI com base no valor venal do imóvel – logo é inconstitucional a progressividade fiscal. Nesse sentido o STF está reafirmando sua jurisprudência, ao entender que o imposto real deve realizar o princípio da capacidade pelo mecanismo da proporcionalidade.
 ART. 153, §4º, I = o ITR será progressivo (maior base de cálculo, maior alíquota) – trata-se de um imposto real, mas progressivo – verifica-se que foi afastada a jurisprudência do STF.
Além da progressividade fiscal, esse imposto comporta a progressividade extrafiscal, em razão da produtividade daquela propriedade = quanto > a IMPRODUTIVIDADE, > a alíquota.
	Possível virada jurisprudencial do STF = ITCMD; no que tange ao ITCMD, um imposto que pode assumir o caráter de real ou pessoal (a depender do que se herda), o estado de GO editou uma lei determinando que esse imposto seja progressivo, independentemente do caráter que possa vir a assumir. Indo até o STF, os advogados dos contribuintes questionaram, mas o posicionamento do STF, contrariando sua própria jurisprudência tradicional, declarou a CONSTITUCIONALIDADE dessa lei, dizendo que o ITCMD é progressivo, apesar de ser um imposto real.
 O que aconteceu, nesse caso, foi o entendimento de que não era mais relevante a diferença entre imposto real e pessoal; não significa que a jurisprudência mudou, que o STF mudou de posição ---- foi apenas UM julgado.
3.SELETIVIDADE = 
I. O IPI será seletivo em função da funcionalidade do produto (CERTEZA);
II. ART. 155, §2º, III: ICMS poderá ser seletivo em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços.
ICMS e IPI são ditos impostos indiretos porque o contribuinte de direito repassa o valor para o contribuinte de fato (consumidor), ou seja, o contribuinte de direito não arca com o valor do imposto.
Os tributos indiretos não nos permitem identificar o contribuinte de fato.
O mecanismo de seletividade entra, então, para garantir que as alíquotas devem variar conforme a essencialidade do produto ou mercadoria, quanto mais essencial, menor a alíquota, quanto menos essencial, maior a alíquota (ex: remédio). 
 Não se utiliza a base de cálculo como fundamento, mas sim a essencialidade do produto.
01/04/2019 – Segunda-feira – 11ª AULA
3.SELETIVIDADE = CONTINUAÇÃO
 ART. 155, § 6º da CF = alguns autores entendem que esse artigo fala em seletividade (logo IPVA seria um imposto seletivo) – acontece que esse não é um entendimento unânime, há divergência doutrinária, tanto que a maioria dos autores entende que se trata de progressividade;
 ART. 156, §1º da CF = alíquotas diferentes de acordo com o uso e a localização do imóvel (IPTU será progressivo nessas condições).
· LIMITES AO PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA: são dois os limites, um inferior e outro superior.
Os limites são situações a partir das quais não se deve graduar o tributo, deve ser cessada sua graduação; em certas circunstâncias não deverá, sequer, haver tributação. (Situações que, uma vez verificadas, interrompem a graduação da tributação, ou mesmo implicam na própria ausência de tributação).
O princípio da capacidade contributiva pressupõe capacidade para contribuir.
INFERIOR = ausência de capacidade para contribuir. O limite inferior tem estrita ligação com o chamado MÍNIMO EXISTENCIAL, garantido e protegido constitucionalmente (dignidade da pessoa humana). Tributar o mínimo existencial seria ferir, então, a dignidade das pessoas.
LIMITESUPERIOR = Implica na pressuposição da capacidade contributiva,mas que está a serviço da proteção do direito à propriedade privada. O aumento excessivo na tributação pode violar esse direito, por isso é que, em dado momento, cessa a graduação.
	 
O mínimo existencial não se encontra positivado na CF, no entanto, a garantia, o resguardo à propriedade privada é extraído da CF.
Do limite superior da capacidade contributiva deriva o: 
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DO CONFISCO (ART.150, IV): estabelece que é vedada a utilização do tributo com efeito de confisco (que nada tem a ver com desapropriação, pois nessa o patrimônio não pode sofrer diminuição, apenas muda de forma. O confisco, por sua vez, implica na redução patrimonial e só).
	O ordenamento brasileiro veda o confisco de patrimônio porque se protege a propriedade privada, a única exceção é estabelecida no ART. 243 da CF.
	Efeito de confisco significa que o Estado não pode usar o tributo como forma de confisco indireto (confisco disfarçado).
	
1- Como saber se o tributo é confiscatório ou não?
R: A análise do caráter confiscatório de um tributo depende da relação entre alíquota, base de cálculo e fato gerador.
	2- Como analisar o caráter confiscatório de um tributo?
R: Existe uma possibilidade que é a análise global; corresponde à análise do total de carga tributária que incide sobre um indivíduo ou uma empresa. Além dessa há uma possibilidade de análise singular. O ideal é sempre tentar recorrer à primeira forma de análise.
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA (CF, ART. 150, III, alínea a):
O princípio da irretroatividade da norma jurídica é um princípio geral do direito (ART. 5º, XXXVI) que homenageia o sobreprincípio da segurança jurídica.
Também, ao direito tributário se aplica esse princípio determinando a proteção do ato jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada.
Nesse princípio estamos falando da norma que cria ou aumenta o tributo, portanto sujeita ao princípio da irretroatividade tributária. Significa que a lei que cria ou aumenta tributos deve ter efeito {prospectivo} – pró futuro, não pode qualificar atos que aconteceram antes do início de sua vigência, sob pena de violar o princípio da segurança jurídica.
OBS: existe uma impropriedade na alínea “a”= não se pode falar em fato gerador antes do início da vigência de uma lei, mas essa impropriedade é salva pela palavra vinda à sequência – “aumentado” – é uma atecnia, pois não existe fato gerador pretérito.
02/04/2019 – Terça-feira – 12ª AULA
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA (CF, ART. 150, III, alínea a): continuação;
O princípio da irretroatividade tributária pressupõe o princípio da legalidade tributária, no sentido de que se afirma que a lei que cria ou aumenta o tributo deve produzir efeitos pró-futuro. Ela passa a qualificar os fatos que ocorrem depois do início de sua vigência; ao qualificar esses fatos, esses recebem o nome de FATOS GERADORES.
Antes do início da vigência, esses fatos não tem significação tributária, para fins de recolhimento.
Portanto o princípio, aqui, homenageado é o princípio da segurança jurídica.
Se a lei pretender qualificar fatos pretéritos como geradores ela será inconstitucional --- a lei retroativa é uma lei inconstitucional.
Criação e aumento de tributo, não há que se discutir, inadmissível a retroatividade, mas e no caso de uma lei que extingue ou diminui a carga tributária, poderia a lei retroagir? (ART. 101 CTN)
 A lei que extingue, ou reduz a carga tributária, como REGRA GERAL, produzirá efeitos também prospectivos, ou seja, só valerá a extinção ou a redução, a partir do momento da vigência da lei.
Caso, no dispositivo da lei haja previsão para a retroatividade (isso é possível), a lei retroagirá para o período em comento na lei, significando que os fatos geradores deixam de ser (por uma qualificação retroativa) fatos geradores, se assim for, o tributo que se recolheu será um tributo indevido, devendo haver a devolução dos valores recolhidos a título de tal tributo.
Se a lei extingue ou reduz um tributo e nada fala – presunção pró futuro; se ela extingue ou reduz, mas ressalva “essa lei retroage”, precisaremos saber se essa retroatividade é constitucional ou inconstitucional. (SABER SE ISSO NÃO VIOLA O PRINCÍPIO DA ISONOMIA).
	RESUMO: a lei que diminui ou extingue tributos pode retroagir? DEPENDE; é necessário se fazer duas reflexões: uma que passa pelo crivo da isonomia (razoabilidade no critério); se tiver passado no crivo da isonomia avança-se para o critério orçamentário, devendo ser feito o estudo na lei orçamentária para que seja fixada melhor forma de proceder à devolução do valor sem comprometimento do orçamento público.
 Lei que cria ou aumenta tributo = nunca pode retroagir;
 Lei que extingue ou diminui tributo = depende; se a lei é omissa na retroatividade, os efeitos serão pró-futuro; sendo explícita, devemos analisar o princípio da isonomia e depois as questões orçamentárias e financeiras, pra ver se a devolução seria impossível ou não. 
OBS: é razoavelmente improvável a devolução do valor recolhido a título daquele tributo que, agora, sofreu redução ou extinção, pois o dinheiro já foi gasto.
O CTN estabelece regras de retroatividade da norma tributária, ao fazer isso, ele não está tratando de lei que cria ou aumenta tributos.
· ART 106 do CTN*** (OAB) = estabelece outras situações diferentes da redução e extinção, em que as normas poderão retroagir.
A lei tributária interpretativa pode retroagir; uma lei interpretativa é aquela que fixa uma interpretação a respeito de uma outra lei. (refere-se sempre à uma lei anterior) A lei interpretativa significa que o legislador adota uma lei, interpretando uma lei anterior (não é a função mister do Poder Legislativo interpretar a lei). A lei interpretativa retroage, ela qualifica os fatos passados, desde a lei número 1 a que lhe cabe interpretar. A lei número 2 se implicar na criação ou aumento de tributos não pode retroagir; se tratar da extinção ou diminuição de tributos, não deve ser considerada interpretativa.
A lei interpretativa também não pode implicar aplicação de penalidade/infração dos dispositivos interpretados (não se pode qualificar os fatos pretéritos como infracionais). 
OBS: Interpretar uma lei significa extrair todos os sentidos dela e escolher um deles; acontece que a lei interpretativa NÃO PODE INOVAR (deve ficar dentro dos sentidos possíveis da lei interpretada).
Um exemplo de lei interpretativa = Lei complementar 118/2005 (ART. 3º) está remetendo ao CTN.
· ART. 106, inciso II: a lei aplica-se a ato ou fato pretérito tratando-se de ato não definitivamente julgado. As alíneas a, b e c estão tratando de infração tributária; aqui se fala de algo que não se confunde com o tributo: penalidade, multa, infração ---- esses não tem nada a ver com tributo porque decorrem de uma conduta ilícita.
O CTN está dizendo, nesse caso, que a lei que deixa de considerar um ato como infração, ou a lei que reduz/extingue uma penalidade, está AUTORIZADA A RETROAGIR (poderá ser aplicada a um fato pretérito)! – se for mais benéfica.
	Situação problema = Em fevereiro de 2018 foi lançada a Lei número 1, ela estabelecia uma alíquota de 15% (tributo) e uma multa de R$ 500,00 (infração). Em novembro, o contribuinte praticou o fato gerador do tributo, mas também praticou uma infração. Em dezembro ele foi notificado para pagar o tributo e a multa. Em janeiro ele recorreu; em março adveio a Lei número 2, essa lei baixou a alíquota do tributo para 5% e baixou o valor da multa. Para R$ 100,00 reais. Qual o valor de alíquota e de multa que esse contribuinte deverá recolher, à luz do princípio da irretroatividade?
RESPOSTA: No que concerne à alíquota, se a lei não disse nada quanto à retroatividade, aplica-se a regra geral e os efeitos da lei nova ficam sendo prospectivos, portanto, o contribuinte deverá pagar a alíquota de 15%. Com relação à multa, pelo fato de o ato não estar definitivamente julgado, haja vista que o contribuinte recorreu, então, aplica-se a lei que institui o valor da multa maisbaixo, posto que a lei seja mais benéfica. Se não tivesse havido o recurso, se o contribuinte já tivesse pago, não caberia a retroatividade.
08/04/2019 – Segunda-feira – 13ª AULA
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA (ART.150, III, “b” e “c” – CF):
	O princípio da anterioridade também positiva o sobre princípio da segurança jurídica, mas em uma vertente específica, qual seja o sub-princípio da NÃO SURPRESA DO CONTRIBUINTE (este não pode ser surpreendido quanto à tributação). É preciso, portanto, que exista um tempo entre a publicação da lei e a efetiva exigência do tributo, a fim de que o contribuinte se prepare.
	A imposição de uma carga tributária não pode ser imediata.
	O princípio da anterioridade se desdobra em duas regras, a da alínea “b” e da alínea “c”. 
(1) ALÍNEA “b” = princípio da anterioridade comum ou de exercício;
(2) ALÍNEA “c” = princípio da anterioridade nonagesimal ou noventena/ anterioridade mitigada.
O princípio da anterioridade é, assim, a aplicação conjunta da anterioridade comum e da anterioridade nonagesimal.
(1) ANTERIORIDADE COMUM = CF, ART.150, III, “b”:
Está preocupada com o EXERCÍCIO FINANCEIRO, que vem a ser o período de tempo estabelecido legalmente dentro do qual se considera toda a atividade financeira do Estado, isto é, suas receitas e suas despesas (entradas e saídas de dinheiro). No Brasil, o exercício financeiro coincide com o ano civil (jan/dez).
Ressaltamos que a alínea b trata da LEI QUE CRIA OU AUMENTA a carga tributária. Quanto à lei que extingue ou diminui um tributo, ela pode ter vigência imediata.
De acordo com o princípio da anterioridade comum, o tributo instituído ou aumentado por lei somente poderá ser exigido a partir do 1º dia do exercício financeiro seguinte ao da publicação da referida lei. Isso corresponde a uma vacatio legis especial, posto que garantida pela CF.
 Para contornar a insegurança jurídica que existia nas situações em que o tributo era criado no final do exercício financeiro, o poder constituinte de reforma houve por bem introduzir a alínea “c” no inciso III do ART. 150, positivando, assim, a chamada ANTERIORIDADE NONAGESIMAL.
(2) ANTERIORIDADE NONAGESIMAL = CF, ART. 150, III, alínea “c”:
Esse princípio não se ocupa do exercício financeiro, não está preocupado em saber em que exercício financeiro o tributo foi criado ou aumentado; ele se ocupa, sim, do intervalo de 90 dias entre a publicação da lei que cria ou aumenta o tributo e a exigência do tributo. 
Então se um tributo for criado em 31 de dezembro de 2019 ele poderia ser exigido, pela anterioridade nonagesimal, apenas 90 dias depois de sua instituição, o que seria mais ou menos 31 de março de 2020.
 ART. 195, §6º, CF: é originário da CF, ele se refere às contribuições sociais para a seguridade social, exigindo o intervalo de 90 dias, por isso sendo chamado de anterioridade especial (que corresponde à nonagesimal).
	A partir de 2003, todos os tributos, com a introdução da alínea “c” ao ART. 150, III da CF, passaram a estar submetidos à anterioridade comum e à anterioridade nonagesimal. Para as contribuições sociais para a seguridade social usa-se a expressão anterioridade especial, visto que a essa elas já estavam sujeitas desde a promulgação da CF.
A) Uma lei editada em 28/AGO/2019 aumentando o ITR, quando poderá ser exigida?
ANT. COMUM (exercício financeiro seguinte): 01/JAN/2020;
ANT. NONAG (contados 90 dias): aprox. 28/NOV/2019.
Perceba, as duas anterioridades são aplicadas conjuntivamente, mas prevalece o mais benéfico, qual seja a ANT. COMUM.
B) Uma lei editada em 30/NOV/2019 aumentando o ITR, quando poderá ser exigida?
ANT. COMUM (exercício financeiro seguinte): 01/JAN/2020
ANT. NONAG (contados 90 dias): aprox. MAR/2020
Novamente, as duas anterioridades são aplicadas, mas prevalece a mais benéfica, no caso a ANT. NONAG.
OBS: atentar para o princípio da legalidade, c/ o fim de verificar se o problema segue os parâmetros da legalidade.
IMPORTANTE:Via de regra, aplica-se SEMPRE as duas anterioridades em conjunto, só que prevalece a contagem que for mais benéfica ao contribuinte.
09/04/2019 - Terça-feira – 14ª AULA
OBS: Princípio da anterioridade vale para todos os tributos, como regra geral!
EXCEÇÕES À ANTERIORIDADE: (CF ART. 150, §1º)
O que significa dizer que um princípio é exceção ao princípio da anterioridade?
Significa dizer que a lei que o instituiu ou aumentou não se submete à anterioridade, não está reservado à ideia da não surpresa.
O fato de que nos devemos recordar é que existem 2 anterioridades, de modo que podem existir tributos que são exceção às duas anterioridades, simultaneamente, ou à uma e não à outra.
	
TRIBUTO 
(ARTIGO DA CF)
	
EXCEÇÃO À ANTERIORIDADE COMUM
	
EXCEÇÃO À ANTERIORIDADE NONAGESIMAL
	
EXCEÇÃO ÀS DUAS ANTERIORIDADES
	ART. 148, I (empréstimos compulsórios p/ atender calamidade pública e guerra externa)
	
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EXCEÇÃO ÀS DUAS ANTERIORIDADES = DETERMINA VIGÊNCIA IMEDIATA
	
ART. 153, I (imposto sobre importação – II)
	
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	EXCEÇÃO ÀS DUAS ANTERIORIDADES = IMPLICA EM VIGÊNCIA IMEDIATA
	ART. 153, II (imposto sobre exportação – IE)
	
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	EXCEÇÃO ÀS DUAS ANTERIORIDADES = IMPLICA EM VIGÊNCIA IMEDIATA
	ART. 153, III (imposto de renda)
	
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	EXCEÇÃO APENAS À ANTERIORIDADE NONAGESIMAL
	
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	ART. 153, IV (imposto sobre produtos industrializados – IPI)
	
EXCEÇÂO APENAS À ANTERIORIDADE COMUM
	
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	ART. 153, V (imposto sobre operações fiscais – IOF)
	
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	EXCEÇÃO ÀS DUAS ANTERIORIDADES = IMPLICA EM VIGÊNCIA IMEDIATA
	ART.154, II (imposto extraord. de Guerra -IEG
	
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	EXCEÇÃO ÀS DUAS ANTERIORIDADES = IMPLICA EM VIGÊNCIA IMEDIATA
	ART. 155, §4º, IV, “c” (ICMS-combustíveis)
	EXCEÇÂO APENAS À ANTERIORIDADE COMUM
	------
	------
	ART.177, §4º, I, “b” (CIDE-combustíveis)
	EXCEÇÂO APENAS À ANTERIORIDADE COMUM
	------
	------
	ART. 195, § 6º (contribuição social p/ seguridade social)
	
EXCEÇÂO APENAS À ANTERIORIDADE COMUM
	
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	ART. 155, III (IPVA – válido apenas para Base de cálculo)**
	
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	EXCEÇÃO APENAS À ANTERIORIDADE NONAGESIMAL
	
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	ART. 156, I (IPTU - válido apenas para Base de cálculo)**
	
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	EXCEÇÃO APENAS À ANTERIORIDADE NONAGESIMAL
	
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** QUANTO AO IPVA E AO IPTU, quando se tratar de aumento da BASE DE CÁLCULO, esses impostos têm como exceção apenas a anterioridade nonagesimal, sendo aplicada, portanto, somente a anterioridade comum (podem ser exigidos no próximo exercício fiscal). Quando se tratar de aumento da ALÍQUOTA não figura em nenhuma das exceções – logo as duas anterioridades são aplicadas para aumento da alíquota do IPTU e IPVA.
	É bastante questionada, também, a diferença entre o princípio da ANTERIORIDADE e o da ANUALIDADE, sendo que esse significa que toda a carga tributária que deve viger em um determinado exercício financeiro deve ser confirmada por lei no exercício anterior ---- confirmação da vigência.
 PRINCÍPIO DA ANUALIDADE NÃO FOI RECEPCIONADO PELA CF-88.
 SÚMULA VINCULANTE 50 (STF?) = “Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigações tributárias não se sujeitará ao princípio da anterioridade”.
 O prazo para recolhimento de tributo não se confunde com o aspecto temporal da hipótese de incidência, este sendo o momento em que se considera ocorrido o fato gerador, portanto, está sob reserva legal.
15/04/2019 – Segunda-feira - 15ª AULA
MEDIDA PROVISÓRIA E PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE = 
A MP está regulada pelo ART. 62 da CF, o princípio da anterioridade está regulado pelo ART. 150, III, “b” e “c”.
Como compatibilizar a MP com o princípio da anterioridade se a regra é que o contribuinte não seja pego de surpresa e a MP se regula pelos requisitos de urgência e necessidade?
A primeira corrente doutrinária, já não mais majoritária é de que a MP não é compatível com a criação ou aumento de tributos.
O STF desde sempre entendeu que são mecanismos compatíveis, ou seja, que eu posso usar MP para aumentar ou instituir tributos. Ela funcionariacomo uma forma de o presidente da Rep pressionar o Congresso; a partir do momento que ele adota a MP, a publicação da MP já passaria a valer como termo inicial da contagem do prazo do princípio da anterioridade. Então baixou a MP, ela já começaria a produzir efeitos, mas como estamos falando da criação ou aumento de tributos, baixada a MP ela ficaria com a vigência suspensa em razão do princípio da anterioridade, começando a anterioridade a ser contada a partir da publicação da MP.
Mesmo com essa jurisprudência baixada pelo STF não foi pacificada a matéria.
Em 2001, o poder constituinte de reforma introduziu no ART. 62 da CF o §2º (IMPORTANTE)! Nesse §2º a palavra mais relevante é impostos. Trata-se de uma regra que tenta conciliar o princípio da anterioridade com a MP, o problema dela é que trata apenas de IMPOSTOS.
A doutrina, assim, veio e disse que só posso usar MP se for para instituir IMPOSTOS. O STF reiterou sua jurisprudência reafirmando a compatibilidade entre os institutos, afirmando que para a espécie dos impostos aplica-se a regra do ART. 62, §2º, e para as demais espécies a sua jurisprudência. 
RESUMO: Hoje prevalece o entendimento de que MP pode criar ou aumentar tributos e é compatível com o princípio da anterioridade tributária (com ressalva da doutrina). Para impostos aplica-se a regra do ART. 62, §2º. Para as demais espécies tributárias, aplica-se o ART. 62 caput e jurisprudência do STF. Isso só vale para tributos federais e sujeitos à lei ordinária fora disso a MP será inconstitucional!!
A MP tem prazo de validade pré determinada pela CF porque se trata de função legislativa atípica do Executivo.
EXEMPLO = a MP instituiu uma taxa de fiscalização ambiental. Foi publicada dia 04/03/2019. A partir de que momento o tributo poderá ser exigido?
RESPOSTA: para fins de princípio da anterioridade fazemos a mesma reflexão que faríamos se fosse por lei, observado a anterioridade comum e nonagesimal. Pela comum seria no próximo exercício financeiro; pela nonagesimal contados após 90 dias, correspondente, aproximadamente, a 04/06/2019. Em princípio, então, atentando-se para o que seria mais benéfico ao contribuinte teríamos que essa taxa passa a ser exigível somente no próximo exercício financeiro. Inicialmente a MP terá validade de 60 dias; quando o presidente baixa a MP ela não produz efeitos, fica suspensa. Ela é válida, mas está suspensa. 
Calculando os 60 dias 04/05/2019
O Congresso não tomou providência, prorroga-se por mais 60 dias 04/07/2019.
Converteu em lei, o efeito será nenhum, a MP continua com a eficácia suspensa até 01/01/2020. Nesse caso ela será inócua. Não tem efeitos práticos, senão o de compelir o Congresso a aprovar a Lei.
EXEMPLO 2 = MP baixada em 15/11/2019. 
ANT. COMUM = próx. exercício fiscal 01/01/2020
ANT. NONAGESIMAL = 15/02/2020
Analisando os 60 dias para que a MP seja convertida em Lei = vai ser em 15/01/2019. Não deu a anterioridade nonagesimal, então continua...
Congresso não deliberou, prorroga mais 60 dias = 15/03/2020; a nonagesimal, no entanto vai dar em 15/02/2020. A partir de 15/02/2020 ela começa a produzir efeitos, mas acontece que ela terá 1 mês de existência, devendo ser convertida em lei ou desaparecer. Em tese então, a MP terá um mês de vida, produzindo efeitos no mundo jurídico...15/03/2020 é o dia da verdade.Se for convertida em lei, vida continua normal, funcionará como Lei. Se não for convertida em lei a MP caducará e o período de 15/02/2020 a 15/03/2020, com os efeitos ali produzidos serão regidos por decreto legislativo. Por esse decreto pode ser que se entenda que é devido desconsiderar a produção dos efeitos da MP nesse pequeno lapso temporal (os fatos geradores deixam de ser considerados fatos geradores), e ai cabe a repetição (devolver os valores pagos a título de contribuição); ou, pelo decreto entende-se que, sim, houve produção de efeitos pela MP e os fatos geradores são geradores, quem pagou, pagou e considera-se extinta a relação jurídica.
Qual o efeito prático? O presidente simplesmente força o Congresso a legislar sobre a taxa e ela marca o início da contagem da anterioridade, tanto comum, quanto nonagesimal.
	Essa regra dita acima é a regra para as outras espécies tributárias, agr vamos para as regras quanto aos IMPOSTOS:
ART. 62,§2º , regra, mas aí temos as exceções: II, IE, IPI, IOF, IEG.
Presidente da Rep baixou MP aumentando a alíquota sobre o Imposto sobre Exportação; a MP foi publicada 20/04/2019. Quando produz efeitos?
RESPOSTA = não precisaria usar MP, poderia ter usado decreto; MP tem força de lei. Vigência imediata, pois IE exceção às duas anterioridades na prática não tem utilização.
AGORA IPI: quando produz efeitos? Em 90 dias, pois o IPI é exceção à comum e não à nonagesimal. 
O ART.62, §2º, no que concerne às exceções é tranquilo. Baixou a MP tratando-se de imposto, aplico as regras de anterioridade com relação aos respectivos impostos. O mais difícil é tratar do ART. 62, §2º regra geral, vez que só abrange dois impostos: IR e ITR.
EXEMPLO 3= MP aumenta as alíquotas do ITR; foi publicada 10/11/2019. Quando produz efeitos?
RESPOSTA: A ANT. COMUM = 01/01/2020
ANT. NONAGESIMAL = 10/02/2020
Conversão ou não em Lei: primeiros 60 dias (prazo inicial de validade da MP) = 10/01/2020 ------ prorrogável por mais 60 dias: 10/03/2020. Entretanto, neste caso, por se tratar de imposto que segue a regra geral, esta MP só produzirá efeitos no exercício seguinte se for convertida em lei até o dia 31/12/2019 (exercício financeiro em que ela foi criada). Se ela não for convertida em lei no exercício em que foi criada, ela não produz efeitos no exercício seguinte. Ela entra o próximo exercício financeiro sem produzir efeitos, continua com a eficácia suspensa!! Para os outros tributos não existe essa exigência. Vai dar a nonagesimal e ela continuará não produzindo efeitos, porque não foi convertida no exercício financeiro de sua criação.
Deu o prazo fatal para a MP valer, o destino dela será: ou vira lei, ou caduca. Se caducar não tem problema, morreu ali. SE ela virar lei, só poderá ser exigível no próximo exercício financeiro, ou seja, em 2021 porque vale a anterioridade comum.
 
22/04/2019 – Segunda-feira – 16ªAULA
PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO – ART. 150, V
Protege um direito fundamental do ART. 5º da CF que é a liberdade de locomoção (direito de ir e vir) – esse é o direito tutelado que proíbe que os entes federativos restrinjam a liberdade de locomoção por meio do tributo – ou seja, não se pode tributar a locomoção do indivíduo.
Acontece que o dispositivo possui uma literalidade importante: ele proíbe que se tribute a locomoção entre estados (interestadual) e entre municípios (intermunicipal) – não pode ser fato gerador de tributos a locomoção intermunicipal e interestadual. Aqui, temos a manifestação do princípio federativo (um município/estado não pode tributar pessoas que venham de outro município/estado). Traduzindo, fica vedado o fato gerador que é cruzar fronteiras interestadual e municipal.
1) Mas e uma tributação intramunicipal? É constitucional (ex: taxa para circular no centro de SP)?
2) E uma tributação internacional?
RESPOSTA: Considerando o espírito da norma, os tributos intramunicipais e internacionais NÃO ESTARIAM AUTORIZADOS, visto que a CF, a norma tutela o direito de locomoção – interpretação aconselhada pelo professor, mas ele admite que a interpretação para autorizar isso é possível.
	Também não pode tributar as pessoas com seus bens (circulação física). No ICMS que é o tributo que incide sobre mercadorias, o que é tributada é a circulação jurídica, ou a modificação de titularidade.
	O princípio da liberdade de tráfego disposto no inciso V do ART. 150, ao fixar que é vedado estabelecer limitação de tráfego de bens (por meio de tributos), o faz valendo para a mera circulação física e para o transporte/circulação que não envolva modificação de titularidade. Se ela for verificada, incide o ICMS.
A tudo exposto acima ressalva-se o pedágio!
Se admitirmos o pedágio como tributo ele será uma TAXA deserviço (atividade vinculada ao Estado) cobrada, não pela locomoção, mas pelo fato gerador: utilização/conservação das vias.
Mas pedágio é tributo? Parte da doutrina diz que, por ser ressalvado, o pedágio é tributo cobrado em razão da conservação da via (utilização do serviço). Para outra metade da doutrina, exatamente por estar ressalvado, é que o pedágio NÃO É TRIBUTO.
A discussão chegou até o STF e lá o entendimento que prevaleceu foi de que PEDÁGIO NÃO É TRIBUTO, adquirindo natureza de TARIFA.
Isso significa dizer que o pedágio é um preço público de natureza contratual que não se submete aos princípios constitucionais tributários.
 PREÇO PÚBLICO = Magnitude de valor que se paga como contrapartida a um bem ou serviço de natureza estatal, pública, pactuada entre o prestador do serviço e o usuário. 
É de natureza contratual ≠ da TAXA que tem natureza compulsória!!!
Quando o Estado transfere a prestação de serviço público para o particular (concessão ou permissão) está implícita no custo dessa transferência a conservação da via, somado ao LUCRO do particular. A taxa, diferentemente da tarifa não inclui o lucro, pois o Estado não tem lucro – a taxa inclui apenas o custo. 
	RESUMO:quando um serviço público for prestado pelo Estado na modalidade taxa de serviço (natureza de tributo). Quando acontece a permissão ou a concessão, o serviço passa a ser prestado pelo particular na modalidade de tarifa (natureza contratual) essa é a regra geral! 
	PEDÁGIO TEM NATUREZA JURÍDICA DE TARIFA.
PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE TRIBUTÁRIA OU GEOGRÁFICA – ART. 151, I:
Aqui está estabelecendo uma vedação à União, portanto, estamos pensando em tributos federais.
	Os tributos federais devem ser uniformes em todo território nacional. Tributo uniforme é aquele que possui características idênticas (aspectos da hipótese de incidência todos idênticos) para o território nacional, não podendo haver tratamento diferenciado entre estados privilegia-se o princípio federativo, especificamente a isonomia entre entes federativos.
	Quando a CF dispõe que não pode a União discriminar os estados, ela está dizendo, em verdade, que não se pode discriminar os diferentes contribuintes.
	O princípio da uniformidade tributária é mais do que garantir a isonomia entre estados, é sim, a forma de garantia de que os diferentes contribuintes dos estados e municípios não sejam discriminados, procurando-se evitar o desequilíbrio econômico entre as diferentes áreas do território (ex: IPI de 25% em todo território e alíquota de 1% no RS – se isso fosse possível, todas as empresas migrariam para o RS, gerando um desequilíbrio econômico).
	O princípio da uniformidade, no entanto, sabendo-se que os estados da federação não são todos iguais, deve permitir que, sim, haja o tratamento discriminatório entre eles, sob pena de violação da isonomia.
	Portanto, o tratamento discriminatório é/pode ser considerado constitucional desde que atendidos 3 requisitos:
1) Quando se traduz no incentivo fiscal = aquilo que tem a ver com tributo (ex: redução da alíquota, isenção, anistia...).
2) Promoção do equilíbrio = o incentivo tem uma finalidade, qual seja o equilíbrio socioeconômico.
3) Deve ser concedido a uma região (região geográfica Sul, Sudeste, Norte, Nordeste, Centro-Oeste).
23/04/2019 – Terça-feira – 17ª AULA
ZONA FRANCA DE MANAUS ADCT, 40 cc 92
Não há incidência de determinados tributos, porém abrange um município. Ela está no mesmo contexto principiológico do ART. 151, I, da CF. É uma exceção que não se encaixa no 3º requisito (“concedido a uma região”). Sendo assim, o fundamento legal dela é outro, sendo o ADCT 40 c.c. 92. Só é válido, pois existe um fundamento constitucional, caso contrário seria inconstitucional.
PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO TRIBUTÁRIA EM RAZÃO DA ORIGEM OU DESTINO – ART. 152:
Estabelece uma vedação aos estados, DF e municípios.
Não podem discriminar a tributação de bens ou serviços pela origem ou destino desses.
Protege o princípio federativo (isonomia dos entes federativos).
Diverge-se, basicamente, ao ICMS e ISS.
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DAS ISENÇOES HETERÔNOMAS – ART 151, III, CF:
	Isenção é uma dispensa legal do dever legal de recolher tributo.
	Essa isenção só pode ser concedida, por lei, pelo ente federativo competente (competência negativa).
	Competência tributária corresponde à competência para isentar (isenção autonômica isenção que provém do mesmo ente competente que cria o tributo)
	Isenção Heterônoma veiculada por lei de um ente federativo que não tem competência para instituir o tributo ao qual ela se refere.
	EXCEÇÕES: 
1) ART. 156, §3º, II, CF = o ISS (competência dos municípios) pode ter excluída a sua incidência por lei complementar federal (União);
2) As isenções vinculadas a tratados internacionais (Emenda constitucional, pois é acordado pela Rep. Fed do Brasil, apesar de ser representado pela União).
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DA TRIBUTAÇÃO PELA UNIÃO, DA RENDA DAS OBRIGAÇÕES DA DÍVIDA PÚBLICA DOS ESTADOS, DF E MUNICÍPIOS, BEM COMO A REMUNERAÇÃO E OS PROVENTOS DOS RESPECTIVOS AGENTES PÚBLICOS EM NÍVEIS SUPERIORES AO FIXAR PARA SUAS OBRIGAÇÕES E PARA SEUS AGENTES.
	Veda o estabelecimento de alíquotas diferentes sob o IR cobrado sobre o lucro da compra da dívida pública entre os entes federativos, assim como no salário dos agentes pertencentes aos diferentes entes federativos.
30/04/2019 – Terça-feira – 18ª AULA
ISENÇÃO TRIBUTÁRIA: A isenção pressupõe o poder de tributar; só pode isentar quem pode tributar. Na medida que ela é veiculada por lei trata-se de uma decisão por não tributar. Pressupõe, portanto, a existência de competência tributária e de uma decisão política por não tributar.
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS: completar com o começo do áudio...
Na imunidade tributária, o ente federativo não tem nada mais o que fazer, além de obedecer, pois o poder constituinte já solidificou a regra.
· ART. 150, § 6º - é vedado aos entes federativos instituir impostos (criar impostos). A imunidade tributária, portanto, veda a criação do tributo; se uma lei sobrevier determinando a criação desse tributo, ela será dita inconstitucional.
 DEFINIÇÃO DE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA:
Norma constitucional de competência negativa (desautorizadora) – nega competência, isto é, proíbe a instituição de tributos protegendo certas pessoas, situações ou bens para a concretização de certos valores reputados fundamentais pelo texto constitucional.
ART. 149, §2º, inciso I da CF = a CF está dizendo que as contribuições especiais de intervenção no domínio econômico (CIDE) não incidem sobre as receitas decorrentes de exportação. Nesse caso há uma imunidade porque o “não incidirão” é dito pela própria Constituição; significa que não será criada uma CIDE sobre as receitas decorrentes de exportação. Existe uma atecnia na expressão “não incidirão”, dado que o sentido verdadeiro é o da não criação.
Uma imunidade também pode ser acrescentada por Emenda Constitucional. Não cabe imunidade por medida provisória. Uma imunidade tributária será considerada cláusula pétrea se estiver ligada diretamente às garantias e liberdades individuais (ex: imunidade tributária de templos religiosos).
 ALGUNS EXEMPLOS DE IMUNIDADES ESPECÍFICAS:
· ART. 5º, inciso XXXIV = refere-se a uma imunidade de taxa, não importa a forma de redação; se estiver indicando uma ideia de não pagamento entende-se como imunidade.
· ART 195, § 7º = tem natureza de imunidade tributária, apesar de estar escrito isenção.
OBS: ART 156, §3º, inciso II = ISS, é a lei que está excluindo a incidência e não a CF, portanto, não é imunidade, mas sim isenção, dado que está determinada por uma lei.
06/05/2019 – Segunda-feira - 19ª AULA
 RETOMANDO
 Imunidade tributária é sempre uma norma de natureza constitucional que PROÍBE a criação de tributos. Sua natureza constitucional é o que as diferencia das isenções tributárias.
	As imunidades do ART. 150, VI são ditas imunidades genéricas (“é vedado instituir impostos”).
	As

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