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1 Profª Dra Gislene Garcia Microbiologia Geral Doenças infecciosas (6) Noções sobre doenças infecciosas e epidemiologia � Apesar de nossas defesas (sistema imune), somos suscetíveis aos patógenos; � Há um equilíbrio entre a nossa defesa e os mecanismos de pato- genecidade dos microrganismos; SAÚDE DOENÇA mecanismos de defesa superam mecanismos de patogenecidade superam � após a doença ter se estabelecido: recuperação ou lesão tempo- rária ou permanente ou morte 2 Doenças infecciosas � Infecção: invasão ou colonização do corpo por microrganismos patogênicos � Muitos microrganismos habitam o organismo e não causam doença: Microbiota normal (em algumas regiões anatômicas) � Microbiota normal ou Flora normal Recém nascidos começam a ter contato com microrganismos provenientes do ambiente quando a respiração e a alimentação se iniciam Flora normal Regiões anatômicas com flora normal -Pele -Olhos (conjuntiva) -Boca, fossas nasais e garganta -Intestino -Sistema urogenital 3 � Relações entre a microbiota normal e o hospedeiro - antagonismo por competição – proteção contra a colonização por patógenos (por nutrientes, produção de substâncias tóxicas produzidas, alterando condições de O2 e pH). Ex: microbiota vaginal, estreptococos da boca, Escherichia coli no intestino. - mutualismo (tipo de simbiose) ou comensalismo Ex. de mutualismo: enterobactérias do intestino grosso produzem vitamina K e algumas do complexo B. Em troca usam nutrientes digeridos. � Microrganismos oportunistas ou patógenos oportunistas: não causam doença no seu habitat normal em uma pessoa saudável. Ex. E. coli é inofensiva no intestino grosso, porém em outros locais do corpo, pode causar infecções do trato urinário, pulmonares, meningite ou abscessos 4 Classificação das doenças infecciosas � Doença comunicável: qualquer doença que se comunica de um hospedeiro para outro, direta ou indiretamente. Ex. gripe, herpes, tuberculose, etc. � Doença contagiosa: facilmente transmissível de uma pessoa para outra. varicela, sarampo, etc. � Doença aguda: desenvolve-se rapidamente, mas dura apenas um período curto. Ex. influenza � Doença crônica: desenvolve-se lentamente, com reações do corpo podendo ser menos graves. Ex. tuberculose, monucleose infecciosa, etc. � Extensões do envolvimento do hospedeiro - infecção localizada: microrganismos limitados a uma área do corpo - infecção sistêmica (generalizada): microrganismos ou seus produtos são disseminados pelo corpo através do sangue ou linfa - bacteriemia: presença de bactérias no sangue - toxemia: presença de toxinas no sangue - sepse (ou septicemia): bactérias se multiplicam no sangue - infecção 1aria: infecção aguda que causa a infecção inicial; - infecção 2aria: causada por um patógeno oportunista, após a infecção 1aria ter debilitado as defesas do corpo - infecção subclínica (inaparente) aquela que não causa sintoma notável 5 � Fatores predisponentes para a ocorrência de infecção nutrição inadequada, fadiga, idade, ambiente, hábitos e estilo de vida, ocupação, doenças préexistentes, quimioterapia e distúrbios emocionais � Desenvolvimento da doença - período de incubação: intervalo de tempo entre a infecção inicial e o surgimento dos sintomas. Depende do patógeno, nº de microrganismos infectantes e resistência do hospedeiro - período prodrômico: sintomas leves e inespecíficos (mal estar, febre) - período da doença: sintomas característicos da doença - período de convalescença: sintomas diminuem e gradativamente o organismo volta ao estado normal Disseminação da infecção � Reservatórios de infecção: humanos, animais ou inanimados - reservatórios humanos: portadores são importantes reservatórios vivos da infecção. Alguns tem, inclusive, infecção inaparente - reservatórios animais: zoonoses - reservatórios inanimados: solo e água � Transmissão de doenças – agentes infecciosos podem ser transmitidos do reservatório de infecção para um hospedeiro suscetível através de: 1) por contato (direto ou indireto) toque a) Contato direto - pessoa a pessoa beijo relação sexual 6 Transmissão de doenças b) contato indireto – através de fômites (tecidos, lenços, toalhas, roupas de cama, copo, prato, talher, brinquedo, dinheiro, termômetros c) através de gotículas (gotas de muco), eliminadas pela tosse, espirro, risada ou conversa – somente distâncias curtas (< 1m) e agentes transmitidos através do ar 2) Transmissão por veículo: água, alimentos, ar (gotículas que percorrem mais de 1 m), sangue, líquidos corporais, fluídos intravenosos 3) Através de vetores – principais são os artrópodes - transmissão mecânica: através das patas ou outras partes do corpo - transmissão biológica: patógenos realizando um ciclo de vida no vetor Transmissão por contato direto Transmissão por veículo Transmissão por vetor Portas de entrada dos germes: � Mucosas dos tratos respiratório, digestório, urogenital e olhos. �Para que ocorra infecção é necessário: - Transmissão - Invasão do corpo pela melhor porta de entrada - colonização 7 Transmissão de doenças Infecção hospitalar ou nosocomial � Adquirida em função de uma hospitalização � Resultam da interação de vários fatores: - microrganismos no ambiente hospitalar - estado comprometidos (ou enfraquecido) do hospedeiro - cadeia de transmissão do hospital � Além disso, processos invasivos como: cirurgias, catéteres arteriais e urinários, implantes de próteses, transplantes de orgãos, queima- duras intensas de pele, recém nascidos principalmente prematuros 8 Infecção hospitalar � Podem ser de origem: 1) exógenas: originadas de fontes externas (mãos de equipe médica e paramédica, equipamentos médicos, injeções, catéteres, termômetros, respiradores, aparelhos de sucção, umidificadores, fômites em geral, ar condicionado, flores, etc 2) Endógenas- originada da microbiota do paciente. Patógenos oportunistas representam 60% das infecções hospitalares, principalmente causadas por: - Staphylococcus aureus e Enterococcus - (34%) - Escherichia coli , Enterobacter sp, Klebsiella pneumoniae Pseudomonas aeruginosa – (32%) - Clostridium difficile – (17%) -Candida albicans – (10%) - outras bactérias Gram negativas – (7%) Infecção hospitalar � Portaria 196/93 do Ministério da Saúde instituiu a obrigatoriedade do hospital formar uma COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (CCIH) � Aumento das infecções hospitalares apesar da disponibilidade de novos antimicrobianos, em função de: - uso intensivo de antibióticos de largo espectro permitindo a emergência de resistência microbiana - falso conceito em relação a grande eficiência dos antibióticos e até negligência no uso de técnicas assépticas - longo período de internação em cirurgias complicadas - aumento do nº de profissionais de saúde que nem sempre tem informação adequada - uso de drogas e terapias imunossupressoras 9
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