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MODULO – A FASE 2 – G.P.I. (Gestão da Produção Industrial) Matéria: Cadeia de suprimentos (110694). (Ciclo 2 UTA Gerência da produção – A 2017 – Fase 2) Resumo aula teórica 3: Tema 1: Introdução. O surgimento das Cadeias de Suprimentos mudou significativamente o formato das negociações comerciais entre as empresas, pois se outrora as empresas preferiam atuar de forma isolada no mercado, atualmente a maioria delas optam por operar em rede, para se fortalecerem e ampliarem sua competitividade. E é claro que elas compreenderam que para isso é necessário: cultura de cooperação, transparência nas negociações e confiança entre os elos. Mas apenas conhecer os elementos chaves para a integração não é o suficiente, e sim, conhecer os membros da Cadeia, para juntos, estabelecer as atividades que efetivamente agregam valor para o cliente e para isso, será utilizado como referencial a Cadeia de Valor de Porter. Tema 2: Cadeia de valor e cadeia de abastecimento. Para Porter (1989, p.33): toda empresa é uma reunião de atividades que são executadas para projetar, produzir, comercializar, entregar e sustentar seu produto. Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se o uso de uma Cadeia de Valores. A Cadeia de Valor desagrega uma empresa nas suas atividades de relevância, para que possa compreender o comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciação. Uma empresa ganha vantagem competitiva, executando estas atividades estrategicamente importantes de forma mais eficaz. Então, a partir da visão do autor, pode-se dizer que o papel da Cadeia de Valor é propiciar o entendimento de que a empresa é um conjunto de atividades interagentes que objetivam agregar valor ao cliente final. Para isso, os processos devem ser analisados desde as fontes de matérias primas, passando pelas Cadeias de produção, de distribuição até o produto chegar ao cliente final. E nesse momento é possível identificar as atividades que são exaustivamente estudadas no conceito de Cadeia de Suprimentos. As atividades de apoio, tais como Recursos Humanos, T.I e Aquisição, as quais são vitais para que a empresa consiga executar suas tarefas diárias com maestria e oferecer suporte as atividades primárias, que por sua vez são reconhecidamente elementos ganhadores de pedido. No modelo conceitual essas atividades primárias são : Logística Interna, Operações, Logística Externa, Marketing e Vendas, Atendimento ao Cliente. É claro que as atividades apresentadas no modelo conceitual são genéricas e devem ser adaptadas ou organizadas de acordo com o tipo de negócio Entretanto são nessas atividades (primárias) que os maiores riscos de falhas acontecem. Essas falhas nem sempre ocorrem por ingerências internas, pois, como uma Cadeia de Abastecimento é composta também de partícipes externos, nem sempre é possível evitar alguns problemas. Se não é possível evitar completamente a ocorrência de falhas nos processos entre os elos, certamente é possível identificar os pontos mais críticos dos processos e utilizar métodos de prevenção. A partir da análise detalhada das atividades apresentadas no modelo conceitual da Cadeia de Valor de Porter, é possível perceber que ela abrange todos os macros processos de uma organização, com ênfase na logística, que aparece em vários pontos. Assim sendo, a Cadeia de Valor tem por objetivo ajudar a empresa a identificar as atividades que efetivamente agregam valor ao cliente, seja no momento da aquisição de um bem, seja no recebimento de uma prestação de serviço. Papel da Cadeia de Abastecimento: Assegurar as atividades logísticas que compõem a cadeia: • • Fornecimento; • • Produção; • • Distribuição; • Busca a melhoria contínua dos processos; • Foco: controlar dos volumes de estoques; • Reduzir custos e ampliar lucros. Papel da Cadeia de Valor: • Ferramenta de Gestão; • Auxilia a empresa a avaliar cada processo; • Identificar as criticidades e atuar sobre elas; • Foco: mostrar como os produtos agregam custos; • Criar valor para o cliente; • E lucro para empresa. Tema 3: Mapeamento da cadeia de suprimento. Para visualizar a importância da Cadeia de Valor sob o viés logístico, é necessário mapear os processos que ocorrem entre os membros para garantir o efetivo controle das operações e maximizar o valor para o cliente. Mapear uma Cadeia de Abastecimento é “investigar” os membros para conhecê- los melhor com objetivo de compreender todos os processos que permeiam as atividades. (entre os elos de uma Cadeia de Suprimentos.) Esse mapeamento normalmente é desenvolvido pela empresa focal, pois é quem tem maior interesse em saber com quem está se relacionando e assegurar se seus pares estão “executando tarefas” que são compreendidas pelo cliente como valor agregado. Após um mapeamento detalhado, é comum concluir que muitas atividades podem e devem ser eliminadas, pois não fazem a menor diferença no resultado final, apenas deixam o fluxo mais longo e elevam os custos operacionais. Atualmente, as empresas de melhores práticas buscam conhecer seus fornecedores em todos os níveis para diagnosticar quão forte e efetiva é, ou poderá ser, a Cadeia a qual faz parte. E isso não é apenas o desejo de “manter o controle” e sim, uma preocupação pertinente com o desempenho e a competência dos seus pares para se salvaguardar de futuros conflitos. Além disso, outra preocupação pertinente das empresas focais com os elos da sua Cadeia é o estágio de desenvolvimento que os fornecedores mais distantes estão. (Nesse caso, os fornecedores dos seus fornecedores). Os motivos que levam as empresas focais investir no mapeamento da sua Cadeia são inúmeros, mas seguem os mais representativos: • Conhecer a capacidade produtiva; • A capacidade de atendimento; • As tecnologias envolvidas nos processos; • A idoneidade da gestão de seus provedores; • Os impactos ao meio ambiente que a empresa produz; • As condições de trabalho que oferecem aos seus colaboradores. Os dois últimos itens citados são de extrema relevância, pois uma empresa focal necessita ter certeza que em sua Cadeia não há ocorrência de trabalho escravo e/ou trabalho infantil e que tampouco seus provedores fazem uso de processos produtivos que agridem o meio ambiente. Esse mapeamento é imprescindível para que a empresa focal possa planejar estrategicamente seu futuro, fato esse que impactará ou será impactado pelos elos da Cadeia. Tema4: Níveis de fornecedores na cadeia de abastecimento. Na Cadeia de Suprimentos, os fornecedores e clientes estão classificados por níveis ou por camadas e interagem com a empresa focal de forma horizontalizada. Sendo assim, quanto mais próximos estiverem da empresa focal, mais estreitos serão os relacionamentos, fato esse constatado quando se visualiza a estrutura da Rede que compõe uma Cadeia de Suprimentos. Entender os motivos pelos quais as redes se organizam dessa forma é imprescindível para o correto gerenciamento das operações. Devido a isso, serão apresentados alguns aspectos de impacto na Cadeia de Abastecimento e o relacionamento com seus fornecedores. Os fornecedores são vitais para o sucesso das operações de uma Cadeia de Suprimentos, pois na prática estes são os responsáveis pelo “movimento” da Cadeia. Considerando que as empresas dispostas dessa forma apresentam necessidades distintas, nesse caso isso significa que fornecedores de vários segmentos fazem parte da Rede, tais como: provedores de matérias primas (o mais reconhecido), de serviços de apoio, de transporte, de armazenagem, de manutenção, entre outros. Uma Cadeia de Abastecimento não chega a ser tornar dependente dos seus fornecedores porque investe em gerenciamento de qualidade, monitoramento de desempenho dos seus pares e evita política de fornecedor exclusivo, principalmente para os itenscríticos. A seguir serão apresentadas algumas características dos relacionamentos com os fornecedores, dependendo da proximidade com a empresa focal. Fornecedores de 1º nível: O relacionamento com esses fornecedores costuma ser amistoso, porém o nível de cobrança é bastante alto porque estes são vistos como responsáveis pela qualidade do atendimento a indústria. Normalmente o planejamento da produção da empresa focal é desenvolvido em parceria com esses provedores, os quais necessitam atender todas as prerrogativas previstas (normalmente contempladas nos contratos de fornecimento). Esses fornecedores costumam ser convidados a participar dos projetos de desenvolvimento de novos produtos e serviços, o que se torna vantajoso para ambas as partes. Os fornecedores de 1º nível são incentivados para investir em novas tecnologias, melhorias de processos e também em modelos de gestão modernos para acompanhar a empresa focal com o desempenho esperado. O correto planejamento das atividades em conjunto com empresa focal facilitará a construção de bons relacionamentos e que juntos encontrem soluções para reduções de custos e de volume de estoques. Fornecedores de 2º nível: Esses fornecedores estão um pouco mais afastados da empresa comandante da Cadeia, mas ainda possuem alto grau de envolvimento com os projetos dela. A quantidade de fornecedores de 2º nível costuma ser bem maior que o número de fornecedores do 1º nível. Normalmente a gerenciadora da Cadeia procura conhecer os elos de forma que possam identificar onde existe a possibilidade de falhas, pois já foi constatado que a força de uma Cadeia de Abastecimento é representada pelo seu elo mais frágil, ou seja, pelo seu gargalo. O gargalo pode ser interno, como suas atividades de intralogística, por exemplo. O gargalo pode ser externo, quando envolve os elos da Cadeia. Além disso, os gargalos da Cadeia podem ser de ordens estruturais e de gestão. Para um bom gerenciamento dos fornecedores e se proteger dos gargalos, compete à gestão da Cadeia fazer o mapeamento adequado e utilizar as informações de forma inteligente para implantar melhorias. Tema 5: Níveis de clientes na cadeia de abastecimento. Os clientes são a razão da existência de todas as organizações. Todos os esforços (investimentos, melhorias, inovações, entre outros) são direcionados para que as empresas possam oferecer produtos de última geração e com alto nível de serviço agregado para o consumidor final. Para atingir esse objetivo as empresas se unem e formam as Cadeias para se fortalecerem e se organizarem de forma que consigam abastecer o mercado antes da concorrência. O cliente também é categorizado por nível, pois, dependendo da extensão da Cadeia, existem muitos intermediários envolvidos no processo. As empresas focais costumam acompanhar o comportamento do consumidor final do seu produto, independentemente da quantidade de intermediários, pois são eles que ditam as regras de mercado. Vamos observar a seguir alguns detalhamentos sobre esse importante elo da Cadeia de Abastecimento: O cliente! Clientes de 1º Nível: A definição de cliente de primeiro nível dependerá do tamanho da Cadeia estudada. Se tomar como exemplo uma indústria que não vende diretamente para o consumidor, ela pode ter um Canal de Distribuição com muitos níveis. Para facilitar o entendimento: Uma grande indústria de calçados não realiza vendas diretas para o consumidor final, então sua cadeia ficaria como o esquema simples a seguir: Um dos maiores desafios de uma Cadeia de Suprimentos: Manter todos voltados para o mesmo objetivo! Clientes de 2º Nível: Os fornecedores de 2º nível já são entendidos como intermediários na Cadeia de Abastecimento, mas a empresa focal deve acompanhar as práticas negociais destes para garantir que seu produto não se torne inviável comercialmente. Para facilitar o entendimento: Quando a indústria vende seu produto para seu cliente de 1º nível, ela coloca uma margem de lucratividade para o seu produto. Da mesma forma, esse cliente também colocará uma margem para vender para o próximo nível e assim, sucessivamente. Isso significa que quanto mais intermediários houver na Cadeia, mais alto pode se tornar o preço do item no mercado, ocasionando retração nas vendas. Tema6: Parcerias e integração entre os elos da cadeia. O mercado consumidor está muito mais exigente que outrora e esse é um dos principais desafios para as empresas que estão organizadas em Cadeia, porque de certa forma, uma decisão impacta em todos os membros. Embora um dos objetivos da Cadeia de Abastecimento seja buscar constantemente formas de melhorar os processos e consequentemente a competitividade dos seus membros, nem todos têm a mesma visão. Então para evitar aborrecimentos futuros, a escolha dos parceiros comerciais é primordial. O desenvolvimento de parcerias vai muito além dos contratos de fornecimento, pois é necessário compreender os principais elementos envolvidos. Vejamos na lista a seguir: • O fornecedor apresentará maior comprometimento se conhecer o produto desde o projeto; • A relação da parceria deve estar pautada em transparência e confiança; • O fluxo de informações necessita ser ágil e assertivo; • O respaldo da indústria para com seus provedores deve ser efetivo; • O modelo de gestão dos envolvidos na Cadeia precisa ser similar; • O planejamento e a organização devem abranger todos os elos (pelo menos dos níveis de maior envolvimento); • A busca por soluções de conflitos entre os elos deve ser imediata; • A busca constante por inovação e redução de custos precisa ocorrer com todos os membros. Entender os conceitos é tarefa simples, pois os desafios maiores são: compreender, apreender e utilizar na prática com seus pares. A gestão da Cadeia de Abastecimento evoluiu tanto que os elos trabalham com tal unicidade que o mercado já reconhece: Uma Cadeia bem estruturada traz vantagem competitiva para a empresa coordenadora e também para os demais membros. Atualmente, a concorrência pela liderança do mercado ocorre pela força das Cadeias e não apenas da empresa focal. Entretanto, a formação de parcerias ou atividades integradas geralmente apresentam custos que nem todos os elos estão preparados, o que pode ser um empecilho na manutenção das parcerias. Como nem todas as empresas estão propensas a fazer investimentos conjuntos sem ter garantia de retorno, principalmente retornos de curto prazo, as negociações em Cadeia se tornam um desafio interessante. Além de tudo isso, as mudanças são frequentes, a entrada de novos concorrentes e a formação de novas Cadeias também colocam à prova a unicidade, a organização e as competências das Cadeias já estabelecidas no mercado. Isso de certa forma é positivo porque faz com que as organizações se movimentem com mais velocidade para acompanhar as tendências de mercado. Todo e qualquer avanço dessa natureza beneficia a todos, mas principalmente o cliente final! Tema 7: Barreiras à integração. Conforme a Cadeia de Abastecimento cresce, as dificuldades crescem nas mesmas proporções, pois havendo mais membros envolvidos, com culturas organizacionais distintas, objetivos e padrões estabelecidos diferenciados, mais controles serão necessários. Os maiores obstáculos para a efetiva integração na Cadeia de Abastecimento são os mesmos que as organizações enfrentam individualmente, com o diferencial de que uma empresa gargalo compromete o desempenho de toda a Cadeia. Barreiras Culturais e de Modelo de Gestão: As barreiras culturais são as primeiras que se fazem presente na formação de uma Cadeia de Abastecimento. As empresas desenvolvem metodologias próprias de executar suas atividades, tomar suas decisões e também de planejar estrategicamente. Ao compreender que, para participar de uma rede integrada a empresaprecisa se adequar a novas formas de gestão, mais aberta, mais transparente e menos burocrática, isso pode gerar certos desconfortos e até mesmo resistência por parte dos gestores. Barreiras Financeiras: Essa situação também ocorre com frequência, pois cada empresa tem um gerenciamento financeiro diferenciado e podem estar com suas finanças fragilizadas. Uma Cadeia de Abastecimento robusta necessita que seus elos estejam com as questões financeiras bem resolvidas ou, pelo menos, solventes, pois precisam garantir que não terão ruptura no fornecimento por parte de pagamento. Barreiras Tecnológicas: Esse obstáculo pode ter ocorrido devido à falta de investimentos, ou por falta de visão dos gestores. O fato é que para se organizar em Cadeia, as empresas devem estar pautadas em tecnologias similares para que o fluxo de informações aconteça de forma ágil e eficiente entre todos os elos. Barreiras de Estrutura física: As empresas possuem estruturas físicas diferenciadas, ou seja, não necessariamente uma companhia necessita ter grandes espaços físicos, mas ela precisa ter capacidade produtiva ou de atendimento para suprir a necessidade dos seus clientes da Cadeia. Barreiras de Qualificação dos Colaboradores: Essa barreira está associada a formação acadêmica dos colaboradores, pois é importante que os elos tenham seu capital intelectual bem desenvolvido para facilitar as mudanças e agilizar a integração dos processos. Quanto mais capacitada for a mão de obra de uma empresa, mais ágil, flexível e voltada para a inovação, a mesma tende a ser. Lembrando que estas dificuldades devem ser reconhecidas como limitadores, mas não impeditivas de integração de uma Cadeia de Abastecimento. Adotar visão sistêmica e gestão por processos pode auxiliar a mudar seu modelo de gestão e consequentemente reduzir as barreiras culturais. Auxiliar os membros da Cadeia a utilizar metodologias de gerenciamento financeiro além de incentivar a análise crítica do perfil dos clientes para evitar a inadimplência. Induzir os membros a pesquisar as ferramentas tecnológicas disponíveis no mercado que possam atender as necessidades da empresa com o custo que a mesma possa arcar. Além disso, treinar os usuários para usufruírem de todos os recursos que os sistemas informatizados oferecem, os quais costumam ser subutilizados. Incentivar aos membros a analisar suas estruturas físicas e avaliar se atendem as necessidades atuais e no futuro próximo. Em relação à mão de obra, propiciar capacitação frequente aos colaboradores chaves, os quais devem ser multiplicadores do conhecimento na organização. Esses e outros apontamentos devem ser avaliados criticamente porque são norteadores para as estratégias organizacionais. Tema 8: Síntese. Em linhas gerais, foram apresentados os conceitos da Cadeia de Valor de Porter e a importância do mapeamento da Cadeia de Suprimentos. A proposta da aula foi mapear as atividades da Cadeia a partir da identificação dos principais fornecedores e clientes das organizações e da análise crítica do papel desses elos na Cadeia de Suprimentos. Essa aula buscou também deixar claro que haverá obstáculos para integração dos elos da Cadeia e que a empresa focal deve manter o equilíbrio entre os elos gerenciando os conflitos que surgirem e buscar constantemente a melhoria com seus pares..
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