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ASSIS._FARM._02.pptx

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Estudos de utilização de medicamentos
Fármacos essenciais, formulários terapêuticos e outras estratégias para promoção do uso racional de medicamentos
 O mercado farmacêutico, em todo o mundo, está em expansão, sujeito a técnicas agressivas de marketing e caracterizado pela complexidade de estudos que permitam avaliar a efetividade e a segurança da tecnologia. 
- Desde meados da década de 70, a OMS vem alertando aos dispensadores de serviços de saúde para a importância de implantar uma política de medicamentos essenciais e de formulários terapêuticos, como medida prioritária para promover a saúde.
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 Uma lista oficial de medicamentos essenciais significa possibilitar a estruturação de toda a cadeia do medicamento no país, desde a pesquisa e desenvolvimento, produção e comercialização, que garantam a disponibilidade dos produtos ao mais baixo custo possível, com qualidade. Uma vez disponível, a Rename deve ainda constituir-se no eixo condutor para as ações de promoção do uso racional de medicamentos, balizando a prescrição médica e a dispensação.
 Os formulários terapêuticos são publicações que contêm informações sobre uso, posologia, efeitos adversos, contraindicações e precauções de medicamentos essenciais, entre outras informações. São elaborados com base em listas de medicamentos essenciais. Trazem, ainda, orientações sobre a seleção de medicamentos adequados para várias doenças.
 
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 Os formulários terapêuticos têm a finalidade de, complementarmente às listas de medicamentos essenciais, se constituírem em instrumento básico para o uso racional de medicamentos. São um ponto de apoio da assistência farmacêutica.
- Compreendida a importância da informação sobre os medicamentos, oferecida de forma isenta das influências do mercado e fundamentada em critérios técnicos e clínicos, o formulário terapêutico torna-se o ponto de apoio na rotina dos profissionais ligados ao medicamento. Para isto, devem ainda estar garantidas a praticidade das informações contidas, facilidade do manuseio e a disponibilidade do documento, bem como sua atualização permanente.
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 Um dos grandes objetivos do formulário terapêutico é influir positivamente no padrão de prescrição vigente, contribuindo para que se faça mais racional e mais resolutivo e menos suscetível às influências dos interesses mercadológicos da indústria farmacêutica.
 Outra estratégia capaz de racionalizar a prescrição e oferecer às populações medicamentos seguros de menor custo é a implantação da política de medicamentos genéricos (Lei nº 9.787, de 1999).
- Medicamento Genérico: Produto igual ou comparável ao de referência (ou inovador ou original ou de marca) em quantidade de princípio ativo, concentração, forma farmacêutica, modo de administração e qualidade, que pretende ser com ele intercambiável. É geralmente produzido após expiração ou renúncia da patente e de direitos de exclusividade, comprovando sua eficácia, segurança e qualidade através de testes de biodisponibilidade e equivalência terapêutica. O medicamento genérico é designado conforme a DCB ou, na ausência, a DCI (ANVISA).
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Os estudos de utilização de medicamentos nos países do Terceiro Mundo
 Nos países em desenvolvimento, a maioria das ações de saúde está centrada nos problemas resultantes do estado de miséria da população. A desnutrição, a falta de infraestrutura sanitária e educacional, o isolamento cultural e tecnológico alimentam um quadro de prevalência de doenças nutricionais e infectocontagiosas. Ações profiláticas e de controle, medicamentos essenciais e programas de imunização e educação sanitária, por vezes mal implementados, não conseguem reverter o quadro. Como resultado, produz-se uma medicina mais curativa do que preventiva, tornando, por conseguinte, mais intensa a utilização de medicamentos.
- Camadas inteiras da população de baixa estão à margem do acesso a fármacos, ao passo que outros estratos sociais os consomem de forma mal orientada. 
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O mercado brasileiro de medicamentos
A legislação sanitária em nosso país é condizente com o preconizado pela OMS para países em desenvolvimento. Prevê a autoridade legal à frente das
ações de vigilância sanitária e agência reguladora no nível central, controlando todas as etapas até que o medicamento chegue ao consumidor. Regulamenta o estabelecimento de inspetorias sanitárias locais, comitês de assessoria técnica independentes, órgãos destinados ao controle de qualidade de produtos e sanções para infratores. Inclui até mesmo alguns avanços: um formulário nacional de medicamentos essenciais e farmacopeia, a cassação do registro de fármacos considerados inaceitáveis e a obrigatoriedade de revisão do registro a cada cinco anos.
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 O aumento do faturamento das indústrias farmacêuticas observados nos últimos anos não tem sido acompanhado pelo crescimento do número de unidades vendidas, corroborando a evidência de que os resultados são obtidos pelo aumento dos preços. Observa-se, ainda, que no Brasil vários produtos têm preços muito acima dos verificados no mercado internacional.
 O aumento da renda dos consumidores, a ampliação do acesso a planos privados de saúde e o envelhecimento da população devem fazer o mercado farmacêutico brasileiro de varejo mais do que dobrar em cinco anos, de acordo com estimativa da consultoria IMS Health. Após crescimento de 19% em 2011, movimentando R$ 38 bilhões em vendas, este segmento deve atingir R$ 87 bilhões em 2017.
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 As vendas de medicamentos nas farmácias tiveram crescimento nominal de 12,4% no acumulado do ano, segundo dados apurados pela IMS Health e compilados pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). O crescimento resultou em faturamento de R$ 37 bilhões no acumulado em 2016.  Na comparação com o mesmo período de 2015, o faturamento do setor era de R$ 33 bilhões.
 O segmento de farmácias e drogarias sofre menos com a crise por não vender produtos que podem ser cortados da lista de compras do consumidor. “Em comparação com os demais setores, o segmento farmacêutico consegue ser mais resistente às crises porque medicamentos são produtos de primeira necessidade”.
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Estudos de utilização de medicamentos em hospitais brasileiros
- Pacientes hospitalizados possuem um estado de saúde agravado, o que habitualmente demanda na necessidade de utilização tanto de um número maior, como de distintos fármacos, por vezes de recente introdução no mercado, podemos considerar este ambiente como uma área prioritária para
observação. O paciente hospitalizado, em decorrência de seu quadro clínico, está exposto à terapia medicamentosa, possivelmente mais complexa que aquela a que estaria submetido o paciente ambulatorial
- Sabe- se que aproximadamente de 37 a 60% dos pacientes admitidos em hospital podem sofrer consequências de interações medicamentosas. Além disso, em pacientes internados, o risco de interações potenciais podem ser
maiores devido ao uso de medicamentos novos. Assim, considera-se importante a realização de estudos de utilização envolvendo interação medicamentosa e eventos adversos em ambiente hospitalar. 
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Objetivo
Resultado
Identificar o perfil de requisições de antimicrobianos de uso restrito (2000)
17,8% das prescrições foram consideradas inapropriadas seja por desvio do uso padrão (26,73%), duração do tratamento inapropriada (23,19%) ou justificativa infundada (13,61%).
Analisar a prescrição de medicamentos no infarto agudo do miocárdio (2001)
Trombóliseintravenosa foi usada em 19,5% dos casos, AAS em 86,5%, betabloqueadores em 49%, inibidores da ECA em 63,3%, nitratos em 82%,heparinaem 81,3%, bloqueadores de cálcio em 30,5%
Determinar a prevalência de medicamentos (2001)
Os 3 medicamentos mais prescritos foramdipirona88,3%,fenoterol30,7% e penicilina G 25%
Descrever a utilização dos medicamentos na gravidez (2002)
94,6% tomaram ao menos um medicamento durante a gravidez. 46,1% utilizaram medicamentos no primeiro trimestre. Classes
mais utilizadas: analgésicos, antiespasmódicos, anti-infecciosos
ginecológicos, antianêmicos, antiácidos e antibióticos
Determinar a frequência de RAM
como determinante de hospitalização (2002)
RAM foi responsável por ou teve participação em 6,6% das internações
Identificar interações
com antidepressivos (2003)
Vinte diferentes interações foram identificadas, sendo 4 leves, 15 moderadas e uma grave
Descrever e analisar o uso
de albumina em hospital público (2005)
Foram detectadas 33,1% prescrições apropriadas, 61,8% inapropriadas, 4,6% controversas e 0,4% não determinadas
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Estudos de utilização de medicamentos em gestantes
- A utilização de medicamentos por gestantes e seus efeitos sobre o feto passou a ser objeto de grande preocupação após a tragédia da talidomida ocorrida entre 1950 e 1960. Cerca de 10 mil crianças nascidas naquele período apresentaram focomelia, bem como outras alterações congênitas, associadas à utilização deste medicamento durante a gravidez
- Deve-se considerar então, que quando uma grávida ingere ou recebe qualquer medicamento dois organismos serão afetados, sendo que um deles (o feto) ainda não tem a mesma capacidade de metabolizar substâncias que a mãe, estando mais sujeitos a efeitos negativos não esperados.
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Tais alterações, principalmente as malformações congênitas, têm maior risco de acontecer quando o medicamento com potencial teratogênico é utilizado no primeiro trimestre de gravidez (período de diferenciação embriológica). Nos outros períodos podem ocorrer danos fetais decorrentes de alterações na fisiologia materna, efeitos farmacológicos sobre o feto e interferência no desenvolvimento fetal.
- Partindo do pressuposto que não há como abster gestantes da utilização de medicamentos e, consequentemente, da exposição de seus filhos aos riscos inerentes a uma terapia medicamentosa, os estudos epidemiológicos, podem ser utilizados para protegê-los de riscos desnecessários.
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 Após passarem pela consulta médica de pré-natal, 44,7% das mulheres receberam prescrição medicamentosa, sendo que o maior número de prescrições (43,5%) ocorreu para aquelas que estavam no segundo trimestre de gestação.
 Segundo a OMS, os dados disponíveis mostram que de uma forma geral, o pessoal médico e outros profissionais que formulam prescrições, estão muito distantes de utilizar os medicamentos racionalmente.
- Os grupos farmacológicos mais prescritos foram: medicamentos que atuam sobre o sistema hematopoiético – 34,9%; antiinfecciosos – 21,2%; e os que atuam sobre o sistema digestivo – 15,6%. O interessante é que não houve variabilidade destes grupos em função do trimestre de gestação.
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 Em relação à classificação dos medicamentos pelo risco ao feto, cerca de 40% dos medicamentos prescritos às gestantes foram de medicamentos cuja segurança de uso na gravidez pode ser questionada, pois coloca em risco a formação das futuras crianças. O mais grave, porém, foi a prescrição de medicamentos sabidamente teratogênicos.
 - Sugere-se uma existência de um padrão de prescrição na gestação, que merece ser discutido visando à minimização de riscos de efeitos adversos desnecessários, que pode comprometer os resultados do atendimento de pré-natal oferecido.
- A utilização de medicamentos durante a gravidez deve ser vista com cautela e estar sujeita à criteriosa avaliação de benefício/risco, devido às implicações sobre a higidez do feto.
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 Utilização de medicamentos na Pediatria: prática de automedicação 
 - A automedicação é uma prática frequente na população investigada, sendo geralmente mais comum em crianças de até sete anos e realizada principalmente pelas mães; esse fato sugere a necessidade de promover educação em saúde que vise à promoção do uso racional de medicamentos.
- Formas de automedicação: aquisição de medicamentos sem receita, o compartilhamento dos medicamentos com outros integrantes da família ou círculo social, a reutilização de sobras de medicamentos de tratamentos anteriores, a utilização de antigas prescrições. Quando há o descumprimento da prescrição, prolongando ou interrompendo precocemente o tratamento indicado. Destaca-se, ainda, que esta prática é influenciada por amigos, familiares e balconistas de farmácia.
- Os responsáveis pela prática da automedicação são as mães (95%) e as avós (5%). 
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- A adoção inadequada dessa prática pode ocasionar danos à saúde do paciente, como o aparecimento de efeitos indesejáveis, agravos e mascaramento de doenças, interações medicamentosas, erros nas doses e intoxicações. Esse fato torna-se particularmente relevante quando os usuários são crianças.
 57% das crianças ou adolescentes participantes da pesquisa haviam sido automedicados. Foi identificado o uso abusivo de medicamentos em Pediatria, especialmente de antibióticos, analgésicos e antitérmicos, principalmente para atuação no sistema respiratório 
 Quando investigadas as maneiras de alteração de prescrição médica, a forma mais comum foi a redução do tempo de tratamento (50%), seguida pela diminuição da dose (22%) ou pelo aumento da mesma (14%), prolongamento do tempo de tratamento (7%) e troca da ordem de horários na administração da medicação prescrita (7%). 
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Descritor
%
Alteração de prescrição médica
Sim
Não
16,9
83,1
Reutiliza prescrições antigas ou sobras de medicamentos
Sim
Não
63,9
36,1
Utiliza medicamentos sem receita de um profissionalprescritor
Sim
Não
78,3
21,7
A criança foi automedicada no último mês
Sim
Não
36,1
63,9
A criança já foi automedicada (vida toda)
Sim
Não
77,5
22,5
- Formas de automedicação das crianças dos domicílios investigados 	
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- Perfil da prática da automedicação realizada nas crianças	
Descritor
%
Situações clínicas para a prática da automedicação
Febre
Dor
Gripe
57,6
27,2
4,3
Fatores motivacionais
Falta de acesso ao Serviço de Saúde
Considera um problema de saúde simples
Praticidade
1,1
10,9
88,0
Fatores que influenciam
Motivação própria
Orientação do médico
Orientação na farmácia
Influência de amigos, vizinhos e familiares
9,8
59,8
27,2
3,3
Medicamentos
Amoxicilina
Ibuprofeno
Ácido acetilsalicílico
Dipirona
Paracetamol
Outros
3,3
5,5
3,3
15,4
45,0
27,5
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 - Associação entre a utilização de medicamentos sem prescrição e o perfil das crianças e dos responsáveis	
Descrição
%
Sexo das crianças
Masculino
Feminino
83,9
76,2
Idade das crianças
Até 7 anos
Mais de 7 anos
79,3
81,0
Escolaridade do pai
Até fundamental
Médio ou superior
73,7
82,0
Escolaridade da mãe
Até fundamental
Médio ou superior
76,2
80,4
Renda da família
Até R$1.000,00
Mais de R$1.000,00
78,5
78,0
Nº de crianças no domicílio
Uma
2 a 3
75,0
82,4
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- O fator que mais motivou a automedicação foi a praticidade (88%): é mais prático ir à farmácia adquirir o medicamento do que marcar uma consulta com o médico para a mesma finalidade.
A Atenção Farmacêutica no contexto da Assistência Farmacêutica 
ATENÇÃO FARMACÊUTICA - É um conceito de prática profissional no qual o paciente é o principal beneficiário das ações do farmacêutico.  A atenção é o compêndio das atitudes, dos comportamentos,  dos compromissos, das inquietudes, dos valores éticos,  das funções, dos conhecimentos, das responsabilidades e das  habilidades do farmacêutico na prestação da farmacoterapia,  com objetivo de alcançar resultados terapêuticos  definidos na saúde e na qualidade de vida do paciente (CFF).
- Na maioria dos países desenvolvidos a Atenção Farmacêutica já é realidade e tem demonstrado ser eficaz na redução de agravamentos dos portadores de patologias crônicas e de custos para o sistema de saúde.
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 Visando nortear e estender a atuação do profissional farmacêutico para as ações de atenção primária em saúde, tendo o medicamento como insumo estratégico e o paciente como foco principal, Mikel et al. (1975) iniciaram a construção inconsciente do conceito de Atenção Farmacêutica,
que só viria a receber essa terminologia no final da década de 1980. Nesse artigo, os autores afirmavam que o farmacêutico deveria prestar “a atenção que um dado paciente requer e recebe com garantias do uso seguro e racional dos medicamentos”
 Em 1990, Hepler e Strand utilizaram pela primeira vez na literatura científica o termo “Pharmaceutical Care”, que foi traduzido em nosso país para Atenção Farmacêutica. Nesse artigo, foi sugerido que “Atenção Farmacêutica é a provisão responsável do tratamento farmacológico com o objetivo de alcançar resultados satisfatórios na saúde, melhorando a qualidade de vida do paciente”
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 A formação clínica do profissional farmacêutico torna-se decisiva para o futuro da prática de Atenção Farmacêutica, pois ao adquirir os conhecimentos de Farmácia Clínica, o farmacêutico estará apto para realizar acompanhamento farmacoterapêutico completo e de qualidade, avaliando os resultados clínico-laboratoriais dos pacientes e interferindo diretamente na farmacoterapia. Vale ressaltar que além do conhecimento de Farmácia Clínica, a Atenção Farmacêutica exige do profissional preocupação com as variáveis qualitativas do processo, principalmente aquelas referentes à qualidade de vida e satisfação do usuário.
 Envolve o acompanhamento do paciente com dois objetivos principais: 
	a) responsabilizar-se junto com o paciente para que o medicamento prescrito seja seguro e eficaz, na posologia correta e resulte no efeito terapêutico desejado; 
	b) atentar para que, ao longo do tratamento, as reações adversas aos medicamentos sejam as mínimas possíveis e quando surgirem, que possam ser resolvidas imediatamente.
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 No Brasil, as discussões oficiais, promovidas pela OPAS (Organização Panamericana de saúde), relacionadas a esse tema, iniciaram-se na segunda metade da década de 1990 (Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica, 2002).
 Os modelos de Atenção Farmacêutica mais utilizados por pesquisadores e farmacêuticos no mundo são o espanhol (Método Dáder) e o americano (Modelo de Minnesota). Entretanto, existem diferenças entre eles, principalmente na classificação dos problemas farmacoterapêuticos.
 MÉTODO DÁDER: Os seis PRM (Problemas relacionados aos medicamentos) são distribuídos em: indicação (1. O paciente não usa os medicamentos que necessita ou 2. O paciente usa medicamentos que não necessita); efetividade (3. O paciente usa medicamento mal prescrito ou 4. Dose inferior/tratamento ocorre por tempo insuficiente) e segurança (5. Idiossincrasia ou 6. O paciente apresenta uma reação adversa) 
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- MODELO MINNESOTA: utiliza o termo Problemas Farmacoterapêuticos, definindo-o como “qualquer evento indesejável que apresente o paciente, que envolva ou suspeita-se que envolva a farmacoterapia e que interfere de maneira real ou potencialmente em uma evolução desejada do paciente”. Os problemas farmacoterapêuticos são sete e dividem-se em: necessidade (1.Necessita de tratamento farmacológico adicional ou 2.Tratamento farmacológico desnecessário); efetividade (3.Medicamento inadequado ou 4.Dose do medicamento inferior à necessitada); segurança (5.Dose do medicamento superior à necessitada ou 6.Reação Adversa aos Medicamentos) e adesão (7.Aderência inapropriada ao tratamento farmacológico).
- A diferença principal na classificação dos problemas farmacoterapêuticos baseia-se na adesão ao tratamento, pois para o Método Dáder a não aderência ao tratamento é uma causa dos PRM, enquanto para o modelo de Minnesota, a não aderência torna-se um problema farmacoterapêutico.
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- Alguns países desenvolvidos, tais como Estados Unidos, Canadá, Espanha, Alemanha, França, Suécia, entre outros, encontraram menores dificuldades para implantar e implementar a Atenção Farmacêutica, pois além de possuírem um serviço de saúde bastante estruturado, já reconheciam o farmacêutico como profissional imprescindível na área de saúde.
 Um dos primeiros passos para a implantação e desenvolvimento da Atenção Farmacêutica é a organização do sistema de saúde (público e privado) e da gestão do medicamento, garantindo disponibilidade e acesso da população ao medicamento e a integração do profissional farmacêutico à equipe de saúde.
 A avaliação dos benefícios da Atenção Farmacêutica, realizada no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2003, da qual participaram 2985 usuários, demonstrou que 61% dos pacientes apresentaram pelo menos um problema farmacoterapêutico, identificado e solucionado, sendo que 83% mantiveram suas patologias controladas durante o período em estudo. Demonstrou também redução de custos no valor de US$ 1.134.162,00.
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No Brasil, alguns pesquisadores encontraram resultados semelhantes aos estudos realizados nos países desenvolvidos. Avaliação realizada com 450 usuários de 15 Unidades Básicas de Saúde de Brasília, das quais somente duas tinham farmacêutico, demonstrou que, dos medicamentos prescritos, apenas 61,2% foram dispensados, sendo 85,3% pertencentes à Relação de Medicamentos Essenciais e somente 18,7% dos pacientes tinham entendido integralmente a prescrição. O tempo total envolvido na dispensação foi em média de 53,2 segundos.
 Antes da implantação da Atenção Farmacêutica, é necessário garantir o acesso do usuário ao serviço de saúde e ao medicamento, investir maior tempo no diálogo com o paciente e conscientizar o profissional farmacêutico de sua responsabilidade no processo. Esta conscientização deve ser iniciada no curso de graduação, sendo que as tecnologias devem ser adequadas e baseadas no acolhimento e nas necessidades dos usuários, pois qualquer serviço de saúde é espaço de alta densidade tecnológica, que deve ser colocada a serviço da vida dos cidadãos 
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 A implantação da Atenção Farmacêutica nas Farmácias Comunitárias enfrenta obstáculos que incluem o vínculo empregatício do profissional farmacêutico e a rejeição do programa por gerentes e proprietários, além da insegurança e desmotivação por parte dos farmacêuticos, devido ao excesso de trabalho e falta de tempo para se dedicar ao atendimento, perdendo a concorrência para os balconistas em busca de comissões sobre vendas.
 Há necessidade de estimular a atuação profissional, principalmente de acadêmicos, sendo esse o primeiro passo para o sucesso da Atenção Farmacêutica, uma vez que a sociedade começa a reconhecer a importância do atendimento realizado pelo farmacêutico

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