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JOSÉ FRANCISCO VILELA ROSA CONVECÇÃO TÉRMICA A transferência de calor através de um sólido é sempre por condução, pois as moléculas de um sólido permanecem em posições relativamente fixas. A transferência de calor através de um líquido ou de um gás, pode ser por condução ou por convecção, dependendo do fluido estar ou não em movimento. A transferência de calor através de um fluído é por convecção se ele estiver em movimento e por condução na ausência deste. Calor transferido de uma superfície quente para um fluido ambiente por convecção e por condução. A transferência de calor por convecção é complicada pelo fato de, além de envolver a condução de calor, também envolver o movimento do fluído. A taxa de transferência de calor através de um fluído é muito mais elevada por convecção do que por condução. Quanto, mais elevada a velocidade do fluído, mais elevada a taxa de transferência de calor. Introdução à Convecção térmica Mecanismo de transferência de energia entre uma superfície sólida e um fluido (líquido ou gás) adjacente em movimento quando estão a diferentes temperaturas. Envolve efeitos combinados de condução e de movimento de um fluido. A presença do movimento macroscópico do fluido intensifica a transferência de calor. Na ausência deste movimento, só há condução No contato do fluido e a superfície há o desenvolvimento de uma região no fluido através da qual a sua velocidade varia de zero, no contato com a superfície (y = 0), e um valor finito u, associado ao escoamento do fluido. Essa região do fluido é conhecida por camada limite hidrodinâmica ou de velocidade. CONVECÇÃO TÉRMICA Se as temperaturas da superfície e do fluido forem diferentes, existirá uma região no fluido através da qual a temperatura variará de Ts em y = 0, até T , associada à região do escoamento afastada da superfície. Essa região é conhecida por camada limite térmica. Além disso: Considere o escoamento de um fluido sobre a superfície aquecida da figura 1.4. CONVECÇÃO TÉRMICA u 0,99u A transferência de calor por convecção pode ser classificada de acordo com a natureza do escoamento do fluido. Convecção forçada quando o escoamento é causado por meios externos, tais como um ventilador ou uma bomba. Em contraste, no caso da Convecção livre (ou natural) o escoamento do fluido é induzido por forças de empuxo, que são originadas a partir de diferenças de densidades causadas por variações de temperatura do fluido. CONVECÇÃO TÉRMICA EQUAÇÃO DE RESFRIAMENTO DE NEWTON ATENÇÃO O problema central da convecção é a determinação do valor de “h” que depende de muitos fatores, entre eles, principalmente: • geometria de contato (área da superfície, sua rugosidade e sua geometria); •propriedades termodinâmicas (densidade, viscosidade, condutividade térmica e calor específico); •de transportes do fluido; • temperaturas envolvidas; e • velocidades. • A viscosidade dos líquidos diminui com o aumento da temperatura, verificando-se um comportamento inverso com os fluidos gasosos. • Uma outra aproximação possível, e mais prática no caso dos escoamentos externos, consiste no relacionamento da tensão cisalhante com a velocidade do escoamento livre, U∞, Tensão de cisalhamento – Forças viscosas – Coeficientes de cisalhamentos Camada-Limite de Velocidade s y 0 u y Fornece a base para o coeficiente de atrito local Cf que é um parâmetro adimensional chave para a determinação do arrasto Onde s é a tensão cisalhante que para um fluido Newtoniano é dada por: (1) (2) s f 2 C u / 2 Camada-Limite Térmica s f y 0 T q k y s sq h T T f y 0 s T k y h T T Para qualquer distância x da aresta frontal, o fluxo térmico na superfície local pode ser obtido pela lei de Fourier no fluido em y = 0: Pela Lei de Resfriamento de Newton: Combinando as duas equações, resulta: (3) (4) (5) Coeficiente de convecção: Médio e Local s sq h A T T A taxa total de transferência de calor pode ser obtida por: Coeficiente Convectivo Médio Relação entre o coeficiente convectivo médio e local: ss As 1 h hdA A L o 1 h hdx L Para placa plana, h varia apenas com a distância x da aresta frontal, logo: Camadas-Limite de Velocidade Laminar e Turbulenta Regiões da Camada Limite Turbulenta Subcamada Viscosa Camada de Amortecimento Zona Turbulenta Camada Limite Laminar Movimento altamente ordenado Zona de Transição Escoamento Tem-se um comportamento laminar alternando com o turbulento Camada Limite Turbulenta Escoamento altamente irregular caracterizado pelo movimento tridimensional aleatório Número de NUSSELT (Nu) Para melhor perceber o significado físico do número de Nusselt, imagine uma camada de fluido de espessura L e com uma diferença de temperaturas, ΔT=T2 – T1, conforme ilustrado na figura. A transferência de calor através do fluido, será por convecção se existir movimento ou por condução em caso contrário. O fluxo de calor em cada um dos casos será: Condução por Calorde cia Transferên Convecção por Calorde cia Transferên Nu Para cálculo do número de Nusselt médio, resulta: Pr,Ref k Lh Nu L f Número de NUSSELT (Nu) Reynolds observou que o regime do escoamento dependia sobretudo da relação entre as forças de inércia e as forças viscosas do fluido. Para escoamentos externos tem-se: NÚMERO DE REYNOLDS (Re) 5cx ,c u x Re 5 10 Razão entre forças de inércia e viscosas O número de Reynolds do qual se observa o escoamento turbulento, é designado por número de Reynolds crítico. O valor que este número assume varia com a geometria. Para o caso do escoamento sobre uma placa, a transição ocorre para, Recr,placa ≈ 5x105 Porém, este valor pode variar, dependendo da rugosidade superficial e de variações da pressão ao longo da superfície. A transição entre escoamento laminar e turbulento depende de diversas variáveis, como: a geometria da superfície, a rugosidade superficial, a velocidade na fronteira livre, a temperatura superficial, o tipo de fluido, entre outras. NÚMERO DE PRANDTL (Pr) Num escoamento sobre uma superfície, aquecida ou arrefecida, ambas as camadas limites, térmica e de velocidade, se desenvolvem simultaneamente. A espessura relativa das camadas limite da velocidade e térmica, é bem representada por um parâmetro adimensional, designado por número de Prandtl, Pr, que é definido por: onde: – difusividade térmica (=k/ρcp), [m 2/s]. - viscosidade cinemática (=μ/ρ), [m2/s]. O número de Prandtl não representa mais do que uma relação entre a difusividade do momento, sobre a difusividade da energia. Calor dode Difusivida Momento dode Difusivida Pr Onde: Nos gases Pr 1 Nos óleos Pr >> 1 Nos metais líquidos Pr << 1 EXEMPLOS DE TABELAS COM AS PROPRIEDADES DE ALGUNS MATERIAIS SÃO ENCONTRADAS NOS APÊNDICES, NO FINAL DOS LIVROS. Foi determinado que os resultados experimentais para o coeficiente de calor local hx para o escoamento sobre uma placa plana com superfície extremamente rugosa a seguinte relação: Sendo a uma constante,desenvolva uma expressão para a região entre o coeficiente de transferência de calor médio em uma placa com comprimento x e o coeficiente de transferência de calor local hx em x. EXERCÍCIO 1 1,0 x x.ah xh Ar com temperatura de 10 0C, flui sobre uma placa plana mantida a uma temperatura constante de Ts = 130 oC, o perfil de temperatura adimensional dentro da camada de ar sobre a placa é determinada para ser onde a = 2500 m-1 e y é a distância a partir da superfície da placa em metros. (a) Determine o fluxo de calor na superfície da placa, e; (b) O coeficiente de transferência de calor por convecção EXERCÍCIO 2 y.a s e TT T)y(T EXERCÍCIO 3 No escoamento sobre uma superfície, os perfis de velocidades e de temperaturas têm as formas u(y) Ay + By2 – Cy3 e T(y) = D + Ey + Fy2 – Gy3 Onde os coeficientes de A a G são constantes. Obtenha expressões para o coeficiente de atrito Cf e o coeficiente convectivo h em termos de u, de T, dos coeficientes apropriados dos perfis e das propriedades do fluido. EXERCÍCIO 4 Considere o fluxo de ar sobre a superfície de uma placa mantida a um temperatura de 220 0C. O perfil de temperatura do fluxo de ar é dado como O fluxo de ar a 1 atm tem velocidade de fluxo livre e temperatura de 0,08 m/s e 20 0C, respectivamente. Determine o fluxo de calor na superfície da placa e o coeficiente de transferência de calor por convecção do fluxo de ar. EXERCÍCIO 5 y. v expTTT)y(T fluido s EXERCÍCIO 6 ESCOAMENTO SOBRE PLACAS • Nosso objetivo é a determinação de h no escoamento de um fluido sobre uma placa plana. • O coeficiente de transferência de calor por convecção, h, para uma placa plana pode ser determinado teoricamente pela resolução das equações de conservação ou de formas aproximadas ou numéricas. Em qualquer dos casos, o número de Nusselt médio pode ser expresso em função dos números de Reynolds, Re, e Prandtl, Pr, na forma: em que C, m e n são constantes, e L é o comprimento da placa na direção do escoamento. O número de Nusselt local, para ponto qualquer da placa, irá depender da distância desse ponto ao bordo inicial da placa. • Como consequência das mudanças verificadas nas camadas limite da velocidade e térmica ao longo da placa, o valor do coeficiente de transferência de calor por convecção, h, também varia. • Normalmente existe interesse em conhecer a transferência de calor em toda a superfície, o que pode ser obtido a partir do conhecimento do valor médio de h na mesma. • Mas em certos casos é necessário o conhecimento da transferência de calor numa determinada posição. • Nesses casos, é necessário conhecer os valores locais do coeficiente de transferência de calor por convecção. • Em seguida são apresentadas uma série de correlações que servem para o cálculo de h, seja um valor médio ou local (neste caso identificado por índice x). Os valores médios podem sempre ser obtidos por integração dos valores locais: L 0 xh L 1 h GRUPOS ADIMENSIONAIS IMPORTANTES NA TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO Número de Nusselt, Nu Número de Reynolds, Re Número de Prandtl, Pr Número de Stanton, St s f 2 C u / 2 s y 0 u y s f y 0 T q k y s sq h T T f y 0 s T k y h T T s sq h A T T L o 1 h hdx L k Lh Nu Pr,Ref k Lh Nu L f 5cx ,c u x Re 5 10 – difusividade térmica (=k/ρcp), [m 2/s]. - viscosidade cinemática (=μ/ρ), [m2/s].
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